CRIATURA - Parte I - DEPOIS DE UM TEMPÃO SEM SEXO

Um conto erótico de Ehros Tomasini
Categoria: Heterossexual
Contém 1808 palavras
Data: 02/06/2018 02:30:41
Última revisão: 14/02/2019 06:56:22
Assuntos: Anal, Heterossexual, Oral

CRIATURA – Parte I

Demorei-me um pouco diante da enorme casa no fim da Rua Angelo Tomás, na zona norte do Recife. Um vagabundo bêbado dormia encostado no muro alto da casa. O largo portão de grades de ferro deixava ver a imponente residência, contrastando com as humildes casas ao redor. Parecia um imenso castelo arrodeado de casebres. Vislumbrei um casal na ampla janela, distante uns cinquenta metros do portão. Devia ser umas sete horas da manhã. O bêbado despertou.

O homem imundo e fedendo a aguardente pura levantou-se sem dificuldades. Parecia estar fingindo ser um cachaceiro. Aproximou-se de mim com seu bafo terrível e disse:

- Afaste-se dessa casa, ou nunca mais tua vida será a mesma. Não vou te avisar novamente.

Eu ainda estava embasbacada, quando o bêbado voltou ao seu lugar. Quase desabou no solo e dormiu imediatamente. Eu ri. Ele devia estar sonhando, quando se aproximou de mim. Um desses bêbados sonâmbulos, talvez. Esfreguei o nariz, para me livrar do fedor de cana, e apertei a campainha ao lado do portão. Eu não mais via o casal num dos janelões da residência. O portão abriu-se imediatamente, como se fosse movido a energia elétrica. Fez um barulho sinistro de coisas velhas sendo arrastadas. Um arrepio percorreu-me a espinha dorsal. Eu mal sabia que aquele arrepio se repetiria muitas vezes, durante o tempo em que passei naquela casa. Entrei e o velho portão fechou-se atrás de mim.

Caminhei em direção à residência me recordando do que me levara ali. Eu estava, já havia uns seis meses, desempregada, quando um telefonema inesperado da agência de empregos me indicou aquele endereço. A vaga seria minha, se eu não tivesse filhos nem marido. Eu não tinha. Filhos, nunca quis tê-los. Marido, não sei se algum dia eu tive. Claro, havia vivido um par de anos com um cara que nunca demonstrou um pingo de sentimentos por mim. Minha mãe havia falecido recentemente, naquela época, e eu era uma jovem de vinte e cinco anos que havia passado a vida inteira cuidando dela, descuidando-me da minha própria vida, principalmente do meu futuro. Minha falecida mãe tinha um câncer que se alastrou por todos os seus órgãos vitais. Mas isso durou uma eternidade de sofrimento: sete anos. Ainda bem que ela me obrigou a estudar. Fiz um curso intensivo de Enfermagem, e até um estágio prolongado, mas a doença de minha mãe me fez abandonar um emprego certo. Quando ela faleceu, custou-me achar outro estágio decente. Passei um tempo fazendo biscates, até que conheci um homem que se comprometeu a cuidar de mim. E só.

O cara não era rico, mas tinha alguma grana. Nunca deu uma foda sequer comigo. Por mais que eu me esforçasse para seduzi-lo, ele não me dava a mínima atenção. Cheguei a pensar que ele era impotente ou boiola, mas depois descobri que o sujeito tinha muitas mulheres. Todas brigavam por ele, como se o merda fosse bom de cama ou um companheiro melhor ainda. Só eu é que nunca tive o privilégio de foder com ele. Isso havia me deixado enormemente frustrada. Quando, um dia, eu o chamei para uma conversa séria, ele disse já saber do que iríamos falar. Aí, arrumou suas roupas e foi-se embora. Deixou-me em sua casa própria, com tudo dentro. Não levou nem um único objeto de lá. Nem os seus CDs de MPB, que ele gostava tanto. No início, eu me arrasei. Quis saber se era tão desinteressante ao ponto de um homem não querer foder comigo. Passei a me oferecer para desconhecidos, até que que descobri a triste verdade: eu era péssima na cama.

