Delicioso Pecado último capítulo

Um conto erótico de Mistério
Categoria: Gay
Contém 1920 palavras
Data: 12/11/2020 19:48:21

As mãos de Valdemar percorriam as costas nuas de Murilo. O jovem reprimia a raiva, a escondendo num sorriso.

_ Logo estaremos juntos e bem longe daqui.

_ E por que não vamos embora logo e acabamos com isso de uma vez por todas?_ perguntou Murilo num tom de fadiga.

_ Porque antes preciso resolver um problema chamado Otávio Miranda, vulgo Tavinho.

_ Como assim?

Murilo virou -se para poder olhar nos olhos do prefeito.

_ Ele vai me pagar por tudo que me fez e o pai dele também. Vou matar dois coelhos com uma bala.

_ O que você pretende fazer?

_ Incendiar a igreja… com o patife dentro.

Valdemar disse entre os dentes.

_ Isso te incomoda, Murilo? Por acaso tem pena do pulha?

_ E por que teria? O Tavinho me humilhou e transformou a minha vida num inferno. Quero mais é que ele morra mesmo.

"No entanto, eu gostaria de te pedir algo."

_ O que você quer?_ perguntou num tom grosseiro, desconfiado de que Murilo fosse pedir algum tipo de misericórdia para Tavinho.

_ Eu quero vê tudo. Quero ver aquele desgraçado sendo queimado pelas chamas, ouvir os seus gritos de dor…Eu quero jogar o fósforos aceso naquele templo maldito e transformar tudo aquilo em pó.

Valdemar sorriu e beijou Murilo.

Depois de passar uma tarde nos braços do amado, Valdemar foi para casa para fazer as malas. Pretendia partir ainda naquela noite, depois de por em seu plano em prática.

Ficou muito irritado ao ver que Mara o esperava sentada no sofá, com os olhos vermelhos de tanto chorar.

_ Você ainda está aqui? Por que não foi com a sua mãe ?

_ Eu não poderia te deixar sozinho.

_ Deveria ter ido. Você não soube educar a sua filha e ela se tornou o que tornou. Me humilhou, vive com o nariz empinado.

_ Eu...

Valdemar não estava com paciência para as lamúrias da mulher. Subiu para o quarto e trancou a porta para não ser perturbado por ela enquanto fazia as malas.

Mara batia na porta, tentando dialogar com o marido.

A mulher sentiu um aperto no peito.

Valdemar saiu do quarto com a mala nas mãos.

_ Aonde você vai?

_ Estou cansado com tudo isso que está acontecendo: Essa falsa acusação de pedofilia, a falta de respeito da minha filha e a incompetência da minha esposa em educar uma jovem. Eu preciso respirar. Vou fazer uma viagem.

_ Mas para aonde?

_ Por aí, mulher! Por aí!

_ Valdemar, não vá! Por favor! Eu sinto que algo muito ruim está para acontecer e você sabe que quando tenho esses sentimentos é certeiro.

_ Bobagens! Bobagens! Se você tivesse uma ocupação não ficaria com a cabeça cheia dessas caraminholas tolas.

Valdemar saiu batendo a porta.

Mara sentiu -se ferida na alma. Ela dedicou tanto a sua vida a aquele homem e ele partia sem ao menos lhe dizer para onde.

Olhou um porta retrato com uma foto da família tirada numa festa de aniversário de Verônica. Todos sorriam. Uma família linda e aparentemente perfeita. Mara Lembrou -se que na noite anterior da festa havia chorado muito por descobrir a traição do marido com um rapazinho de quatorze anos.

No entanto, ela aguentou calada como uma boa esposa cristã. Aprendeu na igreja que uma mulher sábia edifica o seu lar.

E mostrou sua sabedoria seguindo os conselhos do pastor Miranda, que foi orar para que satanás se afastasse da seu marido.

No dia do aniversário, como uma boa mulher sábia e cristã demonstrando a todos uma falsa felicidade.

Agora encontrave-se só naquela casa grande, em que a solidão a dominara.

Tavinho aguardava aflito da porta da igreja, conforme Valdemar o ordenara. O jovem esfragava as mãos uma na outra para se aquecer do ar frio.

Seu coração bateu desparado ao ver o carro de Valdemar se aproximando da porta.

O prefeito e Murilo saíram do carro. O ruivo portava um galão de álcool na mão.

Tavinho franziu o cenho ao ver o ruivo com um sorriso cínico nos lábios e o nariz empinado expressando soberba.

