Diário do Santiago - A QUEDA -

Um conto erótico de Santiago
Categoria: Gay
Contém 1519 palavras
Data: 18/02/2022 01:59:25

Essa é uma experiência nova. Quero escrever aqui o meu dia-a-dia. Isso foi uma ideia do meu terapeuta para eu poder analisar o meu dia e acho que seja ridículo. Mas afinal, vamos lá. “Garanta o seu ingresso pra me ver fazendo merda.”

ATENÇÃO

ESTE CONTO TRABALHA COM A PROPOSTA DE IMERSÃO. PARA MELHOR APROFUNDAMENTO NO ENREDO, OUÇA AS MÚSICAS PROPOSTAS DURANTE TODA A HISTÓRIA.

A INSPIRAÇÃO DA HISTÓRIA É FICTÍCIA, PORÉM PODE CONTER FATOS REAIS.

https://youtu.be/BpxrvcYDnf4 (refrão)

Vou me apresentar. Acho no mínimo justo. Sou Santiago Carillo de Oliveira. Carrego 20 anos nas costas. Cara, jovem só na idade porque minha coluna é de 70. Tenho cabelos pretos, olhos da mesma cor e pele branca. Velho, lembrei agora como, nos livros, os autores apresentam seus personagens: “a luz radiante do sol iluminava seus negros cabelos ondulados como as ondas do crepúsculo amazonense”. É legal essa forma, mas sei lá. Não vou ficar me adequado à escrita, apenas te contarei o que aconteceu no meu dia, e depois no outro e no outro. Vou te tratar como fosse meu melhor amigo (a)… amigue? Enfim, é isso.

Eu trabalho numa farmácia, né. Lá o expediente começa às 7h e vai às 15h. A farmácia em si é 24h, mas foram pouquíssimas vezes que precisei ficar de madrugada, normalmente só fico para cobrir alguém. Beleza, acordei, banhei, lanchei e fui. Eu estava caminhando na calçada da avenida onde trabalho e recebi uma mensagem do meu primo Thiago dizendo que precisava ficar hospedado lá em casa já que moro sozinho e somos praticamente vizinhos. Alguns parentes do lado do pai dele viriam ficar em sua casa. Como um ÓTIMO PROCRASTINADOR só visualizei pela notificação, afinal, quem pede abrigo alheio às 6:50 da manhã?

Cheguei na farmácia com uma cara LIENDA!

- Bom dia, seu Paulo. - Até tentei dar um sorriso. Seu Paulo era o senhor que ficava no turno da madrugada no caixa. Ele tem uns 50 e poucos, não é velho, mas todos lá o chamam assim.

- Bom dia, Santiago. - Disse ele olhando por cima do celular que ele tanto olhava. Mirou no relógio e admirou-se. - Chegou antes de começar seu horário? O que deu em você?

Seu Paulo tinha razão. Eu basicamente chegava sempre 5 min depois de começar meu horário.

- Nossa, Seu Paulo, o senhor tem razão. Vou sentar lá na calçada e esperar para me atrasar. - Rimos juntos e ele olhou para a banca de remédios por um instante e me disse:

- O Dr. Rafael vem aqui hoje atender o pessoal e você tem que organizar a banca de remédios. - Olhei para a banca e meu espírito foi a zero. Anéééém…

- Ah não, Seu Paulo! Já basta dessa vida de escravo! - Fui batendo os pés para o estoque. Mas que preguiça! Sério? Tinha nada mais para fazer? É o jeito varrer a casa do Silvio Santos pra ficar rico. No estoque encontrei o Thales, o motoboy, tem uns 40 anos e uma barriguinha. Uma aliança enorme de ouro em seu anelar esquerdo, mas todo mundo lá sabe que ele fica com a menina do caixa do turno da tarde. Mau gosto dela. Fui no meu armário e vesti o jaleco.

- A bela adormecida acordou cedo. - Olho para trás e está Lucas. Ele é meu melhor amigo. Estudamos juntos e também trabalhamos lá juntos no mesmo turno. Ele é preto, não tão escuro, olhos castanhos escuros e seu cabelo é ondulado e preto com umas mechas brancas. Seu estilo é excepcional! Tem um brinco discreto nas orelhas e usa sempre um colar prata.

- Eita! Veio para trabalhar ou para arrumar macho?

- A senhora me respeite. Sou um homem de respeito. - Ele põe suas coisas no armário e veste também seu jaleco. - Eai, você foi ontem na casa da Fernanda?

- Fui nada. Fiquei lá em casa mesmo.

- Uai, achei que ia. Se eu soubesse, iria na sua casa para a gente fazer alguma coisa. - Lucas era todo cheio de brincadeira, quando isso isso ele deu um tapa na minha bunda.

- Ui, ui. Cuidado que você não me guenta. - A gente brinca assim, mas nunca aconteceria nada entre nós.

- Mas é sério. Minha avó está lá em casa, então não posso fazer quase nada. Não posso ouvir música alta, falar no telefone alto. Aff. Meu pai falou que minha cultura é muito obscena a ela.

- Convenhamos que você é uma puta mesmo, Lucas. - Quando eu disse isso ele veio para me bater e eu rindo.