- Bom dia. É a nova criada que contratamos à agência?

A pergunta me tirou dos pensamentos. Era uma anciã, quem me falava. A mesma que eu tinha visto na janela. Agora ela estava à porta, por trás de um rapaz sentado numa cadeira de rodas. O jovem, que devia ter uns trinta e poucos anos, era muito bonito. Mas sua tez era tão branca que eu podia ver veias verdes em seu rosto e por toda parte exposta do seu corpo. Confesso que me deu um sentimento de repulsa, apesar de eu não me considerar uma pessoa racista. Mas eu nunca tinha visto alguém de pele tão pálida!

- Bom dia, senhora. Sou, sim, a nova contratada. Meu nome é Ieda. Com quem tenho o prazer de falar?

- Hermelinda. Sou… a mãe dele. Meu garoto se chama Angelo. Você pode falar com ele, e ele a entenderá. Mas não espere respostas: ele, além de mudo, é tetraplégico.

Eu ri, intimamente. A mulher mais parecia ser a bisavó, não a mãe do rapaz. Percebi que ele tinha os olhos vivazes, fixos em mim, mas suas pálpebras não se movimentavam. Por isso, ele nem piscava.

- Tudo bem. A agência me explicou que eu teria de cuidar dele. Mas não me adiantou mais nada. Disseram que a senhora me explicaria como devo proceder com o rapaz.

- Espero que aprenda rápido, pois eu preciso viajar o quanto antes. Não sei quanto tempo ainda estarei por aqui, nem quanto vou passar fora.

- Quer dizer que ficarei sozinha com ele? E se precisar socorrê-lo?

- Meu filho é magrinho e muito leve. Se precisar carregá-lo, vai ver. Mas tenho certeza de que não precisará se preocupar com isso. Ele nunca adoeceu.

- Já nasceu assim? - Eu quis saber.

- Sim. Ele já nasceu assim, sem andar e sem falar. Mas não lhe dará trabalho, a não ser para comer e para tomar banho. Mas ainda pode desistir, se quiser.

Claro que eu não desistiria, depois de tanto tempo desempregada. Quis saber quantos seriam meus honorários. Ela disse:

- Não precisará de salário. Terá tudo o que necessita aqui. E, se precisar de dinheiro, basta retirar do banco. Vou deixar uma quantia que dará para viver sem aperreios. Terá que abrir uma conta em teu nome, pois depositarei nela.

- Não teme que, já que vai viajar, eu me apodere do dinheiro e suma?

Senti um arrepio, quando a velha me afirmou com toda a certeza:

- Não, não temo. Sei que não fará isso.

O rapaz continuava a me olhar fixamente, com seus olhos brilhantes, mesmo que estes não se movessem. A velha continuou:

- Bem, se não vai desistir, acompanhe-me. Vou mostrar os teus aposentos.

Acompanhei a velha senhora que foi me mostrando os cômodos da residência e me dando instruções. Mas eu quase não ouvia o que ela dizia, incomodada com o cheiro de mofo da enorme casa. Eu empurrava a cadeira de rodas do jovem e ela parecia vazia, de tão leve que estava. Tomei coragem e exigi:

- Não vou poder cuidar do seu filho enquanto faço uma faxina nesta casa. Terá que contratar, ao menos, duas faxineiras, de tão sujo que o lugar está, senhora. Peço que me perdoe a franqueza.

- Não. Nada de faxina. Meu filho adora esse cheiro de mofo. Não poderia viver sem ele.

Achei que a velha era doida. Quem iria preferir viver numa sujeira daquelas? Mas não rebati. Iria ver quanto dinheiro ela me deixaria. E eu mesma contrataria alguém para fazer uma limpeza geral naquela casa, nem que tivesse de pagar do meu bolso. Percebi um leve movimento de cabeça do rapaz, como se quisesse voltar-se em minha direção.

