💕🌹🔥 Outra Vez fui Salvo pelas Pombagiras 2 💕🌹🔥

Um conto erótico de Cowboy
Categoria: Heterossexual
Contém 8099 palavras
Data: 11/12/2020 15:54:28
Última revisão: 13/12/2020 10:46:38

Continuando...

Adormeci e não demorou nadinha, me vi outra vez naquela estrada, a minha colega estava caminnhando, só que daquela vez, andava a minha frente, no mesmo lado da estrada. Xingava muito, me chamando de amaldiçoado, safado, enganador, cafageste... que o meu fim seria terrível, e quando viesse acontecer, ela estaria me esperando no inferno, onde era lugar de gente igual eu, que magoava e enganava as pessoas.

Tentava me desculpar, explicar que eu era muito moleque, falava as coisas sem pensar.

Ela se virou, estava toda desfigurada, sangrando muito pela boca, me agarrou pelo pescoço com muita raiva e falava que eu não valia nada, tinha me deitado com sua sobrinha, mas que se vingaria de mim, de um jeito ou de outro, nessa ou em outra vida.

Mesmo eu sendo forte igual um cavalo, ali parecia uma criança indefesa, diante daquela mulher enlouquecida e muito furiosa!

Algumas coisas nunca nos esquecemos meu povo!!!

Estava quase caindo no chão, sentindo meu pescoço sendo esmagado, quando senti um vento quente soprar nas minhas costas.

A mulher largou meu pescoço, se abaixou tentando esconder o rosto, mas alguma coisa, ou força prendia sua cabeça com rosto desfigurado erguido.

Me virei, e qual não foi a surpresa, quando vi uma mulher LINDA, morena clara, alta, cabelos negros longos, que ao balançar, mudavam de cor nas pontas, hora mais claro, hora mais azulado, roxo e até mesmo vermelhos.

Usava uma roupa daquelas que as mulheres usavam a séculos atrás, não sei descrever em palavras como era, me desculpem! Era um vestido longo, preto com detalhes vermelhos e dourados, decote bem generoso, corpo perfeito, nos pés, um tipo de calçado que nunca vi na nossa época, parecia sandália, o colar no seu pescoço parecia de ouro, bem grosso, e uns tipos de símbolo presos no cordão.

Me encarou, seus olhos brilharam, fez um gesto com as mãos, mandou me levantar, me trouxe para perto dela. Me puxava como se eu fosse uma pena. Jogou os cabelos, deu um gargalhada muito alta, que fez eco por todo aquele lugar.

Deu um rodopio fazendo a barra do vestido esbarrar em mim, parou, bateu os pés no chão, chacoalhou os ombros, me puxou para trás dela, e foi falar com a minha amiga enlouquecida, que a pouco tentou me esganar!!!

Fez um gestos no ar com as mãos, o vento parou, então pude ouvir o que falavam.

A minha salvadora dizia a mulher desfigurada que me deixasse em paz, que não se atrevesse a tocar em um fio dos meus cabelos, e parasse com o que estavam planejando, ou não responderia pelo que poderia acontecer.

A minha falecida amiga e amante apaixonada de juventude se levantou, em um pulo, encarou a ninha salvadora, então do lado dela, vindo contra nós, um vento gelado, glacial, cortante soprava. E aos poucos ia aumentando a velocidade. Minha salvadora deu um grito, fez outros gestos, e o vento quente soprou outra vez nas minhas costas, indo de encontro ao gelado.

Juro, estou aqui escrevendo, depois de tantos anos, sinto até minha alma arrepiar!!!

O vento frio fazia os cabelos negros da minha heroína balançar, em contra partida, o vento quente fazia o sangue da minha amiga escorrer por todo seu corpo. Foi uma cena pra se cagar na calça!

Eu tentava acordar, não conseguia, queria sair correndo daquele lugar, pensado que nunca havia visto coisa tão doida e assustadora na vida. Mas como tudo que é ruim, pode piorar um pouco mais...

Apareceu do lado da minha enfurecida amiga, uma legião de criaturas esquisitas, deformadas, apodrecidas, alguns com aspecto cadaverico, exalando um cheiro pior que a catinga de um cortume!

Minha morena salvadora fez um gesto com as mãos, e como por mágica, surgiram tantas mulheres lindas, vestidas com aquelas roupas antigas, que cercaram o local. Umas usavam lâminas parecidas com punhais, e com essas armas riscavam o ar e o solo arenoso daquele lugar feio.

Foi uma tremenda briga, as criaturas avançavam sobre as moças lindas, e tentavam rasgar suas roupas com as garras, até que, da mesma forma que se iniciou aquilo, tudo se acalmou, a mulher que queria me estrangular desapareceu junto com as criaturas em um estouro, deixando o ar fedendo a podre.

Fiquei caído do lado da mulher que me salvou, estava me sentindo fraco, abatido, sem forças.

Lembro daquela legião de mulheres me cercar, olhando curiosas, falando uma língua estranha. Sorriam pra mim de forma sensual, gesticulavam e falavam entre si.

Haviam morenas, negras, loiras, ruivas, algumas com aspecto árabe, e pelo que tudo indicava, a que me salvou, era a chefe delas.

Ouvi quando ela falou muito alto, em tom de ordem, em nosso idioma:

-- JA BASTA... DEIXEM MEU CAVALEIRO RESPIRAR...

As moças todas recuaram reverentes àquela morena linda como uma estátua grega, acenaram com a cabeça e um sorriso sensual e desapareceram no ar deixando um cheiro de flores bem suave no ar.

A mulher pegou minha mão, me levantou, fez uns gestos e me senti melhor.

Passou suas mãos no meu rosto, e se aproximando da minha boca com seus lábios vermelhos como uma maçã murmurou:

-- Ah meu cavaleiro, que saudade do seu calor... preciso resolver uns assuntos pendentes... assim que possível, venho ao seu encontro. Não duvides jamais de minha presença, estamos sempre de olho em você... parece que se esqueceu da minha ajuda, naquele local onde te auxiliaram...

Fez um gesto com as mãos e não sei explicar, mas apareceu diante dos meus olhos, como um filme, aquela médium, ou Mãe de Santo goiana que me ajudou, a mulata das mais lindas desse mundo!!!

Me assustei com aquilo, ela sorriu graciosa, me abraçou, me deu um beijo doce na boca, e foi desaparecendo lentamente diante dos meus olhos enquanto falava:

-- Cuide- se amado cavaleiro, faça a viagem a mando de seu velho amigo, vá tranquilo, e saiba que nos veremos em breve! (ela parece que dançava enquanto me falava aquilo tudo)

E desapareceu, deixando no ar um perfume doce gostoso, diferente do cheiro que as outras moças lindas deixaram!

