Meu Loiro! - Capítulo 19 - Quando o Destino Intervém - Parte 3

Um conto erótico de Léo Hanz
Categoria: Homossexual
Contém 4511 palavras
Data: 16/07/2019 23:28:09

Oi queridos, como vão? Esta é a penultima parte do capitulo 19. A ultima parte antes do capítulo 20 eu postarei em breve, promento. A partir do capítulo 20, a história sofrerá uma notável mudança e influenciará a vida de todos os personagens, principalmente as dos nossos protagonistas. Obrigado pelos comentários de sempre. Um beijo e boa leitura.

***

Depois de um trânsito infernal, Fred finalmente chegou na casa de Ariel. Foi recebido por ele e sua mãe, Laura. Os três tomaram um café e ficaram conversando. Depois subiram para o quarto do ruivo. Ariel notou uma atmosfera triste em Fred. Fora que ele estava, digamos assim, horrível! Os dois sentaram na cama do ruivo.

-Amigo, você sabe que eu te amo, mas você está um caco! - disse Ariel segurando o riso.

Fred gargalhou.

- Eu estou mesmo. Estou com olheiras enormes, a raiz do meu cabelo também está enorme. Mas até que eu estou gostando dele assim, mais comprido.

- Fred, com esse cabelo metade escuro e metade loiro, você está a cara da Cruella. - o ruivo não aguentou e gargalhou.

Fred olhou torto para Ariel, mas acabou sorrindo também porque ele tinha razão.

-Brincadeiras à parte, como você está baby?

Fred levantou da cama, respirou fundo, acendeu um cigarro e foi até a sacada do quarto. - Eu não sei mais o que eu faço em relação ao Beto. Eu… eu estou cada dia mais apaixonado por ele. Não consigo mais negar isso pra mim. E eu tenho medo, sabe? Medo por ele não querer mais ficar perto de mim, medo pela minha família. Você sabe que nós LGBT's sempre somos os culpados. É o gay que da em cima do primo, a prima que da em cima da outra prima. Minha tia é uma conservadora desgraçada, mas é mãe dele. Eu não sei se você me entende, mas é o que eu sinto. Você e o meu tio são as únicas pessoas com quem eu confio para me abrir.

Ariel observava cada palavra que Fred dizia e concordava. Tanto ele quanto o loiro eram privilegiados por serem aceitos por suas famílias, mas sabia que isso era uma coisa difícil de acontecer. E também em relação ao sentimento de Fred, sabia que isso uma hora ou outra iria florescer. E temia pelo amigo. Humberto nunca teve atitudes homofóbicas, muito pelo contrário. Repudiava qualquer tipo de preconceito e vivia em pé de guerra com a mãe por ela ser assim. Mas saber que o primo o amava como homem, isso já era outra história.

O ruivo levantou da cama onde estava sentado, pegou um cigarro, acendeu e foi até a sacada junto com o amigo.

- Fred, eu entendo, de verdade. E fico feliz que você confie em mim pra se abrir. Eu sempre soube disso, desde que comecei a sair com vocês e com seus outros primos. Antes de eu o conhecer, você sempre falava dele pra mim com os olhos brilhando. E até quando você está puto da vida com ele, eu enxergo esse amor. Você tenta ser tão fechado com todo mundo, mas quando o Humberto está perto de você, você desmancha. É nítido! E não se envergonhe disso! O amor é puro, e família é construção social. Porém, tome cuidado pra que VOCÊ não saia machucado nessa história -.

Ao ouvir o que Ariel havia dito, Fred abaixou a cabeça.

Que droga!

- E o que você pretende fazer em relação a isso? - perguntou o ruivo.

- Eu ainda não sei. Eu nem tive tempo de conversar com ele ainda. Cheguei hoje de viagem e ele foi me buscar no aeroporto. Íamos almoçar e eu ia contar pra ele que viajaria de novo. Vou fazer aquele curso na Inglaterra que eu te disse. Só que quando chegamos no restaurante, eu vi a Alessandra lá e já deduzi que eles estavam juntos, ainda mais depois da Samantha ter me alertado sobre eles estarem passando bastante tempo juntos enquanto eu estava fora. Eu paralisei, sabe?! Humberto nunca namorou. E eu não queria ficar mais lá, mas ele estava tão feliz. Nem comi direito. Fui direto pra casa, não queria ver ninguém. Minha enxaqueca atacou, eu vomitei. Argh… Foi horrível amigo. Essa merda de sentimento está me afetando fisicamente.

