MEMÓRIAS DE UMA PUTA (PARTE 01)

Um conto erótico de O BEM AMADO
Categoria: Heterossexual
Contém 2091 palavras
Data: 27/02/2021 23:13:37

Breve Prólogo: A presente narrativa foi inspirada em um chumaço de páginas amareladas que foram por mim encontradas entre velharias de família esquecidas que são a autobiografia de uma prostituta que viveu no início do século vinte nos arredores do morro do querosene, em São Gonçalo, no Rio de Janeiro. Como não tive acesso à íntegra do texto, algumas partes foram romanceadas e ainda tendo em conta que essa mulher, que chamarei de Nina, iniciou-se na prostituição ainda muito jovem, vou omitir dados etários permanecendo atemporal e narrando em primeira pessoa. Ao longo da narrativa, vocês leitores entenderão as razões do meu fascínio pela história.

01 – ALEGRIAS E DESVENTURAS

Meu nome é Nina, e sou puta! Aliás, desde cedo me descobri puta! Não foi uma escolha, mas única opção de vida para sobreviver em meio a tanta miséria; nasci em uma família pobre que morava em um cortiço situado nas imediações do Morro do Querosene, em São Gonçalo; minha mãe, de ascendência europeia por conta de seus avós, era uma mulher loira esbelta e maltratada pela vida e por suas escolhas; já meu pai era descendente de negros com influência portuguesa e trabalhava como açougueiro quando havia emprego …, e quando não ele servia de mão de obra volante em um matadouro situado nas proximidades, gastando o pouco que ganhava com mulheres e bebidas.

Tenho um irmão de nome Carlos que também desde cedo aprendeu a viver de cafetinagem e que depois de algum tempo caiu no mundo e nunca mais foi visto; como disse, morávamos em um cortiço ocupando um espaço reduzido que servia de quarto, cozinha e sala com um banheiro que servia apenas para cagar e urinar quando o cheiro permitia. Mas, tudo isso é conversa mole …, vamos ao que interessa!

Descobri o sexo muito cedo; em tenra idade eu já adorava espiar os pintos duros dos meninos da escola e me divertia em vê-los medindo suas varas em uma curiosa competição; até então, jamais me aventurara além de espiadelas oportunas nem mesmo com meu irmão que depois descobri ser possuidor de uma respeitável benga. Minha primeira experiência com a sacanagem aconteceu mais ou menos, por acaso.

Tinha um menino pouco mais velho que eu de nome Guilhermo cujos pais eram economicamente remediados, razão pela qual ele sempre trazia o melhor lanche e tinha brinquedos novos; um dia ele chegou na escola trazendo um bilboquê exibindo extrema habilidade em manuseá-lo; fiquei curiosa e com vontade de ter um igual; Guilhermo era um moleque gordinho e bochechudo sempre com um ar de safadeza que, para mim naquela época não queria dizer muita coisa; ele percebeu meu interesse e durante o recreio ele se chegou de mim, ostentando o apetrecho.

-Gostou do meu brinquedinho? – ele perguntou com um risinho maroto.

-Gostei muito! Será que posso brincar com ele? – perguntei sem esconder minha ansiedade – Faria qualquer coisa pra brincar um pouquinho!

-Depende – ele respondeu com trejeitos – Te dou ele se você fizer uma coisa pra mim …

-Fazer o quê? – perguntei ainda mais curiosa.

-Sabe onde fica o depósito …, nos fundos, perto do muro? – devolveu ele me questionando – pede pra ir ao banheiro e me encontra lá …, com as aulas ninguém vai perceber …, e eu te digo o que quero …, topa?

Sem pensar acenei com a cabeça e dei um sorriso; voltamos para as aulas e depois de algum tempo, levantei a mão pedindo pra ir ao banheiro; a professora, uma mulher de meia-idade sempre mal-humorada permitiu depois de alguns resmungos. Corri para o lugar combinado sem pensar em mais nada; o depósito era uma construção mal feita com madeira reaproveitada que servia de local para a guarda de ferramentas e outros itens utilizados na manutenção da escola pelo Zelão (depois eu conto sobre ele).

Quando cheguei, o Guilhermo já estava lá me esperando. Assim que eu entrei, ele sorriu com ar de safadeza e não perdeu tempo em abrir a braguilha da calça e pôr seu pinto pra fora; olhei fingindo surpresa, já que não era o primeiro que eu via na vida, mas era o primeiro que estava tão próximo; era um cacete fino e comprido com a cabeça encoberta por uma pele e que já apresentava-se em prontidão.