Logo acordei banhado em suor, parecia ter jogado um balde d'água na cama. O lençol estava ensopado, meu pescoço dolorido.

Me lembrei da outra ocasião em que o tal feiticeiro fez umas coisas ruins pra me prejudicar, e com toda certeza, estaria sendo alvo de algum ataque espiritual, outra vez!!!

Levantei, estava meio zonzo, fui tomar banho. Meu corpo estava pegando fogo, meu pescoço estava dolorido pelo aperto, mas minha boca tinha um gosto adocicado. Aquele beijo ficou em mim!

Peguei uma toalha, entrei no banheiro, abri o chuveiro, olhei no relógio, marcava 3:45 da manhã!

Outra coisa me chamou atenção, do lado de fora da casa, os cachorros da fazenda estavam todos reunidos em volta da minha casa, e uivando. Aquilo era muito sinistro, ainda mais depois daquele pesadelo!!!

Abri o vitrô do banheiro, gritei com a cachorrada, que com o meu berro, sairam na carreira, indo uivar pro lado da casa do Véio, que com toda certeza, daria uns tiros pela janela! 😂😂😂😂😂😂😂

Mas os tiros não foram disparados, meu velho patrão estava ficando mais fraco a cada dia, com a ação da tal mão do tempo, que alcança a todos nós!

Banho tomado, fiz a barba bem feita, coloquei uma roupa mais leve, uma camisa de tecido mais fino, um chapéu branco, minhas texanas, passei um perfume gostoso e fui pra casa do Véio. Ja eram 4:30 da manhã, e a casa da sede estava com as luzez acesas.

Peguei minha caminhonete, estacionei na frente da casa, e fui entrando pelo alpendre.

Ouvi a grande porta da sala se abrindo, era meu patrão, me chamando para entrar e pegar um café.

Ela adorava o cheiro do café, e mesmo com sua fortuna, não abria mão de tomar seu café preparado em coador de pano.

Ela fazia a mesma coisa, se aproximava da fumaça que subia, abanava com as mãos trazendo o cheiro até o seu nariz e falava estalando os beiços :

-- Hummm chêru de café é bao dimaaais!!!

A morena nem me olhou na cara, só respondeu meu bom dia, mas ficou de cabeça baixa, e por um relance em que olhei seu rosto, aparentava não ter dormido bem. Algumas coisas começavam se encaixar, mas eu tinha mais uma missão para cumprir à mando do meu velho patrão e amigo.

Tomamos um cafe, comemos um pão com queijo, leite, umas frutas e logo depois fomos ao seu escritório pegar os documentos e as escrituras que eu precisava levar para o seu amigo e advogado. Eu mesmo só conhecia por nome aquele doutor das leis.

O Velho pegou um envelope com dinheiro, lembro de ter $2000 Reais dentro. Ele sempre achava que poderia acontecer alguma coisa, e não confiava em cartões, muito memos em cheques 😂😂😂😂😂

Perguntou se eu queria ir com uma caminhonete ou carro da fazenda, respondi que não, afinal, não trabalhava mais pra ele

Com sua costumeira gentileza e educação, abriu a gaveta da sua velha escrivaninha, (affff...pra quantos anúncios de carros em São Paulo liguei daquele lugar) pegou um 38tão cano longo, e me encarando, mandou tomar no centro do meu cú 😂😂😂😂😂😂😂😂😂

Aquele era o meu velho patrão!

Perguntei se ele estava se sentindo melhor. O Véio me olhou e disse que naquela manhã, estava mais leve. Também me confessou que havia sonhado com umas mulheres lindas!!!

Era muita coincidência meu povo!!!

Batemos mais um papo, recebi algumas orientações, anotei o endereço e dando um abraço no Véio, fui pegar a estrada.

Antes, ajudei ele a sentar na velha cadeira de balanço, e quando sai, olhei pelo retrovisor e vi aquela figura me acenando as mãos, como fazia antigamente, quando eu saía pra olhar algum gado, ou ir conferir o serviço em alguma das suas fazendas!

Eita saudade ❤

Peguei a SP 294, marcava 7:00 hs da manhã. Segui por aquela estrada até Marília, mais adiante peguei o trecho que levava à Bauru, cidadona coração da Noroeste Paulista.

Cheguei na cidade por volta das 10:30 da manhã, segui para o centro, e depois de rodar por uns 20 minutos caçando um lugar para estacionar, conseguiu vaga em um estacionamento não muito longe do escritório do amigo advogado do Véio.

Sai pela rua com aqueles documentos importantes dentro de alguns envelopes e pastas de capa dura.

Cheguei no prédio, pedi pra uma moça que ficava em um balcão anunciar ao Doutor Tal.... que eu estava levando uns documentos do sr. Tal... meu velho patrão.

Ela apertou um botão, falou no telefone, em dois minutos eu estava subindo no elevador.

Odiava elevador, e guardo isso até hoje! Preferia atravessar o Araguaia com uma ferida sangrando, e lutar com as piranhas, que andar naquelas desgraças de lata, que a cada parada, balançava e parecia que ia cair lá das alturas... aquele peste!!!!!!

Desci quase no último andar, virei a direita e vi uma moça bonita, vestida com um uniforme que parecia roupa de festa! 😂😂

Ela com um sorriso, muito gentil, me pediu para acompanha-la até a sala onde estava o doutor.

Tirei o chapéu, e quando entramos na sala, o homem me comprimentou com toda educação, dizendo que o Véio havia ligado a pouco, avisando que um cowboyzão galegão estava chegando com os documentos pra ele.

O doutor me mandou sentar e ficar a vontade, que precisava analisar os documentos, e depois tirar algumas cópias autenticadas.

Pediu para a moça chic, que era a secretaria, me trazer um café.

Ela não demorou mais que 2 minutos, me entregando uma xícara bonita, uns biscoitinhos aviadados, um belo sorriso e uma piscadinha de olhos!!

Era uma gata a moça, mas eu estava em missão, e só depois poderia pensar em mulher!!!

O advogado empurrou um cinzeiro para o meu lado, e disse que poderia fumar tranquilo ali no seu escritório. Acendi meu pito e fiquei olhando aquele homem todo engomado, terno pendurado na cadeira, gravata, abotoaduras douradas nos punhos da camisa, lendo os documentos com os óculos na ponta do nariz.

Naqueles momentos eu me perguntava como meu velho patrão conhecia pessoas como aquela. O Véio tinha uns contatos ferozes! Uma vez recepcionamos na fazenda do Mato Grosso um amigo dele bem conhecido do povo. Um político das antigas que adorava pescar e andar à cavalo!

