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Um conto erótico de Manolito
Categoria: Homossexual
Contém 1108 palavras
Data: 21/03/2021 10:32:20
Última revisão: 31/05/2023 22:11:00

Iniciei as aulas de natação com a idade de 18 anos, quando cursava o terceiro ano do Ensino Médio. Era um clube particular, cujo dono era também o instrutor e morava lá mesmo, num pequeno apartamento de solteiro. Ele se chamava Artur, teria uns 40 anos e corpo atlético.

Eu praticava duas vezes por semana, às terças e sextas-feiras, no último horário, numa turma composta só por rapazes. Antes da prática, havia a ducha obrigatória, que eu tomava de calção, já vestido sob a bermuda. Os demais usavam sungas, que deixavam muitas vezes perceber o volume de seus membros; alguns bem volumosos.

O que me deixava ainda mais complexado.

Complexado e envergonhado, pois, apesar da idade, meu pênis, mesmo em ereção, era minúsculo, como se tivesse deixado de se desenvolver aos 9 anos. Os pentelhos, ralinhos. O resto do corpo, desprovido de pelos.

Por essa razão, eu sempre era o último a sair da piscina. E só o fazia quando todos já tinham tomado banho e saído pelo portão, que Artur fechava.

Só então eu me dirigia ao vestiário, munido de três duchas sem nenhuma divisória entre elas. Como o último banho exigia a nudez, pois não se veste calça sobre uma peça de roupa molhada, eu morreria de vergonha de ser visto nu. Temia ser vítima de zombaria.

Eu achava que a minha manobra passava despercebida; mas não.

Em meados do segundo mês, numa bela tarde, lá estava eu, sob a ducha, tirando o cloro do corpo, quando vejo Artur entrar. Levei um susto, pois ele nunca ia lá.

— Uau! — exclamou ele. — Agora sei por que você sempre toma banho por último.

Senti o rosto quente, mas não entendi. Afinal, eu estava de costas. Ele não poderia ter visto o motivo do meu complexo. Além do mais, sua exclamação denotava claramente admiração.

— Como assim, seu Artur? — gaguejei.

E ouvi, estupefato:

— É que, com essa bundinha, você com certeza deixa a rapaziada de pau duro.

A frase, que ele proferiu retirando-se, ficou martelando em minha cabeça. Num ponto, ele tinha razão. Desde criança já diziam que eu tinha bunda de menina. Saliente e empinado, meu bumbum, branquinho e liso, era realmente bonito. O que a natureza economizara na frente, esbanjara atrás. Mas, daí a “deixar a rapaziada de pau duro”... Isso nunca me ocorrera. Mesmo porque eu nunca tivera desejos ou fantasias de cunho homossexual e não entendia como alguém pode sentir atração por pessoas do seu mesmo sexo.

Na aula seguinte, sério na sua condição de instrutor enquanto os outros alunos estavam presentes, Artur mudou de atitude quando nos vimos a sós.

— Estou de pau duro por essa bundinha — disse ele quando eu me preparava para deixar a piscina.

— Pare com isso, seu Artur... — repliquei.

Algo inexplicável estava, porém, acontecendo. Como que dominado pelo desejo do instrutor, não o rechacei quando ele me enlaçou com seus braços fortes de atleta.

— Já deu esse cuzinho, Manolito? — disse ele com voz melíflua.

Um sopro de consciência me fez tomar impulso, pular para fora e correr para o vestiário.

Lá, mesmo com o risco de vê-lo entrar, tirei o calção e me pus sob o jato do chuveiro, ensaboando-me ora com a pressa de evitar o encontro, ora com a lentidão da curiosidade.

O que iria acontecer?

Nesse dia, nada.

Nas aulas seguintes, porém, ele foi ficando mais ousado; e eu, apesar de tudo, mais condescendente.

Sempre após a saída dos demais nadadores, eu ficava apoiado na borda da piscina, ele se aproximava por trás e me encoxava. E eu deixava.

— Você ainda não me respondeu — disse ele esfregando-se em minha bunda por cima do calção.

— O quê, seu Artur...?

— Se já deu esse cuzinho.

— Nunca...

