Casamento arranjado. Capítulo 4

Um conto erótico de Alex Silva
Categoria: Gay
Contém 1668 palavras
Data: 22/01/2022 23:17:31
Assuntos: Gay, Homossexual

— Olha, foi mal... — Eduardo coça a cabeça sinicamente.

— Isso foi muito constrangedor! — o encaro.

— O que foi?

— Dá pra você cobrir essa... coisa?! — coro desviando o olhar daquilo.

— Até parece que ‘cê nunca viu uma dessa... Além do mais, eu tô de cueca.

— Acho melhor você começar a dormir de short. — vou em direção ao banheiro — A propósito, o Feh vai dá uma passadinha aqui hoje.

— Quem é “Feh”?

— Um colega da faculdade.

— Hum... — ele fala cruzando as pernas e pondo as mãos em cima de suas áreas baixas apertando-as.

****

Depois de fazer minhas atividades, que incluía o bolo de chocolate do Eduardo, fui para o jardim; aquele lugar de certa forma me encantou desde a primeira vez que eu o vi. Deito na grama e fico encarando o céu, de repente tudo parece um sonho, pois jamais imaginei que estaria casado tão jovem e muito menos praticamente rico.

A única coisa ruim, se eu for parar para pensar, é o fato de tudo ser um contrato. Eu daria tudo pra ter casado com alguém que eu amasse de verdade e fosse rico, mas a vida não funciona assim e pensando bem, não sei se sou capaz de amar novamente agora, pelo menos não depois que eu terminei com o Luigi... Eu amava aquele cafajeste. Era uma delícia pensar que alguém me amava, mas tudo não passou de uma mentira.

[Flashback]

Estou exausto, trabalhei de manhã até a tarde e depois fui pra faculdade, nem deu tempo de tomar um banho. Me sinto imundo, uma sensação bem desagradável, não vejo a hora de chegar em casa, preciso curtir meu namorado e de lambuja, sua massagem.

O ônibus para e eu desço tropeçando em meus próprios pés de tão cansado que me sinto e caminho rapidamente em direção ao apartamento do Luigi. Eu aluguei uma kitnet pra mim, onde deixo a maioria das minhas coisas, mas ultimamente eu estou praticamente morando com ele.

Pego a minha cópia da chave, abro a porta e entro; jogo a mochila no sofá e vou tomar um copo de água me sentindo esgotado, porém aliviado de já ter chegado aqui.

— Anjo?! — chamo enquanto coloco o copo na pia; a casa está estranhamente calma e não o vejo em lugar algum, então me dirijo ao quarto e começo a ouvir uns barulhos estranhos; franzo as sobrancelhas empurrando a porta — Anj...?!

O que eu vejo a minha frente é quase como um tapa na minha cara. Luigi está na cama com o vizinho, ele o segura firmemente pela cintura o estocando enquanto o outro se agarra a ele gemendo como uma puta.

Sinto meu coração falhar uma batida e uma dor ardente se depositar próxima ao meu peito, minha garganta de repente parece se fechar, eu não tenho ação de nada e os dois nem sequer me notam enquanto fodem descaradamente na minha frente. Finalmente saio do meu transe, limpo a garganta, que está tão seca ao ponto de doer, e falo com um fio de voz que sequer parece minha.

— Luigi... — sussurro já sentindo as lágrimas ameaçando caírem.

— André?! — ele se assusta ao ouvir minha voz, mas não se mexe um centímetro de onde está; o vizinho faz menção de se levantar, parece totalmente desconcertado, mas Luigi o segura no lugar — O que você tá fazendo aqui, André?

— O QUE EU TÔ FAZENDO AQUI?! EU QUE DEVERIA ESTAR FAZENDO ESSA PERGUNTA! — minha voz me trai e embarga falhando — Não acredito que você me traiu... e ainda mais com ele, na sua casa! Devia ao menos ter tentado esconder, seu babaca.

— Quê?! Eu não te traí, a gente só tava ficando, não era?! Porque eu precisaria esconder alguma coisa?!

— Você tá falando sério?! A gente tava praticamente morando juntos!

— Bom, isso é porque você simplesmente começou a vir, e já que ‘cê já tava aqui mesmo, melhor pra mim... Facilitava a foda, não era?! — ele alisa o rosto do vizinho sorrindo sinicamente pra mim — Eu nunca disse que não ficaria com mais ninguém, pensei que você também pensava assim! Além do mais, você também curtia o sexo... Mas sabe, o tempo passa e nossas necessidades mudam, eu precisei mudar de cenário e experimentar coisas novas e olha só... Agora tenho carne nova, porque eu ficaria com a velha se possa ter uma fresquinha?!

— Pois eu espero que você seja muito feliz com a sua “nova carne”. — dou as costas e saio batendo a porta do quarto.

— Fecha a porta quando sair... e deixa a sua chave em cima da mesinha de centro. — ele grita de dentro do cômodo.

— Cafajeste! — digo entre lágrimas de raiva e decepção — Isso não vai ficar assim, mas não vai mesmo!

Vou em direção a cozinha pego o machucador de tempero e dou com toda força na tela da TV de quarenta polegadas, pego a faca, passo no sofá, viro os dois e retorno para a cozinha, então jogo todos os pratos e copos de vidros no chão e saio correndo porta a fora sem fechá-la, como ele pediu.

[Fim do flashback]

— Que droga! — falo enxugando as lágrimas.