Olhei pro relógio, era quase meio dia, e o tal advogado não tinha lido nem metade da papelada.

A secretaria bateu na porta, avisou que estava indo almoçar, e perguntou se o doutor ia precisar de alguma coisa.

Ele disse que não, apenas pediu para avisar sua esposa que ele não iria para casa almoçar, e me sugeriu acompanhar sua secretária no almoço, pois a coisa por ali ia demorar um pouco além da conta.

Pedi licença e me levantei acompanhando a secretaria gatona.

Ela era muito educada, além de linda, a moça era sabida que só. Entramos no elevador, e quando começou descer, parou em um solavanco no andar de baixo. Quase tive um treco quando o bicho parou e balançou.

Ela chegou perto do meu ouvido e cochicou:

-- Um cowboy desse tamanho, com medo de um elevadorzinho de nada! 😉😂😂

Respondi meio tenso, querendo me agarrar na lateral, que se fosse pra viver nas alturas, teria nascido passarinho!

Ela sorriu graciosamente e pediu para pegar na minha mão.

Estendi minha maozona, ela pegou com carinho e apertou seus dedinhos que estavam quentes. Aquilo me deu uma paz, meu coração se acalmou na hora.

Ela soltou, me deu uma piscada de olhos e disse que logo estaríamos no chão!

Rápido descemos e quando saimos pela rua, respirei aliviado.

Então me apresentei a ela, que também me comprimentou.

Perguntei onde tinha um boteco pra dar uma tapeada nas lombrigas.

Ela ria do meu jeito, e sugeriu um restaurante não muito longe dali, onde almoçava todos os dias, advertindo para nos apressarmos, do contrário, teríamos que nos sentar nos fundo do lugar!

Saímos pela calçada, o povo nos olhando com curiosidade, afinal, não era comum uma mulher com uma roupa social, toda elegante, do lado de um cowboy igual eu!

Ela me olhava de um jeito diferente, era linda, mas tinha alguma coisa nela que eu não sabia o que era.

Chegamos no tal restaurante, estave meio cheio, e so tinha mesa lá no fundo, perto dos banheiros. Ela fez uma carinha meio contrariada, pois adorava sentar ali na frente, e a comida ali era ótima.

Sugeri procurar outro lugar, mas ela disse que não daria tempo.

Então pedi pra ela me aguardar ali na calçada, entrei e fui falar com um dos garçons.

O sujeito estava ocupado e mal pode me dar atenção, isso até eu colocar discretamente $50tão na mão dele, e pedindo se era possível arranjar uma mesa perto da porta, onde era mais arejado!

O homem me tratou diferente, foi nos fundos, buscou uma mesa e duas cadeiras, arrumou tudo e veio nos atender com toooda educação!

Ela sorriu sem entender, e me perguntou o que eu havia falado pra garçom.

Respondi que era simples, uma onça rosnando resolvia muita coisa, fazendo alusão à nota de $50 reais!

E arrematei, ela havia me ajudado no elevador com minha sisma (pra não dizer cagaso), nada mais justo que ajudar ela na hora do rancho!

Ela riu lindamente, disse que eu era muito gentil, apesar do meu jeitão!

Ela pediu uma salada, um arroz branco e um frango grelhado, e o morto de fome aqui, pediu dois bifes bem gordos, três ovos fritos, feijão, arroz, e uns nacos de linguiça frita, uma coca gelada grande e copo com limão e gelo.

Ela admirada comentou que eu parecia com fome, e se me alimentava sempre daquela forma tão "saudável".

Disse que nem sempre tinha tempo para uma boa refeição, e enquanto traziam nossa bóia, ela foi querendo saber de onde eu era, de onde vinha, e pra onde ia, o que fazia na vida...

Como sempre, respondi só o que podia, e agucei a curiosidade da moça ainda mais.

Conforme a conversa corria solta, fui reparando melhor no seu rosto, que se escondia por trás de seus óculos.

Era uma morena muito linda, uma boca bem vermelha e carnuda, olhos cor de mel, cabelos castanhos escuros compridos, levemente cacheados, narizinho bem feito, dentes branquinhos, sua pele era clara, mas se pegasse um sol, ficava bronzeada fácil. Devia ter 1:70 de altura, e um corpo que, mesmo debaixo daquela roupa social, destacava um belo par de seios, e ancas largas!

Me contou que estava terminando a faculdade, e que assim que terminasse o curso, trabalharia para o doutor Tal... pois ele custeava seus estudos, e tinha muita gratidão a ele. Sua falecida mãe e pai, trabalharam muitos anos pra família do advogado e os ajudaram muito, e ele a estava ajudando com os estudos!

Achei muito bonita a história, e comentei que meu velho patrão, que aliás, não era mais meu patrão, era daquele mesmo jeito, ajudou muitas pessoas, e que eu estava ali a mando dele, para levar os documentos para o doutor fazer não sei o que!

Ela contou que ficou curiosa quando o Véio ligou e avisou que estava chegando seu homem de confiança com os papeis, se referindo a mim como um cowboyzão galegão.

Chegou nossa comida, nos calamos e mandamos ver nos pratos.

Mesmo pedindo um pingo de comida, eu dei conta de terminar antes dela, que mastigava tudo com muita calma. A moça comentou que eu comia muito rápido, e não sabia como eu não era um elefante de gordo, comendo daquele jeito.

Esperei a boneca almoçar e fiquei reparando em sua beleza. Era linda, e mesmo estando vestida daquela forma, estando bem empregada, ela não perdia a simplicidade de sua origem humilde. Aquilo a tornava ainda mais linda!!!

Quarenta minutos depois, pedi a conta, paguei nosso almoço e como ela ainda tinha quase uma hora sobrando, das suas duas horas de almoço, a convidei para tomar um sorvete. Ela topou na hora, e me mostrou onde havia um lugar que vendia umas massas gostosas, por quilo, novidade naquela época!

Mais cinco minutos de caminhada, chegamos na sorveteria e deixei ela se servir.

A moça pegou uma bola de sorvete, e deu-se por satisfeita. Eu peguei o maior pote, coloquei umas 7 bolas de sorvete, tudo quanto havia de cobertura, deixando ela abismada com aquilo.

Paguei e fomos nos sentar para saborear nossa sobremesa. Dessa vez ela comeu rápido o sorvete, e foi sua vez de ficar me analisando.

Lembro dela comentar que eu parecia uma criança grandona, era sincero , espontâneo, com fome me irritava, era curioso, muito amigo, tinha um grande coração, mas tinha um defeito, o de deixar as moças com o coração partido por onde passava.

