Mulheres à frente de seu tempo – III

Um conto erótico de Nassau
Categoria: Homossexual
Contém 6772 palavras
Data: 24/03/2022 17:15:00

As três primeiras tentativas que Adelle fez para fugir de casa não lograram êxito. Na primeira, ela simplesmente fez as malas e, quando a mãe se recolheu para dormir, saiu de casa. Não chegou até a esquina, pois o jardineiro a alcançou e com muita severidade, arrancou a mala de sua mão e, segurando em seu braço, a conduziu de volta à sua casa. Quando tentou pela segunda vez, já desconfiava que estava sendo vigiada e foi mais cuidadosa e ficou o dia inteiro planejando sua fuga, aproveitando o fato de ninguém entrar em seu quarto e deixar a mala pronta que deixou do lado de fora de sua janela, saindo pela porta dos fundos depois do anoitecer, dando a volta para pegar sua mala. Seu plano era pular o muro dos fundos que fazia divisa com o pátio de uma loja. O que Adelle não sabia é que esse pátio era guardado durante a noite por cães treinados e, sendo assim, sequer conseguiu descer do muro pelo outro lado e os latidos dos cachorros alertou a todos e ela foi flagrada pela mãe e o padrasto que, razoável como sempre, impediu que Ygraine lhe desse uma surra.

Adelle se livrou do castigo físico, mas não saiu ilesa, pois sua mãe, diante da atitude da filha, determinou que, a partir daquele dia, ela estaria proibida de sair de seu quarto. Foi algo semelhante a um condenado passar de uma prisão semi aberta para uma de regime fechado. Sem se conformar com a atitude da mãe, Adelle ameaçou cometer suicídio, o que só piorou sua situação, uma vez que a mãe destacou uma das empregadas para ficar vinte e quatro horas por dia dentro dos aposentos dela. Então virou uma prisão em regime fechado e ainda com companheira de cela.

Adelle estava desesperada. Nessa altura a Semana da Arte Moderna já havia acabado e ela receava que Laura pudesse ter viajado. Então sabia que tinha que agir rápido.

Para piorar sua situação, havia completado todas as fases do ensino regular e não teria a chance de sair de casa com essa finalidade, a de ir à escola. Sabia que os planos que tinha de frequentar uma faculdade, o que não era comum para as mulheres naquela época e por isso foi uma luta para conseguir que a mãe concordasse, tinha que ser abandonado, pois a mãe já avisara que havia recuado na concessão que fizera em deixá-la estudar. Analisando sua situação, percebeu que estava sem saída.

Quando alguém se encontra fechado em um quarto em companhia de outra durante vinte e quatro horas, pois até mesmo as refeições, por ordem da mãe, eram levadas até lá por outras empregadas, quer queira, quer não, sempre se acaba conhecendo essa pessoa e Adelle, no início para passar o tempo e depois vendo nisso uma possibilidade, começou a analisar sua carcereira de cativeiro e, uma das primeiras coisas que percebeu foi que ela não era muito esperta. Então começou a acreditar que não seria muito difícil lubridiar aquela jovem mulher que não era muito mais velha que ela e iniciou o processo de conquistar a amizade dela, passando a ser simpática e incentivava a mulher a falar e, muito embora a outra falasse muito, pouca informação que pudesse lhe ser útil foi passada a ela. Então mudou de tática.

De repente, sem nada que justificasse, Adelle começou a apresentar doenças e os sintomas eram de algum mal de origem nervosa. O médico da família foi chamado e facilmente ludibriado por ela que estudara bem para poder apresentar-se diante dele de uma forma que o idoso e confiante doutor chegasse às conclusões que ela queria e o resultado foi exatamente o que ela desejava, pois remédios fortes cujo principal efeito fazia dormir quase que imediatamente foram receitados.

Adelle agiu então como uma verdadeira artista. Primeiro não engolia as pílulas que lhe eram ministradas, mantendo-as embaixo da língua até que pudesse retirar de sua boca e esconder, tudo sem que sua cadela de guarda percebesse. Quando se sentiu pronta, dissolveu as pílulas depois de esmagá-las em um pouco de água e aproveitou um momento de distração da mulher, misturando o remédio ao suco que fizera questão de servir a ela. O resultado foi o esperado e em menos de quinze minutos a mulher dormia e nem mesmo a demolição da casa conseguiria fazer com que ela acordasse.

Pronta para a fase seguinte, Adelle usou uma das facas que lhe trouxeram durante a refeição e com ela começou a forçar a dobradiça da janela. Com um esforço tremendo, conseguiu seu intento, porém, o peso da janela era demais para ela, que não pode impedir que a mesma caísse do lado de fora do seu quarto provocando um ruído que ecoou pela casa. Sabendo que isso frustraria seu plano, Adelle pulou pela janela, correu pelo corredor estreito entre a parede do quarto e o muro divisório, depois atravessou o pequeno jardim e nem testou o portão, subindo na grade e ganhando a rua, saindo em disparada, só se dando conta que, diante do imprevisto, não pudera pegar nenhuma peça de roupa e nem seus documentos. Porém, a última coisa que Adelle pensava em fazer era regressar para sua casa.