- Caramba, a banca de remédios uma zona e vocês no UFC? - Gelo de ponta à ponta. Quando olhamos para trás, lá está o Dr. Rafael. Ele era o médico que auxiliava a dona da farmácia e atendia de vez enquanto a comunidade. - Daqui a pouco começo a atender. Dona Iranês está aí já, e a banca e minha sala uma zona. Por favor, né meninos!

- Desculpa, Doutor Rafael, já vou arrumar lá a banca. - Disse Lucas.

- Tudo bem. Vai lá. Santiago, pode arrumar minha sala? Preciso que você ponha os exemplares para brindes na prateleira. - Eu tava puto por dentro.

- Claro, Doutor.

“Ficam fazendo de tudo para te atingir, eles agem como animais.” GROOVE, Gloria. FISÓLOFA CONTEMPORÂNEA, ELA.

O resto do dia aconteceu nada de mais. No almoço respondi meu primo e disse que não teria problema dele ficar lá em casa.

Certo momento eu estava onde guardamos os remédios tarja preta e Lucas chegou.

- Velho não aguento minha avó lá em casa. Estão pedindo para eu levar biotônico para a Clarinha. Velho, O QUE ELA TEM DE RUIM? Já come como um leão.

- Calma, moço. É coisa de velho.

- Além que nem dá para eu sair porque ela pergunta onde eu tava, com quem, fazendo o que… e a punheta! Nem posso bater vendo pornô porque…

- Deixa eu adivinhar? O volume é muito alto e ela escuta? - Disse irônico.

- Como você sabe? - Ele fez cara de lerdo.

- Você é surda. Tudo tem que ser no 100%. - Rio dele.

- Santi, deixa eu ficar na sua casa um tempinho? Por favoooor?

- Uai, vey. Sei não. Meu primo vai ficar lá um tempinho.

O Doutor Paulo chama o Lucas.

- Vai, amigo. Por favooor. Certo? Eu to indo hoje. - Ele diz indo para a porta se esfregando pela parede e estendo um dos braços para onde estou. - EU VOU HOJE! SAINDO DAQUI! Isso! Ahhaahh. - Lucas é doidinho da cabeça kkkk.

Quando saio da farmácia vou para a casa de meu primo Thiago. Combinamos de nos encontrar lá.

- Oi, Santi! - Disse minha tia com um sorriso lindo no rosto.

- Oi, tia Lourdes. Bença. - Estendi minha mão e sorrio.

- Deus te abençoe. Como você está? - Ela sorri.

- Estou bem graças a Deus. O Thiago está aí?

- Está sim. Está no quarto. Vai lá.

Vou em direção ao quarto e bato na porta.

- Entra. - Ouço a voz de Thiago. Entro no quarto e ele diz: - Eai, Santi. - Thiago está sentado na cama olhando para o guarda-roupa. Ao seu lado está a mala aberta.

- Eai, de boa? - Batemos nossas mãos. - Está pronto?

- Quase. Na verdade, acho que sim. - Diz ele se virando e fechando a mala. - Vamos?

- Sim, sim. Mas te falar, você se importa em dividir quarto? - Ele faz uma cara engraçada.

- Uai, como assim? Você não tem dois quartos?

- Não, não é para mim. - Explico a ele. - Um amigo do trabalho também quer passar uns dias lá em casa.

- Uai, de boa… tem nada não.

Sendo assim fomos para casa. Thiago se acomodou e arrumou suas coisas. Lucas ia enrolar um pouquinho porque mandei ele ir ao mercado já que não tínhamos nada em casa. Literalmente a queda.

- Thiago, me ajuda pegar esse colchão e pôr do lado da sua cama. - Venho arrastando um colchão para Lucas e Thiago me ajuda.

- Santi, eu conheço esse menino? - Pergunta Thiago.

- Uai, Thiago, ele andava comigo lá no colégio. O nome dele é Lucas. Lembra dele?

- Lucas de quê? - Todos nós estudamos na mesma escola, porém em turmas diferentes. Formamos há dois anos.

- Lucas Albuquerque.

- Ah, Albuquerque! Lembro ele. Estudei com a irmã dele. Thaís.

- Sim, sim. - Batem no portão. Abro e Lucas entra.

- Espero que gostem de pizza de frango com catupiry. -Ele ri. Antes d’eu falar Thiago diz:

- Até que é boa. Mas trouxe a coca? - Todos rimos.

- Primo, e as celulites? - Bato na perna dele.

- Ah, me deixa! - Desde já deixo claro que meu primo é hétero. E todos riem.

Comemos e deixei eles se ajeitarem. Fui para meu quarto um pouquinho, faço umas leituras e olho meu tiktok. Os meninos estão em seu quarto.

Depois de um bom tempo, saio para beber a água para dormir. Existe um corretor onde estão os quartos e em seu final, o banheiro. Noto que a luz está acesa e a porta entre aberta. Do modo que vejo não parece que tenha alguém. Penso: “Deixaram a luz acesa. Lógico! Eu quem pago a luz!” Caminho ao banheiro e enquanto me aproximo do quarto onde os meninos estão, ouço uns gemidos abafados masculinos. Fiquei pasmo e MUITO SURPRESO. Sexo mesmo. E aquelas batidas fap fap fap. MAS QUE PORRA É ESSA?

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