Verdades secretas capítulo 12

Um conto erótico de Mistério
Categoria: Gay
Contém 2228 palavras
Data: 24/02/2021 14:31:17

Capítulo 12

O toque do celular trouxe Ivan de volta para a realidade. Percebeu que estava prestes a cometer uma loucura e saiu correndo do local.

Victor ouviu o som do toque do celular de Ivan e ficou assustado, com medo de alguém entrar no quarto e pegá-los naquela situação constrangedora.

_ Tem alguém aí, Gael?

_ Relaxe, amor. Deve ser o caseiro._ Gael disse beijando Victor.

Nervoso, Ivan guardou o taco de baisebol no porta malas do carro e dirigiu o mais rápido que pode. A imagem de Gael e Victor transando o torturava.

A tristeza e o ódio batalhavam entre si na tentativa de qual delas dominaria o seu estado de espírito. Não suportando tudo isso, Ivan estacionou o carro num canto da estrada de terra, encostando a cabeça no volante.

Gritou o mais alto que conseguia, liberando todos os sentimentos que o atormentavam. Já não tinha mais forças para prender as lágrimas e deixou que elas escorressem dos seus olhos.

Um suspiro de alívio foi dado por Victor ao notar que a sua família não percebera a sua ausência.

Entrou no quarto e se jogou na cama. Estava feliz por ter passado momentos tão calorosos com Gael.

No pátio do colégio, Victor contou a Virgínia em detalhes sobre a sua aventura da noite anterior, enquanto desenhava no caderno.

_ Isso que é viver perigosamente, Vitinho.

_ Foi incrível. Eu estou tão feliz porque pensei que o Gael não queria nada comigo. Mas, ele disse que independentemente da minha mãe, nós vamos ficar juntos. Você tem que ver como é lindo o sítio da família dele. O Gael me disse que vai me levar lá num final de semana para poder aproveitar a piscina.

Virgínia olhou para o desenho de Victor e ficou surpreendida com o que viu.

_ Você está desenhando o Ivan Matarazzo? Por quê?

_ Não sei. Ele me desperta sentimentos estranhos.

_ Como assim?

_ Medo e desconforto. Desenhá-lo é como externalizar estes sentimentos.

Gael recebeu de braços abertos o seu amigo Felipe, que era um ex colega de trabalho que havia sido demitido há uns meses atrás.

Ambos recordaram os bons momentos que viveram na agência de publicidade. E Gael relatou o motivo da sua demissão.

_ Gael, o Augusto foi um filho da puta contigo. Você sempre foi o melhor publicitário. Nunca houve um cliente que não ficou satisfeito com o seu trabalho. É muita sacanagem te demitir por causa do louco do seu primo.

_ A proposta do Ivan foi milionária. Seria impossível qualquer agência negar.

_ E como você vai fazer para se livrar desse mala do Ivan?

_ Não vou fazer nada. Uma hora ele vai cansar e me deixar em paz.

_ Não sei não. Esse cara parece não ter nenhum tipo de escrúpulos. Gente assim é perigosa.

_ Ivan é um menininho mimado e birrento no corpo de um homem de trinta anos. Quer parecer o fodão, mas não passa de um babaca. E além do mais eu tenho algo mais importante para me preocupar. Como a minha vida financeira. Preciso conseguir um novo emprego.

Felipe sorriu e disse:

_ E se ao invés de procurar um emprego nós dois abrissemos a nossa própria agência?

"Gael, você tem uma grana guardada e eu também. Podemos ser sócios. É claro que não temos muitos recursos, mas podemos abrir uma agência pequena e trabalhar com marketing digital nas redes sociais é o que está bombando no momento."

Gael gostou da ideia do amigo. Os publicitários passaram horas falando sobre o projeto.

Empolgado, Gael quis comemorar o novo passo que daria na vida e convidou o amigo e a irmã para irem com ele a um bar badalado da Lapa.

Ligou para Victor, convidando-o e o garoto aceitou.

Junto com Adrian, Victor mentiu para Andréia dizendo que dormiria na casa do tio e foi ao encontro do namorado.

Ivan aceitou a contra gosto o convite de Carla para sair naquela noite. Ainda não se conformava com a cena que presenciou no sítio. A cada dia que passava, a sua raiva aumentava cada vez mais.

Carla percebeu o meu humor do namorado, mas deduziu que era por canta da briga entre Ivan e Sônia. Ela queria animá-lo e insistiu muito para que ele a acompanhasse num bar.

Para a surpresa de todos, o casal foi ao mesmo bar que Gael estava com o namorado e amigos.

Carla acenou para Gael e foi retribuida.

_ Olha, amor, é o seu primo. Eu vou lá falar com ele.

_ Você não vai a lugar nenhum.

_ E por que não?