Parei de comer o sorvete, olhei pra ela meio assustado e perguntei onde foi que ela viu ou ouviu tudo aquilo da minha pessoa, e se por um acaso, meu velho patrão caducando falou além do que devia.

Ela sorriu e disse que apenas sabia aquelas coisas, que um passarinho havia soprado em seu ouvido.

Naquele momento senti aquele calor nas minhas costas, igual ao do meu sonho!

Perdi até a vontade de comer o sorvete, olhei pra ela e perguntei na lata:

-- Moça, você acredita em alma e coisas do além?

Ela sorriu outra vez e disse que não só acreditava, como precisava me ajudar com um problema de ordem espiritual, e que eu não conseguiria ir embora naquele dia. Pois seu patrão, o advogado só terminaria no outro dia a análise nos documentos do Véio!

Me arrepieia até os cabelos do pé, e fiquei mudo.

A moça sugeriu voltar ao escritório e ouvir do próprio advogado que eu so poderia levar aqueles documentos no outro dia. E que se fosse eu, arranjaria algum lugar para ficar. Poderia voltar para a fazenda, eram poucas horas dali, mas seria uma viagem muito perigosa!

Se levantou e perguntou:

-- Você não vem, CAVALEIRO???

Me levantei, olhei pra ela, que estava com um aspecto diferente, o calor continuava mas minhas costas, e novamente aquele cheiro de flores no ar.

A segui pela rua, e caminhamos até o escritório. Quando cheguei na sala do doutor, ele me olhou meio desanimado e disse que só no outro dia terminaria a análise para o Véio. Disse que havia tomado a liberdade de avisar meu patrão sobre o atraso, e ele havia me mandado permancer quantos dias fossem necessários, e se precisasse de dinheiro, ele mesmo arranjaria mais uns cobres!

Agradeci pela oferta, disse que havia dinheiro suficiente para alugar uma casa na cidade se fosse o caso. Rimos um pouco e depois de me despedir do doutor, fui falar com a moça secretária.

Quando meu viu, fez aquela cara de " eu não te avisei"...

Me deu o endereço de um hotel não muito longe dali, anotou umas coisa que eu deveria comprar, mandou eu passar ali no escritório depois das 18:00 hs, pois tinha que realizar um trabalho a pedido de uma amiga, que me ajudaria com aquele problema com uma das minhas ex namoradinhas que já não estava entre os vivos.

E arrepiei inteiro, estômago embrulhou, só observava tudo, não dei um pio, peguei o papel e fui saindo com cara de quem não sabia o que dizer!

Antes de entrar no elevador ela deu um recado:

-- Melhora essa cara Cavaleiro, iremos te ajudar! Cuide-se até lá, é o recado que mandaram te dizer.

Falando isso, me mandou um beijo e uma piscada e foi cuidar dos seus afazeres!

Sai para a rua e fui até o estacionamento onde havia deixado a caminhonete. Paguei o rapaz que guardava os carros, pedi informação sobre onde ficava o hotel que a moça me indicou. Ele me informou que ficava a poucas quadras daquela avenida.

Menos mal pensei, o trânsito naquela cidade era meio difícil.

Dirigia no automático, não parava de pensar em tudo que estava acontecendo comigo!

Rodei umas 5 quadras, parei no hotel e reservei um quarto. Por não ter levado roupas, afinal, seria um bate e volta até Bauru, precisava comprar uma zorba e uma camisa!

Voltei até o centro da cidade, fui até o calçadão, andei um pouco e parei em uma loja que vendia roupas. Aproveitei e comprei mais umas meias, duas calças, uma meia dúzia de zorbas, e uma camisa xadrez de manga comprida.

Me lembro daquela camisa azul, verde e vermelha!

Nem reparei em nada ou ninguém, e olha que eu adorava ir nas lojas, ficar de galinhagem com as vendedoras, mas naquele dia, meus pensamentos estavam longe.

Sai da loja de roupas, lendo o papel que a moça me deu, fui procurar um mercado para comprar as coisas que ela havia me pedido.

Pedi informação a um passante, que me recomendou descer por duas ruas paralelas àquela avenida.

Não gastei nem 10 minutos, e logo me encontrava dentro do mercado pegando maços de velas brancas, vermelhas, bebidas doces e cigarros. Na lista a moça me pediu duas taças, que só fui encontrar em uma loja que vendia utensílios domésticos.

Voltei para o hotel e fui tentar descansar, minha cabeça rodava como se tivesse bêbado, ombros pesando, coluna formigando, sola dos pés transpirando.

Tomei um banho gelado, mas nada daquela sensação passar. Me sentia com aquele frio na barriga, como se tivesse na ponteira de alguma boiada durante tempestada com trovoadas, e risco de um estouro.

Sai do banho, me deitei na cama e fiquei olhando para o teto, e um milhão de coisas passando pela minha cabeça.

Estaria eu ficando louco? Teria alguma coisa haver com o acontecido em Goiás? Seria praga da menina da fazenda? Minha falecida namoradinha estaria me assombrando? Seria coisa da minha cabeça?

Fiquei perdido nesses pensamentos até as 17:00 hs.

Me levantei, tomei outro banho gelado, escolhi uma roupa e me vesti. Sai do hotel com as coisas que ela me pediu para comprar, era quase 17:30 hs. Segui até a frente do prédio onde ficava o escritório do advogado, pegar a secretária!

Havia um pouco de trânsito, o que me fez chegar dois minutos atrasado. Quando consegui estacionar, a moça estava saindo pela porta do edifício.

Me viu estacionado, chegou até a porta, me direcionou um belo sorriso e foi falando:

-- Que cara é essa homem, você é sempre bem humorado, cheio de histórias, paquerador... me aparece aqui com essa cara... pode melhorar esse astral!!!

Abriu a porta, pulou no banco do passageiro e me pediu para seguir até o fim da avenida, depois me indicaria onde ir.

Perguntou se eu havia comprado tudo, e não me esquecido de nada.

Apontei as sacolas no banco traseiro, ela correu os olhos e agradeceu por não ter esquecido de nada.

Direcionado pela moça, rodei uma meia hora, chegamos a um bairro afastado do centro e paramos em frente a uma casa simples, mas muito bem arrumada.

Perguntei se era ali que a moça morava. Ela disse que morava ali desde que sua mãe faleceu, e por muita generosidade e gratidão por parte do doutor seu patrão, ele cedeu aquele seu imóvel, um dos muitos que possuía na região, para ela morar e ficar um pouco mais próxima do trabalho e da faculdade.

