Conflito de Gênero - Menino? Não, Menina! Parte 08

Um conto erótico de Bruna
Categoria: Homossexual
Contém 2118 palavras
Data: 18/04/2018 19:18:21

Passei os três primeiros anos da faculdade tentando ser o que eu nunca havia sido, mesmo num ambiente propicio a diversidade. Lá todos aceitavam opções diferentes de gênero e eu não estava aproveitando aquele momento de liberdade de opção. No inicio do quarto ano arrumei um estágio em um grande escritório de arquitetura na mesma cidade de minha faculdade. E esse estágio me ajudou demais pois ocupava meu tempo com coisas positivas. O melhor era que os proprietários eram um casal gay e aceitavam todo o tipo de diversidade de gênero, raça e social. Mesmo heterossexuais eram aceitos desde que não tivessem preconceitos. Com o fim de meu casamento, e com o sofrimento que eu sentia para cumprir uma promessa impossível eu estava triste como nunca e minha mãe percebeu e ficou muito preocupada. Por muitas vezes tentou saber o que eu tinha, mas eu respondia que estava tudo bem pois não queria preocupa-la. Todavia eu via a angustia em seu rosto por não conseguir me ajudar. Até que um dia ela chegou até mim e decidida e disse: -Seu pai já faleceu há três anos e não está mais aqui para te julgar e eu sou sua mãe e também não vou te julgar também. Você tem que ser feliz e ser quem você quiser ser para encontrar essa felicidade. Não importa quem você seja, eu sempre serei sua mãe, sempre vou te amar e te apoiar.

Aquelas palavras me fizeram chorar instantaneamente pois ela mostrou saber qual era meu problema. Desse modo pude me abri e falar e lhe contei todo meu sofrimento e tudo o que sentia. Evidentemente omiti toda a parte sexual da história e só lhe contei o drama de me sentir quem eu não era e a parte dos assédios. Ouvindo toda minha história ela disse que entendia agora todo o sofrimento que eu havia passado e porque eu estava tão triste. E me disse que se eu tivesse assumido antes para ela, ela teria convencido até meu pai a aceitar-me como eu era e muito sofrimento teria sido evitado, mas como não podíamos voltar no tempo o importante era eu ser feliz daquele momento em diante. E que eu fosse dentro e fora de casa quem eu quisesse ser. Se quisesse ser sua filha eu seria sua filha e se eu quisesse que ela me chamasse de Bruna ela me chamaria assim. Aquele foi o maior alivio de minha vida, ser aceto por minha mãe. Combinamos que eu iria fazer a transformação gradual para não chocar meus amigos na faculdade e nem no trabalho, se bem que eles não se chocariam com isso. Os vizinhos já fofocavam entre si desconfiados e eu assumir somente iria clarear a situação. Alguns pararam de falar comigo, mas a maioria me aceitou. Na faculdade eu disse antecipadamente aos amigos mais próximos que eu tinha tomado uma decisão importante e expliquei o que era e todos aceitaram na boa. No trabalho foi ainda mais fácil após eu conversar com meus chefes, eles chamaram a todos que trabalhavam ali e pediram que respeitassem minha transformação, se bem que eu acho que todos iriam aceitar mesmo sem essa conversa. A única mudança radical naquele primeiro momento foi eu pedir a todos que me chamassem de Bruna.

Com o dinheiro que eu ganhava no estagio e com o apoio financeiro de minha mãe, fiz meu novo guarda-roupa. Para usar em casa, vestidos, saias, camisolas e lingeries. Para usar na rua, faculdade e escritório, roupas unissex. Em casa virei logo a Bruna o tempo todo e estava mais feliz que nunca. Em público eu ia vagarosamente feminizando minha aparência principalmente nas roupas pois no corpo não tinha quase mais nada para feminizar. Somente o cabelo mais longo, com corte mais feminino e desenhar a sobrancelha. Toda essa transformação levou 6 meses e foi só no primeiro dia de aula do segundo semestre que me apresentei totalmente feminina a todos. No estágio com saia, blusa e salto alto. Tudo bem feminino. Na faculdade com o vestido floral e também de salto, bem mais casual. Foram tantos elogios naquele dia que eu não resisti e chorei de felicidade contando tudo a minha mãe. Daqui para frente volto a me tratar na forma feminina, pois era o que eu era naquele instante e desta vez nuca mais haveria retorno.