_ Porque ele está acompanhado. Não vamos incomodar.

_ Ah, bobagens. Aquele loirinho ali... acho que é o Victor. O Gael tava louco para me apresentar. Eu vou lá.

Carla saiu antes que Ivan tentasse impedi-la.

Felipe ficou encantado com Carla. Não fazia nenhuma questão de disfarçar o interesse pela moça, demonstrando no olhar e no sorriso. Ela percebeu, mas, mesmo gostando, fingiu não ver por respeito ao namorado.

_ Oi, Gael. Que coincidência te ver aqui!

_ É mais que coincidência, Carlinha. É um prazer.

Ambos se cumprimentaram com abraços e beijos no rosto. Gael apresentou Carla a todos na mesa. E ela sugeriu que todos ficassem juntos.

Animado com a possibilidade de ficar perto de Carla, Felipe fez questão de incentivar a presença da moça, mesmo tendo que suportar Ivan, o que não agradou em nada a Luíza, mas para não estragar o clima da noite ela decidiu omitir a sua insatisfação.

Ivan também não queria ficar perto do casal Gael e Victor, mas acabou aceitando a contra gosto.

Victor não se sentia confortável perto de Ivan e por isso, passou a maior parte do tempo em silêncio somente ouvindo Carla. A moça falava sem parar sobre assuntos triviais que agradavam todos à mesa.

Uma simpatia recíproca surgiu entre Carla, Victor e Luíza, o que os jovens acreditavam que se tornaria uma boa amizade.

Ao contrário, dos outros que estavam descontraídos e felizes, Ivan não conseguia relaxar. Vendo Gael abraçando e beijando Victor o deixava ainda mais furioso, o que era percebido por Gael que provocava ainda mais.

Numa mesa ao lado dois homens olhavam com ódio para Gael e Victor. Estavam furiosos pelo casal de homens demonstrarem afeto em público.

Luíza percebeu os olhares dos homens e se sentiu incomodada. A moça odiava homofobia e ao mesmo tempo temia que os homens fizessem algo contra o seu irmão.

Discretamente, ela avisou Gael e ele olhou para os homens sorrindo e dei um beijo na boca de Victor.

Um dos homens levantou da mesa furioso, jogando uma cadeira no chão.

_ Como que é, bichinhas? Vão ficar de putarias em público?

Luíza bateu na mesa e levantou.

_ Toma conta da sua vida, seu babaca.

O segundo homem levantou da mesa estufando o peito para frente.

_ Aqui não é lugar de veadagem, sua piranha.

_ Piranha é a sua mãe.

O homem foi em direção à Luíza para atacá-la, mas Ivan puxou a irmã para si, se pondo de frente do homem e disse:

_ Cara, volte para sua mesa. Ninguém aqui quer briga.

Victor ficou assustado, temia que rolasse agressão física.

_ Qual é o problema de vocês hein? Não gostam de ver duas bichas se beijando?_ Gael disse puxando Victor e o beijou novamente.

Furiosos os homens partiram para cima dele e Luíza correu para chamar os seguranças.

Os seguranças conseguiram apartar a briga antes que se tornasse física. E Ivan puxou Carla para irem embora.

_ Vamos embora.

_ Não podemos deixá -los aqui neste tumulto.

_ Já disse para irmos embora, Carla! Já deu por hoje._ Ivan puxando a namorada.

No carro, Carla reclamava com Ivan por ter deixado o grupo na briga.

_ Que se fodam todos eles! Se o Gael provocou beijando o veadinho do namorado ele tem que arcar com as consequências.

_ Você tem noção do absurdo que tá dizendo, Ivan? Os caras que são uns homofóbicos nojentos. O mundo não é deles. O Gael tem o direito de beijar o namorado em público. E foi muito baixo você se referir ao Victor com esse termo homofóbico.

_ Direito é o caralho! Gael fica se exibindo para provocar as pessoas. É um pervertido. Merecia mesmo levar umas porradas.

_ Eu não acredito que você é homofóbico. Parece o seu pai falando.

Ivan direcionou um olhar enfurecido para a namorada e parou o carro.

_ Nunca mais me compare a aquele velho desgraçado! Eu quero que você vá tomar no olho do seu cu, Carla.

_ Por que você está me tratando desse jeito, caralho? Já faz dias que estou tendo paciência contigo. Tentando entender o seu lado, mas você está insuportável. Sempre está de mau humorado. Puxa, eu vim lá da Suíça para ficar ao seu lado e você me trata desta forma?

_ Você veio porque quis. Eu não te convidei. Muito pelo contrário, disse para que você ficasse lá e tomasse conta da sua vida.

_ Você é um idiota, Ivan.

_ Então, se afaste de mim.

Carla saiu do carro e pegou um táxi.

Luíza estava enfurecida por ter tido a sua diversão interrompida .