- Está bem. Será como a senhora quer. - Fingi concordar.

Quando ela me mostrou o quarto onde eu deveria ficar, notei que o aposento estava incrivelmente limpo, sem cheiro de mofo ou poeira. Eu sorri. Ela também. O rapaz pareceu-me sorrir da minha cara de surpresa.

- Vamos deixá-la à vontade, para que possa se preparar para o seu primeiro dia de trabalho. Se for tomar banho antes, leve-o com você. Ele ainda não tomou seu banho semanal.

- Banho semanal? Não me diga que o pobre só toma um banho por semana!!!

- Já faz algum tempo que não temos uma criada. Eu não posso dar banho nele, pois me sinto cada dia mais fraca. Então, estava banhando-o apenas uma vez por semana. Agora, com você aqui, fica ao teu critério os dias de banho para ele.

- Mas eu vou dar-lhe banho todos os dias!!!

- Como quiser. Só tenha o cuidado de não dar uma queda nele.

- Então, se me dá licença, vou fazer isso já.

E eu levei o jovem para o banheiro, empurrando sua cadeira de rodas. Ele continuava estático, mas eu sentia como se ele estivesse feliz. O banheiro era amplo e limpo, como meu quarto. Fechei a porta e comecei a me despir. Percebi que seus olhos brilhavam, a cada peça de roupa que eu tirava. Talvez fosse impressão minha, mas achei que sua respiração estava mais apressada. Não dei a devida importância ao fato e continuei tirando a roupa. Quando fiquei nua, comecei a despi-lo também. Sem querer, encostei meu seio em seu rosto, ao tirar a camisa que ele vestia. Sua boca tocou o biquinho do meu peito e a senti gelada. Arrepiei-me toda. Olhei para ele, e ele continuava com o olhar fixo em mim, sem sinal de movimentos das pálpebras. Ele nem piscava. Aí, me deu uma vontade repentina e irresistível de provocá-lo. Assegurei-me de que a porta do banheiro estava mesmo fechada e coloquei um dos meus seios em sua boca. O contato voltou a me arrepiar toda. O cara era mesmo um gelo.

Toquei com as costas da mão em seu pescoço e ele estava gelado. Demorei-me com o biquinho do peito em sua boca, apesar da baixa temperatura. Ele não se moveu. Terminei de despi-lo, descobrindo um enorme caralho entre as suas pernas. Dei um assovio de surpresa. Ele pareceu-me sorrir. Mas não, não havia nenhuma mudança em sua expressão facial. Então, resolvi ousar: agachei-me entre as suas pernas e afaguei o seu cacete. Olhei para o seu rosto e ele parecia alheio. Mas o seu pênis deu sinais de vida: começou a ficar enrijecido e alcançou o dobro do tamanho. Estava bambo, quando o levei à boca. Tinha um cheiro estranho, de coisa velha, e o gosto também. Mas eu estava muito excitada para ligar para isso. Logo, seu pau estava duríssimo. Parei para pensar um pouco: se trepasse com ele na cadeira de rodas, esta poderia correr e fazer barulho. Então, peguei-o nos braços e o sentei na tampa da privada. O cara devia pesar uns dez quilos, apenas, apesar de não parecer muito magro. Mais uma vez senti que ele sorria. Coloquei de novo meus seios em sua boca e nada. Voltei a mamar-lhe o caralho. Punhetei seu pau, enquanto o chupava. Enfiei minha língua no buraquinho do pênis. Passeei com ela por todo o membro. Juro que escutei um breve gemido.

Então, não me aguentei mais: enfiei-me naquela jeba até que a cabeçorra topasse na entrada do útero. Depois, comecei os movimentos de cópula. Não demorei a ter o meu primeiro orgasmo, depois de décadas.

FIM DA PRIMEIRA PARTE

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