Descobrindo o amor (88)

Um conto erótico de Dr Romântico
Categoria: Homossexual
Contém 6396 palavras
Data: 24/02/2018 18:32:11

Boa noite pessoal como vão?

Galera, a história esta chegando ao fim e espero que aproveitem esse finalzinho.

Antes gostaria de uma opinião de vocês. Vocês gostam da história escrita dessa maneira, em terceira pessoa ou achariam que ficaria melhor sendo narrado em primeira pessoa, os personagens narrando os acontecimentos.

Guigo, Pois é, o Antônio sente uma mágoa muito grande do pai, a presença dele faz ele reviver tudo de ruim que passou na infância. Acho que até o final da história a Alice vai virar o saco de pancada de todos os personagens.

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Geomateus, Obrigado meu querido, é bom saber que tenho um leito tão especial assim que aprecia meu trabalho. Escrever aqui é apenas um passatempo e é maravilhoso saber que de alguma forma faz os leitores se emocionarem. Espero que curta o final dessa história.

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ze carlos, eu até poderia escrever com mais frequência mas é que a história já esta próxima do fim então prolongar é um meio de continuar aqui com os leitores por mais tempo.

ze carlos, não sei onde você interpretou que um deles tem pai diferente, o Laercio não gosta do Laercio porque não gosta mesmo, tem pais que preferem mais um filho do que o outro, ou será que sua suspeita tem fundamento?

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Ana&dres, como falei para o outro leitor, o conto está acabando, eu demorando um pouco é um meio de se despedir dele mais lentamente. Acho que a Stela vai fazer exatamente o que você pensou.

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VALTERSÓ, você esta certíssimo, mas ele comportamento dele não é por acaso, a implicância do Sidney será fundamental para encerrar de vez a história do Antônio e o Rodrigo, você entenderá mais a frente.

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Plutão, O Laercio não gosta do Antônio porque prefere o Guilherme, muitos pais fazem distinção do filho, pode ser apenas isso, mas se um deles não fosse o filho de verdade, será que a Maria iria deixar eles pensando que são irmãos? Falando em Alice, preparei um final fantástico pra ela, acho que você irá gostar.

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neterusso, mas porque o Antônio não seria o filho biológico do casal? Acho que todos os personagens já bateram na Alice, rsrs. Interessante sua ideia do Carlos e a Stela adotarem o Douglas, será que rola?

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Carlos – Me desculpa, hoje é seu dia não queria te aborrecer. Vou te deixar sozinho.

Carlos virou-se e antes que chegasse a porta Rodrigo o chamou.

Rodrigo – Pai!

Carlos olhou para Rodrigo e antes mesmo de dizer algo foi surpreendido.

Rodrigo atirou-se em seus braços dando um abraço apertado, agarrando com força o tecido de sua camisa, encostando seu rosto no ombro do pai.

Rodrigo – Eu te amo pai!!!

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Capítulo 88

Rodrigo – Me perdoe. Me desculpa por tudo que eu fiz.

Rodrigo apertava o corpo de Carlos o abraçando como a muitos anos não fazia.

Carlos – Meu filho querido.

Carlos – Você não sabe o quanto esperei por esse abraço.

Carlos apertava o corpo do filho, passando a mão em sua cabeça.

Carlos – Ah Rodrigo eu temo tanto, tanto meu filho.

Carlos afastou Rodrigo, olhando em seus olhos, segurando seu rosto com as duas mãos.

Rodrigo nem lembrava aquele brutamontes marrento, parecia mais um menino indefeso.

Carlos – Você não tem ideia do quanto eu e sua mãe Stela desejamos você meu filho.

Rodrigo – Eu sei que eu não fui o filho que você queria.

Rodrigo – Eu sei que te decepcionei e não foram uma ou duas vezes, foram inúmeras vezes.

Carlos – Não fale isso, tudo isso é passado.

Carlos – Em um momento de nossas vidas eu achei que iriamos perder você.