_ Que ódio! Eles acabaram com a minha noite.

_ Ah, que isso, Lu. Pra mim foi do caralho ver aqueles homofóbicos putos.

Victor estranhou o fato do namorado ter se divertido com aquela situação.

_ Você é maluco, Gael. Eu não vi nada de divertido. Pra mim já deu por hoje. Vou embora.

Victor gostou da ideia de ir embora. O menino não via mais sentido continuar o passeio, ele não gostava de brigas.

_ É uma boa ideia ir embora. O meu tio deve está preocupado.

_ Mas nem pensar. A noite está só começando, gatinho. Ainda há um lugar que eu quero que você vá.

_ Não é melhor deixar para outro dia, amor?

_ Outro dia porra nenhuma. Lindinho desse jeito, você fará sucesso no Hot men.

_ O que é Hot men?

Gael o olhou com um sorriso malicioso e o beijou.

_ Vocês é quem sabem da vida de vocês. Eu vou embora._ disse Luíza.

Felipe gostou da ideia de ao Hot men e prefiriu ficar com Gael.

Hot Men era um lugar com uma iluminação de luz vermelha fraca. Pelo ar pairava fumaça de maconha, deixando Victor sufocado.

O menino estranhou vendo diversos homens nus copulando livremente. Gemidos masculinos ecoavam no local.

_ Eu quero ir embora, Gael. Não gostei daqui._ Victor disse assustado, olhando um homem cheirando uma carreira de cocaína no rego do outro.

_ Relaxa, gatinho. Curte a vibe.

Gael tirou do bolso um pacote com comprimidos de êxtases.

_ Opa, essa é da boa._ disse Felipe pegando um comprimido.

_ Chupe essa balinha, gatinho. Você vai ficar suave só curtindo.

_ Eu não vou usar drogas! Eu quero ir embora agora!

_ E, Gael, logo tu foi arrumar um namoradinho careta?_ disse Felipe rindo.

_ Pare de bobeira, Victor. Você tá parecendo a chata da sua mãe.

_ Não fale da minha mãe!

Um rapaz se aproximou deles e pôs a mão no ombro de Gael.

_ Tá a fim de se divertir, delícia.

_ Só se for agora.

_ Que porra é essa, Gael? Vai ficar dando molhe para esse aí na minha frente?

_ Oh, meu amor. Aqui ninguém é de ninguém. _ respondeu o rapaz.

_ Eu não vou ficar aqui.

_ Se não quer ficar, não fique. Eu vim para me divertir. Deixe de ser chato.

_ A minha mãe tinha razão. Você é um embuste mesmo, Gael. Nunca mais olhe na minha cara.

Victor saiu correndo. Sentia-se assustado por estar naquele lugar desagradável e, pela primeira vez, ver o verdadeiro caráter de Gael.

Caminhou pela rua escura e deserta enxugando as lágrimas.

Ligou para o tio, contando o que havia acontecido.

Ouvindo o sobrinho assustado ao telefone, Adrian se viu arrependido de ter aceitado colaborar para o encontro do casal as escondidas.

_ Carinho, eu sei onde fica esse endereço. Me espere perto do ponto de ônibus que eu já tô indo de buscar. Fique calmo.

Victor aguardava o tio no lugar marcado, cruzando os braços para se proteger do frio.

Ivan tinha a intenção de ir ao Hot men e ter uma noite de orgia com homens desconhecidos, mas desistiu, pois estava com muita raiva para suportar que alguém o tocasse. Abriu a janela do carro para fumar e para o aumento da sua raiva avistou Victor só no ponto de ônibus.

Direcionou ao menino um olhar maligno e uma ideia diabólica dominou a sua mente.

Saiu do carro e pegou o taco de beisebol que havia deixado no porta malas. Andou em direção às costas do menino, que estava com fones nos ouvidos, para relaxar ouvindo música enquanto aguardava a chegada de Adrian.

Ivan estava fora de si. O ódio o dominou completamente.

Próximo do menino, Ivan mirou o taco em direção a de Victor, e com toda a sua força acertou a cabeça do garoto, que caiu imediatamente.

Vendo Victor jogado ao chão com a cabeça sangrando o fez tremer.

Ivan olhou para o taco sujo de sangue e sentiu um forte arrependimento. Correu para o carro e saiu em disparada.

_ Caralho! Que merda eu fiz?

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Comentários

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Amei! Pra ficar esperto e a porra do tio aprender a ser responsável com a vida dos outros! O tio é 100% culpado por ter jogado o sobrinho em cima do primeiro traste q apareceu!

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Eu to é vendo Gael desesperado atrás do Ivan e do Victor, pois tenho quase certeza dos dois acabarem juntos de algum jeito. O Gael por querer tanto vai acabar sem nada.

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