Me apaixonei por meu amigo hétero e me fudi... pt.2

Um conto erótico de Fanfarrão
Categoria: Gay
Contém 2610 palavras
Data: 19/01/2021 23:30:28
Última revisão: 20/01/2021 07:42:35

Capítulo 2

Quando ele foi para Manaus e nós nos “separamos”, tomei uma decisão drástica, mas a meu ver bastante sábia: À medida que os anos avançavam, eu busquei enterrar meus sentimentos tão fundo que hoje me faz lembrar daquelas bonecas russas que contêm em si mesma inúmeras miniaturas.

No passado não muito distante, eu até pensei ter conseguido. Porém vê-lo só de cueca, jogado na minha cama, despertou emoções para mim inconvenientes. Sem conseguir tirar os olhos daquele corpo másculo e inatingível, penetrei num mundo de imagens e sensações que jamais havia conhecido. Nunca Leonardo havia tirado a roupa na minha frente e, embora ele estivesse de boxer, seu nu parecia tão real como o ar que respiramos.

Por alguns minutos deixei-me levar pela imaginação, até que um movimento espontâneo daquele puto me fez retornar das terras férteis que são minha mente. Eu peguei uma toalha limpa no guarda-roupa e fui tomar um banho para me refrescar. Não parava de pensar no Leonardo preenchendo minha cama, como se fosse dono, e aquilo já tinha me deixado de pau duro.

Saí do box e comecei a me secar. Meu olhar caiu sobre o cesto de roupas sujas. Percebi uma coisa: ele tinha jogado ali a sua cueca da viagem, fodona por sinal. Outra boxer deliberadamente pequena, preta, com marca de volume e...melada. Havia uma parte úmida nela que não deixa dúvidas. Eu peguei, cheirei e pirei mais ainda. Agora, e talvez, eu tinha entendido por que o Leonardo me queria longe dele na hora do banho. Enfim, apenas aproveitei o momento e cheirei muito a cueca!

Ao sair do banheiro, constatei que não poderia dividir a cama com meu amigo. E eu não tinha preparado um colchão para ele dormir. O sono e a fadiga de um dia de trabalho começaram me derrubar, então simplesmente peguei alguns lençóis, forrei o chão próximo à cama e entreguei-me. Não queria ter outra ereção perto do Leonardo, nos envolvendo numa cena gay que seria afrontosa para ele.

Na manhã seguinte, acordei quebrado às 7h pensando como seria meu dia de trabalho. O Leonardo já estava acordado na cama, deslizando os dedos no seu celular.

– Bom dia, cabeção. – cumprimentei.

Ele não moveu um músculo da boca, deixando-me sem resposta.

– E aí, Léo...Dormiu bem?

– (falou mal-humorado) Dormi, cara.

– Pois pra mim tá parecendo que dormiu com os cachorros!

– (acho que travou o que iria dizer) Sou assim quando acordo, já, já passa.

Leonardo estava rabugento, insuportável, então fique na minha. Na época, meu expediente iniciava às 8h, e eu não tinha tempo a perder. Me banhei, vesti uma roupa esporte fino e fui trabalhar. Por algum motivo, seu silêncio me incomodou o dia todo, praticamente me deixando estressado no serviço.

Voltei às 17h para casa, buscando entender o comportamento infantil do Leonardo. Minha mãe estava de plantão, então quando cheguei, ele se encontrava sozinho, na minha cama. Fui à cozinha preparar um lanche e sentei-me. Depois de um tempo, ele veio até a cozinha, partiu meu lanche e sentou perto de mim.

– E aí, passou a TPM?

– TPM teu cu.

– Que foi que tá se comportando como criança mimada, pow? Não entendi nada de teus pantinhos.

– Cê realmente continua metido a todo durão...

– Cara, não sei que birra é essa tua. E eu não sou metido a nada. Só não te entendo!

– Você não entendeu ou não quis entender? Ontem, você/ (ele mensurou o que iria dizer e voltou)... Dormiu no chão por quê, mesmo, ehm?

– Ah... É que tu tava todo jogadão na cama e eu não comprei ainda um colchão extra. E por que não me respondeu quando falei com você?

– Porque não quis. Tua atitude foi de muleque, mané! Achou que eu ia pular em cima de você? Tu é adulto, poha, vira home!

Quê? Sério mesmo que eu era a criança? Eu mereço....