- Eu não sabia que estava desse jeito, Fred - lamentou o ruivo.

-Mas nós nem tivemos tempo pra conversar direito. Por isso que quando você me ligou eu quis vir pra cá. Precisava conversar!

-E eu fico feliz de você ter vindo. Somos amigos desde a faculdade. Já trabalhamos juntos e passamos por várias coisas juntos. Por isso que me corta o coração te ver assim. E quanto à Alessandra, eu presumi que isso iria acontecer desde que eu conheci ela na casa de seus tios. Sua tia está por trás disso.

Fred sorriu debochado.

-E você acha que eu não sei? A Pillar é meio surtada! Minha mãe nunca curtiu muito ela pelas coisas que ela faz e diz. Eu tento baixar a bola por consideração ao meu tio e os meus primos.

-Eu te entendo. Da última vez que estive lá, fiz todo o possível pra não ter que ficar muito perto. Mas a Samantha quis porque quis que eu ficasse lá na casa dela com vocês. E seu tio Rogério também insistiu que eu ficasse, e também foi muito gentil me recebendo no velório. Ele é um fofo. - disse o ruivo sorrindo.

- Ele é sim. Eu amo meu tio como se fosse meu pai. E morro de dó de ele ter que dormir na mesma cama que a Pillar.

Os dois riram.

-Amore, você vai contar pra ele que vai viajar quando? Aliás, quando você viaja?

-Em três dias.

O ruivo balançou a cabeça. - Ele vai surtar! -

- Eu sei. Mas dois meses passam rápido. E nesse meio tempo, eu resolvo o que eu vou fazer da minha minha vida.

-Seja o que for que decidir, decida o melhor pra você. Pare por favor de se colocar sempre em segundo lugar.

Fred abaixou a cabeça. Ariel Foi até o loiro e o abraçou forte.

- Eu te amo, Fred, e só quero o melhor pra você. - disse o ruivo enquanto acariciava os cabelos do loiro.

-Obrigado, amigo. Como sempre! - disse o loiro respirando fundo, com uma sensação de paz o invadindo.

Laura bateu na porta e entrou em seguida.

- Oi meninos! Vim avisar que o jantar está pronto.

Fred e Ariel se soltaram.

-Ai, que delicia! -exclamou o loiro. - Faz tanto tempo que eu queria comer sua comida. - disse ele passando um braço pelo pescoço de laura.

-Ela arrasa super na cozinha, não é, mamys? - disse o ruivo dando um beijo no rosto de sua mãe.

- Então vamos jantar antes que esfrie. - disse Laura

Os três foram para a cozinha.

***

Humberto já estava em casa. Todos estavam lá, incluindo Alessandra e seus pais. Estava em seu quarto terminando de se enxugar do banho. O dia foi quente e cansativo. Tudo o que queria era deitar em sua cama, mas infelizmente não ia rolar. Queria Fred ali com ele. Só nao tinha ido até a casa de ariel porque prometeu a seu pai. Mas a vontade de ir lá buscar Fred só aumentava. Pegava o celular e olhava o tempo todo pra ver se o primo tinha mandando algum recado.

Nada.

Samantha bateu na porta do quarto de seu irmão e entrou logo em seguida.

-Beto, cadê o Fred? - perguntou, desconfiada.

- Ele foi pra casa do Ariel, Sá. -disse o moreno.

-Como assim? Ele está bem? Queria ver ele, aquele viado egoísta. - disse ela gargalhando, fazendo Humberto rir também.

- Pois é. Vamos dar um pouco de espaço pra ele. Vou esperar até mais tarde pra ver se ele me liga ou escreve. Dependendo, eu vou buscar ele e se quiser você pode ir junto comigo.

-Ai, arrasou. Agora eu vou descer. Estou ajudando a mãe na cozinha. Por incrível que pareça hoje ela está bem feliz e doce. Afinal, ela finalmente conseguiu uma eleita pro filho dela. - disse Samantha ironicamente.