Ela foi descendo, abriu o portão e me chamou para dentro.

A casa tinha um muro baixo, acima pequenas grades, um portão pintado de verde, paredes brancas, janelas na mesma cor do portão, na frente do pequeno apendre, dois quadrados de uns 2X2 gramado, e muitas rosas e beijinhos, alecrins, arrudas e espadas de São Jorge plantados. Parecia uma casinha de boneca, toda arrumadinha e harmoniosa.

Antes de entrarmos em sua casa, ela me pediu para tirar as botinas, igual fazem os japoneses!

A sala era muito arrumada, móveis bonitos, tudo novinho e bem zelado. Farejei um cheiro gostoso na casa, mas só depois descobri que aquele aroma era de insenso.

Ela me pediu para sentar e se fosse do meu agrado, o controle da televisão ficava em um cestinho perto do sofá, onde ela guardava umas revistas e alguns livros.

Me sentei no sofá macio, reparei que na parede havia um quadro grande e diferente. Na imagem havia um senhor pretinho, barba e cabelos brancos, sentado em um toco, na frente de um ranchinho, segurando uma tipo de cajado em uma das mãos, a outra estava junto ao peito, segurando uma medalha de São Jorge! 😞

Me ofereceu um café, fazendo uma

observação :

-- Tome o café, tente ficar calmo... também agradeço por me achar tão bonita assim (risos), e não se preocupe, nada ira lhe acontecer, estamos aqui para te ajudar!!!😉

Foi sorrindo e cantarolando, indo até a cozinha esquentar a água para me preparar o tal café.

Tentei relaxar, mas estava tudo muito esquisito, o que aquela moça faria para me ajudar com os tais pesadelos?

Ela podia ler pensamentos?

Como saiba que achei ela tão bonita? Dei tão na cara assim?! Bem capaz, do jeito que era!!!😂

Rapaz... eu estava ficando cabreiro, acreditava e não acreditava muito nessas coisas, mesmo tendo inúmeras experiências sobrenaturais ao longo da minha vida (uma hora conto isso, são outros causos).

Esperei por uns 20 minutos, quando ela apareceu com uma bandeja contendo, garrafinha térmica, uma xícara bonita, um potinho com açúcar.

Arrumou tudo em uma mesinha de centro, esticou a mão, me oferecendo o café.

Me servi, adocei, mexi o preto, ela só de olho em mim, parada em pé do meu lado.

Bebi o café e tive uma sensação boa. Parecia um remédio aquilo, me causou um bem estar.

A moça sorriu e falou com alguém que parecia estar atrás de mim, porém, invisível aos meus olhos:

-- Bem que o senhor me falou que ele gostava de café forte, só não consigo tirar essa cara de assustado do seu Cavaleiro!

Me arrepiei até os pêlos do saco quando ela falou aquilo, mas não tive medo, apenas surpresa.

Matei o café e acradeci muito por tudo que estava fazendo por mim, e se poderia me dizer com quem estava falando!

Outra vez a morena sorriu toda misteriosa, jogou os cabelos e disse:

-- Uma pessoa que te amou muito, apesar de ter convivido com você, por um breve momento!

Não entendi quem ou o que era, apenas senti um nó na garganta e uma vontade de chorar...

Ela voltou até a cozinha, foi arrumar alguma coisa, ouvi barulho de água enchendo uma panela.

Perguntei se ela precisava de alguma ajuda, mas a resposta foi negativa.

Voltou para a sala e pediu para eu esperar um pouquinho, que ela precisava se preparar para os trabalhos.

Foi até a frente da casa, pegou umas ervas, e ao passar por mim comentou :

-- Acho muita graça, um homem desse tamanho, que enfrentou tantas coisas e perigos na vida, estar sismado e com medo de uma mocinha...la em Goiás, foi a mesma coisa...

Eu só observava tudo, sismado, coração acelerado...

Meia hora depois, senti um cheiro de ervas suave que impregnou o ambiente.

A moça veio e me avisou que estaria se preparando, e aquele cheiro era o seu banho.

Pediu licença, mandou eu ligar a televisão, pois ia demorar um pouco na sua preparação.

Ouvi quando entrou no banheiro, ligou o chuveiro e a água caiu. Nem liguei a tv, fiquei atento a tudo que estava acontecendo!

Poucos minutos depois ouço ela desligar o chuveiro e derramar a água com as ervas nela mesma, eu acho... sei lá!?!

A moça deu um grito, e pelo barulho que fez, parecia ter caido no chão. Corri até a porta do banheiro e bati na porta, fui ver se havia acontecido alguma coisa, se estava machucada..

Quando não obtive resposta, me preparei para arrebentar a porta com uma ombrada, fui barrado por uma coisa que ouvi, que até hoje, depois de 20 anos, me lembro como se fosse agora...

Ouvi um canto tão suave, lindo, parecido com aqueles que ouvimos nos filmes de televisão, quando marinheiros encontram sereias sentadas em pedras na margem dos oceanos.

Nunca ouvi nada igual na minha vida, era uma melodia suave que me fez ficar em pé, do lado da porta do banheiro como que enfeitiçado!

Não sei dizer quanto tempo levou aquilo, mas quando silenciou o canto, outra vez ouvi ela dar um grito sufocado e barulho de palmas de mãos batendo no chão. Ela puxava o ar, como se estivesse saindo de um mergulho profundo.

Bati na porta algumas vezes, e só depois de muito chamar ela respondeu que estava tudo bem.

Ouvi ela se vestindo, e quando saiu, estava usando um roupão branco, uma toalha na cabeça e um sorriso lindo estampado no rosto.

Parada na porta do banheiro me olhando, falou:

-- Não precisava se preocupar Cavaleiro, eu estava me preparando para os trabalhos de logo mais... fica tranquilo!

Foi para um dos dois quartos da casa, trancou a porta, demorou uns 20 minutos, me aparecendo com um vestido branco lindo, que ia até o meio das canelas.

Pés descalços, balançando a cabeça pra lá e pra cá, como se preparando para algum exercício!

Me olhou no fundo dos olhos, dizendo para acompanha-la até o fundo da casa, e levar as coisas que ela havia me mandado comprar...

Abriu a porta da cozinha, passamos pela área onde lavava as roupas, o terreno era grande, havia um muro e um pequemo corredor que levava a um outro cômodo, nos fundos.

Ao passar pelo corredor, me deparei com uma casinha, que antes de passar por ela, a moça fez uns sinais com as mãos e pediu licença antes de passar!!!!!

