Casamento arranjado. Capítulo 3

Um conto erótico de Alex Silva
Categoria: Gay
Contém 1991 palavras
Data: 22/01/2022 23:15:50
Assuntos: Gay, Homossexual

Quando finalmente chegamos em casa, após as compras, já é por volta das cinco da tarde e vou direto pra cozinha, pois quero preparar logo o jantar pra depois poder descansar em paz. No começo, pensei em fazer algo mais elaborado, mas cheguei a conclusão de que estou muito cansado, por isso opto por fazer uma coisa mais simples.

Caminho até a cozinha e ponho tudo em cima da mesa, ponho o avental que tem aqui e lavo as mãos tirando alguns ingredientes das sacolas e pondo na pia. Enquanto isso o Eduardo me acompanha com os olhos, ele me seguiu até aqui e agora tá me assistindo cozinhar da porta da cozinha e isso me irrita, afinal ele devia ir procurar algo mais útil a se fazer ao invés de ficar só ocupando espaço.

— E o meu bolo? — ele finalmente se cansa de ficar em pé e entra no cômodo sentando à mesa.

— Vou deixar pra fazer só amanhã, não vai dar tempo de fazer hoje.

— E o que você vai fazer pra gente comer?

— Comida normal...! Arroz, macarrão, frango, feijão e uma salada básica. — digo enquanto corto os legumes calmamente, decidi não me estressar com ele hoje.

— Hum... — ele resmunga desanimado se levantando da cadeira — Queria comer algo gelado!

— Eu fiz mousse de... — nem preciso terminar a sentença, porque ele já abriu a geladeira — Eu não sei se já tá bom; acabei de fazer, deve tá mole ainda!

— Tá! — ele diz, mas mesmo assim tira o recipiente do congelador.

— Não come tudo, em!

— Huhum...

— Eu tô falando sério...!

— Tsk, que saco... Larga de ser chato! Eu só vou comer um pouquinho, beleza?! — ele pega uma porção e coloca em uma vasilha — Tá vendo?! Só um pouco... Eu já vou guardar!

— Tá, agora vai lá pra fora, vai... Não gosto de cozinhar com gente olhando!

— Por acaso você vai colocar algo aí que não quer que eu veja?! — reviro os olhos — Tipo veneno...?

— Até que não seria uma má ideia — sorrio amarelo —, mas não vale a pena ser preso por matar você!

— Então porque não quer que eu veja você cozinhar?!

— Porque não consigo me conectar! — ele ergue as sobrancelhas e se levanta rindo, indo em direção a sala — Idiota!

Depois que aquele idiota finalmente me deixa em paz, posso finalmente me concentrar no que estou fazendo e aproveitar o momento e claro que não posso fazer isso sem música, então pego meu celular e escolho uma, coloco no volume máximo e logo em seguida a voz da Adele toma conta da cozinha.

****

Me sinto um caco, finalmente a comida está pronta e o cheiro está ótimo, então nem me dou ao trabalho de chamar o Eduardo, assim que termino de cozinhar, subo pra o quarto, tomo um banho, visto uma camisa grande e uma boxer por baixo e só então desço pra jantar, já me sentindo revigorado; estou saboreando a comida quando Eduardo entra na cozinha com uma cara nada boa.

— Por que você não me chamou?!

— Porque não sou obrigado a fazer isso, e não é meu dever! Ou por acaso sou seus pais?!

— Você é a porcaria do meu marido! — eu rio baixo sem parar de comer a minha comida — Pelo menos no papel, então é sim seu dev...

— Cala essa boca e come logo​ essa merda! — ele se senta e me encara com raiva.

— Passa o arroz. — lhe entrego a vasilha.

— Ah, j á ia esquecendo...

Levanto e pego o refrigerante, vou pegar os copos também, mas os infelizes estão na prateleira de cima e eu sou um anão, claro que não alcanço, mesmo ficando na pontinha dos pés... Que humilhação.

— Tks, deixa que eu pego, anda, sai daí. — Eduardo fala atrás de mim e sua respiração quente se choca no meu ouvido me fazendo tomar um baita susto e bater a cabeça no armário.

— Ai... Seu Idiota! Nem ser gentil você consegue...

