Verdades secretas capítulo 14

Um conto erótico de Mistério
Categoria: Gay
Contém 2061 palavras
Data: 25/02/2021 14:35:55

Capítulo 14

_ Como você pode ter sido tão irresponsável? Eu confiei a vida da pessoa que mais amo na vida nas suas mãos e agora o meu menino está em como numa UTI por culpa sua!

Adrian ouvia a irmã triste e silencioso. Nenhuma palavra que dissesse mudaria o fato de que o seu amado sobrinho corria risco de vida e isso o fazia carregar o peso da culpa.

Andréia estava desesperada. Temia que o seu filho não aguentasse o traumatismo craniano e morresse, o que seria uma dor tão profunda que ela não seria capaz de suportar.

Nos corredores do pronto socorro, Andréia era abraçada pelo pai enquanto chorava. Roseli também estava em prantos. Amava Victor como se fosse o seu neto e seria capaz de dar a própria vida para salvar a dele.

_ Eu nunca mais quero olhar na sua cara, Adrian. Nem na sua e muito menos daquele traste do Gael.

_ Me desculpe? Eu errei muito, mas eu não fazia ideia que algo ruim poderia acontecer com o Vitinho...

Adrian foi interrompido sentindo o impacto do tapa de Andréia no seu rosto.

_ Eu não quero te ouvir.

_ Acho melhor eu ir embora._ Adrian disse segurando o rosto.

Gael chegou em casa as seis da manhã. Cheirava a álcool e cigarro.

Para a sua surpresa, Luíza o aguardava sentada no sofá com os braços cruzados e a expressão muito séria.

_ Por que você não atendeu o caralho do celular, Gael?_ a moça gritava dando tapas nos braços do irmão.

_ Ei! Desde quando você virou a minha mãe?

_ Se eu fosse a sua mãe teria te dado uma boa surra para aprender a ser mais responsável com a vida das pessoas.

_ Você tá precisando transar mais, irmãzinha. E não precisa se preocupar. Eu estou bem._ Gael disse tentando abraçar Luíza, mas se esquivou.

_ Eu não falo de você. O tio do Victor me ligou.

Gael revirou os olhos para cima. Imaginou que Victor estava se queixando pela noite anterior.

_ Eu vou dormir, depois a gente fala das birrinhas do Victor.

Gael caminhou em direção ao quarto, mas parou surpreso ao ouvir a revelação de Luíza.

_ O Victor está em coma.

_ O quê?

_ Ele foi encontrado pelo Adrian caído no chão num ponto de ônibus com a cabeça aberta. Parece que levou uma pancada. Ninguém sabe quem foi o desgraçado que o agrediu. Por que você o deixou sozinho? O que aconteceu, Gael?

Gael sentou no sofá.

_ Como ele está?_ perguntou Gael, preocupado.

_ Mal. Inclusive corre risco de vida.

Gael sentiu o gosto amargo do arrependimento.

_ A polícia vai querer falar com você. O que aconteceu?

Fernanda entrou na sala segurando uma chicara de café.

_ Espero que você tenha um bom alibi, meu filho.

_ Fala logo, Gael. Que merda aconteceu?!_ gritou Luíza.

Gael relatou para a irmã o que havia ocorrido e ela ouvia irritada.

_ O que você tem na merda da cabeça de deixar o Victor sozinho para ficar fodendo e enchendo a cara de drogas?

_ Luíza, O seu irmão está abalado. A última coisa que precisa é ouvir sermão.

_ Mas ele vai ouvir sim. O Gael está abalado? Nossa, que dó! E o Victor? Ele está em coma! Um cara tão jovem, saudável, gente boa e com uma vida pela frente pode morrer porque o meu irmão, mais uma vez, foi um irresponsável! Você só pensa em si mesmo. É um egoísta!

"Gael, você é meu irmão e eu te amo, mas você não vale nada! Essa sua mania de usar as pessoas para o seu bel prazer é doentio. Você sempre usou o Victor como um brinquedinho para provocar o Ivan e os homofóbicos do bar, mas não teve um pingo de responsabilidade com a vida dele."

Gael ouvia em silêncio. Pôs a cabeça entre as mãos e começou a chorar.

_ Aonde ele está?