Carlos – Que você nunca mais iria ser igual aquele menino doce, inocente de quando você era criança.

Carlos – E hoje quando aquele homem esteve aqui, seu pai biológico, me deu ainda mais medo de lhe perder de vez.

Rodrigo estava muito emocionado, com os olhos cheios de lágrimas.

Rodrigo – Me perdoe por todas as vezes que lhe feri, que briguei com você.

Rodrigo – Me perdoe de todas as vezes que você teve que ir a uma delegacia me livrar das brigas que eu arrumava na rua.

Rodrigo – Me perdoe por eu ter te roubado e de tudo mais de ruim que eu possa ter feito.

Carlos – Eu já te perdoei faz tempo.

Carlos segurou novamente a cabeça do filho, dando um beijo em seu rosto, o abraçando em seguida.

Carlos – Como eu te disse, eu tenho muito orgulho do homem que você se tornou.

Os dois sentaram-se um de frente ao outro e deixando de lado todas as mágoas finalmente se reconciliaram.

Rodrigo – Você sempre quis um filho que ocupasse seu lugar, na empresa, na sociedade.

Rodrigo – Eu não segui esse caminho pai e além disso...

Rodrigo fez uma pausa e abaixou a cabeça antes de continuar.

Rodrigo – Eu..eu sou gay.

Carlos levantou o rosto do filho olhando em seus olhos.

Carlos – Isso não tem a menor importância.

Carlos – Foi preciso eu ter o seu desprezo pra eu perceber o quanto eu errei com você.

Carlos – No fundo tudo que você fazia era pra chamar minha atenção.

Carlos – Você nem imagina o que eu sofri quando eu ia dormir e botava a cabeça no travesseiro e percebia o quanto você estava longe de mim.

Rodrigo – Eu imagino sim pai. Eu tenho dois filhos e eu não aguentaria se um dia o Rafael e o Arthur não fossem mais meus amigos.

Rodrigo – E eu quase consegui isso, demorei pra ser o pai que eles mereciam.

Carlos – Eu só quero a sua felicidade.

Carlos – Quero ver você realizando seus sonhos, mesmo que não seja os sonhos que eu idealizei pra você.

Carlos – Podemos recomeçar filho?

Rodrigo não disse nada, preferiu responder com gestos, abraçando o pai novamente.

Carlos passou a mão na careca do filho, acariciando sua cabeça.

Os dois só se soltaram daquele abraço quando perceberam que não estavam mais sozinhos.

Rafael – Ele fez arte vô?

Arthur – Você vai pôr o papai de castigo?

Rodrigo – Saem daqui tripas.

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Alice – Sinto muito, mas sem chance de conversar com você agora.

Alice já estava saindo mas Stela a segurou forte pelo braço, a empurrando para tras.

Alice – O que foi?

Stela – Nós vamos conversar agora.

Alice – Você não manda mais em mim mamãe.

Alice – O que foi? Ficou irritadinha porque eu estraguei a festa do seu filhinho bastardo?

Alice – Ou está assim toda nervosinha mostrando-se preocupada só pra agradar o papai?

Alice – Você pensa que não saquei que você está aproveitando a situação pra se oferecer pra ele novamente?

Stela – Cale a boca!!!

Stela – Eu errei muito com o Rodrigo e por pouco ele não se perdeu.

Stela – Mas quem realmente me surpreendeu foi você.

Stela – Eu vou fazer com você o que eu já deveria ter feito a muito tempo.

Totalmente transtornada Stela ergueu o braço direito empunhando um cinto de couro acertando em cheio o braço da filha.

Alice deu um grito e na tentativa de correr foi golpeada nas costas e coxas.

Alice – Aiiii.

Stela não deu trégua e chicoteou a filha seguidamente.

Alice – Para mãe.

Alice não conseguiu atacar e na tentativa de se defender foi apanhando ainda mais.

Stela – Você é suja.

Stela– Trazer pra dentro da nossa casa um bandido que quase matou a Maria, que estraçalhou a vida do seu irmão.