-Se você brincar com meu caralho e me fazer esguichar, te dou o brinquedo – propôs ele com uma expressão ansiosa.

-Tá bom, eu brinco – respondi depressa e com medo – Mas, você precisa me mostrar como faz, que eu não sei.

Ele pediu que eu me aproximasse e segurasse seu cacete; achei engraçado ele duro e inchado com a ponta da cabeça saindo pra fora da pele; Guilhermo me mostrou como fazia, puxando e empurrando de um jeito que aquele negócio ficava mais duro e ele gemia baixinho. Não demorou muito para que eu aprendesse como fazia e logo eu estava punhetando aquele moleque descarado.

Depois de algum tempo ele começou a ofegar e suar, curvando o corpo e tremelicando …, de repente, ele grunhiu rouco e se contraiu enquanto o pinto pulsava na minha mão, logo explodindo como se ele estivesse mijando; mas, no lugar de urina o que saiu foi uma gosma esbranquiçada que se projetava no ar.

Imediatamente, eu soltei o caralho e pulei para trás com medo que aquela massa gosmenta me emporcalhasse; Guilhermo terminou o serviço em si mesmo e depois pegou um lenço no bolso detrás da calça e se limpou. Quando pedi o pagamento pelo que fizera, ele foi grosseiro e me empurrou; caí no chão em cima de uma poça de lama.

-Você é uma putinha! Não vou te dar nada! – ele vociferou caminhando para a porta do depósito – Meu pai me avisou que a filha da Ifigênia era uma puta! E eu descobri que é mesmo!

Fiquei lá, sozinha, suja de lama e com vontade de chorar; mas me recusei a agir desse jeito. Levantei e me limpei do jeito que deu, voltando para a sala de aula; e logo a tristeza tornou-se revolta. Quem era aquele moleque pra me chamar de puta e também à minha mãe? Aquilo não podia ficar assim! Eu precisava me vingar. E o instrumento de minha vingança estava diante dos meus olhos …, no horário de saída vi Carlos, meu irmão. Ele estava do lado de fora, encostado no muro prestes a acender um cigarro.

Carlos era mais velho que eu e não era o melhor dos irmãos, mas era meu sangue e sempre me protegeu; me aproximei dele e segurei seu braço antes que ele acendesse o cigarro, contando o que havia acontecido. Quando eu lhe narrei que Guilhermo chamara a mim e nossa mãe de puta, os olhos dele ficaram injetados de ódio. No mesmo momento, Guilhermo saía da escola acompanhado de uns amigos de sua idade.

-Vai pra casa, mana! – ordenou Carlos para mim, guardando o cigarro de volta dentro do maço.

Tentei argumentar com ele, querendo saber o que ele faria. “Vai pra casa! Agora!”, gritou ele com tom raivoso. Como eu conhecia bem meu irmão, não respondi, pondo-me em marcha de volta para casa. No caminho, eu pensava que Guilhermo merecia um castigo não por ter me chamado de puta, ou mesmo xingado minha mãe, mas sim porque me fizera de trouxa. Aliás, naquela época eu não sabia bem o que significava ser uma puta; sabia apenas que era algo muito ofensivo e que eu não podia ser taxada daquela forma já que o moleque não me conhecia.

-Oi, menina! Como você está suja! – gritou Anastácia ao me ver – Vem aqui que dou um jeito nisso! Se sua mãe te ver assim vais levar uma coça daquelas!

Anastácia era uma negra gorda e peituda que morava próximo de nós; era costureira e das boas, mas todo mundo comentava que tinha outras fontes de renda; por outro lado, ela gostava muito da minha mãe e sempre ajudava com uns trocados e mantimentos. Olhei para ela e fiquei envergonhada pelo meu estado; Anastácia deu uma risada solta e abriu os braços para mim.

Ela me abraçou e beijou minhas bochechas; entramos no seu cômodo e cozinha e ela mandou eu tirar a roupa; fiquei um pouco encabulada, mas Anastácia era como se fosse da família e eu tirei o vestido ficando apenas de calcinha. “Nossa, menina! Olha que já tens peitinhos! Que coisinhas lindas!”, comentou a negra apalpando as pequenas maçãs com biquinhos róseos. Um arrepio percorreu minha pele ao sentir a mão gorda e quente de Anastácia acariciando minhas tetinhas, mas me controlei para não denunciar o quanto aquele gesto me deixara excitada (aliás, excitação também era algo desconhecido para mim naquele momento da vida).