Aquela garota não sabia como estava certa, pois quando olhou para trás e visualizou pela última vez em sua vida a casa onde vivera seus últimos anos.

O cálculo que Adelle fez do tempo que fora mantida cativa em sua própria casa era de aproximadamente um mês, porém, andando na rua trajando apenas um vestido leve, percebeu que muito mais tempo havia passado, pois o frio da noite era um indicação de que estava na estação do outono e já bem próximo do verão. Com os braços cruzados em uma vã tentativa de se proteger do frio, atravessou o Bairro Campos Elíseos, cruzou a Avenida São João e andou mais um pouco até chegar à casa de Laura, tentando ignorar os insultos e assédios de homens que bebiam nos bares que passava e, para seu desespero, a casa de sua amada estava fechada, não aparecendo ninguém para atendê-la, por mais que tentasse. Desesperada, sem saber o que fazer, sentou-se no chão da pequena varanda que existia em frente da casa e ali permaneceu toda encolhida para se proteger do frio e sem saber o que fazer.

Laura era uma mulher livre, artista amadora que não perdia oportunidade de se confraternizar e, justo naquela noite, fora convidada para um sarau em casa de amigos. Compareceu mais por costume do que pelo desejo que sentia outrora, pois sentia em seu peito um buraco provocado pela saudade de Adelle. Nesse dia, para piorar a situação, notou a presença de uma jovem mulher muito parecida com aquela que estava sempre presente em seus pensamentos. Para piorar, a outra se aproximou dela e não escondeu o fato de que estava interessada, porém, logo nas primeiras frases, se deu conta que se tratava de uma lésbica assumida que a assediava sem tentar disfarçar o desejo que sentia por ela e, para piorar, assim de perto, ela não se parecia nada com Adelle e o ocorrido só serviu para aumentar a saudade que sentia. Então, mesmo sabendo que o melhor da festa estaria reservado para mais tarde, saiu da festa sem se despedir de ninguém quando passavam poucos minutos da vinte e duas horas e foi para casa em um táxis*.

Cansada, triste e desiludida, Laura passou pela varanda em direção a porta de cabeça baixa, sem notar nada de estranho, tirou a chave de sua bolsa, introduziu na fechadura e deu as duas voltas necessárias, antes de torcer o trinco e abrir a porta, avançando para o hall de entrada, porém, quando se virou para fechá-la notou algo estranho e olhou com mais atenção.

Do seu ângulo de visão, pode vislumbrar um pé calçado com uma sapatilha simples. Calculando, pelo tamanho do pé, que fosse algum menino de rua, ficou na dúvida entre acordá-lo e pedir para que se retirasse ou simplesmente o deixasse ali para se proteger da temperatura que ameaçava baixar ainda mais, optando pelo segundo. Fechou então a porta, passou a chave e foi em direção ao seu quarto. Todavia, em seu íntimo, se questionava se não devia fazer alguma coisa pelo garoto e, dando vazão ao seu sentimento de solidariedade, pegou um cobertor usado e voltou em direção à sala.

Laura sabia do risco que corria. Sabia que, embora pudesse ser apenas um garoto, quem poderia garantir que não fosse alguém já acostumado com a violência e, por isso, resolveu que não chegaria próximo a ele. Abriria a porta, daria alguns passos e jogaria a coberta, pois assim, se ele se levantasse e fosse em sua direção, ela teria tempo hábil de voltar para dentro de casa e trancar a porta. Foi o que fez. Atirou o cobertor que foi cair sobre o rosto da pessoa desconhecida, virou-se rapidamente e, quando já fechava a porta de entrada depois de passar, ouviu uma voz que soou como sinos ecoando em seu ouvido:

– Laura. É você?

Seus batimentos cardíacos subiram às alturas. Ela conhecia aquela voz, pois, dia após dia, sonhava em ouvi-la falando sobre artes, assuntos corriqueiros e, o mais importante, gritando de prazer quando se entregavam uma à outra. A surpresa pelo inusitado e o medo de estar sonhando fizeram com que ficasse congelada, com uma mão segurando a porta e a outra se apoiando no batente para não cair. Então viu Adelle caminhando ao seu encontro. Os cabelos em desalinho, os olhos inchados e a pele do rosto um pouco arroxeada em virtude do frio, ela vinha com os braços cruzados abraçando seu próprio corpo.

– Adelle! Meu Deus menina? O que você está fazendo?

E aconteceu a realização de seus sonhos. De repente o corpinho macio de Adelle estava grudado ao seu, em um abraço que, embora o corpo da garota se assemelhasse a um bloco de gelo de tão frio que estava, não esfriava o calor que tomou seu coração e, sem nem mesmo fechar a porta, suas bocas se encontraram com uma volúpia tal que parecia que desejavam, em um único beijo, recuperar todo o tempo que passaram distantes.

