Divã - As confissões da Senhora Telles (Parte 3 de 4)

Um conto erótico de Fmendes
Categoria: Homossexual
Contém 4453 palavras
Data: 08/06/2021 19:22:37

Naquela manhã, a senhora Telles chegou animada. Cumprimentou entusiasmada a minha secretária e entrou, já com os cabelos soutos e sem os habituais óculos escuros.

Parecia eufórica, como uma adolescente que precisa contar imediatamente uma fofoca antes que a informação lhe escape da memória. Não esperou sequer eu me sentar para começar a narrar...

*

Então... Já que posso te contar tudo. . quero admitir algo que fiz nesse fim de semana... É que... Eu fui uma menina um pouco travessa...

Cristian e eu fomos a um luxuoso Spa. Gostamos de passar um tempinho assim fora de casa. Não chegam a ser férias, mas um momento só nos dois, para nos desligarmos do mundo. Raramente repetimos o lugar, pois é sempre bom conhecer estabelecimentos novos. É nossa maneira de nos aventurarmos

E esse Spa é particularmente bom. Percebemos assim que entramos pela qualidade no atendimento. Muito educados todos os empregados, sem serem exageradamente simpáticos. Sabe doutor, nunca gostei de pessias que riem demais. Sempre me soam falso.

Então, era uma tarde quente na área externa. Eu apreciava o sol, enquanto meu marido jogava tênis com o instrutor. Enquanto me deliciava com meu gin sabor melancia, apreciava o espetáculo apresentado.

Adorava olhar Cristian se exercitar. É um exímio tenista meu marido. E por melhor que o instrutor fosse, não fazia frente.

Aquela exibição de força, a supremacia de um homem impondo-se a outro. Ver Cristian em um universo tão masculinizado me encheu de desejos.

Mas algo me passou pela percepção também. Era sutil, mas eu percebi.

Saber da verdade sobre meu marido me fez abrir os olhos para a possibilidade de que um flerte não poderia vir apenas do sexo feminino, mas de outros homens também.

Então, comecei a notar a maneira como o instrutor elogiava Cristian, como o incentivava e, mais ainda, como o olhava.

Meus instintos investigativos estavam mais afiados que nunca. Havia interesse. Em Cristian não notei reciprocidade, mas muito provávelmente se devia a prossimidade de minha pessoa.

Agora o instrutor, esse não havia dúvidas. Mesmo que tentasse disfarçar, notava como seus lábios umedeciam, seus olhos estreitavam. O nítido olhar de um predador para a presa.

Foi então que me dei conta como o universo dos homens é mais agressivo. Nós mulheres sempre nos queixamos de como os homens nos tratam como pedaços de carne em um açougue. Não disfarçando quando viram o rosto para ver uma mulher passando, como parecem literalmente babar diante de qualquer rabo de saia.

Mas essa pouca sutileza existe também quando um homem se mostra interessado em outro. Só que de forma mais feroz, mais faminta. Como se não houvesse ali apenas um jogo de sedução, mas um verdadeiro embate de forças. Mesmo no flerte, os homens tratavam a si mesmos como numa competição. Cristian com certeza sobrepôs-se ao instrutor no jogo e este parecia ávido em dar o troco, de outra forma.

Tal pensamento me fez subir um calor, que não era oridundo da temperatura em torno nem do álcool. Quando terminaram, me levantei, e parabenizei os dois pelo jogo.

- Como poderia perder, tendo tão linda mulher torcendo por mim - e me beijou com carinho. Mais uma forma de se exibir para o homem derrotado.

- De fato o senhor é um jogador expendido, senhor Teles.

Cristian sorriu, então, num leve relance, pude ver em seus olhos um brilho especial, enquanto fitou rapidamente o corpo do seu adversário.

O instrutor era um excelente exemplar do sexo masculino tambem. Moreno, estatura baixa, mas muito forte. Pernas musculosas e panturrilhas grossas. Tinha uma tatuagem no braço, vestia o uniforme do clube, que nele parecia feito para realçar seus dotes fisicos. A bermuda branca exibia parte de sua coxa bem definida e sua bunda volumosa. E a blusa polo azul com a logomarca do spa chamava a atenção para seu peitoral e seus braços musculosos.

