Meu Loiro! - Capítulo 19 - Quando o Destino Intervém! - Parte 1.

Um conto erótico de Léo Hanz.
Categoria: Homossexual
Contém 5446 palavras
Data: 14/04/2018 13:11:10
Última revisão: 14/04/2018 13:17:18

Boa tarde pra vocês amores. A partir deste capítulo e do próximo, a nossa história irá mudar. Digamos que irá entrar numa segunda fase. Agradeço a todos que estão acompanhando. Comentem o que estão achando. Um beijo e boa leitura.

***

Depois da confissão feita por Humberto, Fred estava se sentindo muito melhor. Muito mais leve na verdade. Os dois foram pra cama do moreno, mas não dormiram. Ficaram a noite inteira conversando, um deitado de frente pro outro, conversando sobre tudo. Seus sonhos, desejos, em particular o desejo de Humberto de ser pai, uma coisa que sempre falou pra Fred, e expectativas sobre seus respectivos futuros, juntos em tudo que fosse possível, obviamente.

Já era de manhã quando Fred acordou com o sol iluminando seu rosto. Humberto estava de costas para ele. Conseguia enxergar o peito do primo subindo e descendo de leve enquanto ele respirava. Como amava aquele homem! Buscou seu celular que estava no criado mudo ao lado da cama e entrou no site de reservas do hotel que iria se hospedar no dia seguinte. Cancelou a reserva, mesmo tendo que pagar uma multa. Não se importou muito. Tinha coisas para resolver. Depois da conversa que teve com seu primo, Fred decidiu mudar aos poucos sua postura. Ter um pouco mais de coragem para enfrentar os seus problemas. Mandou uma mensagem para Rodrigo, explicando a situação e combinou de se encontrarem na próxima vez que ele viesse para a cidade.

Já fazia uma semana desde a morte de seus pais. Fred ainda sentia dor, mas tentava não pensar muito nisso. Era grato por ter o apoio de Humberto e Rogério e de sua família nesse momento. Durante a semana que passou, os dois foram em muitos lugares diferentes para que o loiro pudesse começar a montar seu apartamento. Algumas coisas ele comprou, mas a maioria não precisou, pois havia decidido levar os móveis da casa de seus pais para seu novo apartamento. Assim não precisaria gastar tanto e teria sempre a lembrança deles. Algumas coisas ele doou com a ajuda do primo. No sábado a tarde, estavam todos na nova casa de Fred, dando os últimos toques para que sua casa finalmente estivesse pronta. Como Fred não viajou, Ariel decidiu ficar para ajudá-lo também, junto com sua prima e seus outros dois primos. Humberto estava feliz por poder ter passado essa semana sem trabalho o tempo todo ao lado do primo. E mais feliz ainda por ter um lugar que ele poderia escapar quando não aguentasse sua mãe. Olhava para Fred e sentia uma postura diferente no loiro, uma determinação. Respirou aliviado. A conversa deles havia servido para alguma coisa.

O dia havia sido bem puxado para todos. Os outros foram embora, restando apenas Fred e seu primo no apartamento. Ariel voltou com Samantha e Dante. No dia seguinte iria finalmente pra sua casa. Queria ter ficado junto com Fred e Humberto, mas decidiu dar mais privacidade para eles. O loiro estava super feliz por ter deixado sua casa do jeito que sempre quis, com a ajuda dos primos e do amigo. Aquela seria a primeira noite que dormiria ali, visto que dormiu a semana inteira na casa dos tios. Foi para o banho, enquanto Humberto preparava um lanche para eles. Saiu do banho enrolado em uma toalha com os cabelos para trás. Encontrou seu primo sentado no sofá da sala, que ficava de frente para a cozinha, assistindo TV. Se aproximou e sentou no sofá ao lado do moreno. Humberto olhou para o primo e sorriu.

- Conseguimos meu loiro. Está feliz? - perguntou Beto, sorrindo.

- Muito feliz, baby. E o melhor de tudo é que está sendo bem mais fácil do que eu imaginava. Ainda bem que está aqui comigo.

- Claro que eu estaria. E também agora eu tenho uma segunda casa pra ficar. - sorriu.

- Sim, Beto. E você pode ficar aqui quando você quiser. Já pedi ao porteiro providenciar uma cópia da chave da portaria do prédio para que você possa entrar sem ser incomodado. - disse o loiro, entregando um chaveiro com 2 chaves. Uma da portaria do prédio, e a outra da porta da sala. Humberto pegou as chaves e as colocou junto com as chaves de seu carro. Agora estava feliz em saber que ele e o primo teria total privacidade quando ele fosse pra lá.