_ No Pronto Socorro São José. Eu acabei de voltar de lá. A família está desolada. E não querem te ver nem pintado de ouro. E eles têm razão.

_ Eu vou até lá.

_ Pra que, Gael? Para ser expulso?_ perguntou Fernanda.

_ Vai ser muita falta de respeito com a família se você aparecer lá.

_ Luíza, o Victor é o meu namorado. Por mais que eu tenha errado, tenho o direito de estar com ele. Eu vou até lá e vê o que posso fazer para ajudar.

Gael não foi bem recebido do pronto socorro. Todos da família achavam uma afronta o publicitário ter ido até lá depois de ter feito o que fez.

_ Eu vim em paz. Só quero saber notícias do meu namorado.

_ Você ainda tem a audácia de se referir ao meu filho como o seu namorado depois de tudo que fez com ele?

_ Eu sinto muito, Andréia. Eu estou muito arrependido.

_ Vá pro inferno com o seu arrependimento! Como pode deixá-lo sozinho num lugar onde desconhecia? Ele é só um menino e você um adulto. Deveria ter vergonha na cara de ter induzido o meu filho a sair escondido. Eu não quero que você chegue perto do Victor. Nunca mais ponha os seus olhos sobre ele. Gael, eu amo muito o meu filho e por ele eu sou capaz de tudo e esse tudo inclui matar, se for preciso para protegê-lo. Então, não me provoque.

_ Vá embora daqui. Você já fez muito mal ao meu neto. Vê se pelo menos nos deixe em paz. A sua presença é perturbadora. _ disse Roseli.

Gael não temia as ameaças de Andréia, mas achou melhor ir embora para não piorar ainda mais a situação.

A imagem de Victor caído sobre a calçada, banhado de sangue atormentava Ivan.

Sentia-se o mais desgraçado dos homens e não merecedor da vida.

Ivan não se importava mais com a partida de Carla, as chantagens de Sônia e muito menos com a sua empresa e fortuna. O que mais queria era poder voltar no tempo e não ter cometido a crueldade que cometeu.

Temia pela vida de Victor. Achou injusto que o menino morresse por causa dos seus sentimentos sórdidos. Odiou Gael com todas as forças. Ivan culpou o primo por fazê-lo odiar Victor e com isso fazer o que fez.

Ivan visitou o perfil de Victor no Instagram. Passou longos minutos olhando as fotos e o seu coração doía ao pensar que o belo sorriso do menino se apagaria por sua culpa.

Também decidiu visitar o perfil de Virgínia para tentar saber alguma notícia. E se sentiu aliviado ao saber que Victor não havia morrido.

Virgínia postou uma foto antiga com o amigo, fazendo um longo texto lamentando pela violência sofrida por Victor e desejando melhoras ao amigo.

Via direct, Ivan perguntou a menina sobre o estado de saúde de Victor e soube que o rapaz foi transferido para um hospital público e estava em coma.

O empresário decidiu ir visitá -lo.

Era a primeira vez que Ivan pisava num hospital público. Ficou horrorizado com o mau cheiro do ambiente, a quantidade imensa de pessoas aguardando atendimento nos corredores, alguns gritando exigindo serem atendidos. Aquele era um mundo diferente para Ivan.

Não achou justo que Victor ficasse naquele lugar. E decidiu tirá-lo dali.

Quando aguardava dar o horário de visitas, do lado de fora da UTI, Virgínia disse para Andréia, que o rapaz moreno vindo em sua direção, era Ivan, o primo rico de Gael.

Andréia estava pronta para expulsá-lo do local. Ela presumia que Ivan queria falar por Gael e achou aquele ato absurdo.

_ Boa tarde, eu sou o Ivan e ...

_ Eu sei muito bem quem você é. E primo de quem é. Mas saiba que eu não vou admitir que o Gael se aproxime do meu filho. E que não engoli a historinha dele de ter abandonado o meu filho numa...

_ Eu te dou total razão de não querer que o Gael se aproxime do Victor. Ele não é uma boa influência para ninguém. Muito menos para um garoto ingênuo como o Victor.

Andréia ficou surpresa com as palavras de Ivan.

_ Quero que saiba que eu não vim defender o Gael. Acho sim que ele deve pagar pelo que fez. Foi um irresponsável em ter provocado brigas no bar com um bando de homofóbicos e depois deixado o Victor sozinho. Eu sinto muito por tudo isso.

