Conflito de Gênero - Menino? Não, Menina! Parte 10

Um conto erótico de Bruna
Categoria: Homossexual
Contém 1987 palavras
Data: 18/04/2018 19:21:00

Aquele último ano na faculdade foi complicado pois tive que me empenhar muito para não ter nenhuma reprovação o que mudaria meus planos para a cirurgia. No final me formei sem nenhuma pendencia e o melhor de tudo foi que fui convidada a trabalhar em definitivo no escritório onde eu fazia estágio e é claro que aceitei. Além de ser tudo o que eu queria em termos de profissão, todos gostavam de mim e eu era respeitada.

No plano afetivo continuei namorando e nós transávamos gostosamente. Ele estava apaixonado, mas eu não. Gostava dele, gostava de ter ele a meu lado e principalmente de fazer sexo com ele, mas eu não o amava e, portanto, eu não deixava a relação evoluir. Mas eu sabia que após a cirurgia precisaria ter um homem de confiança e que fosse gentil e ele era a pessoa certa. De todo modo passamos ótimos momentos naquele ano e eu me esforçava para agradá-lo sexualmente e como ele disse naquele primeiro dia, eu fazia tudo o que ele queria.

E quem se reaproximou de mim naquele ano foi minha ex-esposa. Ela ficou sabendo de minha situação através de minha mãe com quem ela sempre manteve um contato mais intenso do que aquele que tínhamos. Mas após nos reencontrarmos e eu colocá-la ao par de tudo, ficamos amigas intimas. Ela foi uma força que me ajudou em meus preparativos para a cirurgia. E meu amor por ela só aumentou. Como eu já disse, a alma dela era o amor de minha vida, não importava quem fossemos. Juntas e com a ajuda de minha mãe e indicação de minha doutora, pesquisamos as clinicas onde minha cirurgia poderia ser feita e entramos em contato com cada uma delas solicitando todas as informações necessárias, inclusive o custo. Foi uma pesquisa intensa e após muita análise e com a ajuda delas eu escolhi um clinica em um país não muito longe do Brasil onde há um centro especializado nesse tipo de cirurgia. Definido o local recebi as instruções.

Seis meses antes eu teria que viajar até lá para me submeter a exames e fui o que fiz, acompanhada de minha ex que se dispôs a viajar comigo pois minha mãe estava trabalhando e tinha se preparado para se afastar uns dias quando fosse a cirurgia e assim poder viajar comigo e depois me ajudar por alguns dias. Quando chegou as férias da faculdade, aproveitei o momento e viajamos para os meus exames preliminares. Meu namorado tentou ir junto, mas eu disse a ele que não o queria envolvido nos processos de minha transformação. Isso quebraria o clima e não seria bom para nosso relacionamento. Ele aceitou, mas ficou um pouco triste. Fazer o que, eu não queria que ele recordasse tão intensamente que eu não era uma mulher, apesar de ele conhecer meu corpo muito bem. Era uma coisa minha, difícil de explicar e meu desejo foi atendido.

Fui recebida muito bem pelo cirurgião que faria a cirurgia, e por três dias fui submetida a todo tipo de exames. No final ele me disse que não via nenhum tipo de dificuldade extra na cirurgia e eu nem precisaria tirar com laser os pelos de meu saco escrotal que seria utilizado para refazer a vagina pois eu praticamente já não tinha pelos lá. O único problema é que após a cirurgia eu quase não teria nenhum pelo em minha nova vagina, mas que por outro lado teria a face externa da vagina com uma pele bem lisa e clara. Sem dizer nada a ele, fiquei até que feliz pois meu sonho sempre foi ter uma vagina sem pelos e isso só me facilitaria as coisas. Ele continuou dizendo que de qualquer modo eu deveria obrigatoriamente ter um acompanhamento psicológico e apresentar o relatório psicológico antes da cirurgia mostrando que eu estava pronta para aquela alteração em meu corpo. Expliquei a ele que já estava com esse acompanhamento desde que minha doutora sugeriu, mas que em meu caso, diferente da maioria dos que ele tinha, não haveria nenhum problema, pois como ele bem sabia pelos exames que levei eu já era mulher e que meu problema não tinha sido ter nascido em um corpo de homem mas sim, uma genitália masculina ter nascido em meu corpo de mulher. Ele concordou comigo, mas disse que de toda forma, por exigências legais em seu país eu teria que apresentar os documentos ou a cirurgia não seria feita. E durante todo esse processo e todas as consultas onde podia estar presente, minha ex-esposa me acompanhou me dando uma leveza de espirito inexplicável. Ela me deixava serena como ninguém mais fazia. O que mais me assustou foram os procedimentos cirúrgicos após a cirurgia que seriam bem dolorosos, mas por tudo que eu já tinha passado em minha vida não seria isso que iria me impedir de ser quem eu era.