No dia seguinte, Fred convidou toda sua família para um almoço em comemoração a sua nova casa. Vieram todos. Rogério com Samantha e Dante e Ariel, Thiago e Beatriz com Henrique, e sua tia Pillar, que ele mesmo fez questão de convidar. Tentou ser menos averso á sua tia por conta de Beto. Afinal, ela era mãe dele! Fred fez seu famoso macarrão com atum. Era simples mas muito gostoso. Todos adoravam. Depois do almoço, todos foram para a sala e ficaram ali, conversando. Rogério estava feliz e mais aliviado com a aparente mudança de postura do sobrinho. E via que seu filho pensava o mesmo. Pillar tentava participar da conversa, procurando não demonstrar a raiva do balde de água fria que ela levou quando soube que o sobrinho não iria mais viajar. Ela nem sabia ao certo porque tinha ido. Mas achou melhor comparecer, para que ninguém desconfiasse de seus planos contra o loiro.

O dia foi passando, já eram seis da tarde, quando Thiago, Beatriz e Henrique, Rogério e Pillar com Samantha e Dante foram embora, restando apenas Fred, Humberto e Ariel. Antes dos pais de Humberto saírem, o ruivo fez questão de agradecer Rogério e Pillar por terem recebido ele em sua casa por tanto tempo. Rogério o abraçou e Pillar deu os ombros, deixando clara a raiva que ficou quando viu seu marido abraçar o ruivo. Para ela, qualquer contato físico com um gay, transformava a outra pessoa também. Ariel e Fred perceberam a postura de Pillar. Ariel não se importou, mas Fred ficou com muita raiva. Estava se esforçando para engolir sua tia. Depois o ruivo se despediu de Samantha e Dante, combinando sua próxima visita. Depois que eles saíram, os três foram para o andar de cima da cobertura, onde se encontrava um grande espaço para lazer. Foi uma das coisas que Fred mais adorou no apartamento. Ficaram conversando, até que Ariel decidiu que precisava ir embora. Saíram os três de lá, a caminho da rodoviária. Chegando, Fred se despediu do amigo, agradecendo toda a ajuda que teve dele e combinando quando seria o próximo encontro, agora, na casa de Fred. Humberto também despediu-se do ruivo, abraçando forte e agradecendo por tudo. Os primos saíram de lá a caminho da casa de Humberto. No carro, o moreno havia falado que iria dormir na casa de Fred, até que ele se sentisse bem ficando sozinho. Fred adorou a ideia. Chegando em sua casa, ele e Fred desceram. Entraram na casa pela sala, e notaram que Rogério estava no sofá, vendo TV.

- Boa noite, pai! - disse o moreno.

- Boa noite, tio! - disse o loiro.

Rogério olhou e ficou surpreso com os dois ali. Mas não notou Ariel, presumido que o ruivo já tivesse ido embora.

- Boa noite meninos. O que vieram fazer? Está tudo bem? - disse, se levantando do sofá.

- Sim pai, está tudo ótimo. - sorriu. - Eu só vim pegar umas roupas, meu notebook, minha pasta e meu travesseiro.

Rogério viu o brilho dos olhos do filho. Ele estava indo passar a noite na casa de Fred.

- Que bom, filho. Amanhã tudo voltará ao normal, não é? Já vamos começar a segunda com uma reunião bem longa. - disse Rogério, sorrindo.

- Nem me fale pai. Mas eu não esperava nada de diferente depois de uma semana de recesso. - Rogério concordou com a cabeça e sentou no sofá novamente.

Humberto notou que sua mãe não estava por ali.

- Cadê a mãe, pai? - disse o moreno.

- Sua mãe foi jantar com a Marina e a Alessandra, filho.

Assim que Rogério havia dito isso, Humberto deu os ombros e subiu para seu quarto. Fred fechou os olhos e sorriu em tom de deboche. Sabia que sua tia estava aprontando alguma coisa. Deus do céu, Fred e sua maldita intuição. A mesma intuição que o fez quase desmaiar no momento em que seus pais morreram e ele estava com Humberto. Só rezava para que ele estivesse errado quanto à sua tia. Ficou na sala conversando com seu tio, enquanto Humberto pegava suas coisas. Logo depois, Humberto desceu as escadas.

- Tudo pronto, meu loiro. Vamos?

Fred e Rogério olharam para Humberto. Ele estava com duas malas grandes de viagem e mais uma de mão.

