Meu despertar - o começo (parte 3)

Um conto erótico de Michellecd
Categoria: Crossdresser
Contém 2405 palavras
Data: 04/05/2021 04:34:29

Meu despertar - o começo

(3°parte)

Durante uns três anos cumpri minha promessa de não mais vestir nenhum tipo de roupa feminina.

Procurei namorar para esquecer, e continuar minha vida de pré adolescente como todo garoto da minha idade, porém, esse namoro não durou cinco meses. buscando melhorar minhas notas, comecei a me envolver com a menina mais nerd da minha sala.

Vou chama – lá de Cinthia... sem dúvida ela era a garota mais inteligente da turma, sempre se prejudicava por passar cola para os colegas da classe, tadinha dela.

Acho que foi durante uma aula de educação física que pela primeira vez me senti atraído por ela.

Vou tentar descrever mais ou menos como a Cinthia era naquela época, afinal faz anos que essa história aconteceu.

Ela era morena clara, cabelos negros e olhos castanhos, um corpo lindo com coxas grossas e bumbum médio, seios em desenvolvimento, mas de um tamanho considerado para usar sutiã.

“GENTE, NESSA ÉPOCA EU CURTIA GAROTAS” por isso não pensem que sou bissexual, ok?

Então, durante o jogo de vôlei, comecei a reparar como essa garota mexia comigo, seus cabelos longos amarrados em um rabo de cavalo, uma blusinha justa e uma sainha plissada curta completavam seu look....ah um shortinho por baixo caso os meninos mais assanhados, quisessem dar uma olhadinha na calcinha da garota 😂😂😂.

Enfim... quando terminou o jogo, perguntei se podia acompanha lá no caminho de volta pra casa, afinal morávamos próximos.

Durante o caminho até a casa dela, conversamos bastante sobre várias coisas, aproveitei pra perguntar se ela tinha algum namorado. Com muita dificuldade ela me disse que não tinha namorado, fiquei confiante em me declarar e quem sabe namorar com ela. Aí foi que ela disse... namorado não, na verdade eu gosto de garotas, sou lésbica.

Fiquei triste, mas tentei disfarçar dizendo...

Eu: que pena que sou um garoto, senão poderia namorar com você, mas falei isso brincando.

Cinthia: verdade, né?.... se você fosse uma garota, seria muito gata e muito gostosa também.

Eu: 😄😄😄gostosa? Por que?

Cinthia: já deu uma olhada na sua bunda?.... Nossa, como você ficaria gostosa com essa bunda se fosse uma garota.

Na hora fiquei vermelho de vergonha por dois motivos. Um porque reparando bem, ela tinha razão, minha bunda parecia mais de menina que menino.... e o outro, porque por um segundo cheguei até a querer ser uma garota só pra poder namorar com ela.

O pior é que ela reparou que fiquei envergonhado.

Cinthia: Edu, porque você ficou corado assim?

Eu: nada não.

Cinthia: vai...fala! Você é gay?

Eu: credo Cinthia. Não tenho nenhum preconceito, mas não sou viado não.

Cinthia: que pena... se você fosse gay, ficaria lindo com uma calcinha fio dental nessa bundinha linda e até te dava um beijinho.

Eu: jura? Não que sou gay, mas se eu estivesse de calcinha você me beijava?

Cinthia: claro que sim!

Mudei de assunto, mas confesso que essa ideia não me saia da cabeça.

Cheguei em casa e minha avó chorando muito me falou que houve um acidente de carro que meu tio, meu primo, e a minha prima morreram. Minha tia Carina estava em estado grave no hospital, mas estava viva.

Fiquei em choque... eu e a Michelle nos falamos ontem a noite e hoje fico sabendo que ela morreu...😢😢😭😭😭😭. Não que não senti a perda do meu tio e do meu primo, mas com a minha prima eu tinha mais intimidade.

Mamãe chegou pra levar meus avós para o hospital pra visitar minha tia. Como não seria bom levar meus irmãos menores pro hospital, minha mãe me pediu para ficar com eles... porém como estava chateado com ela sobre o episódio com meu irmão Márcio, disse que seria melhor deixar eles com outra pessoa.

Minha avó me pediu com lágrimas nos olhos para ficar com os meninos.... como foi ela que me pediu, eu fico!

Depois de horas todos retornaram, minha mãe ficaria na casa dos meus avós para organizar o velório e o enterro. O clima em casa estava péssimo, eu não queria nem comer de tanto que estava sofrendo com a falta dela.

Meu pai chegou no dia seguinte para o velório. Meu irmão Marcelo queria ir junto portanto sobrou pra mim novamente ficar com meus irmãos menores. Na verdade não queria ver minha prima em um caixão e aceitei ficar com os menores em casa. O Caio já estava com seis anos e o Márcio com quatro, ou seja, nenhum deles usavam mais fraldas.

Estava arrasada com tudo que estava acontecendo, mas cuidei dos meus irmãos com muita responsabilidade. Meu pai trouxe mamãe para descansar um pouco para depois enfrentar o enterro.

