Borboletas sempre voltam II Capítulo 29

Um conto erótico de Arthur Miguel
Categoria: Gay
Contém 1793 palavras
Data: 28/06/2021 18:09:07
Assuntos: Amor, Gay, Mistério, Sexo, Tesão

Capítulo 29

Desde que começou no novo emprego, Daniel vem se destacando muito na empresa. Assim como fazia na redação de Bruno, o jovem jornalista se dedica afinco ao trabalho e a agradar a nova patroa. Sempre se mostra solícito e competente, pronto para ser prestativo, o que o rendeu muitos elogios e a simpatia dela.

Com fim do mês pago por Jonas na estadia do hotel, Daniel alugou um pequeno apartamento que ficava próximo da redação.

Com o dinheiro que desviou de Cláudio comprou a mobília necessária para viver de forma confortável.

Ele almejava mais. Visava obter uma promoção no trabalho e com isso um aumento de salário. No entanto, o sucesso profissional não era o seu maior objetivo de vida.

Desde que teve a noite de sexo com Jonas desenvolveu por ele uma obsessão doentia. Pôs na cabeça que Jonas seria seu e faria de tudo para que isso aconteça. Daniel acreditava piamente na sua obsessão, chegando a fazer planos para a festa de casamento e a viagem de lua de mel do casal.

Investia pesado nessa conquista. Enviava nudes para Jonas antes de ser bloqueado. Criou um perfil fake para stalkear os passos do seu desejo. Sempre dava um jeito de estar nos mesmos lugares que Jonas estava. Não se importava com as grosserias, humilhações, desprezo e até agressões que sofria de Jonas. Ele acreditava que Jonas o amava e era uma questão de tempo para que ele percebesse e se entregasse nos seus braços.

Naquela manhã de segunda-feira, foi trabalhar animado. Ele havia recebido uma ligação de sua chefe dizendo que gostaria falar com ele com urgência.

De primeira, Daniel concluiu que se tratava de uma promoção. Vestiu a sua melhor uma calça Jeans rasgada nos joelhos, uma blusa preta e um paletó vermelho. Nos pés um par de tênis all Star vermelho. Os cabelos pretos fazendo contraste com a sua pele branca caiam pela testa. E os lábios naturalmente rosados realçavam ainda mais o seu sorriso atrevido.

Ao pôr os pés na redação o seu perfume francês, que furtou de Bruno, exalava pelo ar agradando o olfato de todos.

Chegou distribuindo "Bom dia" com um sorriso.

Bateu na porta da chefe e ouviu a permissão para entrar. Entrou pedindo licença e fechando a porta.

Ao olhar para a direção da chefe, o seu sorriso se apagou. Os pequenos olhos orientais se arregalaram, lançando ódio em direção a Cláudio.

Ver o padrasto sentado em frente a chefe fez o seu corpo gelar e o seu coração bater acelerado.

_ O que você está fazendo aqui?

_ Vim mostrar a sua verdadeira face para a sua chefe!

_ Mariana, tudo que esse homem disser é mentira! Ele é louco! É obcecado por mim!

_ Não adianta mentir, erva daninha! Eu tenho provas que você é um ladrãozinho de merda! Tenho testemunhas e vídeo da câmera de seguranças, que registraram os seus roubos. E nem adianta contar a mesma mentira que contou a sua mãe, dizendo que roubou para ter dinheiro para fugir de mim, porque eu te estrupava! Isso é mentira!

_ Eu não minto! Mariana, eu roubei sim e me envergonho muito por isso. Mas, era o único jeito que encontrei para me livrar deste homem nojento! Ele me estuprava todos os dias! Por causa dos atos cruéis desse monstro que a minha mãe se matou!

Mariana era uma mulher com os cabelos platinados e curtos com uma longa franja. Ela o observava por trás das lentes dos seus óculos redondos com o olhar de decepção.

_ Esse homem é um tarado nojento! Um pedofilo estuprador!

_ Você tem provas disso, Daniel?

Daniel olhou para trás, espantado ao ouvir a voz de Bruno. Seu espanto aumentou ao ver um homem negro e alto, vestindo terno e gravata, portando uma pasta em mãos.

_ O Cláudio pode provar todos os seus desvios do caixa da lanchonete dele. E você? Pode provar as suas acusações de estupros?

Daniel o olhava franzindo o cenho, sentindo o coração bater acelerado de raiva e medo.

_ Espero que tenha provas, porque vai precisar delas para se defender do processo que o Cláudio já moveu contra as suas calúnias. O doutor Wagner Dias aqui é o advogado do seu padrasto. Ele é o melhor da cidade. Espero que tenha dinheiro para contratar um bom advogado, porque você vai precisar. Já o Cláudio não vai precisar se preocupar com as despesas jurídicas. Eu faço questão de arcar com cada centavo.

_ Escute aqui, seus...

_ Veja lá o que vai dizer do meu cliente, mocinho. Os processos que o senhor responderá será por calúnia, difamação e danos morais que causou ao meu cliente. Já temos testemunhas. Eu até ouso a dizer que essa é uma causa ganha, já que o meu cliente nunca o abusou sexualmente. Agora, para as suas calúnias há testemunhas.

Daniel cruzou os braços, com ar desafiador, erguendo as sobrancelhas.

_ Posso saber quem são essas tais testemunhas?

_ Eu._ disse Bruno, penetrando o olhar irônico sobre Daniel._ Eu sou testemunha de todas as mentiras sordidas que contou a respeito do Cláudio.

_ Eu também serei testemunha.

Daniel arregalou os olhos para Mariana.