"Eu não acredito! Eu não acredito!" Pensou Tavinho, se recusando aceitar que havia sido vítima de mais um plano de vingança de Murilo.

_Agora a turma toda está reunida! _ disse Valdemar sorrindo.

_ Que caralho está acontecendo aqui?

_ O que você acha? Vamos acabar com essa história de uma vez por todas, Otávio. Finalmente você vai pagar por tudo que me fez. Agora é o gran finale!

Tavinho olhou para Murilo com ódio.

_Seu merda! Eu estava preocupado com você. Vim com a intenção de te salvar desse verme e você aí zoando com a minha cara?! Vocês se juntaram para me fazer de otário é isso? Tão de casinho? Quem tá comendo quem?

"Aliás, vão as duas bichinhas tomarem no cu e nunca mais olhem na minha cara."

Tavinho deu alguns passos com a intenção de sair , mas foi detido com a mão de Valdemar no seu peito e o prefeito sacou uma arma do bolso.

Tavinho arregalou os olhos e levantou as mãos para o ar.

_ Calma, Valdemar! Vamos conversar?

_ Vamos sim. Lá dentro da igreja. Abre essa porra dessa porta.

Tavinho obedeceu e os três entraram na igreja

_ Murilo, dê o presentinho para a loirinha aí.

Murilo jogou o galão no colo de Tavinho.

_ Joga nessa porra toda.

_ Que porra e essa, Valdemar?

_ Cala a boca e faz o que eu estou mandando. Acho que o papai vai gostar muito do presentinho que eu vou dar a ele. Veadinho assado.

Os olhos de Tavinho se inundaram em lágrimas.

_ Murilo, me perdoe, por favor? Você não sabe o quanto eu me arrependo do que fiz com você.

"Eu aprendi a lição. Podemos seguir as nossas vidas sem ninguém fazer nenhuma merda... por favor?"

Valdemar deu uma coronhada na cabeça do loiro.

_ Cala a boca, desgraçado! Faça o que eu estou mandando ou eu te encho de balas.

_ Então, atira logo! Acaba logo com isso! Você vai me matar mesmo! Faça isso de uma vez!

Valdemar poderia descarregar as balas no loiro, mas queria lhe dar uma morte dolorosa. E a resistência de Tavinho o irritava.

_ Ou você faz o que o Valdemar quer, ou depois de te fizermos de peneira vamos lá na sua casa e acabamos com a desgraçada da sua mãe.

_ Como você pode ser tão cruel, Murilo? Você é um demônio!

Valdemar ficou espantado e feliz com as palavras de Murilo, que olhava com ódio para Tavinho, enchendo Valdemar de orgulho.

Tavinho obeceu e começou a espalhar o álcool sobre a igreja. Suas mãos estavam trêmulas. O loiro soluçava de tanto chorar, sentia pânico.

_ Agora, jogue em você mesmo.

_ Ainda não. Eu quero apreciar mais esta cena. Olha o que temos aqui. Otávio Miranda, o valentão da escola, chorando feito um bebezinho. _ Murilo gargalhava.

_ Você está se divertindo, não é meu amor?

"Mas temos que acabar logo com isso, o nosso vôo será daqui a uma hora."

_ Você tem razão, vamos acabar logo com isso. Já chega de tanto sofrimento.

"Meu bem, eu gostaria de ficar com aquela bíblia ali. Quero uma recordação desta noite tão espacial. "

Murilo disse apontando para uma grande bíblia ilustrada e letras douradas, que estava sobre uma mesa de vidro em cima do púbito.

_ Essa é a bíblia que o desgraçado do Miranda usava nos cultos. Eu quero ela pra mim.

_ Vai pedir para Jesus perdoar os seus pecados, Murilinho?

_ Não há Jesus, não Deus, não há diabo… não há nada.

_ Tudo bem, meu amor! Não vou te negar esse presentinho.

Valdemar virou as costas para subir o pubito. Estava feliz com aquela noite e já imaginava a noite de sexo que teria com Murilo em comemoração.

O ruivo pôs a mão no bolso e puxou uma faca que roubara da cozinha, enquanto escapou do banheiro no dia anterior.

Com todo ódio que tinha no coração, cravou o objeto das costas de Valdemar, que devido a dor, soltou um urro de dor e perdeu as forças das mãos deixando p revólver cair no chão.

O prefeito caiu de costas nas escadas no pubito. E imediatamente, Murilo pegou o revólver no chão e o apontou para Valdemar.

_ Seu desgraçado! _ gruniu Valdemar.

