Verdades secretas Capítulo 13

Um conto erótico de Mistério
Categoria: Gay
Contém 1681 palavras
Data: 24/02/2021 23:05:58

Capítulo 13

O silêncio da mansão foi interrompido com o som dos saltos altos de Sônia subindo as escadas.

A mulher havia subornado uma empregada para que a informasse qual era o horário em que casa estaria vazia e como já teve um caso com o chefe dos seguranças, não foi difícil para ela entrar.

Sônia entrou no seu antigo quarto e foi direto para o closet, indo até o cofre. Com alguns dígitos a mulher abriu a porta e sorriu ao ver algumas notas de euros e dólares ao lado de documentos. Não era uma quantia muito alta, mas para ela era o suficiente.

Quando ouviu passos vindo do corredor, se escondeu assustada entre as araras de roupas, mas o silêncio voltou a dominar o local.

Era Carla que foi direto para o quarto de Ivan.

Sônia aproveitou para roubar mais objetos da casa. No escritório, furtou algumas pequenas peças de artes e um relógio de ouro, que pertenceu de Raúl.

Ao descer as escadas, se surpreendeu ao ver pela parede de vidro, Ivan caminhar em direção à casa e se escondeu atrás das longas cortinas.

O moreno estava tão atordoado, que não via nada a sua volta. A blusa estava suja com o sangue de Victor.

Ivan tinhas as mãos trêmulas e chorava descontrolado. Sua alma ardia de arrependimento.

Com as mãos na cabeça, Ivan gritava:

_ O que eu fiz? Que merda eu fui fazer?

Carla ouviu o namorado gritar chorando e desceu as escadas para ir ao seu encontro. Ficou assustada ao ver Ivan naquele estado.

_ O que houve, Ivan?!

_ Eu sou uma pessoa horrível! Eu não mereço viver.

_ O que você fez?_ Carla perguntou olhando a blusa suja de Ivan.

_ Eu matei o Victor! Eu sou um monstro!

Carla pôs as mãos na boca.

_ Não, Ivan... Você não fez isso!

Neste momento, Sônia ligou a câmera do celular e começou a filmar.

Entre lágrimas e temores e Ivan disse:

_ Tudo por culpa do desgraçado do Gael. Ele que me provocou.

_ Que caralho está acontecendo, Ivan?_ Gritou Carla.

_ Eu...eu... eu saí para distrair a cabeça e foi quando eu o vi na parada do ônibus. Eu fiquei com tanto ódio que... que não consegui me controlar e acertei a cabeça dele com o taco de beisebol... ele caiu no chão... tão inocente.

Carla estava tão nervosa que não conseguia falar.

_ Me ajude, Carla? Por favor, me ajude? Eu não quero mais ser esse demônio.

Ivan segurou os braços de Carla, mas ela se afastou.

_ Por que você fez uma maldade dessas?

_ Eu tava com ódio e...

_ Ódio de quê, porra?!

Ivan se jogou no chão de joelhos e chorava descontrolado.

_ Eu não te reconheço mais, Ivan. Eu não sei quem ou o que é você.

Sônia terminou de gravar e guardou o celular na bolsa.

Para a surpresa do jovem casal, ela saiu de trás das cortinas, indo de encontro a Ivan se ajoelhado ao lado dele.

Carla tomou um susto tão grande ao ver a sogra que gritou.

_ O que foi que você fez, meu filhinho?

Sônia fingia ser carinhosa, acariciando os cabelos de Ivan.

_ Isso não é da sua conta, Sônia. Me deixe em paz.

Ivan soluçava de tanto chorar.

_ O que você está fazendo aqui? Como entrou?_ perguntou Carla.

Sônia ignorou a nora.

_ Meu amor, você fez uma besteira e a mamãe pode resolver tudo. Você está com a cabeça quente. Não tem condições nenhuma de tomar qualquer atitude. Onde está o rapaz?

_ Ficou caído no ponto de ônibus. Eu vou à delegacia! Eu vou me entregar a polícia.

_ Não vai não. Como eu disse, você está nervoso. Deixe que eu cuido de tudo. Onde está a arma do crime?

_ No banco do carro.

_ Então, me dê a chave do carro que precisamos nos livrar dela.

Ivan permaneceu imóvel chorando e Sônia pegou a chave no bolso do casaco dele.

Carla subiu as escadas correndo e se trancou no quarto chorando.

Ivan se jogou no chão da sala. Pensou no sorriso de Victor e no dia em que o loiro esteva na missa de um mês da morte de Raúl.

O peso da consciência não o deixou dormir durante a madrugada.

Quando por fim conseguiu tirar um cochilo, sonhou com Victor sangrando gritando por ajuda. Ivan acordou desesperado e percebeu que já havia amanhecido.

Sentindo o seu corpo doer por ter passado a noite deitado no chão, Ivan se levantou e foi até o escritório para tomar umas aspirinas.

Carla também não conseguiu dormir tranquilamente. Sentiu-se mal por não ter feito nada para ajudar Victor.

A moça se levantou e foi tomar banho.

Surpreendeu-se ao ver Sônia sentada na cama.

_ Bom dia, querida. Espero que tenha dormido bem.

Carla se assustou ainda mais quando viu uma empregada saindo do closet com uma bagagem.

_ Já terminei, dona Sônia.

_ Muito bem. Pode ir.

A empregada se retirou e Sônia olhava fixamente para Carla.