— O que aconteceu? — levantei assustado com a voz grave que quebra o silêncio — Porque ‘cê ‘tá chorando?! — Eduardo me encara desconfiadamente com um prato repleto de bolo de chocolate nas mãos.

— Nada... só eu que sou um idiota!

— Como assim? — ele pergunta comendo um pedaço do bolo enquanto franze as sobrancelhas.

— Deixa pra lá! — volto a deitar na grama e fecho os olhos o ignorando, não quero responder a mais nem uma pergunta, porque elas só servem para abrir mais a ferida.

****

— Bicha, que mansão é essa?! — Feh fala entrando admirado.

— Eu sei... É um espetáculo, não é?!

— É sensacional!

— Tem doze quartos, oito banheiros, duas salas, uma cozinha enoooorme, uma biblioteca, uma mini academia... fora o que eu não sei ainda.

— Tem piscina?

— Claro que tem!

— Então vamos nos trocar, porque hoje eu vou me esbaldar.

— Eita... kkkk

— Cadê seu marido?

— Deve tá lá na piscina. — vamos em direção ao quarto que o Feh vai ficar.

— E como tá sendo tudo isso? — ele pergunta entrando no quarto.

— Olha, eu vou te contar tudo, mas não conta isso pra ninguém, entendeu Felipe?! — ele assente e começa a procurar algo na mala.

****

— Nossa migo, deve tá sendo difícil.

— Muito! Ele é um cavalo... muito mal educado.

— Como é ter que ficar beijando ele? — Feh me pergunta parecendo mais animado do que deveria com aquilo, enquanto descemos em direção à piscina.

— Normal​...

— Ele beija bem?

— Sim, mas ontem eu vomitei, porque ele ficou arrotando no jantar, aí eu lembrei na hora do beijo e deu merda.

— Oxe, e o que tem de mais num arroto?

— Você sabe que eu sou enjoado pra essas coisas. — Chegamos à piscina.

— Caraca, que piscina é essa, meu querido?! — Eduardo, que está do outro lado, tomando um banho de sol, nos encara quando chegamos, mas eu o ignoro o máximo que dá.

— É aquele ali?!

— Tsk, vamos, vou te apresentar a ele. — digo por que sei que ele não vai me deixar em paz enquanto eu não o fizer; ele sorri animado — Eduardo esse é o Feh, Feh esse é o Eduardo! — Eduardo levanta e aperta a mão do Feh rapidamente.

— Prazer!

— Prazer! — fala voltando a deitar pra tomar o banho de sol logo em seguida.

— Aaaah, isso que é vida! — Feh entra na água alegremente — Vem, André.

— Não, acho que não! Tô bem aqui. — falo sentando na beira da piscina.

— Tira logo esse short e entra aqui... antes que eu vá aí te buscar.

— Tá! — tiro o short ficando apenas de sunga, viro de costas pro Feh e jogo o short em direção as espreguiçadeiras.

— Amigo, que bundão é esse?! — ele ri — Tá maior ou é impressão minha?

— Larga de besteira... É impressão sua! Tá do mesmo tamanho de sempre.

— Caramba, fiquei até com calor aqui embaixo agora, não é a toa que teu marido não tira os olhos dela. — sinto minhas bochechas queimarem.

— Eu não tô olhando pra lugar nenhum. — me assusto com a voz do Eduardo atrás de nós, ele parece irritado.

— Ah, vai... não precisa mentir! — pulo dentro da piscina.

— Vamos parar de idiotices! — me recosto na borda da piscina e Feh faz o mesmo.

— Cara, ele é um gato e não tira os olhos da sua bunda. — Feh sorri malicioso e ergue as sobrancelhas com duplo sentido imposto no gesto, eu apenas o ignoro.

— Eu tô ouvindo isso sabia?! — Eduardo fala novamente e eu me sinto cada vez mais constrangido; vou matar o Felipe depois.

— Sabe o que eu tô lembrando? — mudo de assunto — Dá última vez que estivemos em uma piscina... Você tirou minha sunga e saiu correndo! — Feh começa a rir.

— Foi uma brincadeira, afinal era seu aniversário.

— Amei o presente! — reviro os olhos e mergulho, agarro a sunga dele e a abaixo.

— Me devolve, idiota! — ele grita quando eu consigo pegar a sunga por completo.

— Vem pegar! — saio da piscina e começo a andar de costas, mas acabo tropeçando em meus próprios pés e caindo sentado no colo do Eduardo.

— Porra, que ‘cê tá fazendo?! — ele me empurra e eu acabo caindo de mau jeito — Para de ficar se esfregando em mim, droga, eu já disse que não sou gay! — eu o encaro com os olhos marejados, me sinto péssimo e com ódio também, pra piorar meu pulso está doendo como o inferno.

— Feh, me ajuda aqui, por favor... acho que quebrei o pulso.

— Calma! — ele fala saindo da água, pega a sunga, veste e segura meu braço me ajudando a levantar — Seu Idiota! — ele encara o Eduardo furioso.

— Deixa, Feh... só me leva pro hospital. — começamos a ir em direção a garagem — Você sabe dirigir? — ele concorda.

— Bem que você falou que aquele cara é um cavalo! — ele dá partida no carro com raiva.

— Nunca mais vou dirigir uma palavra a ele!

— Mas, e o contrato?

— Posso beijá-lo e dormir na mesma cama, mas vou ser frio e mudo... Vai ser como se ele não existisse.

— É uma boa tática!

~ Continua...

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