Laura sabia que a primeira coisa que tinha a fazer era aquecer aquele corpinho que tanto desejava e não teve nenhum problema nisso. Trancou a porta sem deixar que suas bocas se apartassem e depois colocou os braços sobre o ombro dela e a conduziu para seu quarto, onde arrancou toda a sua roupa a deixando nua e a enfiou embaixo do cobertor, indo pegar outros dois que foram estendidos sobre a cama. Depois arrancou rapidamente suas roupas e, também nua, foi se juntar a ela que, diante da diferença de temperatura entre seu corpo e a da cama, tremia tanto que chegava a bater os dentes, então a abraçou para que seu corpo quente ajudasse a aquecer o de sua amada. Mas foram os beijos e os toques suaves dos carinhos que fazia no abdômen, seios e rosto da garota que ajudaram a causar um efeito mais rápido e não demorou para que as duas se amassem sob as cobertas em um envolvimento tão quente, que logo os cobertores extras foram jogados ao chão. Para o calor que o prazer de estarem juntas, se beijando e se tocando fazia, não havia necessidade de tanta proteção contra o frio.

Amaram-se até não aguentarem mais. Laura não dava tréguas à Adelle e fazia questão de beijar cada centímetro de seu corpo. Seios, barriga, pés e finalmente a bucetinha alagada foram beijados, sugados e receberam leves mordidas, enquanto os orgasmos se repetiam cada vez mais intensos. A entrega de Adelle era completa e Laura se apossava dela usufruindo daquilo que se tornara seu por direito. O direito derivado do amor incondicional e, quando Adelle, já aquecida resolvia retribuir, era impedida. Era como se Laura quisesse lhe dizer que, naquela noite, ela estava ali para proporcionar prazer à Adelle. Exaustas, deixaram-se ficar abraçadas, uma de frente a outra, trocando beijinhos e carícias até que vencidas pelo cansaço, dormiram naquela posição para acordarem ainda no meio da noite e recomeçarem todos os atos. O arrebatamento de ambas era tão grande que só saíram da cama quando já passava do meio dia e, assim mesmo, porque a necessidade de se alimentarem se tornou premente.

Durante os três primeiros dias as duas mulheres só paravam de se amarem para cumprir as necessidades básicas. Somente depois disso é que puderam conversar mais e Adelle pode conhecer mais sobre sua amada. Laura era uma artista plástica que, mesmo sem sucesso, sobrevivia das vendas de quadros. Esse era um fato que Adelle já sabia. O que ela não sabia é que, o motivo de Laura não ser conhecida como artista era que os seus quadros, sem exceção, tinham como tema o erotismo. Não se tratava apenas de nus, mas de pessoas em plena atividade sexual, porém, eram de uma leveza tão grande que despertavam grande interesse e, embora não fosse, naquela época, o tipo de quadro que ninguém se atrevia a expor em uma galeria, no escritório de sua empresa ou na sua sala de visitas, adornavam incontáveis alcovas sendo que, conforme contou Laura, em casas de pessoas muito conhecidas, entre eles empresários e artistas famosos e até mesmo alguns políticos proeminentes.

Adelle, ao ver algum deles, não pode deixar de sentir ciúmes de Laura, achando que entre elas e os modelos, homens e mulheres, que posavam para ela, teria acontecido alguma coisa, mas logo teve seu ciúme aplacado pela mulher que lhe explicou que aquelas cenas foram feitas sem a utilização de modelos, bastando para tanto a imaginação e, em raríssimos casos, uma foto da modelo, assim mesmo, por ser essa a vontade da pessoa que encomendava uma obra com uma cena específica.

Adelle ficou surpresa quando lhe foi dito que algumas pessoas muito importantes e conhecidas de todo o grande público haviam pago para que Laura fizesse uma pintura retratando a esposa em plena atividade sexual, porém, com homens que não seus maridos. Quando, depois de rir da informação, comentou que isso parecia muito estranho, ouviu a artista explicar:

– Isso é o mais próximo que eles conseguem fazer para admitir suas vontades de serem traídos pelas esposas.

– E elas traem?

– Algumas devem trair. Mas essa é uma coisa que jamais saberemos com certeza.

– E alguma dessas mulheres já demonstraram interesse em você? – Quis saber Adelle.

– Sim. Devo confessar que já e até de uma forma bem direta. E respondendo a sua próxima pergunta, não. Eu nunca aceitei ir para a cama com nenhuma delas.

– Difícil acreditar. Algumas delas são lindas e têm corpos exuberantes.

– É verdade. Elas têm sim. Mas, para o seu governo, você é a primeira mulher por quem eu sinto atração e, por conseguinte, a primeira com quem fiz amor.

Adelle, diante daquela confissão de Laura, não se conteve e pulou para cima dela a beijando antes de segurar sua mão e arrastá-la para cama onde a empurrou com força e depois decretou:

– Hoje você vai ficar aí, quietinha. Eu que vou te dar prazer e, afinal de contas, está na hora de mostrar que sou capaz disso. – Laura a olhava com um olhar inquisitivo e Adelle, percebendo isso, continuou falando: – Ah sim. E também está na hora de te mostrar o quanto eu quero isso.