_ Que história é essa de briga em bar?

Ivan relatou a briga que Gael teve no bar, o que deixou Andréia com mais raiva do publicitário.

_ Eu sempre soube que esse Gael ainda iria levar o meu filho para a desgraça. E o pior de tudo foi que não tive competência para impedir.

A consciência de Ivan pesou ainda mais ao ver Andréia se culpando por algo que era culpa dele.

_ A senhora não teve culpa de nada. Não se sinta mal pelos erros dos outros.

_ Os meus sentimentos não importam. O meu filho pode morrer e eu estou aqui, sem poder fazer nada.

_ A senhora pode sim. Este hospital não é adequado para o Victor. Ele precisa receber um bom atendimento, com médicos especialistas e competentes. Eu tenho um grande amigo, o doutor Carlos Drummond, ele é dono do melhor hospital deste país, o São Lourenço. Nós podemos transferir o Victor para lá e assim aumentar as chances da sua sobrevivência.

"A senhora não precisa se preocupar com os gastos financeiros. Eu vou arcar com tudo. Só peço que me permita ajudar."

Virgínia ficou feliz com a esperança do seu grande amigo se recuperar.

_ A troco de que você quer nos ajudar? Tem medo de que o Gael possa ser suspeito pelo ataque que o meu filho sofreu? Vai me pedir o que em troca?

_ Não vou te pedir nada. E não estou nem aí para o Gael. O que realmente me importa é salvar o Victor. Eu confesso que essa história me deixou abalado. Estivemos juntos no bar e ele estava tão feliz e agora... enfim, por favor me deixe ajudar?

Por mais que Andréia fosse orgulhosa, ela aceitou a ajuda de Ivan, pois para ela a vida de Victor era o mais importante.

Também, naquela tarde, permitiu que Ivan visitasse Victor.

Ver o menino deitado na cama, rodeado de aparelhos, desacordado, fez Ivan sentir una tristeza tão profunda, que não conseguiu conter as lágrimas. Apesar de grata pela ajuda de Ivan, Andréia ficou desconfiada com a atitude dele e comentou com Virgínia, quando as duas estavam no ônibus voltando para a casa.

_ Vai ver que o Ivan é apaixonado pelo Vitinho.

_ O que você está dizendo, menina? Isso não faz sentido algum.

_ Como não? Primeiro ele ficava com cara de poucos amigos quando via o Victor e o Gael juntos. Aí depois, ele oferece dinheiro para separar os dois, agora do nada quer salvar o Victor.

"Antes eu achava que ele gostava do Gael e tinha ciúmes do Victor, mas do jeito que chorou lá no hospital parecia chorar por alguém muito querido. Tenho pra mim que ele era a fim do Vitinho, mas não dava em cima por causa do primo. Vai ver que ele não queria ser talarico."

_ Como você tem uma imaginação fértil, menina. Deveria ser escritora.

Ivan era amigo de longa data do doutor Carlos Drummond, por isso, não economizou em pedidos para que Victor recebesse o melhor tratamento possível.

E por conta dessa amizade, Ivan conseguiu o privilégio de passar a noite ao lado do loiro. Assim, Ivan o visitava todas as tardes no horário de visitas e todas as noites. Contudo, as visitas noturnas não eram do conhecimento da família de Victor.

O empresário passava horas velando o sono de Victor, e se torturava com o arrependimento. Observa-o de perto por longos minutos, desejando que o loiro acordasse.

Numa das noites, se aproximou da cama e segurou na mão de Victor.

_ Eu só quero que você fique bem. Você é só um menino e não merecia nada disso. Mas a partir de agora eu vou cuidar de você. Eu prometo que serei o seu protetor.

Com as lágrimas escorrendo pela face, Ivan beijou a mão do menino.

Para a sua surpresa, observou Victor abrir os olhos lentamente.

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Comentários

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Do mal ao bem maior do aprendizado! Seria legal

Ivan ee Victor juntos e Gael com o tio do Victor juntos!

E q tapa merecido P

o tio do Victor levou! Amei esse cap!

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Graças a Deus. Teremos outra reviravolta com o Ivan se apaixonando pelo Victor? Hm...

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