- Vai se mudar pra casa do seu primo, Beto? - disse Rogério dando risada.

- Eu queria muito, pai. - disse o moreno, passando a mão atrás da cabeça, fazendo sua camisa levantar e revelar seu abdômen peludo. Fred olhava aquilo vidrado. Queria voar em cima do primo e rasgar aquela camiseta inteira. - Mas a sua esposa teria um colapso. - sorriu.

Rogério sorriu. - Ela já vai ter um colapso quando chegar e ver que você não estará aqui. - gargalhou. - Mas ela que se dane. - Vai sim meu filho, vá fazer companhia pro seu primo e descansem. Amanhã você tem um dia cheio. - dizendo isso, Rogério abraçou o filho e lhe deu um beijo no rosto, seguido de Fred, onde o abraçou bem forte, dizendo que aquela nova fase iria dar tudo certo. Se despediram e os primos entraram no carro, seguindo para a cobertura do loiro. Chegando lá, ambos foram tomar um banho e depois foram para a sala assistir um pouco de TV. Já era tarde, quando Fred e Humberto foram para cama. Fred em seu novo quarto, Humberto no dele. Fred acabou dormindo, mas acordou por voltas das três da manhã, suando frio e com a boca seca. Tinha tido um pesadelo. Saiu de sua cama, foi para a cozinha, bebeu um copo de água e voltou para seu quarto. Abriu a porta da sacada do quarto, acendeu um cigarro e respirou fundo. Não queria mais ter pesadelos como aquele, onde viam seus pais morrerem. Estava com medo. Sentia falta deles. Apagou o cigarro e deixou a porta da sacada aberta. Deitou em sua cama, tentando dormir. Sem sucesso, ele levantou, pegou seu travesseiro e foi até o corredor, onde olhou seu primo dormir. Humberto tinha medo de escuro, então dormia com um abajur ligado e com a porta do quarto aberta. Fred entrou no cômodo. A cama do quarto era de solteiro, provisória. Humberto dormia de barriga pra cima, com os braços abertos. A luz sutil do abajur iluminava o lado esquerdo de Humberto. Fred olhou cada detalhe. Sua barba, seus pelos no peito e abdômen e nas axilas. Respirou fundo. Desejava aquele homem mais do que tudo nesse mundo. Notou que os pés dele estavam pra fora do colchão. Humberto era mais alto que o primo. Tecnicamente não sobrava nenhum espaço, mas mesmo assim Fred se aproximou da cama, e deitou de lado, bem encolhido, tentando fazer o mínimo possível de barulho. Fred já estava acostumado a dormir ao lado do primo durante a semana que passou. Só de estar ali, perto do homem que amava, já era o bastante. Sentiu o sono chegar aos pouco e finalmente dormiu.

***

O dia amanheceu. Era Segunda-feira. O dia estava chuvoso. Humberto estava na mesma posição que tinha dormido. Acordou quando escutou o despertador de seu celular tocar. Já eram seis e meia da manhã. Humberto entrava as oito horas na empresa. Sem abrir os olhos, pegou o celular e desligou o alarme. Levantou e sentou na cama, espreguiçando-se. Finalmente abriu os olhos. Calçou seus chinelos e levantou da cama. Foi até seu banheiro, escovou os dentes e lavou o rosto. Quando voltou para o quarto, notou que havia mais um travesseiro na cama. Com certeza era de Fred. Saiu do seu quarto e foi em direção ao quarto do primo que ficava ao lado do seu. Viu a cama do primo arrumada. Fred já havia acordado. Saiu do quarto, passando pelo corredor e chegou na cozinha, onde encontrou o loiro fazendo café. A mesa já estava posta para o café. Se aproximou do primo.

- Bom dia! - disse Humberto, dando um beijo em seu rosto e sentando à mesa.

- Bom dia, baby! - disse o loiro sorrindo. - o café já está saindo.

- Tranquilo. - disse Humberto bocejando. - Eu acordei e vi um travesseiro a mais. Você dormiu na minha cama?

- Sim! Eu acordei por volta das três da manhã. Aí eu fui pro seu quarto. - disse o loiro, de costas, coando o café.

- Você está bem, meu loiro? - perguntou, preocupado.

- Sim Beto. Eu tive um pesadelo e acordei. Aí, vim aqui na cozinha, tomei água e voltei pro quarto. Fumei um cigarro, deitei na minha cama e não consegui pegar no sono. Aí eu fui pro seu quarto. Foi só isso. - disse o loiro, dando os ombros. - Mas já estou bem. Tenho que aprender a dormir sozinho de novo.