-Como você sabe que eu estou namorando?

Samantha revirou os olhos.

-E quem não sabe, Humberto? Faz dua semanas que aquela garota está dormindo aqui em casa. E eu acho que crochê não é uma coisa que vocês fazem por aqui.

Humberto corou.

-Bom maninho, eu não estou te julgando, só estou falando. Não vou com a cara dela, mas isso é um problema meu. E se ela te fazer feliz, é o que importa. - disse ela, piscando para Humberto. Agora eu vou descer. Te encontro lá embaixo. - e saiu, fechando a porta.

Humberto terminou de se trocar e desceu. Chegando na sala, foi ao encontro de Dante e Henrique, que estavam no sofá. Sentou com eles e começaram a conversar. Na cozinha, Pillar estava conversando com Marina, Beatriz e Samantha, que estava odiando estar ali. Sua mãe a irritava tanto! No quintal, Rogério, Thiago e Roberto conversavam sentados na mesa da piscina. A noite estava passando rápido. Todos estava na mesa jantando e conversando. Pillar estava radiante. Finalmente uma reunião familiar sem Fred. Ela estava conseguindo o que queria. Humberto tentava disfarçar sua preocupação, mas não conseguia parar de pensar no primo. Olhava o celular o tempo todo. Estava começando a pensar em quebrar o acordo que fez com seu pai. Pediu licença da mesa e foi subindo em direção ao seu quarto. Pegou o celular para ligar para o primo, mas felizmente o loiro pensou exatamente o mesmo que ele.

- Oi Beto! Boa noite. - disse o loiro, meio sem graça.

Finalmente, pensou Humberto.

- Fred! Que bom. Ouvir sua voz. Como você está? Está com o Ari? Quer que eu te busque? Eu vou agora mesmo. Chego aí rapidinho.

-Acalme-se Humberto! Eu estou bem. Estou sim com o Ariel.

- Que bom. Eu tô indo pra aí então.

-Beto, eu te liguei pra dizer que vou dormir aqui na casa do Ariel. Está meio tarde já. Eu estava pensando aqui, será que você teria um tempo pra nós conversarmos amanhã durante o dia. Como as coisas no escritório estão meio tranquilas, eu pensei em não ir pra lá amanhã.

“Não vai trabalhar amanhã?”

Humberto estranhou. Trabalhar era tudo o que Fred mais amava.

-Bom meu loiro, amanhã eu tenho uma reunião de manhã, as 8h pra ser mais exato. Mas a tarde eu estou livre. Mas por que você vai dormir aí? Eu busco você. É rápido.

Fred respirou fundo.

-Porquê eu quero dormir aqui, Beto. Amanhã eu tomo café com o Ari e vou pra casa. Aí nos vemos de tarde.

-Deixe pelo menos eu te buscar amanhã então! Eu saio mais cedo de casa.

Fred viu que não ia adiantar insistir o contrário.

- Tudo bem. Quando estiver vindo, você me avisa. Agora eu vou desligar. Vou tomar um banho. Eu e o Ari estamos cansados.

- Ok, Fred. Boa noite pra você e mande um beijo pro Ari.

- Ele está mandando outro pra você. Boa noite, um beijo.

-Boa noite, meu loiro, um beijo. - e desligaram.

Humberto estava triste. Sentia que o primo estava evitando ele. Tentou não pensar muito nisso, já que amanhã eles poderiam conversar e passar um tempo juntos. Deixou o celular carregando e voltou para o jantar que estava acontecendo no andar de baixo.

***

Longe dali, Fred tomou um banho, e depois desceu para sala da casa com Ariel para assistir um pouco de TV. Laura já estava dormindo. Fred estava cansado e cochilou no sofá, sendo acordado quase duas horas depois pelo ruivo para eles subirem. Ariel dormia numa cama de solteiro que tinha um colchão na parte de baixo, onde Fred se acomodou e dormiu.

***

Quase onze e meia da noite quando todos tinham ido embora da casa de Rogério. Dante e Humberto arrumavam a cozinha, e quanto Samantha fazia companhia pra eles sentada na mesa. Pillar já estava dormindo, junto com Rogério. Os três terminaram e seguiram cada um para seu quarto.