– Léo, tu tá doido, macho? Eu durmo onde quiser. Dormi no chão pra te dar conforto seu otário. Se liga!

– E você se acha mudado...!

Nem me rebaixei em responder. Me levantei e fui para o quarto. Ele me seguiu e me pediu desculpas (Leonardo sempre se achou dono da verdade, provavelmente aquele pedido doeu bastante em seu ego) e eu o perdoei, besta com a sua atitude.

A semana passou. Leonardo já tinha feito um cata nas meninas do meu bairro, aproveitando os dias que minha mãe estava de plantão. Na véspera da nossa viagem, ele me chamou à parte e me pediu novamente para sair de casa, por duas horas, para que ele transasse com uma guria de outra rua. O Leonardo sempre foi pegador. E eu sempre segurava vela.

Naquela noite, após as duas horas, retornei e quando encostei a chave na fechadura da porta, ouvi os gemidos sem pudor da guria. Ele por sua vez dizia que ela era gostosa, safada, apertadinha e mandava chamá-lo de seu macho...Com certeza ele era hétero.

Depois de eles terminarem e eu fingir ter chegado da rua, preferi não comentar nada sobre o “flagrante”. Apenas fui para cama, dormir. Percebi o entusiasmo dele tentando me contar da foda, mas, sério mesmo, eu estava mais preocupado com a nossa partida de moto, que deveria ser às 4h da manhã.

Na madrugada, acordamos e fomos nos preparar para sair. Durante a semana que ficou em minha casa, Leonardo também aproveitou para envenenar a CB300 nova, o que me deixou bastante confortável na garupa. Minha mãe ainda estava trabalhando, portanto, não tivemos uma tradicional despedida. Simplesmente partimos.

Um segredo vale o quanto valem aqueles dos quais temos de guardá-los. Ao seguir Leonardo naquela aventura louca, por 2 mil quilômetros, eu esperava aproximar-me mais dele, como amigo, porém, eu não fazia ideia no que estava me metendo...

Lendo essas palavras e tudo que já narrei até aqui, vocês devem estar fantasiando que, durante nossa travessia, eu me declararei para o Leonardo e ele correspondeu aos meus impulsos. Para quem pensou isso, digo: você não poderia devanear mais errado. Aliás, acompanhá-lo na viagem se mostrou o erro mais grosseiro da minha vida.

Por mais de oito horas tudo que a gente fazia era entrar e sair de várias pequenas cidades, bem semelhantes entre elas. Foi somente depois que a dormência esqueceu as nossas costas e o sol estacou no centro do céu, que ele resolveu dar uma pausa para nos alongarmos e procurar um restaurante de rodovia.

A essa altura já estávamos em Jeremoabo, na Bahia. Me recordo disso, porque foi lá que a dona de um barzinho-restaurante nos convidou para sairmos do estabelecimento. O motivo? Bem, resumindo, Leonardo criticou descaradamente o preço do self-service, enquanto amontoava frango, comida e carne em seu prato! Ele sempre foi mão-de-vaca, mas depois de seis anos na Marinha, esperava-se que ele melhorasse seus modos. Não sabia onde enterrar minha cabeça.

Ao voltarmos para a moto, Leonardo lançou um olhar inquisidor em minha direção e eu percebi que meu amigo esperava que eu concordasse com aquela atitude pré-cambriana. Fiz apenas olhos de mercador. Subimos, ele murmurou frases abafadas pelo capacete e seguimos em direção a Minas Gerais.

Na previsão de nosso roteiro, entraríamos nos limites do estado somente à noite. Confesso que sempre fui muito ruim de preparar malas e traçar roteiros turísticos. Embora eu viajasse muito, na maioria das vezes era a trabalho, com algum colega experiente. Digo isso pois é extremamente importante para você entender a surpresa que tive, quando Leonardo me comunicou que dormiríamos numa barraca de trilha.

– Tu tá louco, cara? Não vou dormir numa barra! – forcei a garganta, na tentativa de superar o barulho do vento.

– Relaxa, viado – respondeu-me com um sorriso sarcástico. – Vamos dormir em algum posto, tem cobra neles não!

Houve um tempo, quando eu era adolescente, talvez devido ao amor platônico, em que aquele sorriso desdenhoso me deixava pirado no estilo macho escrachado dele, mas agora era só mais um defeito que eu procurava no Leonardo para deixar de gostar dele.

– Tô te falando, cara, eu não vou dormir em barraca nenhuma!