- Eu entendo. Mas você deve estar todo dolorido. Minha cama é pequena e eu durmo todo esparramado. - disse o moreno, sorrindo.

Fred queria falar que só de estar ao lado dele, sentindo seu cheiro e sua respiração, pra ele era o bastante. Mas achou melhor não.

- Sim! - sorriu. - Mas eu já estou bem. Tomei um relaxante muscular e daqui a pouco estou zero de novo. - disse o loiro, virando de frente para o primo, indo em direção à mesa, entregando para ele uma xícara de café.

Humberto agradeceu, mas ficou encanado quando o primo falou de ter tido um pesadelo. Com certeza foi com seus tios. Mas não quis tocar no assunto. Tomaram o café, comeram um sanduíche e ficaram conversando. Depois, Humberto foi para o quarto, tomou um banho, depois penteou os cabelos e foi se trocar. Colocou seu relógio e chamou Fred para a ajudá-lo a fazer o nó da gravata, uma coisa que ele não conseguia, por mais que tentasse. Fred fez o nó e deixou a gravata pronta em cima de sua cama, e foi tomar um banho. Humberto se trocou para ir trabalhar. Vestia uma calça cinza, uma camisa branca e sapatos pretos. Nem lembrava mais o que era se vestir daquele jeito. Pegou a gravata em cima da cama, o seu paletó, sua pasta e seu celular e foi para a sala. Queria esperar o primo sair do banho para se despedir dele. O loiro saiu do chuveiro, secou-se e vestiu um roupão. Penteou os cabelos, e, olhando para o espelho, notou que a cor natural do seu cabelo já estava aparecendo. Precisava ir ao cabeleireiro. Saiu do banheiro e passou pelo corredor, sentindo um leve cheiro amadeirado. Era o perfume de Humberto. Chegou na sala e viu o primo sentado no sofá, com a TV ligada no jornal. Humberto estava lindo.

Quando viu o primo chegar, levantou, colocou o seu terno e pegou seus pertences, dando um beijo no rosto e um abraço no loiro. Despediram-se. Humberto pegou as chaves do seu carro, abriu a porta da sala e foi em direção ao elevador, com Fred atrás dele. Deram mais um tchau, e o elevador desceu. O loiro voltou para o apartamento. Chegando no subsolo do prédio, Humberto foi para o seu carro, guardou sua pasta no porta malas e entrou no carro, saindo em direção à empresa. Fred entrou no quarto do primo, arrumou sua cama e pegou seu travesseiro. Foi para seu quarto, tirou alguns papéis da gaveta de sua mesa, que ficava perto da porta do quarto e os guardou numa pasta preta, ao lado de sua bolsa. Se trocou, secou os cabelos, passou um perfume, pegou o celular e desceu o elevador. Enquanto descia, chamou um táxi e saiu. Ia para o seu escritório. Precisava trabalhar um pouco.

***

Humberto chegou no prédio de 20 andares onde funcionava a empresa da sua família e uma outra empresa parceira deles. Entrou na garagem no subsolo, estacionou seu carro na sua vaga. Desceu, pegou sua pasta no porta mals e foi em direção ao elevador. Desceu no décimo segundo andar, onde ficava a sua sala. Foi recebido por Sillas, seu secretário. Entrou em sua sala e caminhou até sua mesa. Sentou na cadeira e ligou o notebook. Enquanto ligava, do ou observando um porta retrato onde estava uma foto dele e do primo, abraçados. Os dois estavam na praia. Humberto estava de óculos preto e Fred estava de chapéu azul, usando um óculos marrom. Amava aquela foto. Foi de uma viagem que eles tiveram um ano atrás. Quando seu notebook ligou, humberto respondeu alguns emails, e saiu em seguida. Chamou o elevador e entrou. Subiu três andares, onde ficava a sala de seu pai , do seu falecido tio, que se encontrava fechada e a sala de reuniões. Chegando lá, encontrou Rogério, Thiago e Henrique. Os quatro conversaram um pouco e seguiram para a reunião. No decorrer da entediante reunião, Humberto tentava ao máximo se concentrar no assunto, mas estava difícil de voltar à rotina depois de uma semana longe do trabalho. Eram onze e vinte e cinco da manhã, quando a reunião havia finalmente terminado. Pegou seu celular e discou o seu número favorito, Fred. Sem sucesso, passou uma mensagem para o loiro, para eles almoçaram juntos com seu pai, seu tio e seu primo, mas recebeu a resposta de que o loiro não poderia, já que estava enrolado em seu trabalho. Ficou mais aliviado de ver que Fred estava voltando a viver.