***

A quarta-feira amanheceu nublada. Fred acordou com o som de seu despertador e notou que estava sozinho no quarto. Levantou, escovou os dentes e trocou de roupa. Pegou seu celular e viu uma mensagem de Beto, que já tinha saído de casa e chegaria em 20 minutos. Desceu e encontrou Ariel e sua mãe tomando café. Se juntou a eles. Passado um tempo, Humberto estacionou na frente da casa e buzinou. Desceu do carro para tocar a campainha. Foi recebido por Ariel, que o abraçou. Os dois entraram.

Quando Humberto entrou na sala, Fred sentiu seu coração bater forte. Seu primo estava lindo. De terno preto, camisa branca e gravata vermelha. Os cabelos penteadosi. Ariel e sua mãe olhavam a cena sorrindo. Os quatro sentaram a mesa e continuaram a tomar café. Terminando, Fred se despediu de Ariel e Laura, agradecendo-os e prometendo querer vê-los novamente, só que da próxima vez em seu apartamento. Se despediram e os primos foram embora.

Humberto e Fred conversavam durante a viagem de volta, fazendo o tempo passar bem rápido. Beto deixou seu primo em sua casa e seguiu para a empresa. Fred entrou em casa e aproveitou a manhã para desfazer as malas da viagem anterior e fazer as malas de sua próxima. Sua casa estava limpa. Nem notou isso ontem quando tinha chego de viagem. Fred contratou a mesma mulher que auxiliava na limpeza na casa de seus pais. Conhecia ela a anos e só confiaria a ela deixar a chave de sua casa pra isso. Entrou no quarto onde ficava seu guarda roupas e quase enlouqueceu. Não tinha ideia do que levaria. Dois meses é tempo de mais. Pegou alguns casacos, camisetas, sapatos e cuecas. O que faltasse ele compraria por lá. Estava animado demais para fazer esse curso. O diploma lhe renderia grandes conquistas no mundo da moda.

***

Humberto chegou na empresa e foi direto pra sala de reuniões com seu pai e seu irmão. Encontrou se tio e primo. Estava ficando de saco cheio daquela semana, e ainda era só quarta-feira. Mas pelo menos a parte da tarde ele estaria livre pra estar com seu primo.

***

Acabado de fazer suas malas, Fred olhou no relógio e eram quase onze da manhã. Pensou em fazer um almoço e chamar Humberto pra lá, assim os dois poderia ficar mais à vontade. Mandou uma mensagem para o primo e obteve a confirmação quase que instantaneamente. Foi para a cozinha começar o almoço.

***

Terminada a reunião, Humberto foi saindo da sala quando seu pai lhe chamou.

-Filho, vamos almoçar juntos?

- Oi pai. Então, eu vou almoçar com o Fred na cobertura. Ele já está em casa. Fui buscar ele hoje de manhã. Mas se você quiser ir comigo, eu vou adorar. E ele também.

- Eu acho uma ótima ideia. Assim eu o vejo.

-Ótimo pai, vou avisar que você vai é que estamos saindo.

***

Fred estava terminando o almoço quando recebeu uma mensagem do primo avisando que seu tinha viria junto. Ficou feliz com o aviso e estava com saudades do tio. Terminou de arrumar a mesa e foi até a sala, deixando a porta entreaberta. Segui para o banho.