— Será que dá pra parar de me chama de Idiota?! E quem disse que eu tô “tentando ser gentil” com você?! Eu só quero um copo pra poder beber o refri... Não aguento mais você...

— Se você é um idiota quer que eu te chame de quê?! — pego os copos da sua mão.

Voltamos pra mesa e nos sentamos um de frente pra o outro e o Eduardo começa a comer de um jeito assustador, é quase como se ele se tornasse um bicho quando vê comida e isso me deixa enjoado.

— Porque você não usa os talheres e tenta comer devagar?!

— Vê se não enche! — ele fala pegando um pedaço de frango assado com a mão — Porque você não deixa de ser tão chato e se preocupa com a sua vida?! Vai assistir uns pornô, isso aí é abstinência.

— Arg... Porque tinha que ser sessenta milhões, Senhor? Por quê?!

— Passa o refri!

— Toma!

— Ah, que delícia! — ele diz tomando o conteúdo do copo todo de uma só vez e arrotando logo em seguida.

— Meu Deus, isso só pode ser castigo! — Eduardo pega mais um pouco de macarrão — Você parece um morto de fome, e aparentemente desconhece o que são “modos à mesa”.

— Terminei! — ele diz me ignorando e limpando a boca com a barra da tolha da mesa.

— Não limpa a boca com essa merda não, seu idiota!

— Ah, vai se foder... De tudo você reclama!

— Vai você, porco! — levanto e vou pra sala, nem consegui terminar de comer direito, todo o showzinho do babaca nº 1 me deixou com ânsia.

Ao chegar à sala, sento no sofá e me acomodo da forma mais confortável possível com o estômago revirando e em seguida ligo a TV, passo os canais um a um até que paro em Esquadrão da Moda; estou entretido quando o Eduardo se joga no outro sofá me assustando.

— Lavou os pratos?

— Lavei, merda! — por ele tem que ser tão chucro?!

— Pelo menos isso!

— Muda essa porcaria pra algo que preste!

— Não!

— É sério, muda de canal, não vou ficar assistindo essa merda! — ele diz e joga uma almofada em mim com força, esta bate no meu ombro.

— Tsk, para com isso, já disse que eu não vou mud... — antes de terminar de falar recebo outra almofadada, dessa vez na cara — Seu filho da... Argh! — atiro o controle na cabeça dele — Pega essa merda, eu vou assisti no quarto! — levanto com raiva e subo pro quarto.

Ao chegar ao quarto, fecho a porta e me atiro na cama ligando a TV, depois de um tempo, quando já estou distraído novamente, rindo das cafonices da participante, meu celular toca me tirando do meu transe.

— Alô?

— André seu prostituto... — a voz de Feh, meu amigo da faculdade, ecoa do outro lado da linha — Como assim você casa e não me diz nada, vadio?!

— Ah, desculpa Feh, foi tudo tão de repente que nem eu acredito ainda que fiz isso...

— Desculpa, minha pica... Quando você ia me falar que se casou? Quando batizasse seus filhos?

— Calma aí né, Felipe, não é pra tanto! Na verdade eu casei no cartório, não foi nada demais.

— Não acredito que ‘cê não me convidou... — percebo que ele está chorando — Você sabe que eu te amo... e você faz umas coisas dessas comigo! Pensei que eu era seu melhor amigo!

— Não Feh, eu te imploro, por favor, me desculpa. É que foi tudo muito rápido, eu juro! Faz assim, vem pra cá amanhã que eu te explico tudo.

— E por acaso eu sei o seu novo endereço?! E ainda mais essa... se mudou e não...

— Larga de ser dramático, Felipe! Vem pra cá e eu te explico tudo, tá certo?! Vou mandar o endereço pelo WhatsApp!

— Tá, tá, tá, tchau que meu boy chegou!

— Não tava chorando?

— Passou... Vou chorar agora, mas por outro motivo... Acredite, são vinte e dois centímetros de...

— Tá, chega... Tchau!

— Quanto mede o do seu marido?

— Felipe... eu tô pouco me importando com o tamanho do pau dele — percebo que não estou sozinho no quarto.

— Mas, não pense que essa conversa acabou em, André... ainda tô com raiva de você! — Feh diz isso e resmunga mais alguma coisa, porém eu já desliguei.

