Romance no Rio 2

Um conto erótico de Dan_emin
Categoria: Gay
Contém 1442 palavras
Data: 05/03/2020 19:18:00
Assuntos: Gay, Romance

Despedi da minha mãe, avisando que não tinha hora pra voltar.

- Hmm, todo cheiroso- ela falou me apertando em um abraço

- Cheirosa tá a senhora, que tá pensando em fazer enquanto estou fora hein? – falei sentando ao seu lado e dando um cheiro no pescoço dela. Desde que meu pai se fora há alguns anos trouxe ela pra viver comigo. A casa era grande e não fazia sentido ficarmos separados.

- Menino me respeita – ela falou brincando- e o Rubens hein? Ainda não veio aqui essa semana.

- Tá vindo aí agora me buscar.

- Ahh meu sonho de genro.

- E meu sonho de marido, mas somos só amigos, mamãe.

- Mas quem sabe.

Nessa hora recebi mensagem de Rubens falando que já estava na porta.

“Pois pode entrar 5 minutos porque tem uma pessoa aqui reclamando que não te viu ainda essa semana” – mandei um áudio e fui abrir o portão.

Depois de um bocado de festa com Rubens e minha mãe acabamos partindo pro barzinho que ele tinha prometido me levar.

Encontramos alguns amigos e ficamos por ali até por volta da 11horas, quando então partimos pra uma boate.

Dançamos muito e tomamos uns bons drinques. Há tempos não aproveitava tanto assim. Alguns carinhas deram de cima de mim e do Rubens, mas naquela noite só estávamos a fim de curtir um a companhia do outro e comemorar e assim ficamos até umas 4horas.

Acabamos indo pra minha casa mesmo e insisti pra ele dormir lá, pois estava com medo dele dirigir cansado como estava.

Acordei no outro dia de manhã e lá estava Rubens dormindo do meu lado num sono profundo. Fui até o banheiro escovar os dentes e voltei pra cama, mas fiquei com dó de acordar ele e fui lá preparar o café.

Minha mãe que já estava na cozinha me deu bom dia e ao me ver preparar café da manhã perguntou se eu não ia comer na mesa.

- Não, vou lá levar pro Rubens. Tá apagado.

- Ahh que bonitinho, ele dormiu aí então?

- Dormiu, fiquei com medo de deixar ele ir dirigindo sozinho.

Saí escada acima pro meu quarto e deixei a bandeja na mesa ao lado. Subi na cama de novo e fui mexendo nele pra acordá-lo.

Ele logo abriu um sorriso despertando.

- Dorme como um anjo, quem vê até pensa – falei provocando ele.

- Falou a puritana – ele falou me tacando o travesseiro.

- Pior que estamos mesmo, saímos ontem e nem um beijo na boca rolou – falei tacando o travesseiro de volta.

- pois é, mas foi ótimo não foi?

- Claro que foi, quem manda você ser passivo hein? se fosse ativo casava com você

- Cruz credo, vira ativo você – ele falou me tacando o travesseiro de novo – mas por você eu até abriria exceções.

- Eu também, marmota – falei e peguei a bandeja pra tomarmos café.

Rubens foi embora só depois do almoço, depois de minha mãe mimar ele bastante. Eu adoro esse meu amigo.

O resto da semana passou normal até que fomos nos encontrar de novo na mesma cafeteria na quarta-feira. Estávamos conversando animadamente e novamente reparei que o rapaz moreno estava na cafeteria, mas como ele não fez nada da última vez não liguei muito, achando que era só curiosidade.

Pouco depois, o telefone de Rubens tocou e ele teve que voltar correndo pro serviço. Falei pra ele ir tranquilo enquanto terminava meu café.

Quando já estava quase terminando distraído mexendo no meu celular, percebi alguém logo em frente. Levantei a cabeça e vi que era o tal rapaz moreno na minha frente. Usava uma calça preta e uma blusa azul até o meio dos antebraços grossos.

- Pois não – falei estranhando a aproximação dele.

- Thiago?? – ele falou me olhando bem nos olhos e naquele momento meu mundo congelou.

- I-Igorr? – Falei em choque num misto de sensações.

Ali estava na frente o homem que tinha causado um misto de tantas sensações: paixão, amor, saudade, tristeza, ressentimento e raiva.

Sim, depois de dois vários meses sem notícias dele a saudade e o amor foram pouco a pouco dando lugar a um ressentimento por ele ter me abandonado e até um pouco de raiva, por sentir que eu não tinha pra ele a mesma importância que ele tinha pra mim.

Foi por causa dele que eu nunca mais me permiti apaixonar por ninguém. Por causa dele que perdi a confiança de que alguém realmente pudesse amar. Nada além de lances passageiros e sem grandes envolvimentos.

- Eu não acredito, é você mesmo?? - ele falou todo animado e abrindo um sorriso.

- bom, acredito que sim – falei ainda atordoado e me levantando pra dar um aperto de mão nele, que acredito esperava um abraço.

- Eu percebi que era você desde semana passada – ele falou se sentando em frente a mim – mas você saiu antes que tivesse a chance de lhe falar.

- Hmm, eu não reconheci, mas lembro de ter te visto.

- Você lembra de mim mesmo?