Humberto e Rogério chegaram na frente do prédio onde Fred morava e seguiram para a portaria. O porteiro já conhecia Humberto e permitiu a entrada deles. Os dois seguiram para o elevador e chegaram no último andar. Quando a porta abriu, foram em direção ao apartamento, que estava com a porta entreaberta. Os dois entraram. Humberto escutou o barulho do chuveiro ligado, Fred estava no banho. Rogério foi até a cozinha beber água e viu a mesa arrumada. Seu sobrinho era muito caprichoso. Voltou para a sala e sentou no sofá ao lado do filho. Ficaram conversando quando Humberto notou que Fred estava demorando. Resolveu ir até o quarto do primo para avisar que ele já tinham chego. Entrou no quarto e viu que a porta do banheiro estava aberta. Ia avisar o primo dali, quanto uma curiosidade absurda de ir até o banheiro tomou conta dele. Nunca tinha visto seu primo pelado, depois de adulto. Se aproximou da porta e olhou para o box. O calor deixava o vidro embaçado, mas Humberto conseguia enxergar. Um misto de sentimentos tomou conta de seu corpo. Fred era lindo! Sua pele branca, seu corpo densamente peludo. Enquanto ele lavava o cabelo virado de costas, Humberto prestou atenção na bunda de seu primo. Era uma bunda normal, sem nada de especial, mas era linda. Quando o primo virou de frente, Humberto olhou para seu peito e foi descendo, mas seu pai lhe chamando tirou sua atenção e ele resolveu sair do quarto. Estava meio estático. Na sabia ao certo o que estava sentindo. Saindo do quarto do loiro, Humberto abriu a porta do quarto que era seu. Tudo muito limpo e organizado. Sorriu. Seu primo Era tão caprichoso. Fechou a porta do quarto e foi indo em direção a sala quando ouviu o chuveiro desligar. Foi até a sala com seu pai. Fred saiu do banho, se secou, penetrou os cabelos para trás e foi para o quarto. Escutou vozes na sala. Seu tio e primo haviam chegado. Colocou uma camiseta e um shorts e foi para a sala.

- Oi gente! - exclamou Fred.

Humberto levantou na hora e foi até o primo, lhe abraçando.

- Oi meu loiro. - disse Humberto beijando o rosto de Fred.

- Oi baby! Oi tio!

Fred se soltou dos braços de Humberto e abraçou o tio.

- Oi meu filho. - disse Rogério abraçando forte. - Como você está? Como foi sua viagem?

-Foi ótima, tio - disse o loiro se separando de Rogério, e sentindo um incômodo por ter ouvido a palavra “viagem”. - Eu estou bem! A viagem foi ótima. Cheguei ontem e fui pra casa do Ariel. Cheguei hoje de manhã.

-Sim, o Beto me disse. E ele está bem? Gosto muito dele.

- Ele está ótimo, como sempre, tio. O Ariel tem uma energia incrível. Eu amo ele. E ele me disse que também gosta de você. Comentou comigo sobre quão bem você o tratou em sua casa.

-Era o mínimo que eu poderia fazer por ele. Vocês precisam fazer outras reuniões como aquela que teve em casa.

-Sim, eu estou pensando na mesma coisa. - disse o loiro sorrindo. -Bem, vamos comer?

-Vamos! Eu tô morrendo de fome. - disse Humberto.

- Eu também. - disse Rogério. - o que temos para o almoço?

- Olha tio, eu fiz uma lasanha de liquidificador. Super rápida. É à bolonhesa. E também frango grelhado, com uma salada. Espero que gostem!

-Nós vamos. - disse Beto e Rogério.

Os três sentaram na mesa e começaram o almoço. Conversa vai, conversa vem, e Fred achou melhor contar logo sobre sua viagem para Humberto. Até porque tinha que aproveitar que seu tio estaria ali, para testemunhar caso Humberto o matasse, pensou ele e depois sorriu.

-Gente, aproveitando a oportunidade, eu queria contar uma novidade pra vocês. - disse o loiro um tanto apreensivo.

-Pode falar, Fred! - disse Rogério.

Humberto largou o garfo e olhou para o primo.

-Beto, lembra daquele curso maravilhoso com aquela editora de moda que eu sempre quis fazer?

Humberto acenou que sim com a cabeça, tomando um gole de refrigerante.

-Então, eu vou pra Inglaterra daqui dois dias fazer o curso.

(Silêncio.)

Humberto e Frederico ficaram se olhando por alguns segundos.

Fred tentando decifrar o que passava na cabeça do primo, que o fitava tanto que fazia ele se sentir desarmado.

- Que legal, Fred! - disse Rogério, quebrando o silêncio dos dois. -E quanto tempo vai ficar lá?

-Então tio, dois meses, na verdade. - disse o loiro, já esperando a reação do primo, que foi absurdamente igual ele estava esperando.

-PUTA QUE PARIU, FREDERICO. - gritou Humberto levantando da cadeira e assustando os dois. -DOIS MESES? E QUANDO É QUE PRETENDIA CONTAR ISSO PRA MIM? - gritava ele sem notar.