Poucos minutos passados, depois de beijar o corpo todo de Laura, Adelle se ocupava em chupar sua buceta apetitosa, se deliciando em sorver todo o mel que o prazer dela lhe proporcionava.

Até que, no quarto dia de puro êxtase e prazer, o castelo de sonhos construídos em cima do alicerce do amor mais genuíno e de veio abaixo sem nenhum aviso prévio. Bateram palmas, Laura abriu a porta e, antes que pudesse sequer saber quem chamava ao portão, viu sua casa ser invadida por um batalhão de homens da polícia.

Não foi difícil para Jurgen descobrir onde Laura morava. Bastou destacar um funcionário para fazer perguntas e indicar onde ele devia ir para fazê-las. Sequer se preocupou em fazer uma investigação para se certificar que Adelle estava em companhia dela. Mas a ideia de envolver a polícia não foi dele, pois foi Ygraine que, quando soube através dele do paradeiro da filha que lhe informou no intuito de tranquilizá-la e, sem que ele tomasse conhecimento, foi à polícia e denunciou Laura pelo crime de abuso de menores. Naqueles tempos, a emancipação plena só era conquistada aos vinte e um anos de idade e Adelle completaria vinte anos dentro de alguns meses.

Por sorte, o delegado que atendeu à ocorrência conhecia Jurgen, pois tinha um irmão advogado que atuou em alguns casos em defesa da empresa dele e, entendendo a situação, escondeu o caso da imprensa e o chamou imediatamente até a delegacia. O empresário foi prático como era seu costume e resolveu tudo, levando a enteada para sua casa, porém, antes teve uma conversa com Laura, oferecendo-lhe uma quantia razoável para que sumisse da vida de Adelle, o que não foi aceito por ela. Vendo sua oferta ser recusada, usou a situação e a ameaçou de processo por seu envolvimento com uma menor de idade, situação em que a mulher teria sua vida devassada, ou seja, teria sua reputação arrasada, passaria a ser vista como uma criminosa e pária da sociedade e ainda teria que enfrentar todo o preconceito por ser homossexual.

O resultado foi o esperado por ele e, a partir daquele dia, Laura simplesmente sumiu de São Paulo, não sendo mais vista por seus amigos e conhecidos que frequentavam o mesmo círculo social. Era como se a terra a tivesse tragado e, as únicas provas de que ela tinha existido algum dia eram os seus quadros, porém, essas pinturas ficavam sempre em cômodos reservados de seus proprietários que, por motivos óbvios, tinham reservas de deixá-los expostos.

Adelle, por imposição de Ygraine, foi internada em uma instituição religiosa, de onde estava proibida de sair.

Durante o tempo que Adelle permaneceu no convento, sentindo-se uma verdadeira prisioneira, ela resolveu ir à forra. Com o coração tomado de ódio por sua mãe e Jurgen que não tiveram nenhuma reserva em afastá-la do grande amor de sua vida, ela resolveu fazer da vida de suas carcereiras um inferno.

Seus primeiros alvos foram as noviças a quem ela passou a assediar com todo o empenho, ficando fascinada com duas coisas. A primeira foi a descoberta do quanto o assunto sexo mexe com as pessoas e, segundo, a quantidade de moças que, apesar de terem uma vida religiosa rigorosa, não hesitaram muito em aceitar o assédio e se submeterem aos ensinamentos que Adelle lhes ministrava sobre as delícias do sexo. Não que ela tivesse uma larga experiência sobre o assunto, mas a forma como foi possuída por Laura e que essa se deixou possuir por ela, apesar de ser por um tempo muito curto, era o suficiente. Dessa forma, em poucos meses Adelle provou o saber de xoxotinhas grandes ou apertadinhas, gelinhos grandes ou pequenos, seios de todos os tamanhos e formatos foram sugados, chupados e mamilos, alguns minúsculos e outros bicudos foram espremidos como se espreme um limão e também experimentou línguas ásperas e ágeis, gozando e fazendo gozar em cada uma das transas que teve.

Entretanto, em um ambiente restrito como um convento, era de se esperar que suas atividades sexuais fossem descobertas. Quando viu que não havia mais como negar, isentou todas as outras meninas de qualquer responsabilidade e assumiu toda a culpa. Para a segurança da inocência das moças, que nem eram tão inocentes assim, ela foi deslocada para uma ala do convento onde passou a conviver apenas com religiosas mais velhas, o que não impediu que, pelo menos uma fosse seduzida pelas invesidas de Adelle que, assim, continuava sua vida desregrada de sexo sem limites, pois com essa última, aprendeu como era boa a sensação de ter seu cuzinho devassado por dedos atrevidos, aprendendo a fazer o mesmo.

Mas Adelle não estava satisfeita ainda e investiu sobre os homens que trabalhavam no convento. A quantidade era pouca e variava em quantidade, mas nunca ultrapassava o número de cinco, pois esse foi o número de homens que usufruíram do corpo perfeito de Adelle que, embora saudosa de Laura, não se sentiu nem um pouco reprimida e entregava-se ao prazer com toda a gana de que dispunha. Tudo bem que o primeiro homem com quem transou, aquele que rompeu o seu cabaço, era um jovem e inexperiente ajudante e tiveram que descobrirem as coisas por instinto, porém, quando se entregou a homens mais velhos, foi bem orientada e, sempre estimulada pela curiosidade e o desejo, queria sempre mais e não vacilou em entregar também a virgindade de seu cuzinho a um deles.