— Você sabe que não pode me trair, né?! — Eduardo me encara de longe.

— Sei...!

— Então, acho melhor você esquecer desse pau que...

— Foi só uma brincadeira do Feh! — digo rapidamente, mas não preciso me explicar mais, pois ouço o barulho de um celular tocando.

— Oi?! — Eduardo atende e logo em seguida sua cara se fecha mais ainda — Aaaah, tá! Vou colocar no viva-voz!

— Aqui é da equipe de monitoramento! Percebemos que até o momento vocês dois estão infligindo uma regra...

— Que regra?! — franzo as sobrancelhas.

— Ficou decidido que ambos deveriam se beijar no mínimo três vezes ao dia e vocês só se beijaram uma vez... no casamento!

— Meeerda! — sussurro.

— É só isso! Continuaremos na espera, e só mais uma coisa... É um BEIJO e não um selinho. — desligaram.

— Isso tá virando uma bosta!

— Não tá virando, já virou! Tsk, eu não vi nenhuma câmera, como eles...?!

— Tem uma bem ali, escondida no teto... é muito pequena. — o encaro.

— Bom, vamos logo com isso! Quanto mais rápido fizermos, mais rápido acaba.

— Dois né? — Eduardo me olha e eu concordo de má vontade — Então tá! — ele se aproxima lentamente e meio inseguro, envolve uma daquelas mãos enormes na minha cintura segurando-a e se inclina pra frente, pra me alcançar, já que sou bem mais baixo; mal consigo me preparar mentalmente pra isso e a boca dele já está na minha, ele me beija de um jeito assustador — Pronto, agora só falta mais um!

— Calma, deixa eu recuperar o fôlego! — coloco a mão no peito dele o parando e tomo fôlego — Pronto!

— Então aí vou eu. — reviro os olhos — Cuidado pra não desmaiar. — ele diz sarcástico e enquanto me beijava, eu me lembro dele arrotando e fico com ânsia novamente.

— Chega! — o empurro e saio correndo pro banheiro limpando minha boca com as costas da mão; vomito toda a comida que comi no jantar e volto pra o quarto esgotado.

— Eu beijo tão mal assim, é?! — ele pergunta chateado quando deito ao seu lado na cama, com a cara no travesseiro.

— Acabei me lembrando das suas nojeiras durante o jantar e não consegui evitar.

— Larga de frescura, foi só um arroto! — ele fala se levantando e tirando a roupa ficando apenas de boxer, voltando logo em seguida pra cama.

— Você não vai dormir assim, né?!

— “Assim”, como?!

— Só de cueca!

— Mas você tá só de cueca!

— Mas a minha camisa é grande o suficiente pra cobrir tudo.

— Não quando você fica na ponta dos pés pra pegar algo...!

— Não apareceria se você não estivesse olhando pra minha bunda quando eu fui pegar os copos, seu pervertido!

— Larga de bobeira! Você que ficou se insinuando com essa bunda enorme! Eu só olhei por olhar, não era como se desse pra ignorar, mas você não me interessa nem um pouco!

— Então concordamos pelo menos nisso, porque eu também não tenho o mínimo interesse em você... E veste logo alguma coisa!

— Eu não! — ele fala deitando na cama e se enrolando — Chega pra lá! — me empurra.

— Chega você! Essa cama é muito pequena pra nós dois! — fico de lado e sinto sua pélvis encostar na minha bunda — Tsk, vira pro outro lado!

***

O claro do sol entra pelas frestas que a cortina deixa me fazendo despertar, ainda sonolento tento me mexer, mas algo pesado em volta da minha cintura me impede, torno a me deitar na posição que estava e sinto algo duro na minha bunda; engulo em seco me sentindo incrivelmente irritado logo de manhã... Ninguém merece, e tudo por causa desse idiota dormindo ao meu lado.

— Era só o que faltava... — digo tirando seu braço de cima de mim, ele acorda assustado e me encara.

— Que susto, porra!

— Susto?! Susto quem tomou fui eu! Afinal fui eu em quem acordou com seu braço em cima de mim e sua pica colada na minha bunda!

Continua...

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Comentários

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AAAAAA, ISSO TA MTO BOM KKKKKKKKKKKK

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