Alice correu pelo quarto e Stela possuída por um encosto, pulou na cama atacando a filha.

Stela – Não pense que você vai escapar.

Alice – Para mãe.

Stela – Você provocou a morte da Elisa, se juntou com bandidos pra dar um golpe na sua própria família, roubou nossas ações, criou intriga, mandou cartas anônimas pra sua própria mãe fazendo com que eu brigasse com seu pai.

Alice – Que espécie de monstro é esse que eu pus no mundo?

Stela parecia um capataz surrando um escravo no tronco. Alice sentia seu corpo arder com as chicotadas.

Alice – Para, esta doendo.

Stela – Toma, toma, toma.

Alice sentou-se no chão, chorando, protegendo o rosto.

Alice – Para!!!

Stela – Toma.

Quase perdendo o ar, Stela só parou quando Carlos apareceu e a segurou.

Carlos – Meu Deus!!

Carlos – Se acalme Stela.

Mesmo com falta de ar e toda vermelha por conta do agito, Stela ainda conseguiu falar.

Stela – Espero que essa surra de jeito, pois se for preciso eu arrebento com você.

Alice ficou encolhida no chão, chorando, sentindo seu corpo arder.

Carlos – Venha querida, se acalme. Você vai acabar passando mal desse jeito.

Carlos levou a esposa para o quarto, tentando acalma-la.

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Antônio – Pelo jeito acho que sua irmã aprontou la em cima.

Rodrigo – Nem quero ir la, me vira o estomago só de olhar pra cara dela.

Antônio – E que sorriso é esse?

Rodrigo abriu um sorriso de orelha a orelha enquanto contava para o irmão sobre a reconciliação com o pai.

Antônio – Estou muito feliz por você.

Rodrigo – Eu estou me sentindo tão leve, tão feliz.

Antônio – Poxa meu irmão, que coisa boa.

Rodrigo – Acho que já está na hora de irmos embora.

Antônio – Eu vou lá no quarto chamar a mãe.

Rodrigo – Cadê as tripas?

Alice continuava chorando no chão e nem se deu conta que tinha plateia.

Rafael – Você fez arte né tia Alice?

Rafael – Por isso a vó bateu em você. As crianças feias fazem arte por isso que o papai Noel não traz presentes pra elas.

Arthur – Nós não somos crianças feias, eu e o irmão somos meninos bonzinhos.

Rafael – Agora você vai ficar de castigo e não vai poder ir no parquinho e nem ver o desenho na televisão, porque...

Rafael começou a disparar de falar, irritando ainda mais a tia.

Alice – Sai daqui suas pragas!!!

Os meninos saíram correndo mas antes de sair do quarto Arthur fez o que mais gostava, mostrou a língua para a tia.

Antes de ir embora Rodrigo foi até o quarto de Stela e se despediu da mãe.

Carlos – Foi um prazer receber vocês.

Antônio – Também gostamos muito seu Carlos.

Carlos – Se o Rodrigo não puder vir, venha só você Antônio. Gosto muito de conversar contigo.

Antônio – Também gosto muito do senhor.

Carlos – Antônio, eu escutei a sua conversa com seu pai.

Carlos – Eu tenho pena dele por ele não saber valorizar o filho que tem.

Carlos – Qualquer homem no mundo teria muito orgulho em ser seu pai.

Antônio – Poxa seu Carlos, muito obrigado, é muito bom ouvir isso.

Carlos colocou a mão no ombro do rapaz, falando de maneira firme.

Carlos – Antônio, se eu soubesse da sua existência quando eu adotei o Rodrigo, pode ter certeza que eu também teria lhe adotado. Seria um orgulho pra mim também ser seu pai.

Depois da surpresa desagradável de Laercio, Antônio não esperava ouvir algo como aquilo.

Antônio – Nem sei o que dizer, muito obrigado.

Rodrigo – Pronto pessoal, hora de ir pra casa.

Maria – Nossa, acabei pegando no sono mesmo.

