Cartas I – Perdendo a virgindade

Um conto erótico de BelaFera
Categoria: Heterossexual
Contém 1276 palavras
Data: 22/12/2020 16:51:00
Última revisão: 22/12/2020 17:32:16

Eu sou mesmo uma boba, só uma boba como eu, se dá ao trabalho de escrever uma carta, justo para quem te fez passar pelo maior constrangimento da sua vida.

“Vai, chega em casa, se acalma, deixa passar uns dias. E quando se sentir segura faz como um exercício e me escreve, diz tudo o que se passou na tua cabeça depois dessa nossa experiencia. Não esconda nada.”

Justo quem? Você, justo você ainda me pede isso, justo isso.

Até agora eu tremo só de pensar, tremo de raiva, de ódio, tremo de vergonha. Onde eu estava com a cabeça de dar ouvidos a Célia, onde? Já fez isso com ela também? Justo ela, a grã-fina cheia de dedos, de não me toques. Ela também foi usada por você, para suas experiências?

Ou você só faz isso com as bobinhas, as idiotazinhas como eu? Atrevimento, sem-vergonhice, justo comigo, uma mulher com os meus problemas, os meus recalques? Achei que pudesse confiar em você, confiar na sua capacidade. Foi para isso que você estudou não foi? Para ajudar pessoas como eu

Eu me abri pra você, eu me expus, contei tudo, eu confiei em você, na sua discrição, no seu profissionalismo. Como eu podia imaginar, sonhar, que justo você me exporia de uma forma tão bruta, tão íntima.

Quem mandou você fazer aquilo?

Quem mandou você me pedir aquilo?

Daquele jeito, daquela forma, na sua frente, me tocar no seu consultório como uma qualquer, como sua amante. Fala, responde? Você fez com a Célia, como fez comigo? Comeu com os olhos como me comeu, o riso grudado na boca, como se não fosse nada. E eu me tocando na sua frente, nua. Nua e louca. Tão natural como quem assiste uma série de TV. Será que faz isso com todas as clientes? Será que se atreve com os homens também?

Imagina, eu quase pensei em te mandar o Márcio. Falei com ele, ainda bem que o Márcio não topou. Onde é que estaria tudo agora, os dois, nós dois nas suas mãos?

“Tira, o que é que tem? Qual o problema? Faz o que teu corpo está pedindo.”

Grande porcaria! Grande putaria!!

Eu só estava contando, contando. Me abrindo, você não sabe como foi difícil, como foi penoso, criar coragem para dizer, para falar aquelas coisas, coisas tão minhas, tão vergonhosas, ainda mais para uma outra pessoa. Os meus sonhos, meus mais profundos desejos.

Eu sou uma mulher, mulher de quarenta anos. Mãe de dois filhos lindos. Esposa fiel, uma esposa bem casada. Meu marido nunca, nunca meu traiu. Que importa se teve seus deslizes, todos tem. Porque o Márcio não teria, foi a criação. A maldita criação daqueles tempos, um homem não chora, não presta a atenção na gente.

Se eu soubesse! Só porque ele goza tão rápido, só porque não me trata com carinho, não quer saber se eu gosto, se eu gozo. Para que eu fui dar ouvidos a Célia, para que?

Agora eu estou nas suas mãos não estou? Agora eu sou tua, não sou? Pra fazer de mim o que bem quiser, como quiser, não é? Responde porra!!

Detesto palavrão, odiava quando o Marcio bêbado passava a falar assim. Agora sou eu, você me fez assim, me tornou isso. Eu sei, eu sei, eu até ouço a tua voz modulada dizendo, que não foi você que me fez assim, foi apenas eu que me deixei revelar, vir à tona, mostrar como quem realmente eu sou de verdade, como eu gosto.

Só mesmo uma idiota como eu para acreditar, para aceitar uma tolice dessas.

Tirar a calcinha na sua frente, puxar o vestido e me exibir. Eu nunca, nunca, nunca fiz isso na frente de ninguém, ninguém. Só do Márcio, assim mesmo ele nem prestava muita atenção, quanto mais me pedir para fazer. Você, justo você me convenceu a me tocar na sua frente.