- Desculpe, não sei seu nome - me apressei em perguntar

- Lorhan, senhora.

- Muito prazer, Lorhan. Trabalha há muito tempo aqui?

- Não, senhora. Assumi tem pouco mais de 15 dias a parte de massoterapia e aulas de tênis.

Então, houve o estalo de uma idéia.

- Entendo... Sabe que você falando, lembrou-me que ainda não fiz uma massagem. - comentei.

- Por que não pede a Lorhan, amor? - O próprio Cristian sugeriu - suponhamos que seja melhor massagista do que tenista - alfonetou e ambos riram.

- Sou capaz, senhor. Os clientes nunca reclamaram.

- Séria ótimo. E você Cristian. Quer tambem?

- Ah, não, não - meu marido ia se esquivar e eu logo me queixei.

- Ah, Cristian, por favor. Você nunca fez uma massagem comigo. Eu acho que me sentiria muito mais a vontade tendo meu marido perto.

- Mas você sempre fez e nunca precisou de mim - lembrou

- Mas hoje eu quero. - teimei - e não aceito um não. - e me virei para Lorhan - Não se preocupe, ele vai fazer comigo. Quem sabe assim ele deixa dessas besteiras machistas sobre um homem não poder ser tocado por outro.

Acho que fui sutil o bastante em meu comentário. Espero que sim.

O fato é que agendamos com Lorhan o próximo horário. Fomos para o quarto onde nos banhamos e eu me despi. Cristian olhava meu corpo com aprovação enquanto eu vestia o roupão.

- Imagina, ficar nua diante de um homem desconhecido. Você deveria prezar mais pela honra de sua esposa - brinquei e ele sorriu.

- Sei que a tentação deve ser irresistível, mas dúvido que alguém aqui se atreveria a algo. Eu o mataria sem pensar duas vezes.

Eu ainda me suspreendia como Cristian transitava da delicadeza para a frieza de forma tão natural. Eu senti a verdade em suas palavras, seu instinto protetor, seu orgulho em ser o macho Alpha.

- E tu, não vai se despir - questionei

Cristian riu e, sabendo que não conseguiria dobrar minha vontade, tirou a roupa e se envolveu na toalha.

Lorhan chegou e eu me deitei na cama, Cristian esperou sentado na cadeira. Eu seria a primeira.

O toque de Lorhan era forte, porém suas mãos eram macias. Sua habilidade com as mãos eram sublimes. De fato, tinha nascido para aquela profissão. Porém, os sons que eu emanei conforme ele me apertava, foram, mesmo que sinceros, um pouco intensificados pela necessidade de atiçar meu marido.

Quando virei o rosto em sua direção, notei que meu marido mudara de postura, que me olhava com algo que de imediato não entendi.

Fiquei preocupada, pois parecia incomodado, com ciúmes.

Mas ao mesmo tempo, havia uma outta centelha, algo novo que eu não havia visto antes.

E foi então que eu finalmente identifiquei. Não sei dar um nome àquele sentimento, mas o identifiquei, pois foi o mesmo que senti quando o vi com o nosso motorista. O lado do ego ferido, vendo a mulher gemer nas mãos de outro homem. Mas ao mesmo tempo um súbito interesse, uma vontade de que aquilo continuasse. Uma necessidade de testemunhar algo que a princípio deveria lhe causar repulsa.

Eu então me soltei mais, conforme Lorhan massageava meus pés e minhas coxas, subindo perigosamente em direção ao glúteo.

Lorhan parecia de alguma forma conectado a nós. Pois ele agia dentro daquilo que eu esperava dele, sem sequer ter o conhecido prévio de minhas idéias.

Sempre que chegava próximo de uma área íntima, ele se aproximava ao máximo com suas mãos, deixando a tensão entre nós três chegar ao limite, até que, no último instante, trocava de região e ia massageando outra.