Fred respirou fundo.

Rogério também levantou da cadeira olhando para o filho incrédulo pela explosão e lhe pedindo calma com os olhos.

-Exatamente hoje, Humberto. E eu estava com medo de sua reação. Eu sabia que você iria surtar. Ainda bem que seu pai está aqui não é? Pelo seus gritos, se estivéssemos só nós dois, acho que você teria me batido.

Humberto perdeu totalmente a fala. Como Fred podia pensar algo assim? Jamais machucaria seu primo. Mas não pode conter sua revolta em saber que ficaria, de novo, longe do primo.

-Beto, por favor! Tenta entender. Esse curso vai abrir portas pra mim no mundo da moda. Eu vou crescer profissionalmente do jeito que eu sempre quis. Por favor, eu preciso sentir que me apoia, como você sempre fez! - suplicou o loiro, olhando fixamente para um Humberto cheio de raiva.

Mas ele não dizia nada. Só estava cansado de ficar longe do primo mais uma vez. Já ficaram duas longas semana separados, mas dois meses? Não ia aguentar. Foi tirado de seus pensamentos quando ouviu o primo o chamar de novo.

-Beto? - disse o loiro levantando e indo até o primo.

Humberto quando viu que Fred estava se aproximando, se esquivou do primo, indo em direção ao sofá, pegando sua pasta e suas chaves. Foi saindo do apartamento, onde passou pela porta e fechou, indo para o elevador.

Fred quando viu o primo se esquivar, apenas paralisou, vendo ele pegar sua pasta e chave e sair do apartamento, sem se quer se despedir.

Rogério olhava aquela cena incrédulo. Quando notou o filho indo embora, tentou impedir, mas foi impedido pelo sobrinho.

-Deixa ele, tio. Eu já esperava essa reação. Só não achei que seria tão… assim! - disse o loiro sentando na mesa. - Me perdoe pelo estrago do nosso almoço, mas eu não podia simplesmente ir viajar sem falar com ele.

Rogério sentou na mesa.

-Olha Fred, eu não sei o que você faz com o Humberto, mas você tem noção do quanto você tem controle sobre meu filho? - disse Rogério.

Fred deu os ombros.

-Eu não estou defendendo ele, mas eu nunca vi com meus próprios olhos o quão difícil é pro Beto ficar longe de você como eu vi hoje. - disse Rogério acariciando o ombro do loiro. - Ele nunca explodiu desse jeito com ninguém. Pra falar a verdade, eu nunca vi meu filho assim.

Fred por um momento pensou em desistir de tudo e correr atrás de seu primo.

‐Tio, eu entendo ele. E saiba que pra mim ficar longe dele é doloroso também, mas eu preciso caminhar com minhas próprias pernas. Assim como pra ele, meu trabalho é importante também! Tenho 22 anos, não sou mais criança.

Rogério sorriu. O loiro estava certo.

-Eu sei disso, meu filho. E concordo plenamente. Seu primo é mais velho que você dois anos, mas as vezes eu acho que o mais velho é você! Sempre tão maduro pra sua idade! - disse Rogério, sorrindo. - Mudando um pouco o assunto, aproveitando que estamos sozinhos, eu e seu tio Thiago estávamos conversando outro dia sobre a sala vazia que ficou na empresa que era do seu pai.

Ao ouvir seu tio se referir ao seu pai, uma dor forte foi sentida pelo loiro, que por extinto fechou os olhos, segurando a imensa vontade de chorar.

Rogério percebeu a burrada que havia dito. Não percebeu que era cedo demais.

Fred respirou fundo e acenou com a cabeça para que o tio continuasse a falar.

-Nós estávamos pensando, já que a sala é enorme, e tem uma sala de reuniões que nao funciona tem um bom tempo no mesmo andar, o que você acha de mudar seu escritório pra lá? O espaço é suficientemente grande pra você se instalar junto com a Michelle e o Gabriel. E pra mim e o Thiago seria um alívio ter você próximo de nós dois. Fora que ver você, não ocupando, mas estando presente no lugar que um dia foi do meu irmão, mesmo tendo uma outra empresa funcionando ali, vai suprir a falta que aquele lugar vazio causa em todos nós! O que você acha?