***

O táxi onde Fred se encontrava parou em frente à um sobrado, onde era a segunda casa dele. Não era um lugar grande. O loiro pagou a corrida, desceu e foi em direção ao portão, abrindo-o e entrando na casa. No andar debaixo ficava a recepção, onde tinham dois sofás, um tapete com uma mesa de centro e uma outra mesa grande, onde ficava Michelle, sua recepcionista. Do lado, um outro cômodo com uma porta de vidro, onde ficavam algumas roupas criadas pelo loiro e algumas outras de outros estilistas para a criação de fotos de editoriais de moda. Mais a frente, havia outro quarto, onde ficava a sala de seu desenhista, Gabriel, e um lavabo no lado direito do corredor. No andar de cima tinha um corredor, onde ficava um outro quarto onde era feita as fotos. No mesmo corredor, mais a frente, ficava a sala de Fred, com um banheiro. Era uma casa onde ali funcionava sua pequena empresa. Sua sala era a maior da casa. Fred foi recebido por Michelle, sua secretária e Gabriel, seu desenhista. Os dois abraçaram o loiro, falando que estavam com saudades. Enquanto conversavam, os três saíram na frente da casa, onde tomavam um café e fumavam. Depois, Fred subiu para sua sala. Chegando lá, notou que o lugar estava muito bem limpo e organizado enquanto ficou fora. Entrou, abriu as janelas e puxou as cortinas, clareando o ambiente. Foi até sua mesa, sentando na cadeira. Viu que em cima dela, tinha um vaso com uma orquídea branca, sua flor favorita. Era linda! Presumiu que foi Michelle quem havia comprado. Ligou seu notebook. Na mesma mesa, tinha um porta retrato com uma foto dele e do primo. Eles estavam na praia. Ele estava com um óculos marrom e um chapéu azul, e Humberto estava com um óculos preto. Amava aquela foto. Eles tinham tirado ela na praia, um ano atrás. Quando o notebook ligou, respondeu alguns emails de trabalho e outros de amigos e alguns clientes, lamentando a perda de seus pais. Respirou fundo. Já havia se passada uma semana. Como as coisas passam rápido, pensou. Tentando não pensar muito no assunto, ficou no seu trabalho. Fez várias ligações durante a manhã. Por volta das onze e vinte e cinco da manhã, escutou seu celular tocar. A foto que aparecia era de Humberto. Não podia atender, estava no telefone. Humberto ligou duas vezes. Quando desligou o telefone, viu que o primo tinha mandado uma mensagem, convidando ele para almoçar, junto com seus tios e seu primo. Mas infelizmente não conseguia sair. Estava cheio de trabalho. Sua vida tinha voltado ao normal, pensou.

***

O dia foi passando bem agitado. Humberto teve mais uma reunião com um dos acionistas da empresa. Mal tinha voltado e já estava exausto, principalmente depois de ter comido uma lasanha inteira no almoço. Do outro lado da cidade, Fred também estava tendo um dia puxado. Organizou papéis, esboçou figurinos para sua próxima coleção, organizou algumas peças de roupas com a ajuda de Gabriel. Amava seu trabalho, mas cansava bastante. Não via a hora de chegar em casa, tirar os malditos sapatos e se jogar em sua cama, junto com seu primo.

Por volta das cinco da tarde, o loiro encerrou seu expediente. Geralmente só saia de lá às sete ou às oito. Mas precisava voltar aos poucos. Seu trabalho dobrava depois de um fashion week. E sobrava trabalho para os três. Se despediu de Michelle e Gabriel e chamou um táxi. Estava começando a pensar na ideia de comprar um carro. Assim que o táxi chegou, entrou no carro e parou em frente à padaria que ficava a uma quadra de seu prédio. Pegou alguns pães, alguns frios e um refrigerante. Saiu da padaria e foi para o seu prédio. Chegando lá. Foi recebido pelo porteiro e entrou no hall, chamando o elevador. Chegando no andar de seu apartamento, abriu a porta, entrou e a deixou entreaberta. Humberto já estava para chegar. Colocou sua bolsa e sua pasta no sofá e as compras na mesa da cozinha. Passou pelo corredor e entrou no seu quarto, tirando seus sapatos, guardando-os em sua sapateira. Fred era extremamente organizado com suas coisas, diferente do primo. Tirou sua calça, seu cinto e o colar que usava, ficando só de camiseta e cueca. Colocou um chinelo e foi para a cozinha. Precisava de um café.

