Alex e Felipe - Capítulo 2

Um conto erótico de Nick Quaranntine
Categoria: Gay
Contém 1380 palavras
Data: 28/03/2021 18:23:12

Com o olhar tomado de medo, os rapazes se esgueiravam para tentar espiar por alguma fresta sem serem vistos. Algo estava perto se movendo logo mais a frente, e antes que pudessem encontrar outra posição para identificar quem de fato os cercava, foram surpreendidos por um alto relincho de um robusto cavalo de pelo cinza, bem tratado e nutrido. O susto os deixou com coração acelerado e levemente ofegantes, mas aliviados por não se tratar de uma pessoa. O animal, desinibido, aproximou-se dos dois para os examinar. Logo notaram que o olfato apurado do bicho é que os traiu, já que passou todo o tempo os cheirando.

Pela altura do sol, presumiram que já era entre sete e oito horas. O cavalo se afeiçoou estranha e rapidamente a eles, que logo montaram o animal rumando em direção a um plantio que havia planície abaixo. Ali comeram alguns mamões e bananas como se já prevendo que não encontrariam um novo alimento tão cedo, porém revezando entre as árvores para que não notassem que haviam passado por ali.

Seguiram o curso do rio até avistarem alguns fios de fumaça de longe, que logo entenderam sair de algumas casas de uma cidadela logo à frente. O calor lhes tomava conta, e logo pararam à beira das águas, despiram-se e mergulharam nus. Por sorte, alguns pés de manga próximos dali lhes saciaram novamente a fome, assim como algumas jacas partidas ao chão foram almoçadas pelo cavalo.

Alex começa a brincar com Felipe, jogando água em seu rosto. Não demorou muito até que os risos se fizessem ouvir de longe. Pulando, os pênis balançavam como um pêndulo jogando água, não demorando muito para que os toques se tornassem mais frequentes e mais maliciosos.

Sem demora, Felipe beija lascivamente Alex, que rende seu corpo aos desejos mais ardentes daquele momento. Felipe, sem sombra de dúvida, sabia como sua barba curta fazia o corpo todo de Alex arrepiar quando passava pelo pescoço. E ele se aproveitava disso. Alex sequer fazia questão de resistir. A excitação que aquele momento lhe trazia a sensação de plenitude. A nudez ao ar livre, em plena luz do dia, com beijos quentes e molhados cobrindo todo o seu corpo os fazia não querer mais nada.

O relaxamento que aquela paz lhe trazia fez da água um lubrificante natural, já que Felipe apenas deslizou para dentro dele. Ali, sentado no colo e de frente para Felipe, que se apoiava numa pedra, Alex fazia movimentos de descer e subir tão frenéticos que suas pernas suavam. Seu desejo era ter Felipe todo dentro dele, e quanto mais fundo o membro ia, mais e mais ele queria que entrasse.

Agora pendurado no pescoço de seu amado, Alex estica seu corpo para que pudesse beijá-lo enquanto mexia o quadril com movimentos circulares, que deixaram Felipe trêmulo por um instante. Como aquilo era bom. O pênis de Alex babava enquanto era pressionado contra a barriga de Felipe, e o calor dos corpos faria outra pessoa que eles estavam com febre. Diferente da noite anterior, o gozo veio rápido e quase simultaneamente. Ali dentro das águas, o sêmem foi levado pela correnteza enquanto os beijos incessantes não deixavam aquele momento acabar.

Enquanto Felipe recuperava o fôlego com os olhos fechados, Alex passou a admirá-lo e pensava consigo no quanto ele estava totalmente entregue e confiava nele. A palavra amor passou por seus pensamentos, assim como nos últimos dias, mas evitou precipitar-se, afinal, tudo era muito recente. Ou talvez, sendo mais racional, fosse apenas a adrenalina absurda a que foi submetido nos últimos dias. “Melhor não pensar muito nisso agora”, concluiu.

Algum tempo depois, decidiram seguir rio abaixo para verem melhor o tal vilarejo. Ao escurecer, pensaram, seria a oportunidade de passar por ela sem serem notados. De suas observações pontuaram que o lugar era cercado, e que havia alguns vigias nas entradas. Nada muito reforçado, aparentemente. Apenas para fiscalização de quem entrava e saía. Com o sol mais baixo, comeram as últimas frutas que tinham apanhado e rumaram àquele lugar desconhecido, repetindo em suas mentes para serem tão discretos quanto possível.