_ Eu confesso que quando o Bruno me contou tudo o que você aprontou eu fiquei muito enojada, mas não esperava que fosse tão cínico de sustentar as suas mentiras com tanta firmeza. Como mentiu na minha frente, doutor Wagner, pode incluir o meu nome como testemunha também.

_ E não pense que parou por aí não, ser das trevas. Eu registrei um boletim de ocorrência na delegacia sobre os seus roubos e também te processarei por isso. Terá que responder na área criminal! Você vai pagar por tudo que fez a mim e a sua mãe. As suas maldades não ficarão impunes!

Mariana levantou da mesa.

_ Bom...diante de tudo isso, não preciso nem dizer que você está demitido. Eu sou muita amiga do Bruno e ele te recomendou muito para a vaga de jornalista aqui na minha redação. Bruno é uma ótima pessoa, tem um bom coração e te ajudou muito...chegando até a te abrigar na casa dele. E você ao invés de ser grato, se uniu ao Jonas para causar uma dolorosa decepção ao meu amigo. Tudo isso acrescentando as canalhices que fez ao seu padrasto e as mentiras que contou para a sua mãe.

"Daniel, você é o escorpião da fábula. Aquele que picou o sapo que o ajudou atravessar o rio. Se você fez o que fez com a sua família e com um homem que foi o seu amigo, o que não faria comigo? Eu não vou pagar pra ver. Quero que saia imediatamente da minha empresa. E saia pela porta dos fundos! Não quero que isso gere fofoquinhas e atrapalhe o expediente."

_ Eu sempre fui um bom funcionário e você não pode me demitir por justa causa só por tomar as dores do seu amiguinho! Eu vou correr atrás dos meus direitos!

_ E quem disse que será por justa causa? Você receberá tudo o que tem de direito. Não por causa das suas ameaças, e sim porque ao contrário de ti, eu sou uma mulher honesta! Você vai embora hoje e voltará amanhã, as 3 da tarde com a carteira de trabalho e para receber o que terá que receber. Agora, fora daqui!

Além de todo constrangimento que estava passando, pesava em Daniel o olhar debochado e o sorriso cínico que Bruno direcionava. O jovem sabia que Bruno se deliciava com o prato frio da vingança, e isso alimentava as chamas do seu ódio.

Saiu da redação como um furacão. Colocava as suas coisas numa caixa organizadora sem olhar para os rostos curiosos dos colegas de trabalho.

Indo em direção ao carro carregando a caixa, parou surpreso ao ver Cláudio, Wagner e Bruno a sua espera.

_ O vocês querem, hein? Já não cansaram de tudo o que me fizeram passar? Eu não vou mais ouvi mais nenhuma palavra de vocês. Saem da minha frente!

Quando Daniel pôs a mão para abrir a porta do carro, Wagner o entregou um papel.

_ O que isso?

_ É uma ordem judicial para que devolva o carro que o senhor pegou do meu cliente.

Daniel suspirou fundo, apoiando a caixa no carro, lendo o papel. Jogou as chaves do carro em Cláudio e se afastou, atirando a caixa no chão.

_ Ladrão!

Daniel virou as costas, se afastando e Bruno foi atrás.

_ Daniel! Pode ficar tranquilo que eu sou tão bonzinho que não te denunciei por ter roubado o meu perfume. Pode ficar de esmola!

Daniel olhou para trás, encarando Bruno.

_ Eu não roubei o seu perfume. Foi o seu ex marido que me deu! Ele me disse que tinha fetiche em me comer na sua cama, sentindo o seu cheiro no meu corpo.

Indignado com o atrevimento de Daniel, Bruno pôs as mãos na cintura, abaixando a cabeça, girando-a negativamente.

_ Você e o Jonas se merecem! São dois baixos! Espero que você faça bom proveito do traste traidor.

_ Ah, mas eu vou fazer. Com isso você não precisa se preocupar. O Jonas terá comigo tudo que não teve com você. Eu sou muito compentetente na cama. Prova disso é que de você ele corria, alegando cansaço. Mas, corria para os braços todos os dias para gozar gostoso.

Bruno ergueu a cabeça para encara-lo.

_ Com você Jonas terá mesmo tudo que não teve comigo. Porque comigo ele não tinha desrespeito, não tinha imoralismo, não tinha mentiras e trapaças. Tudo isso ele terá com você.

Daniel cruzou os braços e o olhava com deboche.

_ Você ficou com raivinha porque perdeu o homem pra mim e desceu baixo, ajudando o Cláudio a me prejudicar. Eu não tenho a sua vida, preciso de um emprego para pagar o meu aluguel! Você se julga o bonzinho e melhor do que eu, mas você é cruel!

_ Uh, é! Pede ao seu cliente! Ou por acaso o Jonas não te paga o programa?

_ Não é programa! É amor! Eu não sou um interesseiro como você, que depenava o pobre coitado para satisfazer os seus caprichos! Foi por isso que o Jonas cansou de você! Ele estava começando a enxergar quem você é de verdade! E quando souber de tudo que fez comigo, vai ficar ainda enojado de ti!

_ Eu não vou perder o meu tempo com as suas loucuras. Preciso ir trabalhar, porque o meu dinheiro não vem do rabo que eu dou para o marido alheio. Te desejo sorte. Espero que consiga um bom viaduto para se abrigar em dias de chuvas.

Bruno se afastou sorrindo.

Daniel o olhava por trás prometendo vingança em pensamento.

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Comentários

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Aqui não. Vou mandar q bicha pra esse lado da ponte Rio-Niterói. Kkk

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Meu Deus, que babado. Mas a minha pena pelo Jonas continua hahahahaha

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