Eram quase seis da tarde quando Humberto estava em sua sala, terminando de assinar uns papéis. Desligou seu notebook e arrumou suas coisas. Estava morto. Não via a hora de chegar na casa do primo. E estava faminto. Saiu de sua sala, e foi em direção ao elevador. Silas já tinha ido embora. Seu pai e seu tio estavam numa reunião ainda. Resolveu ir embora sem se despedir, prometendo que mandaria uma mensagem para seu pai quando estivesse na casa do primo. Entrou no elevador, descendo até a garagem, foi até o seu carro, entrando e saindo em direção à casa de Fred.

***

Sentada no sofá de sua casa, Pillar estava irritada por Humberto não ter dormido em casa. Estava ficando cansada de seu filho ficar em cima do sobrinho. Precisava agir rápido, ou seria questão de tempo até que seu filho se mudasse para a casa de Fred. Pillar ligou para Alessandra, combinando de se encontrar com ela para jantar em sua casa, já que Samantha e Dante não dormiriam em casa e Rogério chegaria tarde do trabalho. Precisava resgatar seu filho o mais rápido possível.

***

Humberto estacionou o carro na garagem do prédio do primo, desceu do carro e pegou sua pasta. Subiu para a cobertura do loiro. Enquanto estava no elevador, afrouxou a gravata e o sinto. Chegando lá, sentiu um aroma inconfundível de café. A porta estava entreaberta. Fred estava em casa. Entrou e fechou a porta. Jogou sua pasta no sofá, tirou a maldita gravata e o sinto e finalmente o paletó. Foi para a cozinha, onde encontrou seu primo fazendo café. Viu que a mesa estava posta. Fred tinha comprado pães e frios. Achou ótimo. Estava morrendo de fome. Mas se sentiu meio mal de não ter tido a mesma iniciativa do primo. Aproximou-se do loiro, dando um beijo em seu rosto.

- Boa noite meu loiro! - disse Humberto, se sentando na cadeira. - O cheiro do café está maravilhoso. Tá dando pra sentir lá do corredor.

- Boa noite, baby. - disse Fred, virando de frente para o primo, encostando na pia. - Como foi o seu dia?

Humberto estava tirando os sapatos. Fred viu aquilo e arregalou os olhos, já que sabia que o primo tinha um probleminha com chulé. - Foi horrível, Fred. - disse, sorrindo. - Ainda é segunda-feira e eu já estou horrível. - Humberto olhou a expressão do primo e entendeu o recado, calçando os sapatos novamente. - E o seu?

Fred sorriu ao ver que Humberto tinha colocado os sapatos de novo. - O meu foi corrido também. Mas eu estou feliz de ter voltado ao trabalho. Pelo menos ocupa a minha cabeça. Não via a hora de voltar pra casa. - disse o loiro, sorrindo.

- Que bom! Mas mudando de assunto, da próxima vez deixa que eu trago a comida da noite! - disse o moreno, gargalhando.

O loiro sorriu.

- Eu estava morrendo de vontade de comer um pão fresquinho e sem paciência nenhuma para cozinhar. Passei na padaria depois do escritório. Eu sei que você ama tomar café da tarde quando chega do trabalho. - sorriu.

Fred estava certo. Como o primo o conhecia bem.

Os dois sentaram na mesa, comeram e ficaram conversando. Depois, cada um foi para o seu banheiro, tomaram banho e depois foram para a sala, assistir TV. Mais um dia chegava ao fim. Suas vidas estavam voltando ao normal.