Logo na entrada, viram alguns cartazes com retratos falados de pessoas procuradas. Um arrepio lhes subiu pela espinha, mas perceberam que seus rostos não estavam ali. Era, quem sabe, mais seguro do que pensavam passar por aquele vilarejo. Ao cruzarem os portões, acenaram discretamente, como velhos conhecidos, para os vigias, que os analisaram como que para gravar a fisionomia, porém nada fizeram.

A noite já era chegada e havia um bar, onde entraram. O lugar estava cheio, era dia de festa. Sentaram-se numa mesa mais ao canto e pediram uma caneca de vinho pra cada. As pessoas dançavam, tocavam seus pandeiros, violas, tambores e alaúdes. Uma grande roda foi feita no meio do salão enquanto as mulheres giravam com seus longos vestidos de algodão cru. As palmas, a cantoria, o riso, davam ao ambiente uma atmosfera úmida, quente, feliz, inebriante.

Naquele clima, perceberam que não seria mal baixarem um pouco a guarda e curtirem a comemoração, seja lá pelo que fosse. Felipe tomou a iniciativa e juntou-se às palmas da música, tentando aprender o que cantavam para acompanhar. Não demorou muito para que logo se sentisse em casa, gargalhando tão alto quanto possível, pulando como uma criança ao som da música. Alex olhava da mesa e ria de seu companheiro, feliz por vê-lo feliz.

Enquanto virava mais um gole do vinho, notou que um homem, loiro, cabelos encaracolados, o observava do outro lado do salão. Antes que pudesse pensar no que fazer, o homem veio em sua direção e se sentou do outro lado da mesa, de frente pra ele.

- Boa noite. Forasteiro, correto?

- Sim, boa noite. Estou de passagem por aqui.

- E seu amigo, também está de passagem?

- Ah sim, claro, estamos viajando juntos.

- Juntos… sei. Sabe o que acontece com homens que mantêm esse tipo de amizade por aqui, não sabe?

A realidade então voltou para Alex, que quase engasgou com o vinho que ainda engolia.

- Como? Não sei do que está falando.

- Não sabe? Acha que não dá pra ver de longe como você olha para o seu “amigo”? Se querem manter algum segredo, deviam ser mais cuidadosos, especialmente com o que não é dito.

- Eu não… Quer dizer, não é…

O homem aperta os olhos com um leve sorriso de canto enquanto toma mais um pouco de sua bebida.

- Fique tranquilo, rapaz. Não é da minha conta. Aliás, não deveria ser de ninguém. Essas pessoas parecem muito felizes e até receptivas, mas acabam sendo levadas por alguns homens com um bom discurso.

- Eu…

- Não vou dizer nada, não se preocupe. Só vim alertá-lo, porque você parece boa pessoa. E também parece que sairia daqui sem pagar, já que ao julgar por suas roupas, creio que não tem dinheiro algum.

- Sim - suspirou em confissão. Infelizmente não ficamos com nada nos bolsos.

- Tudo bem. Às vezes a sorte parece nos trair, mas ela está apenas aguardando ao nosso redor, para aparecer quando merecermos.

- Nossa! O meu pai usava essa mesma sabedoria.

- Pois ele era sábio. A propósito, me chamo William.

- Me chamo Alexandre, mas todos me chamam de Alex.

- Prazer, Alex. Espero nos darmos muito bem.

Essa última frase soou diferente para Alex, especialmente pelo sorriso discreto, seguido de William deixando a mesa. Antes que pudesse se afastar, Felipe chega e, já embriagado, se apresenta a William e chama Alex para dançar. Ainda digerindo o que estava acontecendo, Alex tenta falar alguma coisa.

- Felipe, esse é o…

- William. Prazer em conhecê-lo, Felipe.

- Senhor… Eu sou Felipe, este é o Alex, e ele…

- Eu estava aqui explicando ao William que nós estamos de passagem pela cidade, mas que logo estamos de partida.

- Sim, estamos de partida…

- Então, Felipe, acho melhor você sentar aqui e…

- E por que não se hospedarem? Como disse, vejo que não tem condições e não seria bom que dois amigos como vocês dormissem pela rua hoje a noite.

Alex, sem entender, olha para Felipe, que logo acena consentindo.

- É muita gentileza sua, William.

- Não, o prazer será todo meu, Alex...

(perdão pela super demora em publicar a segunda parte... falta de tempo e problemas no trabalho. Espero que gostem. Por favor, comentem o que estão achando e em breve vem a parte 3)

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