Apenas com relação a sexo oral houve problemas. Os homens daquela época não eram afeitos a isso, mas Adelle fora iniciada nesses prazeres por uma mulher e fazia questão de ter sua bucetinha chupada. Resolveu o problema se dedicando a fazer sexo oral em homens que, embora assustados no começo, deliravam quando sua boca quente e sua língua ágil extraía o suco do prazer de seus paus duríssimos.

Tirando a freira de mais idade com quem dormia junta quase todas as noites, as outras atividades de Adelle também foram descobertas. Ela sabia que fora denunciada por sua amante secreta que, doente de ciúmes, a entregou para a Madre Superiora. Chegou até a pensar em relatar para a diretora da casa o romance tórrido que ela e sua denunciante tinham quase todas as noites, porém, preferiu se manter calada e, por mais incrível que possa parecer, essa sua atitude causou um efeito muito pior na mulher do que se ela a tivesse denunciado também. E essa foi a única pessoa que transou com Adelle sem que um dia essas transas fossem do conhecimento de mais alguém além das duas.

No mesmo dia de seu aniversário de vinte e um anos Adelle abandonou o convento. Simplesmente fez suas malas e saiu pelo portão, informando a quem tentou impedi-la de que agora, sendo emancipada, não se sujeitaria a ser mantida prisioneira de ninguém. Saiu nesse dia porque Jurgen havia mandado avisar que iria buscá-la no dia seguinte.

Quando chegou ao convento e foi informado que a enteada não estava mais lá, era tarde demais. Adelle, usando sua nacionalidade francesa havia procurado pelo Consulado Francês em São Paulo e, naquele mesmo dia, foi embarcada no trem noturno com direção à Capital Federal, na época a cidade do Rio de Janeiro, onde foi entregue ao Consulado Francês que, atendendo ao seu desejo e respeitando o seu direito como cidadã francesa, iniciou o processo de enviá-la para a França.

Em Paris, Adelle se entregou de corpo e alma à exploração das artes e se encontrou na literatura. Percebeu que tinha facilidade em escrever histórias e alguns manuscritos seus foram mostrados para pessoas do círculo que transitava, todos eles de pessoas amantes da arte, tendo recebido algumas críticas, muitos elogios e até mesmo algumas dicas. Desprezou os elogios, estudou bem as críticas e foi testar as dicas recebidas para ver quais lhe seriam úteis e, uma delas, a de ingressar em uma editora de revista lhe pareceu a mais correta. Foi atrás, foi admitida em um cargo bem baixo e com salário de fome, porém, não demorou a mostrar seu valor e começou a ser melhor utilizada na criação de artigos, todavia, continuou com o salário de fome.

Essa situação poderia ser satisfatória para ela, mas tornou sua vida ainda mais difícil. Não dava nem para dizer que ela tinha problemas financeiros, pois na verdade, ela não tinha mesmo era finanças. O salário mal era suficiente para pagar o aluguel de um pequeno quarto em uma pensão de má reputação e a alimentação, normalmente, era oferecida pelos amigos que, gosando de sua companhia, sempre a convidavam para sair.

Enquanto se atirava de cabeça no mundo admirável da literatura, no aspecto sexual sofreu uma regressão. Adelle não se sentia a vontade quando um de seus amigos, homens ou mulheres, avançavam o limite que existe entre amizade e sexo, mas conseguia se sair bem, negando os avanços sem ferir suscetibilidades. Quer dizer, nem sempre, pois sempre tinha os que se ressentiam ao serem recusados.

Essa era a situação de Adelle. Morando mal, se alimentando quando dava e sendo obrigada a se afastar daqueles que queriam ajudar, mas que queriam em troca algo que ela não estava disposta a dar. Quando a situação atingiu um ponto próximo ao suportável, apareceu alguém para lhe ajudar. Alguns artigos que escrevia para a revista receberam uma atenção acima do normal e chegou ao conhecimento de Jurgen que, sem contar à esposa o real motivo, inventou uma viagem de negócios e embarcou para a França. Era o ano de 1925.

Foram dois dias de brigas, acusações e xingamentos, sempre da parte de Adelle, pois Jurgen apenas a defendia. Ela ainda não o perdoara e ele se defendia dizendo que não poderia ter agido diferente, pois se ele a defendesse, Ygraine poderia até mesmo acusá-lo de ser cúmplice no caso dela com Laura. Ao tocar no nome de sua amada, Adelle se acalmou um pouco e perguntou para o padrasto se tinha notícias dela. Ele respondeu demonstrando alguma preocupação:

– Não sei. Ninguém jamais teve notícias de Laura. Parece que ela foi tragada pela terra.