Aquilo era demais pra eu processar, coloquei o dinheiro da conta na mesa e me levantei.

- Desculpe, mas eu preciso ir – falei com a voz meio embargada precisando sair urgentemente daquele lugar. Um misto de sensações que eu não sentia há tempos.

Igor me olhou com a expressão surpresa e eu saí porta afora sem olhar pra trás.

Quando alcancei meu carro escutei ele falando alto vindo atrás de mim.

- Thiago, espera – ele falou chegando perto do carro – eu fiz alguma coisa? Achei que ia gostar de me ver.

- Não, Igor. Você não fez nada – Falei assumindo o controle e me virando pra ele olhando-o bem nos olhos, com a coragem que até há pouco tempo atrás eu não tinha – Aliás, você não fez nada...foi exatamente isso. Sumiu no mundo e nunca mais deu notícia como prometeu. Aí você chega do nada e acha que eu vou ficar todo feliz pulando de felicidade de te ver. É isso mesmo? – eu falei encarando ele bem de frente.

- Eu, me desculpe, mas...bom eu passei muita coisa...

- Eu também passei, passei dois anos praticamente sem viver ou fazer nada além de chorar, esperando notícia suas, sonhando como um idiota, até acordar pra realidade. Até perceber que o amor só existia pra mim, que não tinha o mesmo significado pra você.

- Eu nem sei por onde começar, mas deixa eu explicar o que houve.

- Igor, eu realmente não posso falar agora. – falei entrando no meu carro.

- Espera, Thiago. Vamos conversar.

- Agora eu não posso – falei sentindo um nó cada vez mais apertado no peito – talvez um outro dia.

- Então me passa seu contato que marcamos.

- Adeus, Igor- falei olhando ele uma última vez.

Andei de carro por algumas quadras até encostar com os olhos marejados e sentir toda emoção represada de anos aflorar.

- Rubens? Posso ir pra sua casa?

- Claro, mas que voz é essa? - ele perguntou assustado.

- Te conto aí.

Cheguei e deitado no colo dele contei tudo que tinha acontecido no dia (ele já sabia há algum tempo da minha história com Igor na adolescência).

- Não acredito, faço ideia que barra.

- Eu não sabia nem como agir, foi horrível.

- Mas você agiu bem, eu no seu lugar tinha dado pelo menos umas bofetadas nele.

- Aiai, Rubens, só você mesmo pra me fazer rir.

- Mas agora falando sério, não pensa agora no que vai fazer, só descansa.

Ficamos ali deitados até eu adormecer, exausto de todas as emoções do dia.

Acordei já estava amanhecendo o dia e dei um pulo pensando que minha mãe devia estar desesperada sem notícias.

- Rubens, tenho que ir embora, minha mãe deve tá louca.

- Calma, thi. VocÊ acha que eu durmo no ponto, é claro que liguei pra ela ontem falando que você ia dormir aqui

- Aiai, Rubens. Você é perfeito sabia – falei me deitando de novo e ficamos de lado um olhando pro outro.

- Eu sei disso – ele falou dando uma piscada

- Devíamos casar – falei brincando

- E estragar nossa relação? – ele falou rindo – mas prometo vou pensar no seu caso.

- Marmota – falei rindo e fazendo cócegas nele nos pontos fracos que já conhecia.

Tomamos café juntos e na mesa e ele voltou ao assunto da noite anterior.

- Thi, eu acho que você devia conversar com esse cara de vez. Pra exorcizar logo esse passado.

- Eu não sei, Rubens. Ontem eu já não sabia se ia me controlar direito.

- Eu imagino, mas bom só pensa nisso tá.

Fomos cada um pro seu serviço e depois eu passei o dia remoendo o que faria. O fato é que só rever Igor tinha mexido comigo. Hora pensava que talvez fosse melhor conversar direito pra esclarecer esse passado de uma vez. Hora tinha medo do que aquele encontro poderia despertar em mim que estava adormecido.

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Comentários

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Deve converssar sim assunto mal.resolvido acaba com a gente

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Olá, the sun, podemos conversar sim. chama no email: emin882010@hotmail.com

Abraço!

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Tua maneira de escrever ta me cativando tanto que tu não tem noção. Eu to começando por esse caminho e adoraria bater um papo contigo sobre escrita e tudo mais. Se tiver afim manda o contato :)

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Atento pelos próximos capítulos... Amando ate aqui.

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CERTEZA QUE IGOR VAI CONTAR UMA HISTÓRIA NA QUAL VC VAI CAIR DIREITINHO. MAS CREIO TB QUE VC DEVE DAR A CHANCE DELE SE EXPLICAR. CASO CONTRÁRIO, MELHOR SE CASAR COM O RUBENS.

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Um encontro casual depois de 28 anos de um amor interrompido foi a coisa mais sublime que nos aconteceu. Já não éramos os mesmos e estávamos ambos casados e com filhos. Mas com muito diálogo e maturidade resolvemos não desperdiçar o tempo que restava das nossas vidas. Fico muito curioso pelo desenrolar deste conto embora ainda não esteja muito crédulo de se tratar de uma história real.

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ah ra! sabia Igor um babaca.

enfim, mais acho que vocês estão as precisando sim conversarem.

Ainda tô com raiva do Igor, mas vamos ver a desculpa dele.

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