Marcelo ficou com meus avós até o final do velório. Eu estava na cozinha preparando um lanche quando minha mãe me pede pra sentar e conversar com ela.

Mãe: Duda queria lhe pedir desculpas pelo que disse a você naquele dia. Sua avó me explicou o que realmente aconteceu. Eu agi por impulso pelo o que vi, como você me disse que por curiosidade usou as roupas da sua prima, imaginei bobagens. Mas deveria ter perguntado a você o por que de estar fazendo aquilo. Me desculpa filho?

Meus olhos encheram de lágrimas porque amava minha mãe e como não perdoar meu exemplo de vida?

Eu: claro que sim mãe. Eu é que tenho que pedir perdão a senhora por ter lhe decepcionado usando roupas de menina.

Choramos muito abraçadas uma na outra, e juramos que nunca mais de imaginar nada antes de saber de fato o que aconteceu.

Depois do enterro, meus pais precisaram voltar para a casa deles e como faltavam apenas três dias para as férias, meu irmão Marcelo e eu passamos de ano no colégio então mamãe queria levar a gente junto. Chamei minha mãe e pedi a ela pra ficar na casa da vovó porque queria ficar perto do hospital para visitar tia Carina.

Meus avós ainda reforçaram o meu pedido e mamãe acabou deixando eu ficar.

Depois de quinze dias após o enterro da família dela, minha tia estava de alta e como ainda estava muito fraca pra seguir viagem, acabou ficando uns dias com a minha avó até se recuperar.

O tempo que titia ficou com a gente, praticamente eu fazia tudo que ela me pedia para deixa lá mais relaxada. Durante esse tempo, minha tia ficou mais próxima à mim e parou de dizer que eu era afeminado, ou nas palavras dela, afrescalhado.

Chegou o dia em que minha tia teve que voltar pra cidade onde ela morava. Ela ainda estava muito fraca e precisava de certos cuidados. Liguei para meus pais e pedi pra mamãe para me deixar ficar uns dias com tia Carina até ela se recuperar do choque por ter perdido toda a família nesse acidente. Mamãe pediu pra falar com vovó, pela conversa já sabia pela resposta negativa da minha avó que era para saber se ela poderia ficar com minha tia.

Então, ela acabou deixando eu ficar com titia pelo menos até terminar as férias escolares.

Com toda essa agitação, acabei esquecendo da Cinthia e nem procurei ela para dizer que ficaria uns dois meses fora de São Paulo.

Chegou o dia da viagem e notei que tia Carina estava além de fraca, estava também muito triste... durante a viagem ela só chorava e não falava nada comigo. Era como se eu não existisse, mas eu estava lá consolando sempre que podia.

Adormeci e quando acordamos já estávamos na rodoviária. Minha tia coitada estava com o rosto inchado de tanto chorar. Antes de sair de casa, vovó me disse para ter muita paciência com ela porque perder a família inteira não seria fácil de aceitar.

Pegamos um táxi e fomos até a casa de titia. O motorista ajudou minha tia a sair do carro, mas na frente da casa a coitadinha teve mais uma crise de choro.

Meu Deus que dor ela estava sentindo, até eu estava arrasada em ver minha tia chorando dia e noite sem parar.

Enfim... entramos com uma certa dificuldade porque ela mal parava em pé. Depois de um tempo, a única coisa que ela falou comigo foi cadê sua mala? Esqueceu no táxi?

Meu pai... Não lembro de ter preparado minha mala, como poderia ter esquecido de trazer?

Muitos que estão lendo esta parte da minha história, deve estar imaginando que nada disso é verdade, mas pode ter certeza que tudo é real.

Eu: tia, acho que esqueci de arrumar minha mala com a pressa de chegar na rodoviária.

Tia Carina: e agora Duda?

Eu: não sei tia... será que as roupas do Lucas me servem?

Lucas era meu primo, irmão da Michelle. Tia Carina me pede pra ver no quarto dele se alguma coisa me serve.

Eu: tia... infelizmente nada dele me serve, o Lucas era mais alto que eu e ainda era mais gordinho.

Mesmo usando um cinto, tanto a calça como a bermuda ficavam folgadas. Então só tinha um jeito... como nada me servia, após o banho peguei um roupão que estava no banheiro e passei o resto do dia com ele.

Comecei a revirar armários e gavetas da cozinha para saber onde estavam os mantimentos e talheres estavam caso precisasse preparar alguma coisa pra minha tia comer. Como ela estava deitada em sua cama, fui verificar se ela precisava de algo. Toda vez que eu ia perguntar se queria alguma coisa, estava dormindo ou chorando.

Meu coração estava em pedaços por ver minha tia nesse estado deplorável. Não tinha nada que eu pudesse fazer para tirar titia do quarto, o roupão que eu estava vestindo a dias já estava fedendo de tão sujo, eu não sabia como usar a máquina de lavar e nunca lavei nada no tanque, ou seja, tive que apelar e voltar a usar minhas roupas que viajei.