“Abre me mostra o seu broto.”

Meu Deus do céu, onde eu estava com a cabeça. Que vergonha, que vexame. Nem sei o que o Marcio faria se imaginasse o que nós fizemos no seu consultório. Ainda te ouço a voz firme.

“Abre com os dois dedos e toca. Mostra como você gosta.”

Toquei, toquei te olhando nos olhos, te comendo com os olhos. O teu sorriso lindo e eu me exibindo dobrada ampla. Como é que uma mulher tão carente não fica enfeitiçada por um olhar daqueles, não se entrega, não se tocaria. Ainda mais um sorriso como o seu, sorriso adulto, sorriso cúmplice.

Me masturbei, me masturbei na sua frente, sim sim, apaixonada nos teus olhos, no teu jeito juvenil de me ver tocar, sentir, sentir na sua frente, só pra você. Me arrepiei dos pés a cabeça.

Siririquei!

É isso que você queria que eu dissesse, a tal palavra proibida. A putaria desinibida. E eu ali, já sem o vestido, só de sapatos. Pernas altas, escancarada, desavergonhada, na sua frente. Agitada e tensa. Dois dedos enfiados dentro de mim, no meio dos meus lábios, dois dedos juntos me esfregando, me domando. E o seu olhar me admirando, me senti saboreado por você, me senti, senti ser sua mulher, sua.

Você tão perto e eu me furando, coçando, só pra você. O gozo veio sem jeito, cê sabe, tremido tenso. Nem consegui te olhar, bem que eu queria, te olhar e gozar só pra você. Você viu, gemi sofrida, envergonhada e assustada. Faltou o olhar, faltou a coragem de te encarar. Mas eu gozei, gozei, só pra você.

Melhor foi seu beijo.

Adorei o seu beijo. Eu nunca imaginei na minha vida, nunca, que você faria aquilo, justo um beijo nos meus dedos, nos meus pentelhos. Não tem como eu esquecer, o toque, sua língua me sugando os dedos, me lambendo a vagina. Que língua, meu Deus! Que língua.

Aquilo foi incrível, me penetrar com a sua língua, me lamber os lábios, o grelo. Sim, sim o grelo, o grelinho duro, o grelinho quente. Foi a minha primeira vez, foi sim, nunca pensei que podia, nunca imaginei que faria. Ninguém nunca fez, nem o Marcio quis.

Gozar na tua cara, esguichar na tua boca.

Me senti uma virgem deflorada na sua primeira noite.

Aliás, eu não devia, mas eu preciso dizer. Dizer só pra você.

Perdi minha virgindade mental ali, depois de quarenta anos, naquele beijo. Um beijo indecente, beijo mais que inconveniente. Sua língua com o meu gosto, se enfiando na minha boca, se amarrando na minha língua. Que beijo incrível, que beijo maravilhoso.

Nunca fui tão bem furada, aliás nunca fui furada por tantos dedos, nem os meus me penetraram tão fundo, tão dentro. Nem sabia que conseguia, que podia.

Jesus!

Gemi na tua boca, sentindo a pressão, envergonhada da Silvana no outro lado da porta. Imaginei ela nos ouvindo e eu tensa tremendo deflorada pela tua mão, pela tua língua. Ainda sinto seu gosto, sabia? O gosto da tua boca, o gosto da tua mão. Loucura, foi lamber os seus dedos.

Pena que acabou, pena que foi tão rápido.

Pena que a Silvana te chamou.

Era isso que você queria não era? Escrevi do jeito que consegui.

Matei sua curiosidade? Agora você sabe que eu sou sua escrava, sua posse. Que você me pode, me tem como quiser? E agora, tenho medo, vergonha de voltar aí. Me imaginar sentada na ante sala e a Sil sabendo o que nós fazemos, ela sabe, não sabe? Você conta, não conta? Ou será que não?

Agora é a minha vez.

Me conta tudo, falei mais até do que devia agora é a sua vez de se mostrar. Se não, eu não volto aí.

Beijos, te aguardo.

Bela.

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