UM DIA MUITO ESPECIAL (III)

Um conto erótico de ClaudioNewgromont
Categoria: Heterossexual
Contém 1853 palavras
Data: 17/04/2020 13:33:49

Já contei que fui comprar algumas roupas, para comparecer a um evento chique – duas coisas que detesto, aliás: compras e eventos chiques –, mas encontrei uma vendedora tão competente e solícita, que me fez não apenas comprar as peças, como ainda me fez um boquete completo, no provador.

Tentei, de todas formas que minha timidez permitia, engatar um futuro encontro, mas o máximo que consegui como resposta foi um enigmático “É... quem sabe...” Mas, para quem é otimista e esperançoso, uma caixa de bosta pode ser sinal de um cavalo, não é? Saí da loja disposto a voltar, e nem que tivesse que torrar meu salário em roupa, eu ia comer aquela baixinha gostosa – ou ser comido por ela, que é o mais lógico...

Fui para casa e preparei-me para o evento: um chato almoço de empresários, que só não foi mais chato porque consegui fechar um bom negócio. Estava sendo um dia muito especial: um boquete de uma vendedora gostosa pela manhã, um bom negócio fechado à tarde, e agora estava no cinema, assistindo a um bom filme – sem conseguir me concentrar na história, naturalmente.

Ao sair do cinema, mas sem a vendedora sair da minha cabeça, decidi procurá-la naquele dia mesmo – se aquele dia estava dando tudo tão certo, quem sabe, não é?! Entrei numa casa de chocolate, escolhi uma caixa que me pareceu a mais propícia a ajudar na conquista, e rumei para a “batalha”. Eu sabia que precisava ser cuidadoso e inusitado – estratégico –, para garantir pelo menos que ela me escutasse, ao invés de chamar a polícia. Sentei-me num barzinho, em frente da loja, e fiquei esperando o final do expediente e a minha musa sair. Uma dose de tequila ajudou a acalmar o batuque do coração.

Pouco depois das seis horas, por entre a multidão que ocupava a calçada, diviso seu vulto mignon e naturalmente sensual. Agora ou nunca! Saí numa calculada velocidade, em sua direção, não tão rápido que pudesse ser confundido com um maníaco, não tão devagar que a perdesse de vista. Resolvi chamá-la:

– Moça! Moça, por favor!

Inicialmente ela pareceu não ter ouvido ou julgava não ser com ela. Continuou andando, o que me fez repetir o chamado. Somente agora ela parou e voltou-se. Em segundos eu estava na sua frente. O que dizer? As frases que havia ensaiado durante todo o dia me pareceram imbecis neste momento. Então disse a mais imbecil de todas:

– Queria saber se a roupa caiu bem em mim!

– Oi?! – A sua expressão espantada me deu a certeza de que eu fizera merda.

Resolvi então juntar os cacos da desastrosa abordagem, e partir para seja-o-que-os-deuses-do-Olimpo-quisessem. Busquei toda a emoção e sinceridade de dentro de mim e coloquei nunca cantada:

– Você disse que poderíamos continuar a sessão do provador...

Indescritível a feição estampada em seu rosto. Deveria estar me julgando um maluco. Acho que só se demorou tanto tempo me dando trela porque a rua estava cheia de gente, e isso a deixava segura, em relação a um possível ataque. Mas o tempo que ficou me olhando parecia séculos. Eu sentia uma bateria de escola de samba no meu peito – só estava faltando eu ter um infarto ali, no meio daquela gente toda.

Até que um laivo de brilho passou por seus olhos e provocou um leve sorriso em seus lábios:

– Você é maluco, não é?!

Ihúúúú! Estava ganha a batalha! Escancarei meu sorriso mais completo e palhacei para disfarçar a tensão: saltitei em redor dela antes de lhe entregar a caixa de chocolate, que ela recebeu, balançando a cabeça, com o sorriso mais belo do mundo. Próximo passo:

– E aí... vamos tomar alguma coisa?

Conduzi-a, cavalheirescamente, até meu carro, estacionado ali perto. Perguntei se ela tinha alguma sugestão de um lugar aconchegante, que pudéssemos conversar e tomar um drinque. Pensei que dissesse que não, e que eu escolhesse. Surpreendeu-me: tinha. E sugeriu um agradável ambiente, num discreto bairro residencial – somente depois eu entenderia a escolha.