Acho que foi em um sábado depois que minha avó ligou que as coisas começaram a melhorar. A limpeza da casa eu consegui dar conta porém, as roupas estavam a dias no sexto de roupas sujas no banheiro.

Com muita dificuldade consegui mexer na máquina com as informações que minha avó me passou por telefone. Logo depois que lavei e estendi a roupa no varal, tia Carina me pediu ajuda para tirar todas as roupas do armário e colocar em sacos de lixo preto para depois doar para quem mais precisava.

As roupas do meu tio e do Lucas já estavam ensacadas, restavam apenas as da Michelle.

Eram muitos sacos de roupas e foi necessário uma caminhonete para transportar tudo até a igreja. Eu estava sem coragem de entrar no quarto da minha prima para ensacar suas coisas, era visível a tristes da minha tia em entrar no quarto da filha também. .. ficou para o dia seguinte essa tarefa tão difícil.

Tia Carina: Duda meu querido, você pretende ficar quanto tempo com estes trapos que está usando? Até parece que é um morador de rua! Veja se tem alguma roupa da sua prima que sirva em você.

Agora não tinha mais jeito, meu coração quase saiu pela boca de tanto que batia. Por mais que eu tentasse manter essa vontade de usar roupas femininas afastadas do meu pensamento, era impossível dadas as circunstâncias.

Entrei no quarto dela e ao abrir seu guarda roupas, fiquei fascinado com a quantidade e variedade de roupas que a Michelle tinha... saia, vestidos, blusinha, shortinhos, lingeries, calcinhas e sutiãs de tipo, fora bijuterias e estojo de maquiagem.

Não sabia o que usar de tantas opções que tinha. Comecei então pegando um conjuntinho de calcinha e sutiã, uma calça legging preta e uma camiseta com a estampa de uma garota em um balanço e pra finalizar, um chinelinho.

Nesse momento tia Carina estava na sala revendo uns papéis que pareciam ser referente aos negócios do tio Jorge. Me ofereci para ajudar e assim que ela me viu, sorriu e me falou que eu tinha um corpo parecido com o da filha dela, que suas roupas ficaram muito bem em mim. Na hora me senti muito feliz em saber que minha tia me olhava com ternura e carinho.

Enquanto ela separava alguns papéis eu preparava um lanche pra gente. Nesse dia tudo foi tranquilo apesar da correria na arrumação de tudo para doar roupas e calçados. Durante nosso lanche minha tia aproveitou para tirar sua dúvida sobre a minha sexualidade.

Tia Carina: Duda sabia que você ficou uma gracinha com essa calça?

Eu: tia senão fosse pela situação eu até ficaria bravo com você, eu só estou usando isto porque a do Lucas não me serviu.

Tia Carina: mas, confessa vai; você está amando usar essa roupa, né? Acha que não reparei que você também está usando calcinha e sutiã? Estar usando a roupa da sua prima é porque esqueceu as suas, mas usar roupas íntimas aí já foi opção sua, não é verdade?

Na hora me deu uma vontade enorme de sair correndo só pra não ter que concordar com ela, mas criei coragem e respondi...

Eu: tia... eu podia mentir e dizer um monte de bobagens pra tentar convencer você do contrário, mas sim... estou usando calcinha e sutiã porque eu quero. Agora a minha vida está em suas mãos se contar para os meus pais não sei o que vai acontecer comigo, mas com certeza vão acabar comigo.

Tia Carina: eu já sabia...Duda você é um garoto completamente diferente dos seus irmãos, sua avó só faltava colocar você em um altar de tantos elogios. O seu jeito de caminhar é o mesmo de uma garota, sua delicadeza é evidente não sei como sua mãe não percebeu isso! Não vou ser eu a contar a seus pais sobre isso, mas um dia você mesmo vai ter que contar.

Minha cabeça dava voltas e meu coração acelerava como se fosse sair do peito. O desespero era evidente e lágrimas já escorriam pelo meu rosto até que minha tia me dá um beijo no rosto e me fala pra aproveitar o tempo que estava lá com ela e ser quem eu sou de verdade.

Tia Carina: vamos fazer assim, enquanto estiver aqui comigo seja quem você é de verdade. Sua prima me contou sobre seus desejos de se vestir como uma menina, quero apenas que seja feliz independente de sua opção sexual, saiba que o mundo lá fora é cruel e não vai aceitar seu estilo de vida tão facilmente.

Continua...

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Comentários

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Fiquei emocionada. Linda demais essa parte.

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Obrigada querida cigana pelo seu carinho, e fico feliz que goste dos meus contos.bjs...💋💋💋

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Isso mesmo Verônica, vou falar sobre isso na próxima parte do conto. Bjs...💋💋💋

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Aí caramba que pena que a prima morreu... mas que bom que a tia aceitou ... Michelle vc escolheu esse nome em homenagem a ela?

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Sorte, na desgraça. A morte faz as pessoas deixarem de dar importância ao que REALMENTE não tem. A felicidade é o que importa, e tua tia percebeu o quanto ela é necessária na vida.

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