– Eu que não sei se acredito nisso, então quero que você me responda sem mentiras. Você ou minha mãe mandou matar Laura? – A expressão de Adelle não deixava dúvidas de que ela acreditava nisso.

– Não Adelle. Imagina! Nem sua mãe nem eu seríamos capazes disso. – Respondeu Jurgen realmente surpreso com a pergunta.

– Você, talvez não. Mas a senhora Ygraine, não sei não. Ela não gosta de ser contrariada.

– Olha Adelle. Sempre te vi como minha filha. Sinto muito não ter sido seu aliado quando tudo aconteceu, mas fiquei em uma situação que era você ou a Ygraine. Você, apesar de estar me odiando hoje, sei que um dia ainda poderá me perdoar, mas sua mãe jamais me perdoaria e, sinto muito dizer isso, mas amo demais a sua mãe apesar desses defeitos dela. Eu não poderia correr o risco de perdê-la. Agora, uma coisa eu posso te garantir. A Ygraine nunca tomou nenhuma iniciativa para machucar a Laura. Se ela tivesse feito isso, eu saberia. Olha, minha filha, sei que não deveria dizer isso, mas eu sei que ela seria capaz, só que não fez e, talvez não tenha feito por não ter oportunidade, pois ninguém jamais viu Laura depois daquele dia em que ela foi presa. A mulher sumiu.

– Então. É esse sumiço que me assusta. Ninguém some assim. – Agora era a aflição que dominava a voz de Adelle.

– Eu sei. É estranho sim. Olha, dói muito dizer isso. Eu não posso garantir que Laura esteja viva, mas posso garantir que, se ela morreu, nem eu e tampouco sua mãe pode ser responsabilizada por isso.

Emocionada com as lembranças, somada ao fato de Jurgen tê-la chamado de filha, o que ele nunca fizera antes, Adelle se abraçou à ele e chorou. Chorou tanto que molhou a camisa que ele usava. A partir daí, Jurgen pode participar mais da vida de Adelle e ela não teve mais problemas financeiros. Ele chegou até mesmo a propor que ela abandonasse o emprego e se matriculasse em um curso de letras na Universidade de Paris, o que ela recusou, explicando a ele que, nessa altura da vida, ela tinha que seguir em frente com seu trabalho. Então ele a aconselhou a escrever um livro e, quando ela aceitou, recebeu dele como presente uma coisa rara na época, uma máquina de datilografia.

Com sua vida financeira equalizada, morando em um apartamento que Jurgen comprou para esse fim, só permanecendo no nome dele por ela ter se recusado a aceitá-lo como presente e uma pensão mensal que permitia viver sem passar por necessidades, Adelle se dedicou ao seu primeiro livro que foi lançado em 1927 na frança e traduzido para o Português em 1928. Ela reclamou com o padrasto que esse sucesso não era dela, pois sabia que ele havia interferido para a aceitação de seu livro, porém, recebeu dele uma resposta para a qual não tinha mais argumento. Ele lhe disse:

– Tudo bem que eu possa ter contribuído com a publicação de seu livro em dois países, porém, você tem que entender que esse fato não tem nada a ver com o sucesso que ele fez. O dinheiro pode facilitar a publicação, mas dinheiro nenhum do mundo faria com que ele caísse no gosto do povo se não fosse bom.

Com os ganhos pela publicação do livro, Adelle queria restituir a Jurgen todo o dinheiro que ele gastou com ela. Essa sua intenção também foi abortada logo no início diante da total recusa dele que não aceitava sequer tocar nesse assunto. Sem muitas ambições na vida, Adelle viu suas finanças engordarem e, aceitando o conselho do padrasto, começou a comprar ações e, menos de um ano depois, mais uma vez sob a orientação dele, vendeu todas as ações e comprou ativos mais seguros, investindo em ouro e outros bens de fácil conversão em dinheiro e com pouca chance de ser desvalorizado.

O conselho de Jurgen foi dado baseado em suas suspeitas que a economia internacional estava prestes a passar por uma instabilidade que abalaria o mundo, porém, essa sua suspeita não foi o suficiente para salvar suas empresas. Assim, no dia vinte e quatro de outubro de 1929, a tão famosa quinta-feira negra, quando a Bolsa de Valores de Nova York sofreu a maior queda já registrada na história, dando início à Grande Depressão, ele se viu, de uma hora para outra, um homem de negócios com problemas financeiros insolúveis. Quando soube disso, Adelle se deu conta que chegara a hora dela voltar ao Brasil.

Desembarcando no Porto de Santos, onde foi recebida por Jurgen que a esperava, ficou atônita com a transformação ocorrida nele. Jurgen parecia ter envelhecido dez anos e tinha o semblante de um homem derrotado. Sofrendo ao ver a única pessoa no mundo que lhe estendera a mão e cuidara dela quando precisou, não esperou nem regressarem a São Paulo para lhe revelar o verdadeiro motivo de seu retorno ao Brasil e, entregando a ele uma pasta contendo vários documentos, informou-lhe:

– Aí está todas as economias que consegui juntar nesse tempo. Use-o da melhor forma que puder e dê um jeito de melhorar essa sua cara. O que menos preciso agora é de um pai derrotado.