Voltamos ao Brasil e eu voltei às minhas aulas e a meu trabalho. Nesse momento eu tinha uma pequena preocupação com minha mãe. Desde que meu pai havia falecido, ela teve que assumir o trabalho dele e me ajudar em meu problema. Por esses motivos ela não tinha namorado ninguém. Era uma preocupação para mim, pois no futuro eu poderia sair de casa quando me casasse com alguém e ela ficaria sozinha. E eu não queria que ela ficasse sozinha por amá-la e também por tudo que ela estava fazendo por mim. Ela era uma mulher bonita. Era loira e foi dela que puxei a maioria de meus atributos. Inclusive a facilidade de não engordar. Eu não estava engordando nem com os hormônios que eu estava tomando, se bem que a dose era pequena. E minha mãe também mantinha um corpo bonito. Só 22 anos mais velha que eu ela estava naquele momento com 44 anos. Era jovem ainda e tinha muito tempo para ser feliz. O problema maior eram as roupas conservadoras demais que ela insistia em continuar usando. E tanto insisti que ela, com minha ajuda, comprou novas roupas e fez um novo corte de cabelo e começou a usar uma nova maquiagem, além de uma nova postura mais acessível. Nada ainda muito audacioso, mas mesmo assim a mudança foi ótima e muito antes do que imaginávamos ela arrumou um companheiro que conheceu em uma reunião de trabalho. Fiquei feliz por ela enfim estar feliz e menos preocupada comigo. E também por ter me deixado mais aliviada caso um dia eu tivesse que deixar nossa casa.

Aquele Natal e final de ano foi o melhor de todos dos quais eu tinha tido até aquele momento. Eu tinha quase tudo que queria. Eu era geneticamente uma mulher, como sempre me senti. Estávamos fazendo uma ceia em família. Eu, meu namorado, minha mãe e seu namorado, minha ex-esposa que estava solteira pois tinha terminado um relacionamento antes de nos reaproximarmos e convidei a minha “amiga” especial da faculdade que foi quem, com sua insistência, mudou minha vida. Trocamos presentes e festejamos como nunca. E já há um bom tempo meu namorado dormia em minha casa e em minha cama quando queríamos ficar minha casa. Quando nossa noite terminou, minhas amigas se despediram e fomos para meu quarto onde fizemos amor gostoso. Mas algo mudou naquela noite. Me dei conta que o sexo anal já não estava mais satisfazendo como antes. Depois de nossa transa fiquei muito tempo acordada pensando nisso. Talvez fosse a proximidade da cirurgia que estava me deixando assim, afinal dali a três meses eu teria uma vagina e da mesma forma que isso excitava minha imaginação estava tirando a minha excitação pelo sexo anal. O que eu queria era fazer sexo pela xoxota como todas as mulheres.