Anastácia pôs o vestido pra lavar e depois me deu outro. “Se sua mãe perguntar, diz que foi um presente meu; depois eu te entrego este aqui, tá bem? Agora vai embora, anjinho com tetas!”, disse ela enquanto apalpava meus peitinhos mais uma vez. Retomei minha jornada mas logo fui alcançada por Carlos que trazia nas mãos o bilboquê.

Fiquei esfuziante ao ver o brinquedo, mas quando estendi a mão para pegá-lo, Carlos jogou-o no chão, pegou meu braço com força e deu um tapa no meu rosto. “Olha aqui, cadelinha! Nunca mais te quero bolinando caralhos de safados, entendeu? Se isso acontecer de novo, eu sento a mão em tu! Entendeu? Agora, pega o brinquedo e some da minha frente!”, gritou Carlos antes de me libertar e tomar seu rumo. Mesmo com vontade de chorar, eu me abaixei, peguei o brinquedo e disse para mim mesmo que meu irmão não mandava em mim!

Daquele dia em diante, descobri uma maneira de conseguir uma vantagem; bastava apenas oferecer-me para uma punheta e os meninos fariam de tudo que eu quisesse! E foi assim mesmo que aconteceu! Sempre no horário do recreio, eu me aproximava de um deles fazendo a proposta e pedindo algo em troca. O primeiro a se apresentar foi o Manoel, filho de Jeremias, o mecânico.

Ele me deu dois vinténs dizendo que era tudo que tinha; olhei aquele dinheiro e fiquei alucinada! Corremos para os fundos de velho depósito e Manoel abaixou as calças exibindo seu pinto; meus olhos se esbugalharam ao ver o menino segurando aquele caralho grosso e duro. “E então? Vai me punhetar ou não? Não temos o dia todo, putinha!”, resmungou ele em tom impaciente. Saí do transe e me pus de joelhos na frente dele, manipulando aquele pinguelo grosso.

O safado demorou para esguichar e minha mão já estava a doer quando ele chegou ao fim; apontei a vara para o chão e esperei a carga toda ser despejada. No final, ele se arrumou, deu um sorriso e disse: “Foi muito bom! Valeu todo o meu dinheiro! Quando tiver mais quero de novo!”. Depois dele, outros vieram e a moda de me oferecer dinheiro tornou-se a prática mais comum. Não era muito, mas o suficiente para comprar doces, balas e até mesmo um par de sapatos novos.

Minha única exigência era que Carlos, meu irmão não soubesse do que eu fazia atrás do depósito. “Cê tá louca, menina! Se ele souber, me mata de porrada!”, comentou o Ezequiel que era da mesma turma de meu irmão. Foi ele que pagou por algo mais. Disse que queria chupar meus peitinhos! Ezequiel era um negrinho bonito, simpático e sem frescuras e tinha uma verga descomunal que quase me causou uma luxação por tanto esforço em manipulá-la.

Enquanto eu o punhetava, abri meu vestido e exibi orgulhosa meus peitinhos com os bicos duros; ele lambeu e chupou com tanta vontade que senti algo pingar dentro de minha rachinha e um ardor queimar lá dentro …, só sei que foi muito bom! Depois de um tempo, Ezequiel começou a tremelicar como vara verde e gemeu. Percebi que era a deixa para me colocar em posição estratégica …, ainda bem que fiz isso, pois a esguichada do sujeito foi volumosa.

Tudo ia muito bem para mim; fiquei conhecida na escola como a putinha punheteira e mesmo sem saber ainda o que significava ser puta, me sentia orgulhosa do título. Todavia, o que é bom na vida acaba logo …, e acabou mesmo quando fui flagrada por Zelão, que era uma espécie de faz-tudo na escola desde reparos até a vigilância da molecada. Ele era um negro alto e musculoso com um olhar grotesco que metia medo em todo mundo …, e comigo não foi diferente! Ele me pegou de jeito, assim que o menino que eu punhetara desapareceu da vista.

P.S. Se alguém souber de um exemplar do livro que inspira essa série, por favor me avise, pois gostaria de adquiri-lo!

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