Cristian parecia um touro, preso àquela cadeira enquanto via o matador balançar a toalha a sua frente. Seus olhos iam de Lorhan a mim, cheios de raiva e desejo. Não sabia dizer qual de nós dois despertava quais sentimentos em Cristian. Muito provavelmente os dois. Eu, como a esposa adultera, me permitindo gemer nas mãos de outro homem, desrespeitando a presença do marido a quem ela jurou amar e honrar. E ele, o empregado que parecia conhecer algo do corpo daquela mulher que ele não conhecia, que conseguia despertar nela sensações as quais ele, Cristian, nunca conseguiu. Sensações não necessariamente melhores ou piores, mas inéditas e as quais ele como marido não conhecia. Que deveria conhecer

E fruto dessa relação conturbada de sentimentos contraditórios, sentia brotar nele o desejo de competição, a necessidade de mais uma vez provar sua supremacia

Eu podia ver Cristian empurrando Lorhan, subindo em cima de mim e me montando, como um peão experiente ensinando àquele jovem cheio de poses como se doma àquela égua.

Não sei se era algum tipo de dom, onde eu conseguia ler os desejos de meu marido, ou se eram apenas frutos de minha mente já lesionada pelo prazer, perdida em um mundo de aventuras e possibilidades. Mas eu me deliciava com cada perspectiva que saltava de minha mente.

- A senhora está bem, senhora Telles? - Lorhan perguntou, naquele tom carregado de profissionalismos, mas também com aquela pontada de malícia.

- Estou no paraíso - desabafei.

- Creio que já seja o bastante. - Cristian soltou de repente. Em tom educado, porém inflexível.

Eu então me ajeitei, olhando meu marido naquela postura de um touro pronto para o ataque. Lorhan não se atreveu a questionar. Eu, tão pouco. Afinal, manillpular aquela linha tênue que transitava entre a raiva e o prazer era algo dificil e qualquer passo em falso poderia acarretar em uma frustração.

Então, fingindo não notar o duelo interno de Cristian, eu concordei.

- Verdade. Estou sendo egoista. - e me levantei, me enrolei na toalha - Sua vez, querido.

Mas Cristian não se levantou de imediato, me olhava com aquele desejo que eu conhecia tão bem, a vontade de arrancar meu roupão e me possuir ali mesmo. Teria sido interessante, talvez, mas meu objetivo ali era outro. Queria aquele meu marido de volta, mas sabia que ele precisava de um outro estimulo para vir em sua concretude. Ou será que era eu quem precisava daquela parte do ritual? Já não saberia diferenciar.

Cristian então se levantou, e deitou de bruços, pondo a toalha cobrindo a cintura nua.

Quando Lorhan subiu na cama para começar, eu então iniciei o teatro. De sobressalto, anunciei:

- Oh não. Esqueci de ligar para Silvia.

- Mas o que tem ela? - Cristian não entendeu.

- Estamos ela e eu responsáveis pela organização do evento de Páscoa do clube. Fiquei de lhe passar algumas coisas hoje de manhã, mas olha a hora. Vou ali fora ligar, tentarei não demorar, prometo.

- Mas amor, ligue daqui. - sugeriu.

- Nem pensar. Eu ficar falando desse evento no seu ouvido, é a última coisa de que precisa para relaxar. Vou lá para o saguão, me sento no bar e lá poderei deixar as coisas claras. Afinal, se eu não intervir, o evento de Páscoa será uma tragédia. Conhece o gosto de Silvia.

E deixando bem claro que a questão estava encerrada, fui ao banheiro onde vesti rapidamente uma calcinha e um vestido e saí, calçando minhas sandálias.

Lorhan acompanhava meus movimentos com devida atenção. Cristian tinha em seu rosto certa preocupação, como uma criança que de repente é deixada sozinha com um estranho.

Finalizando meu teatro eu saí do quarto, fechando a porta atrás de mim, passei pela pequena sala que dava acesso ao corredor, abri a porta, mas não saí. Apenas a fechei, alto o bastante para ser ouvido do quarto.

E esperei em silêncio.

Com cautela, pé ante pé, sem fazer barulho como um gato, voltei para a porta do quarto e encostei o ouvido.

- Bem, esperemos que sua esposa retorne logo.

- Não vai - Cristian declarou - quando se envolve nesses eventos, esquece do mundo. É muito caprichosa.

- Bem, então seria bom o senhor relaxar e aproveitar sua massagem. Deite-se, vamos.

Alguns segundos depois, escuto o primeiro gemido de meu marido.