***

Quinze dias se passaram desde que os dois voltaram a trabalhar. Humberto continuava na casa do primo, mesmo com a sua mãe quase enlouquecendo de raiva para ele voltar pra casa e frustrada por seus planos estarem estagnados. Humberto almoçava todos os dias com o pai, e passava na sua casa para ver sua mãe e seus irmãos, antes de voltar para casa do loiro. Fred e Humberto estavam cada vez mais próximos. Acordavam juntos, almoçavam juntos quando era possível e jantavam juntos. Humberto passou a dormir no quarto de Fred. Já tinha virado uma rotina. O loiro já tinha acostumado com a presença do primo junto a ele. Já não sabia se conseguiria suportar viver sozinho quando Humberto voltasse pra casa, mas era uma coisa que aconteceria cedo ou tarde. Na empresa, Dante havia começado um estágio. Estava muito feliz. Rogério conversou com Fred em um dia que estavam almoçando sozinhos sobre o cargo vago que seu pai havia deixado. Tentou convencer o sobrinho a ocupá-lo, mas o loiro deixou claro que não abriria mão de sua carreira e de sua vida profissional para ocupar um cargo em uma empresa que não tinha absolutamente nada a ver com ele. Mesmo assim, herdou quarenta por cento das ações da empresa, dizendo que só aceitaria se pudesse dividir com Rogério, Thiago, Dante, Henrique e Humberto. Afinal, eram eles que comandavam a empresa. Não seria justo ganhar sem trabalhar. Então, sugeriu que Humberto tomasse posse do cargo de seu pai. Sabia que o primo manteria o legado de seu pai impecável. Rogério, Thiago e o Conselho da empresa se reuniram para uma votação, onde foi unânime a decisão de Humberto ser o novo sócio, junto com seu pai e o seu tio. Humberto confessou para o loiro que tinha ficado muito feliz pelo primo ter escolhido ele para representar o seu pai e jurou pelo amor que sentia por Fred, que faria um bom trabalho.

Era uma terça-feira, quando Fred chegou em casa tarde, avisando Humberto que teria que ir para o Rio de Janeiro fazer um desfile. Ficaria duas semanas fora. Humberto quase enlouqueceu. Não queria que essas rotinas de viagem voltassem e eles ficassem separados. Mas como era o trabalho do primo, não tinha uma outra opção, a não ser compreender. Fred sugeriu para que Humberto continuasse em seu apartamento, mas o moreno avisou que voltaria pra casa, alegando que não aguentaria ficar sozinho enquanto ele estivesse fora e prometeu que voltaria assim que ele chegasse. Fred arrumou duas malas. Viajaria no dia seguinte, ao meio dia. Humberto pegou algumas roupas suas, deixando a maioria lá, como se seu subconsciente estivesse afirmando que ele voltaria. Dormiram os dois naquela noite, abraçados e já sentindo saudade um do outro.

***

Já fazia dois dias desde que Fred havia viajado. Eles se falavam o tempo inteiro, por mensagem e ligações. A noite, se viam por vídeo, onde perdiam a noção do tempo, conversando. Os dias foram passando, e a presença de uma figura feminina se fazia constante na casa de Rogério e Pillar: Alessandra. Beto estava começando a se envolver com ela. Saiam para jantar e nos dois fins de semana que ficou sem o primo, Humberto saia com Alessandra. Fred sentia Beto diferente. Meio distante, apesar de se falarem o tempo todo. No seu décimo dia de viagem, recebeu uma ligação de Samantha, onde ela contava sobre a aproximação repentina de seu irmão com Alessandra. Fred quando recebeu a notícia ficou abalado. Então era esse o motivo pelo qual seu primo estava distante. Temia o dia em que isso chegaria. Queria voltar o mais rápido possível para São Paulo e para os braços de seu amor.

***

Já dentro do avião, Fred escrevia uma mensagem para Humberto, dizendo que voltaria naquela terça-feira, por volta da hora do almoço. Queria almoçar e ver o primo. Estava morrendo de saudades. Queria contar sobre sua viagem, sobre o desfile. Ao mesmo tempo estava com receio de contar para o primo que ficaria apenas três dias na cidade. No sábado, viajaria para a Europa e ficaria lá por dois meses. Sabia que Humberto iria surtar. Mas estava indo pra lá fazer um curso ao lado da editora chefe de uma das mais importantes revistas de moda do mundo. Também sentia falta de sua família, até de sua tia, por incrível que parecesse. Sentiu o celular vibrar. Era Humberto.

“Oi meu loiro, já está chegando? Que tal almoçarmos juntos? Vou estar esperando você no aeroporto. Um beijo!”

Assim que leu a mensagem, seu coração pulou. Finalmente iria rever seu amor!

***

Humberto chegou no aeroporto e ficou observando algumas pessoas saírem. Nada do primo! Até que viu a pessoa que ele mais amava. Fred estava com os cabelos mais compridos, na altura da nuca, num corte bem desfiado. A cor natural de seus cabelos já era bem evidente por cima do loiro. Ele estava usando um óculos vermelho, uma jaqueta rosa com uma blusa branca por baixo, uma calça bem larga laranja, e botas de salto azuis. Não podia negar. O primo tinha muito talento em criar roupas! Estava com uma bolsa amarela e parecia estar procurando alguém. Ele estava lindo.