Acompanhei a morena, que ao chegar ao cômodo nos fundos do terreno, abriu a porta revelando ser um local de rezas. Haviam dois altares, um a esqueda e outro a direita com muitas imagens. Em uma prateleira fixada no alto, em uma das paredes, alguns potes branquinhos e algumas velas de 7 dias acessas.

Eu nunca havia entrado em um lugar daqueles, estava cabreiro, mas por incrível que pareça, não senti medo!

Ela acendeu um monte se velas, queimou uns palitos cheirosos, borrifou um líquido verde com cheiro de alfaema, em mim e nela.

Havia umas cadeiras de plástico no lugar, ela me mandou sentar e só me levantar na hora que me chamassem. É, falou bem assim... me chamassem!!!!!!

Sentei e curiei tudo, estava com aquele calor nas costas e agora, meu umbigo pegava fogo, e a sola do meus pés suavam tanto, que tive que tirar as meias e deixar de lado.

Lembro dela se abaixar na frente frente das imagens, pegar uns colares coloridos e brilhantes e enfeitar o pescoço, colocar a testa no chão, dar umas batidas com a cabeça, uns gestos e permanecer daquele jeito, em silêncio...

Naquele momento, no meu cú não passava nem um fiapo!!!! 😂😂😂😂😂😂😂

E assim, do nada, a morena foi ficando trêmula, balançando o corpo todo, se agitando... deu um baita grito, que quase caguei na zorba... se levantou um pouco, ficando de joelhos, ergueu os braços e ficou serpenteando, fazendo movimentos com as mãos para o alto.

Soltou uma gargalhada de gelar a alma, e com um pulo, ficou em pé, dando trancos com os ombros, pescoço, e quadril.

Deu uma rodopiada, fez que foi e acabou voltando, girou, balançou o quadril, chacoalhou os ombros, jogou os cabelos, e só então veio falar comigo.

Parou na minha frente, pegou a barra do vestido, levou até a cintura, e com a mão livre, fez uns gestos na minha frente, deu umas batidas de pé, soltou outra gargalhada, me encarando com os olhos virados, só mostrando o branco do globo ocular:

-- Mas o que temos aqui... Ahahahaaa... olá Cavaleiro, bem vindo aos meus domínios...

Sou a Pombagira M... huuumm... sinto o seu medo, mas a mim, não deves temer... Valente Cavaleiro!!! Tens muitos amigos e amigas do lado de cá... e a pedido de uma grande aliada e sua protetora, o trouxemos até aqui... levante-se, deixe-me olha- lo um pouco melhor!!!

Fiquei em pé na sua frente, a encarei, ela sorriu graciosa jogando os ombros e os cabelos para trás, se aproximou toda sensual, deu um giro e tocou meu rosto com os cabelos, e minhas pernas com o vestido. Largou a barra da veste, esticou os braços e fez outros gestos em ambos os lados. Outra gargalhada, um rosnado feroz e gritou:

-- NÃO OUSEM TOCAR NELE... NÃO OUSEM PENSAR NELE... NÃO COMECEM O QUE NÃO SERÃO CAPAZES DE TERMINAR...

Falou umas palavras que não sei pronunciar, muito menos escrever!!!

Mais uns gestos, rodopios, parou e me pediu com uma voz doce, muito suave, bem manhosa, quase sussurrando :

-- Por favor, me dê um dos seus cigarros... gentil e belo cavaleiro!

Peguei um cigarro e entreguei à entidade, que fez uns gestou com as mãos rodando e passando entre os dedos o pequeno cilindro de papel...

Me devolveu e pediu para eu acender e dar uma tragada. Fiz sem demora, depois devolvi a ela, que pedia com as mãos o cigarro.

Pegou, colocou entre a palma das mãos, esfregou com força, fazendo voar as brasas acesas para todos os lados. Abriu as mãos, e com um golpe violento, esparramou pelo chão os restos do cigarro, esfregando e fazendo gestos, como que desenhando alguma coisa no piso.

Voltou para a frente das imagens, e parecia conversar com alguém!

Virou-se pra mim, fazendo aqueles movimentos com o quadril, ombros, braços e com mais gentileza e graça que da outra vez, pediu um outro cigarro, três velas de cada cor, e duas taças cheias com o licor.

Preparei tudo, entreguei o cigarro, estendi a chama da binga, ela se aproximou e acendeu soltando fumaça em mim, e sorrindo, pediu a bebida.

Entreguei uma das taças, ela bebeu numa golada... pediu a outra, passou as mãos por cima, soprou fumaça e mandou eu beber de uma vez.

Engoli em uma lapada só.

Rodopiou, jogou os cabelos, sorriu e me pediu as velas, que deveriam ser entregues uma por vez, e com as cores, vermelha e branca, intercaladas.

A cada vela que entreguei, ela fechou na palma das mãos, com elas esticadas, rodopiando, passando na frente do meu rosto, falando em uma outra língua, e por fim, quebrando em pedaços, que eram espalhados por seus pés.

Feito isso, me pegou pelas mãos, me conduziu até a frente das imagens do altar no lado esquerdo, pegou meus braços e cruzou, puxou, alisou, deu uns trancos e uns tapas nas minhas costas e peito.

Me virou de frente pra ela, jogou o cigarro no chão e pediu outro aceso, toda mandona!!

Entreguei o cigarro e ouvi dela:

-- Feito, Cavaleiro Galanteador... agora podemos conversar! Está livre de sua perseguidora... quanto aquela mocinha com quem se deitou a poucos dias... ahahahaa... sangue daquela que está do lado de cá, que o culpa por suas mágoas... o perseguia em seu sono... não permanecerá naquela fazenda, muito menos seu amante... aquele que a todo custo tentava iludir e levar vantagem do seu velho amigo... Agora sabe do que estou falando!!!!

Se referia à mociha sobrinha da minha namoradinha do passado, e o capataz da fazenda do Véio!

-- E quanto aquele ser que o atormentava, não se preocupes mais, querido Cavaleiro, estará em boas mãos, até que aprenda a não culpar as pessoas por seus erros cometidos na carne!!!!

Falava da mulher que que perseguia e tantou me enforcar naquele pesadelo horrível!

-- Agora, quanto à minha aliada e sua protetora... ahahahaa... está bem aqui do meu lado e manda lhe dizer que fique mais atento, cuide-se, deixe certas mágoas no passado... você não teve culpa pelo ocorrido à sua perseguidora, você era um menino, brincalhão, e ela, por muitas vezes tramou coisas pelas suas costas, procurando feiticeiros para amarrá-lo, e deixá-lo aos seus pés... não passava de uma falsa e egoísta, possessiva... ahahahaa... esta nunca mais se atrevera a desejar o que não lhe pertence... aquele peão sujo, também receberá uma lição, pois jamais tomará o seu lugar no coração daquele seu velho amigo rabugento!!!