A conversa rolou, deliciosa. Chamava-se Carla (“Prazer, sou Cláudio” – idiota!, ela sabia; não passara meu cartão, efetuara a venda, pela manhã?! Enfim...). Falou-me do casamento desfeito, mas da perfeita amizade que mantinha com o ex; contou-me da filha e do quanto ela gostava do pai – estavam juntos agora e passariam a noite, pois ele viajaria no dia seguinte; narrou como fora proveitoso seu dia de trabalho, que tinha faturado legal... Notei certo enrubescimento ao interromper bruscamente a tagarelice, imaginei que sua memória chegara ao primeiro cliente do dia e o inusitado encontro dos dois, no provador.

– E seu dia de trabalho começou de uma forma bem inusitada também, imagino! – falei, da forma mais cuidadosa possível, para garantir a sensualidade sem parecer vulgar nem constrangê-la.

Fez-se ainda mais vermelha (“fiz merda!” – imaginei), mas contou que há muito não transava, que tivera um sonho erótico à noite mas não tivera tempo de se masturbar (como queria), pois estava atrasada para o trabalho; contou também que, quando se dirigia ao banheiro da loja para finalmente gozar, aparecera o primeiro cliente, e a eletricidade que girava em seu corpo fez ela atendê-lo da forma mais esmerada possível, chegando até... a chupar o pau dele, no provador – isso ela disse num jato, de uma vez só, lindamente sem jeito.

– Vamos continuar? (Meu coração estava a mil – imagino que o dela também)

– Vamos! (Ela falou de supetão e voou até minha boca – nosso segundo beijo do dia!)

Carla fez questão de dividir a conta – mulher empoderada, gostei de ver! Apontou para o prédio, do outro lado da rua, onde ficava seu apartamento e para onde queria me levar naquele momento. Êxtase total – adorei: mulher empoderada! Por isso escolhera aquele barzinho... Entreguei-me em suas mãos, em suas vontades. Adorei ser conduzido por ela.

Ao fechar a porta do apartamento atrás de si, nossos corpos se colaram, nossas línguas se vadiaram em nossas bocas, num frenesi intenso, feito o primeiro beijo no provador... Mas ela, a carrasca, novamente cortou nosso ímpeto abruptamente, deixando-me, literalmente, com a pica no ar. Deu um selinho e um sorriso safado, disse que iria tomar um banho, e que eu ficasse à vontade...

– E quando digo “à vontade” é à vontade mesmo, e de acordo com a minha vontade, viu?! Livre-se dessa roupa, que ela é nova e não pode amassar...

Dirigiu-se rebolando para o interior do apartamento. No meio do caminho, enquanto caminhava, tirou a blusa e o soutien. Vi seus seios, de relance, pela primeira vez, quando ela se virou para entrar no banheiro. Não ouvi a porta fechando.

Eu precisava me beliscar, para saber se aquilo estava acontecendo mesmo, ou se eu não acordaria daqui a pouco, com o pau duro e melado de uma polução. Mas não me belisquei: obedeci às graciosas e sensuais ordens daquela mulher, livrei-me das roupas, e libertei meu caralho, que finalmente viu-se com espaço para endurecer e se expandir à vontade.

– Cláudio, vem cá!

Borboletas no estômago. Caminhei meio trôpego até o banheiro, a rola balançando e abrindo espaço a minha frente. Ao chegar à porta, parei e apenas pus a cabecinha (“Ui!” – ouvi-lhe o suspiro sensual, em meio ao barulho da água). Ao entrar, extasiei-me com a maravilha fosca do corpo que brilhava sob o chuveiro. Lembrei-me do começo de um poema do Olavo Bilac, que eu sempre adorei: “Nua, de pé, solto o cabelo às costas, sorri.” Foi o quadro poético que eu contemplava, naquele momento.

Ao abrir a porta do box, uma sutil nuvem de vapor chegou-me ao rosto, apresentando-me uma pequena deusa desnuda, os longos cabelos colados ao corpo, os seios acariciados pela água que caía e se dirigia em corredeira até a buceta depilada, de carnudos lábios entreabertos, e corria pelas coxas de diva.