Lógico que a primeira reação de Jurgen foi a de recusar, principalmente, alegando que o momento não era para abrir mão de economias, mas logo descobriu que sua enteada não era mais aquela menina espevitada e alegre e se transformara em uma mulher sábia, pois logo ela deu a entender que não lhe entregava todas as suas reservas financeiras se não tivesse se informado sobre a situação mundial antes e o convenceu com facilidade, principalmente quando disse:

– Olha pai, isso que você tem na mão se chama liquidez. A atual situação econômica do mundo é um prato cheio para quem tem reservas em dinheiro disponível. Você é um homem experiente e sábio e vai saber usar isso para reconquistar o que perdeu.

Pela primeira vez na vida, Adelle viu aquele alemão que posava como um homem duro e implacável, mas que ela sabia ser um homem terno e carinhoso, chorar na sua frente. Comovida, puxou a cabeça dele encostando em seu peito e deixou que ele chorasse. Lembrou-se nessa hora da situação igual ocorrida há quatro anos em Paris, só que lá, foi ela que molhou a camisa de Jurgen com suas lágrimas.

Se o relacionamento com Jurgen era como se fossem realmente pai e filha, com Ygraine que era sua mãe mesmo, não houve como consertar. A velha mulher nunca a perdoara pelo que aconteceu quando ela conheceu Laura e, ao mesmo tempo, Adelle não conseguia entender os atos de sua mãe naquele episódio. Sua mãe fizera de tudo para que ela se tornasse uma mulher infeliz e agora a culpava por sua própria infelicidade. Diante dessa situação, passaram a se tolerar pelo simples fato de que, para a tranquilidade do padrasto, tinha que morar sob o mesmo teto que ele.

Resolvendo ficar no Brasil, Adelle foi trabalhar em um grande jornal na época e continuava a escrever, lançando um novo livro no ano de 1930, novamente um sucesso. Para melhorar ainda mais, uma grande emissora de Rádio havia lançado com sucesso um programa de radionovelas e fez uma oferta para Adelle escrever uma para substituir a que estava no ar e já se encaminhava para o final. Para ela a novidade foi de grande valia, pois além de ter seu nome mais divulgado, ainda se divertia em ter que conduzir a vida dos personagens de acordo com a aceitação e desejo dos ouvintes. Ela chegou até a confessar que pagaria para poder ficar lendo as opiniões de todos e ir dirigindo a trama que escrevia ao sabor da popularidade que a mesma atingia. Gostou tanto que abandonou seu emprego no Jornal que trabalhava e se dividia entre a radionovela e uma nova história que estaria em um novo livro que pretendia lançar em breve.

O livro, para espanto de todos, era baseado em sua própria vida. Adelle, lógico, mudou os locais, os nomes e até mesmo a época, porém, para qualquer um que tivesse convivido com ela ficava claro a que e a quem aquela história se referia. Passou o ano inteiro de 1931 se dedicando a esses dois projetos, pois o sucesso na radionovela foi tão grande que praticamente a obrigaram a escrever o seguinte. Em 1932, no começo do ano, começou a agilizar a impressão do novo livro que foi lançado no dia 23 de maio, por coincidência, o mesmo dia da ocorrência das mortes dos estudantes que provocaram uma revolução.

No mês de agosto, com as vendas do livro paralisadas por imposição da própria Adelle, ela resolveu fazer uma tarde de autógrafos para angariar fundos para os Revolucionários Paulistas. Diante do sucesso que cercava seu nome e a finalidade benemérita do evento, o afluxo de gente foi gigantesco. Adelle começou a autografar livros às treze horas e já passava das dezessete e ainda se formava uma fila dentro da livraria que gentilmente cedeu seu espaço para ela.

O cansaço já a incomodava. Eram horas sentada na mesma posição e as câimbras no braço, provocadas por não parar de escrever dedicatórias e assinar seu nome e já estava pensando em encontrar um motivo para parar. Então, resolveu ser direta e chamou um dos organizadores pedindo para que o número de pessoas na fila ficasse restrito aos que nela já se encontravam e se poderiam marcar uma outra tarde de autógrafos. O homem atendeu ao seu pedido, indo até a fila e informando que até aquela pessoa que no momento era a última da fila, todos seriam atendidos e depois chamou um funcionário para ficar postado ali e informar aos que estavam chegando sobre esse fato. Adelle percebia o movimento, porém, se concentrava em atender às pessoas que estavam à sua frente, porém, não pôde deixar de estranhar quando percebeu que uma pessoa que estava já para ser atendida, saiu de seu lugar na fila e foi ocupar o último lugar. Estranhou, mas não deu nenhuma importância para isso.

Continuou atendendo contando mentalmente quantos ainda restavam, até que chegou a última pessoa. Ela não havia notado, quando essa pessoa mudou de lugar na fila, que era uma mulher, porém, agora se via diante de uma mulher madura e muito bonita, aparentando quarenta anos, vestida com muita elegância, porém, não prestou atenção no rosto daquela mulher, pois tudo o que queria era atender essa última pessoa e poder ir para casa, tomar um bom banho e descansar. Então, perguntou o nome dela e seu corpo sofreu uma paralisia completa ao ouvir:

– Laura. Laura Santana.