Então, sem que eu esboçasse qualquer reação, ele baixou meu calção.

A bunda nua dentro da água, recebi suas apalpadelas, o deslizar de sua mão entre as nádegas. Confesso que apreciei.

Mas, ao sentir a dureza de seu pau, fugi.

Mais tarde, em casa, nu no quarto, postando-me de perfil diante do espelho, não pude deixar de sentir certo orgulho (sim, orgulho) das minhas nádegas, que, agora eu sabia, e por experiência, excitava os machos.

Principalmente um macho chamado Artur, que, determinado a quebrar a minha resistência, me enviou uma mensagem às 11 da noite:

“Está sozinho?”

“Sim.”

Então veio a imagem, que demorou um pouco a se formar na telinha do celular.

Era a foto de seu pênis. Que susto! Mesmo estando sozinho no quarto, olhei para todos os lados, como que para me certificar de que ninguém estivesse olhando. Só então me fixei na imagem.

Que inveja!

Era uma bela pica, de pele branca e glande avermelhada. Tudo o que eu queria; e a natureza não me dera. Acariciando meu bilauzinho, masturbando-me, tive consciência de que a imagem me excitava.

— Gostou? — perguntou o instrutor quando cheguei ao clube, antes do horário.

— Gostei do quê, seu Artur — desconversei.

— Do meu pau — disse ele sem rodeios.

Sem querer meu olhar caiu para sua sunga, onde avultava o volume daquilo que eu tinha admirado em foto. Admirado e invejado.

— Quer ver ao vivo? — disse ele.

Meu assentimento, num débil movimento de cabeça, passaria despercebido por outros. Mas não por ele, que parecia conhecer meu estado de espírito, meus dilemas e angústias.

Baixada a sunga, o belo membro viril se apresentou a meus olhos. Tremi nas bases. Fascinado, fiz o que nunca me passara pelas ideias: segurei a pica pulsante do instrutor. E era dura, e quente.

Nesse momento, porém, a campainha chamou-o ao portão. Um mergulho rápido, uma toalha atada à cintura para disfarçar a ereção, ele foi abrir, enquanto eu também me jogava na piscina e nadava até a outra borda, a fim de não encarar meus colegas de treinamento. “Por que é que eu fiz isso?”, eu me perguntava.

Nesse dia e nos próximos, nada mais aconteceu. Estratégico, Artur se comportava profissionalmente, esperando amadurecer a semente que ele plantara em meu subconsciente.

Então, tarde da noite, novamente uma mensagem:

“Está sozinho?”

E veio um vídeo, no qual um rapaz jovem e bonito chupava um pênis semelhante em dimensões ao de Artur.

“Deu vontade?”, escreveu ele. “Vem aqui amanhã.”

Eu nada disse. Mas fiquei longo tempo repetindo o vídeo, excitando-me, imaginando-me no lugar do rapaz, cuja expressão denotava muita satisfação.

No outro dia, lá estava eu em frente ao portão do clube, hesitando em tocar a campainha. Era sábado, não havia aula.

Toquei, o som retiniu em meus ouvidos, acelerou minhas batidas cardíacas. Quando o portão se abriu, compreendi que entrava num caminho sem volta.

(CONTINUA)

Este relato foi revisado por Érika.

Leia sua história, seguindo o link:

https://clubedeautores.com.br/livro/erika

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Comentários

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Olá, simpático... Foda-se com um estranho em sua cidade - GAYS24.CLUB

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Como eu adoraria ter sido abordado, conquistado e cedido a um seu Artur, como você descreve na minha puberdade! Pena que o tempo não volta, mas esta é a única coisa dos meus mais de 60 anos de vida que eu lamento profundamente não ter acontecido comigo! Fazer o que, o tempo não volta. restam as punhetas sobre o tema.

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MUITO INTELIGENTE SEU ARTHUR. SEM FORÇAR A BARRA, FOI AOS POUCOS SEDUZINDO O ALUNO ATÉ CONSEGUIR O QUE TANTO DESEJA.

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Muito lindo o seu relato. Ainda quero fazer uma revisão, em minhas anotações, de toda minha infância, até o momento.

https://ello.co/leandrobraga

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