- Homens de negócios como o senhor costumam ter tensão nos ombros

Continuou, E a cada segundo, me deliciava com o arfar prazeroso de meu marido.

A curiosidade me matava e eu quase cometo uma falta. Pois não resisti a curiosidade e abri um pouco a porta, correndo o risco de ser pega.

Mas Lorhan estava tão concentrado em meu marido, que não me notou. E Cristian tinha a cabeça afundada no colchão. O espelho grande da cômoda me deu um ângulo estratégico para a cama, me permitindo acompanhar tudo sem a necessidade de me expor mais.

Lorhan agora massageava as panturrilhas, mas olhava para a toalha com malicia nos olhos. Aquele olhar de predador, vendo a vitima indefesa a sua mercê...

Suas mãos habilidosas subiram pela coxa, passando um pouco do ponto e tocando rapidamente a bunda de meu marido. Cristian estremeceu brevemente, mas nada falou

Um grande sorriso se abriu no instrutor e ele fez de novo. E de novo. Até que tirou a toalha, deixando a bunda de Cristian exposta. Introduziu a mão em forma de lâmina bem entre as nádegas. Meu marido gemeu novamente, dessa vez menos controlado.

Lorhan dedicou um bom tempo as coxas e as nádegas de Cristian, que não fazia nada. Ficava imóvel deixando seu corpo a disposição daquele homem.

Então, agaixando para a frente e com bastante atenção na nuca de meu marido, Lorhan abriu as nádegas e, suavemente beijou entre elas

Mais uma vez Cristian se sobressaltou, mas ainda assim, nada disse

- Sabia - regorgizou com trunfo - sabia que o senhor gostava de um carinho especial.

E voltou a baixar, enfiando a lingua com menos pudor, devorando a bunda dele.

O glúteo de meu marido se contraia conforme era atadado e ele gemia de forma abafada, com o rosto colado no colchão.

Lorhan então levantou, arriou a própria bermuda e comecou a passar óleo de massagem no membro rígido.

Então tirou a blusa para não sujar e se deitou por cima dele, encaixando.

- É isso que tá faltando? - perguntou, enquanto enfiava.

Cristian gemeu novamente, perfurado por Lorhan.

- Fala. É isso que ta querendo? - o instrutor se deliciava. - Vamos, diz - e penetrou com força, obrigando-o a reagir. - Fala logo. Curte rola, não é?

E começou a foder com violência. Era bonito de ver a desenvoltura com que ele metia. A forma como sua cintura gingava, sua bunda carnuda se contraia. Tinha talento, era forçada a admitir.

Os estalos promovidos ecoavam pelo quarto, equalizados com os gemidos de meu marido.

- O que foi? A mulher não tá aí então não quer mais cantar de galo, é isso? Cade o machão de mais cedo?

E penetrava mais.

- Tua mulher não ta mais aqui para te proteger, agora tu é meu, seu puto. - e segurou a parte de trás da cabeça de Cristian e enfiou com força contra o colchão, abafando mais seus gritos. - Vou te dar o que tu quer. O que tu gosta de verdade.

E fincou mais. Empurrando a cabeça de Cristian, tratando-o com tanta brutalidade. Eu fiquei dividida naquele momento.

Um lado meu ficou furiosa. Era meu marido e ele o estava faltando com respeito, o estava tratando mal. Mas também, tinha o outro lado. O da mulher traída. Ela dizia 'Bem feito'. Ela gritava 'Isso, judie, machuque. Ele merece. Ele deixou a própria mulher para se divertir com outro homem'

E esse conflito interno me era tão divertido, tão... Diferente de tudo o que senti.

- Chora não. Chora não. Não adianta gritar pela mulher não. Ela ta longe agora, não vai ouvir - Lorhan continuava. Ao zombar dele enquanto o comia como um animal furioso.

Instintivamente, fui deslizando a mão por dentro de minha saia e me toquei. A outra mão me apertou o próprio seio e eu mordi o lábio para não gemer alto. Estava úmida. Senti assim que toquei o dedo.

Então ele parou, pegou meu marido e com um movimento, girou seu corpo. Depois lançou suas pernas para o alto, fazendo ficar quase de ponta cabeça. Cristian se equilibrava com a ponta dos pés e as costas apoiadas na cama, enquando sua bunda era obrigada a estar no alto.