Não queria sentir o calor do corpo dele, e ele jamais deveria perceber meu nervosismo, coração acelerado e tremor nas pernas toda vez que inalava seu cheiro.

– Vou procurar um hotel, então! – cedeu ele pelo menos dessa vez.

Olhando para trás, penso que eu mesmo causei a pior de todas as experiências homofóbicas que tinha acontecido comigo ao longo da minha curta existência. Por minha conta, Leonardo fui à recepção de um posto-hotel conferir a vaga e preços da estadia, enquanto eu me dirigi ao banheiro externo.

Pode parecer clichê, mas lá tinha um homem se masturbando e, entretido, não me viu entrar. Não curto muito banheirão, mas o cara era lindo demais... Provavelmente era da minha altura, tinha um shape natural de quem trabalha no pesado, cabelos grisalhos, pouco peludo, com barba, de pele queimada do sol e tinha uns 40 anos, até hoje não sei seu nome.

Acho que só me notou quando saquei meu pau – que dizem ser dotado pois tem 20 cm – e pus-me a mijar perto dele. O homem deu um sorriso safado para mim. Seu pau também era grande, acho que devia ter uns 19 cm, mas era mais grosso que o meu, mais claro e veiúdo. Pegamos no mastro um do outro e começamos uma brotheragem sacana. Passamos uns minutos assim, sem nenhum de nós dois tomar uma iniciativa, como não podia perder tempo, ajoelhei-me e comecei a mamar o 40tão.

Ele empurrava sua mão para que eu chupasse mais e com mais gosto. E era assim que eu fazia. Ele me levantou com força e me jogou dentro de um box, sem falar nada. Segurei-me firme com as duas mãos na porta, dando sinal de que não rolaria nada além da mamada.

Em todas as minhas relações sexuais, nunca tinha sido o passivo, e sim o ativo. Curtia sentir minha jeba penetrando um rabinho quente.

– Cê não quer? – perguntou-me cochichando.

– Sou só ativo. – respondi no mesmo tom.

– Você é foda, caralho! – falou irritado.

Querendo evitar cenão e aflito com a possível manifestação de Leonardo no banheiro, pedi desculpas e fui em direção ao hotel. Achei meu amigo encostado na moto, conversando com um casal. Aí está a explicação de por que ele também não foi ao banheiro. Me aproximei.

– E aí, Léo... quebrei o silêncio que havia se formando, quando cheguei.

Enquanto ele assentia com a cabeça, olhei para a mulher intrigado. Ela visivelmente estava dando mole pra ele.

– Essa aqui é a Thamires, e esse é o Dan.

– E aí, beleza? – perguntei aos dois.

– Tudo ótimo agora! – Thamires se adiantou.

– E aí mané, não vamos mais precisar dormir no hotel, hehe.

– Quê? E por que não?

– Eles nos chamaram para dormir na casa deles!

A Thamires confirmou e o Dan permaneceu calado.

– (eu estava desconfiado) Melhor pra gente então.

Leonardo parecia entusiasmado demais e, embora eu não tivesse presenciado o início da conversa entre eles, supus que haveria muita putaria na casa da Tham. Só me questionava qual seria meu papel, até porque ele era muito individualista em relação a isso. Para descolar uma foda, ele me daria um perdido facilmente.

Após o casal entrar no carro, os seguimos até sua casa, que ficava bem próxima ao posto-hotel e tinha dois andares. Tudo era muito sofisticado por dentro. Luminárias de cristal, sofá enorme, portas e janelas de vidro, tapetes emplumados, uma cozinha grande e projetada, bebidas à vontade. Bem, Leonardo não bebe, mas eu bebia, e estava me sentindo um cego no meio de tiroteio ali. Acho que também colaborei para isso. Thamires era daquelas meninas que só de olhar já saberia que era chata. Mas o que tinha de chata, tinha de linda e decidida. Foi ela quem chegou como uma pantera no Leonardo e deu encima na maior cara dura, assim me disse ele.

Voltando... Ela era uma morena bonita mesmo. Eu poderia dizer que a pegaria numa boa, mas minha antipatia por ela só não era maior que a apatia dela por mim; talvez estivesse sutilmente retribuindo o sentimento que ela sentia escapar de mim.