Já era tarde quando chegaram em casa, mesmo depois de um dia com fortes emoções, Maria parecia estar bem, demonstrando muito vigor.

Rodrigo – Mãe!!! Olha só o que achei dentro da mochila do Arthur? Um monte de bolo, o moleque sem vergonha.

Maria – Vou dar um banho nos dois.

Antônio – Posso saber o que você esta fazendo pelado, com o piru de fora na frente da minha mãe?

Rafael – A vó vai dar banho na gente tio.

Antônio – Não to gostando desse negócio de você ficar com o piru de fora.

Rafael – O tio, o papai falou que quando eu e o irmão crescer a gente vai ter um piru bem grandão.

Antônio – Ai meu Deus, está vendo mãe? As coisas que o Rodrigo fala pra esses dois?

Maria – Ai ai, não sei o que eu faço com esses homens da minha vida.

Maria tomou seu remédio e caiu na cama, Rafael e Arthur estavam tão cansados de pular feito dois macacos na festa que capotaram feito dois anjinhos indefesos.

Antônio estava em seu quarto até que Rodrigo apareceu.

Antônio – Esta sem sono?

Rodrigo – Não, só vim pegar o meu presente.

Antônio – Xiii, seu aniversário já acabou, já passa da meia noite.

Rodrigo – Eu não dormi ainda, então ele ainda não expirou.

Antônio – E o que você quer de presente?

Rodrigo – Tudo que eu tenho direito.

Rodrigo pegou Antônio pela cintura e tascou um beijão em sua boca.

Antônio passou as mãos pelas costas de Rodrigo, descendo até sua bunda, sentindo os pelos de suas nadegas entre seus dedos, enquanto procurava seu cuzinho.

Rodrigo soltou um gemido abafado ao sentir o dedo do irmão invadir seu anus.

Antônio – Está gostando do seu presente?

Rodrigo – Calma, ainda nem comecei a usá-lo.

Rodrigo lambeu o queixo de Antônio, descendo pelo seu peito, indo até a virilha até abocanhar sua rola já melada.

Ele mamou a ponto de quase fazer Antônio gozar e antes que isso acontecesse, colocou o irmão sentado na beira da cama e em seguida sentou em sua rola de frente.

Antônio sentiu sua rola sumindo dentro daquela bunda carnuda, até sentir que estava totalmente atolado.

Rodrigo revirou os olhos, segurando no peito do irmão enquanto um arrepio subia pelas suas costas até chegar a nuca.

Antônio já estava louco sentindo aquelas piscadas na sua rola e quase teve um ataque quando Rodrigo começou a quicar em seu pau, subindo e descendo sem parar.

Rodrigo segurava a cabeça do irmão para beija-lo, sem parar de pular na sua rola.

Antônio enchia as duas mãos segurando o rabão de Rodrigo, se esforçando ao máximo para não gozar.

Rodrigo – Eu te amo.

Rodrigo – Vai meu macho, me come.

Antônio sorriu e mesmo preocupado por não estarem sozinhos, não resistiu e deu um tapa na bunda de Rodrigo, sentindo imediatamente o cu dele piscar mais forte em sua rola.

Antônio – Eu não aguento maissss.

Rodrigo subiu eu deu uma sentada forte, relaxando o cu, sentindo a porra de Antônio invadir seu reto.

Para abafar os sons, os dois se beijaram, gemendo dentro da boca do outro.

Foi só a rola de Antônio sair de seu cu que Rodrigo soltou toda gala que havia sido despejada em seu ânus, sentindo aquele leite quente passar por suas pregas e descer por suas pernas.

Rodrigo – Eu sou o homem mais feliz do mundo.

Antônio – Eu te amo.

Os dois ficaram um tempo juntos, deitado um sobre o outro. Naquele momento um sentia o coração do outro bater como se não existisse mais ninguém no mundo. Eles aproveitaram cada segundo daquele momento sem imaginar a tempestade que se aproximava em suas vidas.