Lorhan se levantou, tirou a roupa e, encaixando-se por cima, desceu, cravando como uma lança em meu amado Cristian, que gemeu mais alto, de forma quase chorosa.

- Caramba. Que delícia. Quem diria que o machão gostava tanto de pau. Quem diria.

Diz ai, o machão curte ser corno também? Gostaria de me ver traçando sua esposa? Ela geme igual putinha, assim como você?

Nesse instante, tudo aconteceu muito rápido. De repente, as pernas de Cristian subiram e prenderam o instrutor acima dele. Num gesto forte, ele foi lançado contra a cama, preso nos músculos da coxa de Cristian.

- Respeita a minha mulher - falou numa voz calma e ferina. Uma a qual eu só vi Cristian usar uma vez na vida. Anos atrás, contra o próprio tio. Uma vez que ele, um tanto quando alcoolizado, me faltara com respeito em um jantar de família. Uma voz educava, porém fria, daquelas que não precisa elevar o tom para deixar bem clara que aquela era uma ameaça legítima.

Lorhan desabou na cama, preso sob o golpe de meu marido

- Desculpa - tratou logo de pedir, surpreso e assustado.

Meu marido o soltou e se pôs de joelho. Ainda contrariado.

- Cansei. Vira de quatro. É a minha vez. - declarou, em tom cortante.

Lorhan ia gaguejar algo, mas Cristian não lhe deu espaço. O pegou e o virou, forçando-o a ficar de quatro, como uma cadela.

Enquanto passava o óleo no próprio órgão, o então dominador pediu:

- Por favor, toma cuidado eu nunca...

Mas Cristian o empurrou contra o colchão, encaixou e, com calma e precisão, foi penetrando.

Lorhan se agarrava a colcha, dedos em garra enquanto seus músculos enrijeciam com o esforço de receber o membro de Cristian. O grito engasgado na garganta conforme o órgão de meu marido o cavava.

Devagar e sem parar, ele entrou por completo. Deu um tapa na bunda no instrutor e forçou sua cintura a se erguer. Então começou a penetrar

Eu acariciava meu clitoris com mais força, estasiada diante daquela cena. Mordi mais meus lábios. Não podia gemer. Não podia ser vista. Mas meu corpo parecia ter vontade própria. Somente quando Cristian urrou, elevando o rosto conforme despejava-se dentro do homem, que eu despertei e sai dali. Sem fazer barilho, saí do quarto rapidamente, desci o elevador e sentei, eufórica no saguão.

- Aconteceu alguma coisa, senhora? - a recepcionista veio até mim - uma água, por favor - pediu para um outro empregado que ali passava.

- Estou bem, querida. Obrigado - tentei parecer - eu só... Eu só... Estou emocionada.

- Aconteceu algo ruim? Deseja que chame uma ambulância?

- Não... Somente que... Aconteceu algo maravilhoso - e sorri, aceitando a água ofertada.

Quando voltei ao quarto, escutei o som do chuveiro. Entrei e vi apenas meu marido, tomando um banho.

- Como foram os ajustes com Silvia, querida?

- Conforme imaginado. Ela falando um monte de besteiras e eu mandando fazer tudo ao contrário. - e ri.

Ele desligou o chuveiro e abriu a porta, o corpo forte e molhado aberto para mim. Pegou a toalha e me encarou, conforme se secava.

- Essas suas amigas não saberiam onde estariam se não fosse por você - elogiou e eu me fiz de humilde.

- Apenas gosto do que faço. - e o encarei de volta.

E lá estava ele. Aquele olhar. Aquele ar de quem tem tudo sobre controle, que sabe o que quer. Acho que minhas pernas ficaram bambas de imediato. Pois naquele dia, eu tinha visto uma faceta nova de Cristian: a do homem que subjugou outro, capaz de impor a força sobre outro homem. E pela primeira vez fiquei desejosa de sentir tal potência. Em nossa relação, eu sempre tive a voz ativa. Cristian sempre foi dócil às minhas vontades. Exceto naqueles momentos, que ocorriam de tempos em tempos. A diferença era que agora eu sabia controlar esses impulsos, sabia como prever, e como incentivar.