Teve algo de mais que fiz naquele último ano antes da cirurgia, completamente em segredo. Uma ousadia não comum de meu temperamento, mas talvez influenciada pelo hormônio que estava tomando, em alguns momentos minha sexualidade ficava a flor da pele e eu precisava libera-la. Primeiro comecei a fazer fotos de mim mesma em lingerie. Com as preocupações que sempre tive de não ser descoberta no passado, também tomei meus cuidados e jamais mostrei meu rosto nas fotos, ainda que no primeiro momento eu quisesse aquelas fotos somente para mim pois elas me faziam sentir-me mais feminina. Então com a sexualidade ainda mais aflorada nos momentos que estava sozinha e sem fazer sexo com meu namorado por alguns dias, entrei em um chat sobre sexo para bater papo. No início como mulher, mas me senti traindo meu namorado falando com um outro homem que queria conversar com uma mulher. Mulher sexualmente e afetivamente falando eu queria ser só dele. Então fui para o bate-papo crossdresser. Não era quem eu era, mas eu me senti mais livre em relação ao compromisso com meu namorado. De qualquer modo eu jamais eu o trairia na vida real pois eu não sou assim. Era somente, para mim, uma brincadeira virtual. Nesse bate-papos, em meu caso, não dava para aproveitar 99% de quem se interessava em conversar comigo. A imensa maioria estava lá para também ser passivo. Uma outra parte desses contatos seria ativo, mas diziam querer chupar ou pegar em um membro masculino e tinha ainda um outro tipo que expressava desejar me possuir sem calcinha ou sem eu estar montada. E finalmente aqueles que me queriam em uma orgia com suas esposas. Evidentemente eu cortava esses contatos logo no inicio e os excluía, mas alguns que senti serem mais sensíveis eu levei o bate-papo adiante.

Alguns se mostraram inteligentes e devagar fui pegando confiança começando a enviar-lhes minhas fotos. Todos adoraram, mas alguns não acreditaram que fossem minhas as fotos que enviei. Para tentar provar que eram minhas fui enviando mais e mais fotos. Diante de toda evidencia a maioria acreditou. Mas em dois casos onde eu estava interessada em manter o bate-papo e eles ainda duvidavam de mim, eu tive que ligar minha câmera e me mostrar com alguma lingerie daquelas fotos. Evidentemente sem mostrar meu rosto. Esse interesse me motivava a tirar mais e mais fotos e eu enviava essas fotos para eles. Tirei centenas de fotos em lingeries diferentes. No bate-papo a maioria queria marcar um encontro real e eu dizia que tinha medo de revelar minha identidade, mas que talvez um dia nós pudéssemos nos encontrar. Dessa forma eu ia levando a conversa, mas eu nunca tive intenção de me encontrar com nenhum deles. Eu estava muito feliz com minha vida real. Com essa minha indefinição proposital alguns deles pararam de conversar comigo apesar das fotos. Teve um caso em que recebi uma ameaça direta de agressão de uma esposa enciumada que havia conseguido a senha do bate-papo do marido. E em outros casos alguns de meus contatos começaram a ficar agressivos pois eu não queria marcar um encontro real. Diante de todas essas ameaças fechei minha conta e parei de entrar em salas de bate-papo. Em algum momento fez bem para minha sexualidade os elogios que eu recebia, mas era tudo muito vazio e até perigoso. Então fiz algo menos perigoso, mas que manteve minha sexualidade em alta. Abri uma conta anônima em um blog de fotos e lá comecei a publicar as minhas fotos em lingeries. Recebi milhares de curtidas e num primeiro momento fui bem ativa colocando fotos e mais fotos e respondendo algumas mensagens. Com o tempo tudo isso também começou a me parecer vazio perto da vida real que eu estava levando e naquele final de ano eu abandonei o blog. Não o fechei. Ainda está lá como lembrança de meus últimos momentos naquele corpo, mas totalmente inativo de minha parte.

A última providencia que tomei naquele período foi a alteração de meus documentos e novo passaporte. Como a minha doutora havia me explicado não foi difícil com os documentos que comprovavam que eu era geneticamente uma mulher. Enfim eu era legalmente a Bruna. Só faltava o último passo.

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