Me sentia 100% melhor, mas ainda curioso com uma coisa, e nem precisei perguntar, a entidade lia meus pensamentos!

-- Você Cavaleiro, é muito inocente em alguns aspectos... quando avisou que estaria passando em visita ao seu velho amigo, os boatos correram, e tu bem sabes o quanto falam de ti por aquelas paragens! A moça, sobrinha daquela, lembou-se das histórias da tia, dos relatos magoados, da culpa que direcionava a você por ter escolhido um homem que a espancava, sabendo de sua chegada à fazenda, lhe preparou uma emboscada. Foi fácil , você não resiste a uma mulher fogosa... a jovem tola procurou uma bruxa, junto com seu amante, aquele peão sujo, que ficou morrendo de ciúmes, mas concordou com o mal feito, e lhe jogou um feitiço, na intenção de mata-lo, e durante o consolo à seu velho amigo, tirar alguma vantagem dele! Ahahahahahahaaaa....

Ouvi tudo com uma raiva da porra me consumindo, cerrei os punhos e queria voltar naquela hora e cortar no chicote aquele casal desonesto.

Mais uma vez, tive meus pensamentos interrompidos pela Pombagira:

-- Acalme-se, e sabia, quando retornar à fazenda de seu velho amigo, não os encontrará por lá, estarão loge, assustados e fugindo, como dois ratos...AHAHAHAAA

Como em um passe de mágica , me acalmei ouvindo suas palavras. Acendi um cigarro e fiquei observando aquela entidade conversar com alguma outra:

-- Sim... podemos chegar a um acordo... sim... ela também está... e eu também... queria provar um pouco desse calor... se me permites... podemos... façamos assim então...

Ela estava conversando com outra entidade, e pelo que entendi, estavam fazendo um acordo, não sabia sobre o que, e um pouco mais tarde eu descobri o que era!!!!!!!! 😉

Se despediram ao modo delas, e antes da outra que eu não enxergava partir, me mandou um recado:

-- Não se assuste quando dormir e me encontrar... te vejo pelos caminhos e trilhas de sua vida... lembre-se, jamais o perco de vista, MEU amado Cavaleiro...

A Pombagira fez uns gestos com as mãos, dançou graciosa em minha volta, parou na minha frente, sorrindo insinuante, me dando um outro recado bem incomum:

-- Saia deste lugar, entre na morada dessa minha menina, vá aos seus aposentos, consiga um pano, que encontrará sem dificuldades, cubra o espelho onde minha pequena arruma seus cabelos, logo à frente onde repousa seu corpo físico... e nos aguarde... seja breve, belo cavaleiro !!!

Ouvindo suas palavras, me subiu um calorão pelas pernas, um formigamento na sola dos pés perto dos calcanhares, minha coluna começou esquentar e as orelhas queimando!

Sai deixando as meias, bebida e as velas naquele lugar. Fui pelo corredor e entrei na casa, passando pela cozinha e depois entrado no quarto.

Em cima de uma banco que ficava à frente da penteadeira, havia uma toalha branca grande bem macia. Nem pensei duas vezes, cobri o espelho, não deixando nenhuma fresta aparecendo.

Lembro de pensar que seria continuação dos benzimentos!

E fiquei em pé na porta esperando, aquela queimação pelo corpo e uma sede terrível.

Ligeirinho fui tomar uma água fresca, de um filtro de barro que havia visto na cozinha.

Estava terminando o segundo copo, quando vejo a morena entrar pela porta da cozinha.

Ela estava séria, só me olhou e disse enquanto caminhava para o quarto:

-- Beto, seja breve com essa água, minha Pombagira precisa conversar com você...

Larguei o copo, entrei no quarto quase junto com a morena, que sem cerimônia, tirou aquela roupa, colocou em uma cadeira ao lado da sua cama, ficando só de calcinha e sutiã, me revelando um corpo dos mais atraentes que vi na vida!!!

Ela subiu na cama, ficou em pé no colchão, fez uns gestos com os braços, rodopiou a cabeça e caiu deitada.

Logo levantou seu tronco, olhos revirados outra vez, ficou se esfregando pela cama, embolando os lençóis com os pés. Falou umas palavras, encolheu as pernas e ficou de joelhos sobre o colchão, fazendo movimentos parecidos com aquela dança do ventre...

Olhou para o espelho, depois me pediu:

-- Fez tudo como devia ser feito cavaleiro, tranque a porta e aproxime- se de mim... não tenhas medo, sua protetora deu-me permissão.... não me negue seu calor... belo cavaleiro...venha...

Me aproximei da cama, a Pombagira me abraçou, passou as mãos pelo meu rosto com suavidade, tocou minha boca com o nariz, me farejando... alisou meus braços e pediu:

-- livre-se de suas vestes cavaleiro, deixe-me senti-lo por inteiro... não temas... e posso lhe garantir, tanto eu, quanto minha menina, estávamos ansiosas para provar do teu calor... venha...beije- me...

Tirei a roupa, abracei aquele corpo lindo, que parecia estar em brasas. Ela me beijava com uma vontade, que poucas vezes senti na vida. Passou as mãos pelas minhas costas, me arranhou e mordeu meu pescoço . Enfiou um dedo na minha boca, raspou do lado da bochecha, levou ao nariz e ficou cheirando e chupando a saliva.

Sorria e jogava os cabelos, serpenteando na minha frente.

O quarto nesse momento ficou com cheiro de flores, meio adocicado...

Olha, confesso que a coisa foi meio sinistra 😂😂😂😂😂 mas eu estava tomado por um fogo que me queimava pelas entranhas.

Passou as mãos pelo meu tórax, apalpando cada detalhe do meu peito, desceu pela barriga, e ficou fazendo uns movimentos como se desenhasse alguma coisa no meu abdômen.

Acho que por conta da situação, meu pau ainda não estava em alerta total, meia bomba, molengão...

Mas meu povo, hora que a Pombagira parou com aquele negócio na minha barriga, me agarrou pelas orelhas, socou a língua dentro da minha boca e me beijou com uma paixão alucinada, me deixando quase sem fôlego, me soltou, sorriu sensual e ordenou:

-- Agora está pronto Cavaleiro, me possua, me dê seu calor...

Meu pau saltou igual uma mola, endureceu e ficou apontando pro teto, duro igual um mourão de aroeira, as veias pulsando furiosas e a cabeçorra babando...

Fiquei de joelhos e com o tronco ereto, ela se arrumou e encaixou meu pauzão todinho dentro dela, até encostar sua cintura na minha, me envolveu com suas pernas, me travando, alucinada, cravou as unhas e me amou...