_ O que está acontecendo aqui?

_ Está acontecendo que você irá partir agora mesmo. Vai voltar à Suíça, de onde nunca deveria ter saído. Aqui está o dinheiro para comprar as passagens.

Sônia esticou a mão para entregar algumas notas que tinha roubado do cofre. Contudo, Carla a ignorou.

_ Eu não vou a lugar algum.

_ Ah, você vai, Carla Viera Neto, filha de Adalberto Baptista Neto e Maria de Lurdes Viera Rodrigues Neto. Você tem um lindo irmãozinho de cinco anos, que estuda na escola Pedacinho do céu.

"A sua mãe adora frenquentar a academia fit sol todas as tardes e o seu pai ama ir ao barzinho Tom Jobim para jogar baralhos e tomar cerveja barata."

_ Por que você está falando da minha família?

_ Porque eu conheço cada passo deles, sei o endereço, onde trabalham, estudam e com um telefonema você pode ficar sem papai, sem mamãe e sem irmãozinho.

_ Você está me ameaçando, sua desgraçada?

_ Ameaçar é uma palavra muito forte. Digamos propor um acordo. Você some desta casa e nunca abra a boca para dizer uma palavra sobre o que você ouviu ontem e a sua família segue sã e salva.

_ Maldita hora que eu fui me envolver com o doente do Ivan. Vocês são uma família nojenta. Bandidos! Como pode acobertar uma coisa dessas? Você é uma péssima mãe.

_ Guarde as suas opiniões sobre a minha maternidade para você. Eu não estou interessada nelas. Agora pegue as suas coisas e vá embora daqui!

Carla pegou as malas e a bolsa.

_ Como sabe tanto a respeito de mim e da minha família?

_ Sou uma mãe zelosa. Quando soube que o meu filho estava namorando uma bandoleira e golpista, investiguei muito bem a sua vidinha.

"Sabe, Carla, uma das vantagens de tudo isso é que vou me livrar de você. A sua tentativa de dar o golpe do baú no meu filho falhou."

_ Eu não vou mais perder o meu tempo com vocês. Pode ficar tranquila que nunca mais quero voltar a ver o Ivan e muito menos a você.

Carla andou em direção à porta.

_ Não vai levar o dinheiro da passagem, querida?

_ Não. Pegue essa merda de dinheiro e enfie bem no olho do seu cu.

Carla saiu batendo a porta e Sônia sorriu guardando o dinheiro de volta na carteira.

As olheiras profundas, os olhos inchados de tanto chorar, os cabelos negros desalinhados expressavam o resultado da noite conturbada que Ivan tivera.

Ele entrou na sala de jantar e deparou com Sônia sentada à mesa, desfrutando de um carro café da manhã.

_ O que você está fazendo aqui agindo como se fosse a dona da casa?

_ Bom dia, meu amor. Pela sua cara ótima deve ter tido uma boa noite de sono.

_Você fica ridícula nesse papel de perua debochada.

Ivan sentou na cadeira.

_ Eu vou falar com a Carla e...

_ Não vai não. Ela foi embora.

_ Como assim foi embora?!

_ uh, é! Não aguentou a pressão de ter um namorado assassino. Vai ver que ela não estava disposta a te levar frango assado na cadeia.

_ Cale a boca!

_ Não vou calar não, querido. Precisamos conversar sobre o meu futuro. Eu não vou morar naquele apartamento chinfrim de Santa Rosa. Vou morar numa bela cobertura no Leblon. Bem de frente para o mar. Eu aceito a mesada sim, mas não será a merreca de cinco mil reais e sim de seiscentos mil. Quero três empregadas : duas arrumadeiras e uma cozinheira. E por último e não menos importante, quero de volta o meu cartão de crédito ilimitado.

Ivan ergueu a sobrancelha.

_ É mesmo, Sônia? Você acha que vai me chantegaer? Como você é imbecil. O que tem contra mim? A sua palavra? Ridícula.

Sônia pegou o celular e enviou o vídeo para Ivan.

Assistindo ao vídeo em que ele conta para Carla sobre a agressão a Victor, Ivan franze o cenho.

Num rompante, toma o celular da mão de Sônia e o atira na parede. O objeto bate com força e cai no chão estilhaçado.

Sônia olha o celular calmamente.

_ Você não achou que eu ia te enviar o vídeo sem fazer uma cópia? E além disso, eu tenho sob o meu poder um taco de beisebol com as sua impressões digitais e o sangue da vítima, o que é uma prova concreta e suficiente para te por na cadeia.

"Tá certo que vivemos num país onde os milionários recebem penas mais brandas. Mas vamos combinar que um jovem belo e saudável como você não vai querer passar anos preso dentro de casa, usando como parte do look uma bela tornozeleira. "

Ivan suspirou fundo. Se viu no fim da linha.

_ Eu sou mesmo muito idiota de ter confiado em você.

_ Desta vez vou ter que concordar contigo.

_ Você é uma vadia sádica.

_ Veja lá como fala comigo, coração. Você está nas minhas mãos.

Siga a Casa dos Contos no Instagram!

Este conto recebeu 28 estrelas.
Incentive Arthur Miguel a escrever mais dando estrelas.
Cadastre-se gratuitamente ou faça login para prestigiar e incentivar o autor dando estrelas.

Comentários

Este comentário não está disponível
Este comentário não está disponível
Este comentário não está disponível