Fred levantou da mesa e foi até o balcão da cozinha, onde estava sua bolsa. Pegou seu cigarro, dando uma tragada e respirou fundo.

-Tio, seria uma coisa muito boa mesmo estar entre vocês, mesmo que não fazendo parte da empresa em si. Mas eu não quero tirar o Beto da sala do meu pai. Eu não sei absolutamente nada de como a empresa funciona, mas sei que ele está muito bem no cargo do meu pai, como ele me disse uns dias atrás.

-Realmente, Fred. Eu e o Thiago ficamos um tanto surpresos pela maneira com que está tirando de letra. Mas ele ainda continua na sala dele, três andares abaixo.. Eu e seu tio tentamos conversar ele de se mudar pra lá, mas ele disse que se tinha alguém que devia ocupar aquele lugar, sendo para o que fosse, seria você. Inclusive a idéia de você mudar seu escritório pra lá, foi dele. Ele disse que você estando lá, se veriam todos os dias e, de certa forma, trabalhariam juntos!

Fred suspirou aliviado. Sabia, de forma inconsciente que fosse, que isso seria mesmo idéia de Humberto.

-Olha tio, eu realmente acho uma ideia maravilhosa. Mas não sou sozinho. Preciso ver com a Mi e o Gabriel se eles topam. Afinal, no meu escritório é só nos três. Temos liberdade e privacidade, e mudar de repente para um lugar cheio de executivos exercendo funções completamente diferentes, pode ser estranho.

-Sim, eu sei disso. Mas não custa tentar. Tenta fazer um teste de uma semana pelo menos, pra ver se vocês se adaptam. Quanto a decoração e a disposição da sala, eu, o Beto e o Thiago podemos fazer do jeito que você quiser pra poder ficar à vontade. Mas eu acho que vocês vão gostar. Vai ser bom pra todos nós. Eu ficarei muito feliz de olhar pra sala que um dia foi do meu irmão, e ver o filho dele, que é tão meu também, estando lá dentro. - disse Rogério, um tanto emotivo, com os olhos brilhando de lágrimas.

Fred também estava do mesmo jeito. Rogério levantou da mesa e foi até Fred, o abraçando. Os dois pareciam encontrar a falta que Gian Carlo fazia aos dois: à Rogério, um irmão e a Fred, um pai.

Se soltaram, e voltaram para a mesa. Terminaram o almoço, tiraram a mesa e Rogerio ajudou Fred com a louça, enquanto conservavam sobre a mudança de Fred para a sala na empresa. Rogério se despediu do sobrinho e voltou para seu escritório, pois tinha uma reunião. Mas combinou com Fred que voltariam a conversar sobre o assunto, assim que o loiro voltasse de viagem.

Fred passou aquela tarde pensando na proposta do tio e analisou a situação: seria uma ótima ideia, primeiro porque não precisaria mais pagar o aluguel do sobrado que funcionava seu escritório. Segundo que poderia viajar tranquilo quando precisasse, pois dentro da empresa seria um lugar seguro para Grabiel e Michelle ficarem, terceiro que tinha certeza que eles seriam muito bem recebidos na empresa, e, finalmente pelo motivo mais importante, motivo do qual ele já aceitou sem ao menos dar uma resposta final ao seus tios: estaria perto de Humberto. Veria seu primo todo dia.

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Comentários

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JESUS CRISTO, O QUE FOI ESSA EXPLOSÃO DE BETO? ELE NÃO TEM ESSE DIREITO JÁ QUE ESTÁ NAMORANDO SÉRIO COM A ALESSANDRA. BETO BABACA DEIXA O FRED VIVER A VIDA DELE. MAS POR OUTRO LADO FICO FELIZ SE FRED SE MUDAR POIS ASSIM PILLAR IA MORRER DE RAIVA. MAS ALESSANDRA PODE PASSAR POR LÁ E FRED NÃO SE SENTIR BEM. TEM MUITA COISA EM JOGO AI. QUESTÃO DE SE PENSAR. VAMOS LÁ, CRESCE NA VIDA E COMO HOMEM BETO BABACA. E FRED TEM QUE PARAR DE SOFRER POR CAUSA DESSE AMOR.

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