_ Desgraçado é você, verme maldito!

Isso é pelas vezes que pôs esse pinto nojento em mim! _ disse disparando dois tiros no pênis de Valdemar.

_ Isso é pelas mentiras que espalhou sobre mim nesta cidade horrorosa! Dois tiros na boca do prefeito.

_ Isso é por ter sido um péssimo pai para o Jorginho! _ um tiro em cada perna.

Valdemar se contorcia no chão como peixe fora d'água . Seu sangue inundava o chão da igreja.

_ Isso é por tentar matar o amor da minha vida! Murilo deu um tiro na cabeça do prefeito que o tornou imóvel para sempre.

Tavinho assistia a cena tremendo e chorando desesperadamente.

Murilo o abraçou e o beijou.

_ Já acabou, meu amor! Já acabou!

Tavinho estava em choque e tremia nos seus braços.

_ Vamos embora antes que a polícia chegue.

Tavinho tentava pronunciar algumas palavras, mas não conseguia devido ao nervosismo.

Murilo pegou as chaves do carro que estavam no bolso de Valdemar.

_ Eu vou ter que por fogo na igreja para apagar as provas do crime. Vou te deixar em algum lugar. Ninguém precisa saber que você esteve aqui.

Venha, vamos embora.

Tavinho saiu abraçando com Murilo e na porta da igreja o ruivo riscou o fósforos e o jogou sobre as paredes molhadas.

Eles correram em direção ao carro.

Sentado no banco de carona, Tavinho olhava fixamente a igreja em que fora criado, o patrimônio da sua família sendo devorada pelas chamas do fogo, imagem essa que se assemelhava ao inferno.

Murilo ligou o carro e deu a ré para sair.

_ Onde te deixo?

Tavinho nada respondia.

_ Meu amor, eu sei que você não está bem, mas eu preciso de tirar dessa roubada. Tente fazer um esforço e falar comigo.

Tavinho permanecia com os olhos fixos na igreja.

Murilo não poderia perder mais tempo e saiu com o carro em direção à BR escura para não ser visto.

_ Eu vou te deixar na casa do Marcelo. Você pode dizer que não está se sentindo bem e tentar dormir um pouco. Tome uns calmantes.

_ E você?_ perguntou Tavinho sério sem olhar para Murilo.

_ Vou embora de uma vez por todas. Daqui desta cidade só quero levar comigo as lembranças da nossa história. Eu te amo muito. E quero de verdade que você possa me perdoar um dia.

"Eu fui vingativo, egoísta e um tremendo idiota de ter estragado tudo com você. "

_ Eu não vou voltar para a casa do Marcelo!

_ E para aonde você quer ir?

Tavinho o olhou pela primeira vez depois da morte de Valdemar. Seu olhar era de choro.

_ Leve-me para bem longe desta maldita cidade. Leve-me daqui!

Murilo segurou a mão trêmula de Tavinho e com a outra permaneceu dirigindo.

Ao chegar perto da divisa da cidade, ele acelerou.

Ao ver a placa "Você está saindo de São Martins ", Tavinho sentiu uma estranha sensação de liberdade. Pode compreender como um pássaro se sentia ao escapar de uma gaiola.

O carro seguiu viagem, deixando para trás a cidade numa noite fria e escura.

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Comentários

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Cara, terminei de ler o conto. Você escreve pra caralho!! Deu pra sentir de tudo ao ler. Raiva, compaixão, esperança, tesão...haha. que bom que descobri seu perfil 😉

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Amei o conto, achei o mesmo por acaso e comecei a ler hoje mesmo e já terminei. Fiquei só decepcionado pelo fato dele ter sido um pouco mais curto, mas mesmo assim seu conto conseguiu me prender e ler todo em apenas um dia.

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AEEEEEE OLHA EU AQUI a leitora fã das teorias. Hahahahahahaha. Eu estava há meses querendo ler essa sua história mas sempre adiava. Agora estou em dia. Parabéns, essa trama foi de tirar o fôlego. Agora acho que já maratonei todas elas. E vamos em frente com "Verdades Secretas"

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kkkkkkk bem feito pro Valdemar, ahaahahajhahahah que babado mds. gostei do final

mas bem que podia ter sido numa floresta aahahahahahahajah

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Ufa.. algo pra ler no meio d tanta m* q tem tido na casa. Ultimamente só tem texto doentio. Parabéns pela historia envolvente.

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UM FINAL MEIO CORRIDO MAS MUITO BOM APESAR DE SER CLICHÊ.

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