Com a idade eu tinha abandonado aquele gosto por roupas e lingeries adolescentes para começar a gostar de outras mais convenientes a idade. Ainda nada supersexy, mas todas sensuais e com apelo sexy. Eu estava sendo a mulher que sempre quis ser, nada apelativo, apenas descolada. Além de tudo isso de bom estar acontecendo em minha vida naquele momento, algo mais ocorreu. Foi transferida para minha classe uma outra “menina” como eu e nos tornamos ótimas amigas e ela me ajudou muito nessa transformação naqueles seis meses. Mas ela tinha muito mais informações que eu sobre mudança de gênero. Eu já tinha ouvido alguma coisa sobre hormônios e cirurgia, mas nunca fui muito atrás pois fiquei aqueles três anos anteriores tentando ser homem. Ela me dizia que só não tinha feito nada ainda pois não tinha dinheiro para isso, mas quando tivesse iria correndo fazer. E com o passar do tempo ela foi me convencendo a procurar uma médica conhecida que faria todos os exames em mim e me ajudaria a me tornar ainda mais feminina.

Eu ainda não estava pronta para um relacionamento e resistia às cantadas que levava. Algo tinha mudado. Agora não era aquele assédio preconceituoso contra um “bixinha”, mas cantadas levadas como uma mulher. Evidentemente ainda sofria assédios indesejados, mas não tão graves como no passado e eles não me incomodavam mais tanto. Meu maior temor era que agora os homens estavam se interessando pela mulher que eu era e se eu cedesse eu temia qual seria a reação deles quando descobrissem a verdade. Eu tinha ainda que esperar algum tempo até me acostumar com a nova situação. E de tanto que minha “amiga” insistiu, no inicio do quarto ano da faculdade, marquei hora para uma consulta com a médica indicada por ela e pedi a minha mãe que fosse comigo. Tínhamos ficado ainda mais próximas depois dela me aceitar e após minha transformação. Agora ela tinha uma filha e nossa cumplicidade só aumentou.

No dia marcado fomos a medica que fez uma consulta de duas horas querendo saber tudo sobre mim. Tanto que até pediu para minha mãe sair da sala para não me constranger, mas eu disse para a médica que queria que ela ficasse pois eu não tinha mais segredos para minha mãe. A médica pediu para eu tirar minha roupa, me examinou dizendo que eu tinha um corpo muito feminino e recolheu sangue para exame. Ela explicou que ela mesmo fazia isso pois enviava ao laboratório com outro nome para manter o anonimato. Foi uma consulta ótima e me senti bem tranquila. Após explicar o que era tratamento de hormônios e até cirurgia de mudança de sexo ela disse que só poderia dar um parecer quando tivesse todos os exames em mãos, o que seria após um mês. Agendamos minha volta e após um mês de extrema ansiedade eu e minha mãe voltamos lá para saber dos resultados.

A médica nos recebeu com um monte de exames na mão e após nos acomodar disse: -Tenho informações que vocês vão achar maravilhosas e tenho informações que vocês vão odiar. Eu vou explicar os resultados e dar meu parecer e quando terminar vocês me perguntem tudo o que quiserem. Primeiramente ela disse que eu não precisaria de um tratamento hormonal e se fosse necessário seria somente um ajuste com pequenas doses. Como todos podiam ver, disse ela, meu corpo era totalmente feminino pois eu já produzia hormônio feminino como uma mulher em minha idade produz e quase nenhum hormônio masculino e por esse motivo o hormônio não me traria muita transformação física. Em seguida ela deu a informação mais surpreendente e terrível de todas. -O laboratório refez seu exame genético três vezes com medo de ter errado, mas o resultado foi sempre o mesmo. Você simplesmente nunca foi homem. Você é uma mulher desde sempre. Você tem dois cromossomos X como todas as mulheres. Antes mesmo dela terminar eu e minha mãe já estávamos chorando compulsivamente uma segurando na mão da outra. E a médica continuou: -O que você tem é uma má formação genética onde nasceu um membro masculino no lugar da vagina. Em muitos casos a pessoa tem uma Síndrome onde tem uma vagina externa, mas não é funcional e não tem canal. No seu caso nasceu um membro. Como as maternidades não fazem exame genético e você nasceu com um membro acharam que você era homem, mas você é uma mulher. Só me estranha que você tenha conseguido a usar seu membro ativamente, pois isso não é normal. Talvez naquele período que você foi casada você tenha produzido um pouco mais de testosterona do que aparecem nos exames.