Leonardo não percebeu nada daquilo, pois estava bastante ocupado sarrando a garota por trás, enquanto ela o guiava para o primeiro andar, onde ficava o quarto. A sensação que eu tinha ali era a de que ele estava pagando a nossa pernoite com a rola, o que para meu amigo não era nenhum pouco sacrifício.

Eles subiram a escada e a Thamires não olhou para trás nem disse para me acomodar no sofá. Senti que era para me provocar, mas na real ela não tinha motivos pra isso, então me convenci de que era minha mente fantasiando novamente.

Só depois que eles se confinaram no quarto, é que o Danilo resolveu iniciar um papo. Vi que ele não parava de tentar contato visual comigo (e eu mantendo a pose de inocente). Ele começou com amenidades:

– São fogo eles dois, né?

– Eles juntaram a fome com a vontade de comer. – respondi, e irrompemos no riso.

– Cê deve achar minha miga loka, né?

– Nada, ela faz direitinho o tipo do Léo. Agora quando vi vocês, eu pensei que eram um casal. - emendei.

– (falou rindo) Eca. Nunca pense.

– Você agora não me parece tão quietinho!

– Tava observando o movimento, migo.

Nós rimos de novo. Pela primeira vez, ali naquela casa, eu não me sentia com cara de taxo.

– Vejo que cê também não é tão calado...

Engatamos num papo bem legal. Ficamos muito tempo conversando ali, e o Danilo era simpático demais. Alto, branco, barba por fazer, cabelo liso, uns 28 anos, pouco músculo. Seus atributos me atraíram a atenção e seu papo era fluído, mas aquilo se acabou num surto. De repente, uma garrafa de cerveja voa em direção à cabeça do Dan, por extinto corro para ajudá-lo.

– Você tá louco, carvalho? Que porra é essa que tu fez? – gritei com o Leonardo.

Ele foi na direção do Danilo e deu uma bofetada que o derrubou do sofá.

– Cê é animal? Para. Para! – ouvi os choros da Thamires.

Dan tentou se levantar, mas foi pego por uma pesada no rosto. Em seguida, gritando como um doido, Leonardo dizia para o Danilo virar homem. E eu não conseguia contê-lo.

– Para com isso, seu doente. Por que tu tá fazendo isso? – berrei.

– Você me chamou de doente? Doente é tu que tá conversando com bixona agora! – falou com ódio nos olhos.

– E por isso tu atacou ele, porra?

– Ele é viado, Bruno. Dá o cu. Ele queria uma suruba comigo e a Thamires. Tô ligado que ele quer te fuder, e você de papinho com ele, porra!

– Léo, deixa de ser preconceito, cara. O que tu fez é crime, agredir alguém assim.

A Thamires se mostrava muito apavorada enquanto digitava o número da polícia e o Danilo foi se levantando calado.

– Você tá bem, cara? – perguntei ao Dan.

– Tô. Tô, sim. Quero que esse covarde venha fazer de novo.

– A gente tá saindo, beleza? Perdão, Dan, desculpa mesmo.

Danilo era um cara bacana, super de boa. Gentil até demais. Vi o sentimento de humilhação em seus olhos, mas ele não tentou impedir nossa fuga antes que alguma viatura de polícia aparecesse. Já Leonardo vestia suas roupas, pois até aquele momento ele estava apenas de boxer, como se nada tivesse acontecido. Thamires era só nervos...e não era para menos!

Saí dali amuado, com as bochechas do rosto ardendo de vergonha. Achei que eu fosse chorar. Engoli em seco, notando uma dor angustiante no peito. E antes que eu pudesse falar qualquer coisa, o Leonardo indicou com a cabeça para eu subir na moto, então arrancamos de lá, desgovernados, como dois criminosos.

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Comentários

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Safa! Com uma destas acho que no lugar do Bruno o meu amor pelo Leonardo se esfumava como fumo por uma chaminé.

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Socoroo que Leonardo escroto, nossa só porque o Dan é gay e se achou no direito de espancar? misericórdia

se fosse o Bruno já tinha mandado esse bosta se ferrar, tô passado.

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Mas, continue. Vamos ver oq o futuro espera kkakakk

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1°, concordo com o arrow. 2°, n tô gostando do rumo dessa história muito não, sabe kkkk

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Se eu fosse o Bruno nunca mais olhava na cara dele e ainda terminava essa viagem ali naquele momento da agressão. Com certeza isso foi ciúmes do Bruno.

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Com um amigo desses eu queria distância. So pode ser um hétero de masculinidade frágil.

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