Ele veio andando na minha direção, secando os cabelos. Órgão ereto balançando orgulhoso a cada passo. Eu fui me recostando na pia, me encolhendo como uma pobre lebre diante da raposa.

Minha respiração foi ficando afobada de novo. Me senti molhar, diante da iminência. Sua lança já estava posta, quando ele parou diante de mim, me pegou pela cintura e me pôs sentada na pia gelada.

- Será que agora seu marido terá direito a um pouco de sua atenção?

Sua voz era decidida, como quando ele estava prestes a fechar um grande negócio.

- Meu marido está se sentindo excluído? - fingi dó.

Ele então me pegou pela nuca. Uma pegada forte, firme. Porém, como tudo que vinha de Cristian, delicado para comigo.

- Adoro quando faz pouco caso de mim - sussurrou, me olhando fundo nos olhos e puxando minha calcinha.

Abriu minhas pernas e introduziu a mão, me fazendo gemer instantaneamente.

- Está molhada - percebeu com um sorriso triunfante, massageando os grandes lábios e então brincando com o clitóris. - Me diz, o que te excitou? A massagem? Ou a conversa com Silvia?

Eu não consegui responder e ele me beijou. Um beijo profundo, invasivo. Sua lingua logo me tomou por completo e eu perdi o ar. Ele tirou a mão e encaixou o membro, fazendo escorrer rapidamente para dentro de mim.

Senti meu interior dilatar para receber Cristian, e depois apertar, espremendo seu órgão dentro de mim.

- Te amo, cara mia - declarou e meu coração parecia que ia explidir.

- Quanto tempo não me chama assim - estremeci quando sua mão desceu a alça do meu vestido e massageou meu seio.

Cristian me penetrava, me fazendo deslizar sobre o marmore frio. Eu então o entrelacei com minhas pernas, na tentativa de não ser levada pelo encontro de corpos.

Seu corpo é tão lindo, minhas mãos se perderam, tentando agarrar, apertar, alisar cada centímetros. Até arranhar ele o fiz, tamanho meu prazer...

Então, num segundo de lucidez que tive em meio aquele turbilhão de orgasmos, eu agarrei novamente sua bunda. Mas desta vez não me limitei a isso. Eu... Ai que vergonha... Não sei o que me deu... Eu.. enfiei o dedo... Um pouquinho...

*

- E como seu marido reagiu? - perguntei.

Renata não respondeu de imediato. Mordendo o dedo como uma menina travessa.

- Ele parou, e me olhou surpreso. Mas ele não estava chateado... só... Surpreso...

*

- O que está fazendo? - questionou, um riso nervoso nos lábios

- O que? - apesar de assustada com minha própria ousadia, me fiz de firme em minha atitude. Enquanto circundava seu orificio com meu dedo. - Você é meu marido... Teu corpo é meu.. todo ele... Eu tenho direito a qualquer parte que eu achar atraente.

E Cristian sorriu. Aquele fogo nos olhos. Ele relaxou o glúteo e meu dedo entrou um pouco. Deixou-me brincar com sua honra. Então me segurou novamente pela nuca e fincou com força. Um golpe forte, preciso. Depois outro... E outro... Ele me penetrava assim, com movimentos controlados, fortes, precisos. Seu rosto, convertido em uma máscara fria, calculista...

- É assim que quer brincar? - sua voz soou suave. Era um convite, ou uma ameaça? As duas opções me excitavam.

Eu enfiei mais o dedo e ele fincou mais forte ainda. Cada pancada daquelas me fazia delirar e eu enfiava o dedo aguardando o próximo golpe com ansiedade.

- O que houve contigo, hoje? - quis saber - Primeiro, me abandona nesse quarto, depois chega cheia de atrevimento?

Eu apenas sorri

- Acho que estou passando por uma fase rebelde de minha vida - admiti - talvez precise de um pulso firme para me fazer entrar nos eixos. Você tem sido mole demais comigo...

Cristian jamais me trataria com desrespeito. A menos que tivesse partido de mim o desejo. E naquela tarde, ele entendeu o recado. Me pegou no colo, caminhou comigo fincada em seu membro até a cama e me lançou sem pena de bruços sobre o colchão macio.

Pegou meu vestido e o rasgou.