Nesse momento ela teve que dar uma pausa. Eu e minha mãe chorávamos compulsivamente. Por alegria por saber que eu sempre estive certa. Por raiva de ter nascido daquele jeito. E até por alivio por finalmente esclarecer tudo aquilo. E minha mãe por culpa também, pois dizia que era culpa dela eu ter nascido assim e o pior é que tinha demorado para perceber isso. E eu tentava acalma-la dizendo que a culpa nunca foi dela. Após nos acalmarmos a médica disse que iria continuar e para fazermos qualquer pergunta, mas eu queria que ela falasse logo tudo o que tinha para dizer. -Quando o médico que sua mãe procurou disse que você tinha ginecomastia ele errou totalmente. Você tem seios femininos. Ginecomastia produz um peito pontudo em forma de cone e o seu é em formato de pera exatamente como toda mulher. E tem as funções de um seio de mulher. Só não é muito grande, mas perfeitamente natural para a idade. Nesse momento fiquei um pouco mais feliz pois eu tinha um seio verdadeiro. Eu já sabia, pois, as sensações que tinha quando ele era tocado era de pura excitação. Ela ainda tinha mais a dizer: -Como você é geneticamente mulher será mais fácil você alterar seus documentos do que se fosse apenas uma mudança de gênero. Pode fazer isso quando quiser. E finalmente me disse que se eu quisesse partir para uma cirurgia, seria considerada de reconstrução e não de redesignação de sexo e eu poderia fazer até na rede pública gratuitamente. Era uma cirurgia difícil pela minha situação e que demandaria aconselhamento e acompanhamento psicológico. E que por ela eu não deveria fazer na rede pública, mas em algumas clinicas especializadas no exterior. Seria muito mais caro, mas o resultado seria perfeito. Ela como minha média, estaria disponível sempre que precisasse. Por ultimo aconselhou a esperar mais dois anos pois seria quando meu corpo estaria totalmente formado e enquanto isso eu tomaria uma dose baixa de hormônio para acelerar essa formação.

A consulta não terminou antes de fazermos muitas perguntas à doutora, mas quando finalmente deixamos a clínica eu estava feliz, aliviada e decidida. Eu faria a cirurgia e minha mãe imediatamente se prontificou a vender um terreno que tínhamos para financiar minha cirurgia. Apesar de toda vontade de ser mulher, esperar dois anos seria bom pois eu poderia finalizar a faculdade e tentar me efetivar no escritório onde eu fazia estágio. E teria mais tempo para aprender a ser mulher, assim quando fizesse a cirurgia estaria totalmente adaptada. A primeira pessoa a quem contei foi minha “amiga” que havia insistido para eu ir a médica. Ela merecia isso e eu a agradeci muito. Senti somente uma pontinha de decepção por parte dela por ela não ser como eu e ser apenas um garoto querendo mudar de sexo, mas eu disse que sempre estaria lá para apoia-la e ajuda-la e que ela seria minha amiga para sempre. Depois contei às minhas primas que ainda eram minhas melhores amigas e elas exultaram com a noticia e decidimos que íamos comemorar no final de semana em algum barzinho. Só nós três.

Comecei a tomar o hormônio receitado pela doutora porem pouca coisa deveria mudar em minha aparência. Com 1,65, 52 quilos, seios 42, cintura 65 e quadris 90 havia pouco para mudar. Mas comecei a tirar as medidas para ver o que aconteceria. O rosto continuava branquinho e rosado como todo o corpo. Eu odiava tomar sol e me mantinha totalmente branca. Pelos no corpo já haviam muitos poucos e ralinhos. As mudanças seriam mais de postura, maquiagem, cabelo e de autoestima pois eu finalmente sabia que era uma mulher e logo estaria completa.

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