Com muito esforço, levantou a cabeça e seus olhos se encontraram. Ali estava a pessoa que amou com todas as suas forças e todas as suas reações demonstravam que esse amor nunca morrera. Com muito custo se levantou e aguardou que Laura desse a volta na mesa e, sem trocarem uma única palavra e diante de uma plateia assustada, beijaram-se dedicando a esse beijo todas as forças e desejos que foram guardados por tantos anos. No gosto, na força e na forma como Laura a beijava, Adelle não teve dúvidas que era amada na mesma intensidade em que amava.

Saíram abraçadas da livraria e foram diretamente para um hotel. Laura quis, depois de terem gozados das vezes cada uma, contar sobre o motivo de ter desaparecido e o como havia vivido todo esse tempo, porém, Adelle colocou o dedo sobre a boca dela exigindo silêncio e avisou:

– Nem uma palavra sobre isso agora. Temos a vida toda para você me contar tudo, pois você não vai a lugar nenhum sem mim. – Enxugou com um beijo terno uma lágrima que nasceu nos olhos de Laura e depois completou: – E eu te contar da minha, lógico.

– Você não vai precisar contar muita coisa, minha linda. Sei de quase toda a sua vida, pois, mesmo à distância, sempre procurei acompanhar todos os seus passos.

Essa era uma declaração que provava o amor de Laura por Adelle, então, quando sua amada recomeçou a falar, Adelle a interrompeu com um beijo em sua boca deliciosa.

A partir desse dia, Adelle e Laura nunca mais se separaram. Ygraine ainda tentou fazer alguma coisa que separasse as duas, porém, dessa vez não contou com a ajuda de Jurgen que deixou claro que apoiava qualquer ato que Adelle fizesse em direção à sua felicidade. Passando por cima dos preconceitos da época, as duas desfilavam e compareciam em eventos públicos, sempre de mãos dadas e não era raro trocarem carinhos diante de todos.

Por iniciativa de Adelle, permaneceram no Brasil até a derrota dos Paulistas na revolução de 1932 e depois viajaram para o exterior. Algumas vezes chegava até Jurgen e Ygraine, notícias do aparecimento delas em algum lugar. Adelle nunca mais escreveu, mas continuava recebendo os direitos dos livros que já publicara e que agora já tinham sido editados em quatro idiomas. Laura voltou a pintar, porém, nunca um quadro seu foi vendido e eram guardados no apartamento que Adelle ainda mantinha em Paris e que, entre uma viagem e outra, elas apareciam por lá. Todos os quadros de Laura eram de uma única modelo. Em todos eles, Adelle aparecia, às vezes totalmente nua, outras com roupas provocantes e uns poucos em cena de sexo com outra mulher de quem só se via o corpo, nunca o rosto, mas olhando para aquele rosto, era fácil ver que a modelo de todos os quadros era Adelle.

Viveram por anos de forma intensa, entregando-se ao prazer e ao amor, até que, em 1939 eclodiu a segunda guerra mundial. Laura e Adelle sumiram de cena e só foram ter notícias delas em 1942, quando um conhecido de Jurgen, achando que ele, por ser alemão, era solidário ao Partido Nazista e a Hitler, contou a ele um episódio em que duas mulheres que trabalhavam para a Resistência Francesa foram fuziladas depois de serem presas em um atentado a bomba.

Essa foi a vida de Adelle. Teve a vida modificada por causa de uma guerra mundial, onde perdeu o pai e depois, em virtude das consequências, veio parar no Brasil, onde em 1922, por causa da Semana da Arte Moderna, uma revolução cultural, conheceu o amor de sua vida de quem foi obrigada a ficar afastada até 1932 quando, em virtude de outra revolução, a reencontrou para viverem juntas por mais dez anos e serem engolidas em outra grande guerra mundial. Porém, ainda vivem através de suas obras. Os livros de Adelle são conhecidos até os dias de hoje e, de tempos em tempos, lançados em novas edições. Quanto aos quadros de Laura, Jurgen os resgatou quando acabou a segunda guerra mundial e os guardou por anos a fio e, já no fim da vida, fez doações deles para vários museus em cidades localizadas em países e continentes diferentes. A arte de Laura é tão realística que, todos que se deparam com uma obra sua comentam que se sentem como se fizessem parte do cenário.

● Na verdade era uma carruagem, pois os serviços de táxis no Brasil surgiram no Rio de Janeiro em 1958, embora já fosse comum desde o início do Século XX em outros países.

FIM FIM

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Comentários

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Amigo que aula de erotismo e história de uma das maiores época da chamada vida moderna parabéns pelo conto nota mil amigão.

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Parabéns NASSAU, mais uma obra fantástica !! Um milhão de estrelas...👏👏👏

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Terminei de ler e parece que fui atropelado. Que conto lindo, Nassau! Apesar do seu final triste...

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