Um 'La renta' que me custou mais de quinhentos reais. Escutar o pano se romper foi tão... Foi tão... Sublime.

Ele montou por cima de mim como um animal e me fodeu. Não penetrou, não fez amor comigo... Só fodeu, fodeu como a menina má que eu era.

- Eu te amo - falou ao meu ouvido. Mesmo no personagem, ele não conseguia ser totalmente rude comigo hahahha.

- Mesmo eu gemendo como uma putinha? - falei quase sem pensar. Cheia de malicia.

Ele riu mas sei que não reconheceu a referência. Apenas lambeu meu ouvido e depois falou ao pé do meu ouvido:

- Tu é o que quiser. Desde que seja minha.

- Hoje eu quero... Eu não quero ser sua esposa. Não quero ser sua 'Cara Mia'

Cristian então se ergueu, apoiando as mãos em minhas costas

- Que assim seja, então

Então começou a me penetrar com violência. E eu senti, com uma mistura de adrenalina e prazer, o que o Lorhan sentiu.

Mas Lorhan era um homem fraco e eu uma mulher forte.

Pois só os fortes conseguem se manter firmes mesmo quando as circunstâncias os colocam pra baixo. Conseguem, mesmo ao se sujeitarem a outro ser, manter a postura e assim a dignidade.

Pois Lorhan não soube se entregar, ele apenas se submeteu. Eu, não, estava totalmente entregue. Pois a um abismo de sentido entre se entregar e se submeter.

Meu marido é um homem forte. Daqueles que mesmo abaixo de outro homem, são firmes, másculos, seguros de si. Lorhan, por outro lado, se diminuiu, não sendo capaz de aguentar a potência de meu homem. Percebendo logo de imediato que brincara com forças com as quais não conseguiria lidar. Eu não. Eu queria toda a força que Cristian pudesse despejar.

Eu sentia suas penetradas e me perguntava: por quê ele chiou tanto de uma coisa tão maravilhosa? Como não aguentou Cristian em sua forma mais bestial? Algo tão sublime. Eu, como uma mulher mais forte, esposa de um homem forte, aguentaria. Na verdade não aguentaria, me entregaria e gozaria.

Cristian se inclinou para frente e pegou meus seios. Mas não os massageou como duas pérolas como sempre fazia. Mas os apertou a seu bel prazer. Não respeitou meu corpo, apenas o usou. Meteu como quis e eu... Imobilizada por sua força, por seu peso, só pude ficar imóvel e receber... Receber e gemer... Rompi a primeira vez... Meu corpo paralizado pelas sensações. Rompi a segunda. E ele não parou... Teria eu que indicar Cristian para o Guiness, no lugar do marido de Roberta?

A terceira veio mais forte. Chegou a doer. Mas eu não podia pedir pra parar. Não ia chorar como o massagista. Eu não era fraca

Hahaha...

Acho que nós mulheres somos de fato mais fortes, não é mesmo?

*

Os olhos de Renata marejaram com a lembrança.

- Será possivel, doutor... Será possivel aquele homem com quem me casei, e aquele homem em que ele se converte quando está com outros homens serem a mesma pessoa?

Eu esperei ela concluir o raciocínio. Afinal, ela não queria uma resposta. Já a tinha.

- É possível eu amar os dois e... Querer... Vez ou outra... Ser tratada pelo outro Cristian?

E me olhou.

- Você sabe a resposta - respondi simplesmente - Você está conhecendo melhor seu marido... Apenas isso... Sempre foi ele. Agora você o tem por completo.

Siga a Casa dos Contos no Instagram!

Este conto recebeu 30 estrelas.
Incentive Fmendes a escrever mais dando estrelas.
Cadastre-se gratuitamente ou faça login para prestigiar e incentivar o autor dando estrelas.

Comentários

Foto de perfil genérica

Haaa fabio seus contos salvadores do meu dia , que bom que eu li hoje , precisava desse alento pra minha alma , mesmo nao te conhecendo você é uma pessoa especial em minha vida , obrigado por escrever historias que nos tocam a por dentro. Sao um alento após um dia dificil . Um beijo estalado.

0 0
Este comentário não está disponível
Foto de perfil de Almafer

Adorei muito bom nota mil Maravilha parabéns

0 0