Rodrigo seguiu sua rotina no escritório e por mais que Alice tentasse, suas provocações não surtiam mais efeitos.

Ele estava concentrado em seu trabalho quando recebeu uma ligação que o deixou apreensivo.

Rodrigo – Calma Antônio, já estou indo pra ai.

No mesmo instante ele pegou a chave do carro e saiu apressado. Não demorou nem 20 minutos e já estava diante do irmão.

Rodrigo – O que ouve?

Antônio – Eu fui almoçar em casa, ela parecia bem e dai começou a tossir, sentir mal.

Rodrigo – O que o médico disse?

Antônio – Eu não sei, eles ainda estão examinando ela.

Meia hora depois Dr. Alexandre apareceu.

Antônio – Como ela está doutor?

Dr. Alexandre – Antônio, o quadro dela se agravou e optamos por mantê-la na UTI.

Antes que Antônio se desestruturasse, Rodrigo apertou a sua mão.

Antônio – Na UTI?

Antônio – Mas não tem o que ser feito? O tratamento?

Dr. Alexandre – Ela está um pouco debilitada, o tratamento é agressivo demais.

Rodrigo – E uma operação?

Dr. Alexandre fez uma pausa antes de responder a pergunta.

Dr. Alexandre – No quadro atual dela uma operação está totalmente descartada.

Rodrigo ficou arrasado mas tirou forças que ele nem sabia que tinha para cuidar do irmão.

Os dois foram para a casa e encontraram Bruno.

Bruno – A Cris pegou os meninos na creche e levou la pra casa, eles estão bem, estão brincando com a Ritinha.

Rodrigo – Eu vou pegar eles, quer uma carona Bruno?

Bruno – Não, eu estou de carro, vou ficar aqui mais um pouco.

Foi só Rodrigo sair e Antônio começou a chorar.

Bruno – Ei meu amigo, não fica assim não.

Antônio – Tenho tanto medo da minha mãe morrer.

Bruno – Não pense essas coisas porque atrai, a Maria é forte, é uma guerreira.

Antônio – Eu sei, mas as vezes esse medo vem e eu sinto algo ruim dentro de mim.

Bruno – Você só está abalado.

Bruno – Eu estou aqui contigo.

Bruno preparou um lanche e enquanto Antônio não comeu não deu sossego a ele.

Bruno ficou com o amigo até Rodrigo retornar.

Tentando agir naturalmente Antônio cuidou dos sobrinhos e fez algumas tarefas domesticas.

Rodrigo – Vamos dormir?

Antônio – Estou sem sono.

Rodrigo puxou uma cadeira e sentou-se ao seu lado, dando um abraço forte, seguindo de um beijo no rosto.

Rodrigo – Fui pegar as crianças na casa da Cris, ela, o Romeu, o Bruno, são amigos de verdade né.

Antônio – São sim.

Rodrigo – Ela se ofereceu pra cuidar dos meninos, pra ficar no hospital.

Antônio – Eu queria ficar la mas não vou poder faltar no estágio.

Rodrigo – Vai dar tudo certo.

Maria ficou internada por quase duas semanas na Uti.

Maria – Antônio?? O que faz aqui?

Antônio – Quando me disseram que você viria para o quarto dei um jeito de sair do serviço e vir pra ca. Também já avisei o Rodrigo.

Antônio abraçou Maria que estava deitada na cama.

Maria – Eu estou ótima.

Antônio – Mas fica dando esses sustos na gente.

Maria – Olha esse hospital? Parece um hotel 5 estrelas, estava com vontade de tirar esses dias de férias.

Antônio – Não estou achando graça nenhuma viu Dona Maria.

Antônio puxou uma cadeira e sentou-se ao lado da mãe, segurando sua mão o tempo todo.

Antônio – Não faz mais isso mãe.

Antônio – Eu senti sua falta, todos nós sentimos.

Maria – Ah Antônio, vocês são adultos, vocês sabem viver sem mim sim.

Maria – Eu não quero ser um estorvo na vida sua e do seu irmão.