Me lambia e mordia o rosto, minhas bochechas, pescoço, peito, ombros

Rolamos naquela cama, fizemos tudo quanto era posição. Ela judiou muito de mim, e quando eu queria gozar, ela fazia alguma coisa nas minhas costas com as mãos, eu só podia sintir o pau formigar, mas não gozava... ela ria alucinada, me arranhava e falava

-- Aguente-se Cavaleiro, tu não imaginas a quanto tempo não sinto o calor de um homem, essa energia... me ame... me ame... também sou tua Cavaleiro... me ame...

E que amor eu fiz aquela noite meu povo!

Ficamos até a madrugada namorando e fazendo amor. Em alguns momentos como namoradinhos, em outros, como dois animais selvagens no cio!!!

Quando me permitiu aliviar a tensão e gozar, quase desmaiei, tive até vontade de chorar...

Estava deitado, ela por cima cavalgando de forma furiosa. Quando atingimos nosso clímax, ela deu um grito e caiu desfalecida em cima de mim.

Fiquei abraçado a ela até amanhecer o dia.

Acordei com a menina me chamando, dizendo que precisava se levantar e tomar um banho...

Olhei o relógio que marcava 7:00 hs da manhã, e apesar do amor intenso que fiz com aquela adorável Pombagira até altas horas, me sentia muito bem, pra quem não havia dormido mais que três horas!!!

A moça se levantou, me encarou meio sem graça e falou toda risonha:

-- Quem é ou quem foi você Beto?!... que loucura! Nunca passei por isso na minha vida, e olha que trabalho a anos na religião... que loucura... espero ter aproveitado os momentos com a minha amiga Pombagira!!!

Tomamos um banho, não deu tempo para o café. Só nos vestimos e saimos rápido, ou a moça chegaria atrasada no trabalho!

Deixei ela no escritório, voltei para o hotel, paguei o quarto que quase não usei, tomei um café em uma padaria, comi dois lanches, estava faminto, e voltei para o escritório do advogado.

Quando encontrei a morena, estava toda alegrinha, e antes de me anunciar ao doutor, me avisou sorrindo:

-- Tenho uma péssima notícia... você só poderá retornar amanhã, o Doutor não conseguiu terminar a análise dos documentos ontem, e hoje será igual! Então... vai pro Hotel, ou vai passar aqui mais tarde? Posso pensar em deixar você passar a noite comigo... e rezar para o Doutor terminar esse trabalho logo, do contrário, vou perder mais uns dias de aula na faculdade!!!!

Riu e me anunciou ao advogado, que ao me encontrar, pediu desculpas, mas teria que analisar com mais atenção àquelas escrituras e outros documentos.

Também pediu para eu ligar para o Véio, ele precisava falar comigo.

Agradeci, e disse que poderia esperar o tempo que fosse necessário. Pedi licença e sai da sua sala.

Cheguei na menina e pedi para usar o telefone, pois precisava falar com meu patrão.

Ela me levou a uma sala de reuniões e disponibilizou uma linha. Antes de sair me deu um beijão e me disse que sairia mais cedo, já havia conversado com seu chefe, e ele a liberou.

Deixamos combinado que pegaria ela as 13:00 hs, e seguiriamos direto até sua casa, afinal, ela também queria me amar e sentir o meu calor!!!

Saiu da sala e me deixou à vontade para falar com o Veio.

Quando ele atendeu, foi me pedindo desculpa pelo transtorno, mas só confiava em mim para aquela missão. Também contou que desde que sai em viagem e dutante a noite passada, aconteceram umas coisas estranhas na fazenda.

Disse que a moça que estava ajudando na casa, passou mau, depois se recompôs e, do nada, pediu as contas. Mesmo aconteceu com o capataz!!

Ainda brincou comigo, dizendo que eu espantei o povo com minha cara de lobisomem 😂😂😂😂😂😂😂

Me relatou que estava bem, e sentindo vontade de estar comigo, como nos velhos tempos... e com aquele seu jeito, arrematou a prosa:

-- Oia Beto... sabenu du jeitu que ocê é... já devi de tá com arguma muié ai no Bauru... óia rapaizim... eu cunheço tua raça... hãmmm...😂😂😂

Perguntou se eu precisava de mais dinheiro, ou alguma coisa... respondi que estava tudo sob controle, desejei um bom dia pra ele e pra esposa, e fui passear na cidade.

Afinal, eu estava sossegado, sem aquela sensação ruim no corpo, e tinha uma morena muito da linda pra dar umas namoradas com ela!!!!

E ao chegar na casa com a moça que me ajudou, nos amamos muito!!!!

Essa não foi a última vez que tive contato com as Pombagiras. Mas são outros causos...

Torno a dizer, acredite quem quizer, mas que aconteceu, aconteceu!!! AAHH SE ACONTECEU!!!!!

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Comentários

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A cada linha que eu leio, mais quero ler. Cara faz uns livros de suas histórias por favor. Me sinto parte de sua família ou um amigo seu. Não da vontade de parar de ler suas histórias

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Se você gosta de uns causo caipira, que fala dos antigamente, leia o Recuerdos de Buenos y Grandes Amigos. E Minha Estreia no Lupanar!

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Meu irmãozinho professor, fico agradecido demais por suas palavras! Você é único em seus comentários... Um forte abraço meu querido!!

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É verdade, é exatamente o que sinto lendo as coisas que ele escreve

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Caralho Cowboy, o ser humano é FODA! Uma ex namorada morta, um capataz mal intencionado, a sobrinha da sua ex tentando te prejudicar. Foda isso 😡😠.

A coisa fica tensa quando você detalha seus pesadelos. Fala sério, você via aquelas coisas mesmo? Muito doido esse negócio de espiritismo e tals... Outro conto de tirar o fôlego de sua amiguinha aqui!!!!! Leio seus "causos" cowboy safado, fico com as pernas moles, e a calcinha ensopada. Tenho pra mim que o senhor ia amar meu sabor e o cheirinho de fêmea que possuo 🌹🔥 Bjos quentes e safados 💋💋💋💋💋💕💕

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Agradecido cumpadi!!! E ainda tem uns par de causo pra contar! Minha vida foi bem agitada companheiro 👍👏👏👏. Muito Obrigado!

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Camarada que conto excelente. Alias li todos os seus contos e digo que ainda não vi nenhum autor aqui tão bom quanto você. Parabéns

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É meu companheiro, passei muita coisa por esse mundão, muitas vezes sozinho, mas meus amigos e amigas do lado de lá sempre por perto!

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