Aproximei-me e envolvi-a em meus braços, minha rola pressionada contra seu corpo. Novos beijos devoradores, e Carla, num impulso, arqueia as pernas em torno de mim e minha rola se encaixa perfeitamente naquela buceta encharcada. Os movimentos cadenciados, os gemidos guturais misturando-se ao barulho da água, era a sinfonia mais louca e divina de todos os tempos e universos.

Mas estávamos ali para tomar banho. Mãos delicadíssimas me ensaboaram, acariciaram meu pau rígido; finalmente tive a chance de sentir todo o frescor daquela pele, e tocar, sem a interferência da roupa, em cada espaço: ao ensaboá-la, minha mão percorreu seus seios de mamilos apontados, a bunda redonda e carnuda, a xoxota em brasa... Minhas mãos faziam um reconhecimento completo daquele paraíso de lascívia.

Saímos enrolados na mesma toalha, fomos nos enxugando suavemente, aos toques. Caímos sobre a cama e jamais se teve notícia de tamanha sanha sensual. Comíamo-nos de todas as formas possíveis e imagináveis. Impossíveis e inimagináveis também. Chupei-a. Chupou-me. Fodi-a. Comeu-me. Gememos. Gritamos. Gozamos com toda a fúria de nossos corpos.

Agora, cansados, ofegantes, ela deitada sobre mim – seus seios imprensados contra o meu peito –, eu acariciando seus cabelos úmidos, conversamos banalidades, com nossa voz áspera de recém gozados, entre sorrisos e beijinhos rápidos. Até que Morfeu acariciou-nos com languidez e adormecemos por alguns minutos.

Ela se mexeu e eu acordei. Carla estava agora deitada de bruços, ao meu lado, e me sussurrou ao ouvido, em meio a um sorriso maroto: “Come meu cu!” Não acreditei, juro! Aliás, aquilo tudo estava sendo, para mim, uma prova cabal de que não há limites cósmicos entre o inimaginável e o que de fato acontece. Muito menos eu iria perder tempo com essas filosofias naquele instante.

Sua bunda redonda oferecia-se toda a mim, aos requebros. Acariciei-lhe as nádegas, com suavidade. Derramei uma chuva de beijos em toda sua extensão, e, enquanto minhas mãos separavam aquela maravilha carnal, projetando-me um buraquinho depilado e palpitante, fui enfiando minha língua nele, enquanto Carla remexia-se e gemia.

Depois de lubrificar bem seu cuzinho, fui subindo em suas costas e depositei minha rola na entrada. Enquanto beijava e mordiscava de leve sua nuca, fazendo-a arrepiar cada pelo de seu corpo, minha rola foi penetrando suavemente em seu cu. Inicialmente, um movimento que me pareceu de dor ou incômodo fez-me parar, mas, em seguida, ela me pediu-exigiu que continuasse...

Continuei a entrada até sentir minha barriga sobre suas nádegas. Comecei um movimento ritmado, estocadas suaves faziam Carla gemer e dizer obscenidades loucas. Uma de suas mãos alcançou sua xoxota e passou a massagear seu clitóris, a princípio com delicadeza, mas cada vez com mais vigor, até que urrou loucamente, num gozo como eu nunca vira uma mulher gozar.

– Não para, não para! Goza pra mim! Me enche de teu leite!

Eu ainda queria sentir por mais tempo aquela delícia de cu, mas Carla usou de um golpe baixo. Com os dedos molhados de seu líquido, circundou minha bunda e começou a mexer no meu cu, penetrando-o aos poucos. Impossível não gozar: explodi todo o meu tesão líquido nas entranhas daquela mulher incrível, que se remexia febrilmente sob meu corpo.

O perfume de tesão, de sexo, de cio preenchia o ambiente. Trêmulos e aos espasmos, fomos nos tranquilizando, até o cérebro voltar a assumir o comando, e enviar a mensagem que precisávamos nos alimentar, agora literalmente, que a noite prometia um gasto de energia poucas vezes visto nos universos.

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Comentários

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Às vezes o universo conspira a favor. Os acontecimentos se entrelaçam com uma perfeição que parece mágica. Nenhuma foda milimetricamente combinada supera as que acontecem ao acaso! Bela história, belo texto. Parabéns!

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