***

Chegando em São Paulo, Fred desembarcou do avião, saiu pela sala de embarque, procurando Humberto com a cabeça. Não conseguia achá-lo, até que sentiu uma mão forte segurar o seu braço. Era Humberto! E ele estava mais lindo do que nunca, se é que isso fosse possível. Vestia um terno preto, uma camisa azul com uma gravata rosa, sapatos marrons e óculos pretos, os de sempre. Notou que a barba do primo estava maior e com alguns fios brancos. Fred nem lembrou do que sua prima havia lhe dito sobre ele e Alessandra. Quando viu Humberto, Largou suas malas imediatamente e abraçou o primo com todas as forças que ele tinha.

- Que saudades de você, meu loiro. - disse Humberto.

- Nem me fale, baby! - disse o loiro, com a cabeça no ombro do primo.

- Você está lindo com seu cabelo mais comprido! - disse Humberto, passando a mão nos cabelos do primo.

- Ai Que.bom que você gostou. E você está lindo mais barbudo assim! - disse Fred, passando a mão na barba do primo. Tão macia, pensou o loiro.

Estavam ali, um acariciando o outro, sem sequer notarem que haviam muitas pessoas passando por ali. Era um carinho e um afeto puro.

- Vamos? - disse Humberto. Estou morrendo de fome. - disse Humberto.

- Vamos sim, baby.

Fred pegou suas malas, e os dois foram para o carro. Humberto guardou as malas do primo no porta malas e os dois entraram no carro. Seguiram para um restaurante diferente do qual eles sempre iam. Fred estranhou o caminho, mas estava ocupado demais contando sobre sua viagem para o primo. Chegando no restaurante, Humberto estacionou o carro. Desceram os dois e foram para a porta do restaurante. Entraram, e Humberto avisou ao garçom que tinha uma reserva em seu nome. O garçom os acompanhou até a mesa. Humberto caminhava na frente e Fred atrás. O loiro estava adorando a escolha do restaurante, até que olhou pra uma mesa bem à frente deles. Foi diminuindo os passos até parar. Sentiu um misto de medo, raiva e pânico. Um nó enorme na garganta e uma vontade imensa de chorar. Era Alessandra. E ela estava sozinha, olhando na direção deles. Só poderia significar uma coisa: Ela estava com Beto, com o seu Beto!

***

Bem, é isso. Mais uma vez obrigado por estarem acompanhando. Semana que vem voltarei com mais um capítulo. Um beijo e bom final de semana pra vocês.

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Comentários

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Gente onde está a continuação preciso demais please

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Fred tem que seguir com a vida à diante e espero que perceba isso logo, afinal Humberto esfregou a Alessandra na cara dele, kkkkk, quero só ver que postura ele vai tomar. Léo Hanz, uma boa semana para Você, um abraço.

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Odiando o Humberto, Pilar, Alessandra... Fred tem que dar a volta por cima!

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Humberto deve ser muito tapado por não perceber que Fred gosta dele. Não gosta do Fred como homem apenas como um filho mas tbm não dá espaço pro Fred seguir a vida encontrar um amor e pra piorar vai esfregar Alessandra na cara do coitado. Francamente Fred deve se libertar deste sentimento pois como diz o ditado só se da valor qdo se perde. Qdo Humberto ver que perdeu a oportunidade de se relacionar vai ser bem feito.

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SE ISSO FOR REAL BETO MERECE O MAIOR PÉ NA BUNDA DE TODOS OS TEMPOS E O ÓDIO MORTAL DE FRED. SE O DESEJO DE HUMBERTO É TER FILHOS, ISSO NECESSARIAMENTE NÃO QUER DIZER QUE TENHA QUE ESTAR CASADO E PRINCIPALMENTE COM ALESSANDRA. NEM QUERO ACREDITAR QUE PILLAR ESTÁ SENDO BEM SUCEDIDA. PASSANDO AQUI A ODIAR HUMBERTO E PILLAR MESMO ANTES DE SABER O RESTANTE DA HISTÓRIA. VONTADE PARAR DE LER O CONTO. MAS POR OUTRO LADO, CREIO QUE ISSO SEJA BOM ASSIM FRED TERMINA COM ESSA DEPENDÊNCIA DE HUMBERTO E VIVA SUA VIDA. ESPERO QUE ASSUMA SUA POSIÇÃO NA EMPRESA E FERRE A VIDA DE MUITA GENTE. FRED TEM Q DEIXAR DE SER BABACA, TÃO BONZINHO ASSIM.

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