Antônio – Você nunca vai ser um estorvo.

Maria – Mas meu filho, vocês precisam aprender viver sem mim.

Maria – Você é mais forte do que você pensa.

Maria – Depois de tudo que você passou na sua infância, você ter ser tornado o que você é hoje é motivo pra comemorar.

Antônio – Mas teria sido tudo mais fácil se eu tivesse com você.

Maria sentiu um aperto no peito ao ouvir aquilo.

Maria – Filho, eu não entendo muito bem dessas coisas. Eu daria minha vida por você e por seu irmão.

Maria – Eu acho que você ter sido tirado de mim ainda uma criança é porque talvez você teria mais força pra aguentar tudo que enfrentou.

Maria – Talvez o Guilherme não suportasse passar por tudo que você passou desde criança.

Antônio – Se isso realmente for uma verdade, eu sinto um pouco mais aliviado por saber que de alguma forma eu poupei meu irmão de sofrer o que eu sofri.

Maria – Eu amos vocês dois igual. Mas você foi capaz de fazer uma coisa que eu não consegui, você foi capaz de transformar a vida do seu irmão, mesmo sem saber quem ele era.

Maria – Eu tinha tanto medo do Rodrigo se tornar de vez aquele homem maldoso, parecido com seu pai.

Maria – Filho, quero você me prometa uma coisa.

Antônio – Claro mãe.

Maria – Se um dia eu faltar, quero que você cuide do seu irmão. Eu tenho certeza que ele está no rumo certo da vida dele mas se alguma coisa acontecer e puder desvirtua-lo, eu quero que você prometa que estará sempre ao lado dele.

Antônio – Por que está falando isso?

Antônio – Eu vou estar ao lado dele sim. Se isso te acalma, fique tranquila, eu vou cuidar do Rodrigo, do Rafael, do Arthur, da senhora.

Maria – Isso me acalma sim.

Antônio queria saber o porquê daquelas perguntas mas não pode questionar a mãe pois o quarto foi invadido.

Rodrigo – Mãe!!!

Cris – Dando susto na gente né Maria.

Rodrigo – O médico já disse quando será a alta?

Antônio – Amanhã.

Cris – Então temos que fazer uma festinha.

Maria – Mas primeiro vou ter que dar uma geral naquela casa. Quatro homens sozinhos la, aquilo deve estar uma imundice.

Antônio – Nem sonhando Dona Maria, vou contratar uma empregada.

Maria – E você acha que vou querer uma empregada tomando conta da minha casa? Lavando as cuecas dos meus filhos?

Rodrigo – Isso não está em discussão Dona Maria.

No dia seguinte Maria teve alta e como Rodrigo e Antônio tinham que trabalhar Cris se ofereceu pra ficar com ela.

Cris – Podem ir tranquilos, depois eu pego as crianças na creche.

Antônio – Obrigado Cris.

Cris – Mas só tem uma coisa.

Rodrigo – La vem.

Cris – Não vou lavar cueca de marmanjo nenhum.

Aos poucos Maria foi se recuperando embora ainda estivesse um pouco debilitada.

Cris estava preparando a festa de seu casamento com Romeu e aproveitou a presença de Maria para decidir algumas coisas.

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Simone – Que bom que ela está bem.

Rodrigo – Mas estou preocupado, um dia ela está bem, outro dia do nada ela está bem mal.

Simone – Acho que você e o Antônio deveriam conversar com o médico dela.

Rodrigo – Também pensei nisso.

Rodrigo – Mudando de assunto, ontem falei com o advogado, é praticamente certo do juiz anular a procuração que eu dei pra Alice.

Simone – Então você terá suas ações de volta.

Rodrigo – Vou ter elas de volta e vou botar ela pra correr daqui.

Alice também já estava sabendo dessa futura derrota e totalmente desesperada tentou todas as cartadas possíveis.

Alice – Que bom que está sozinho, sem aquela puxa saco a tira colo.

Rodrigo – Fale logo o que você quer.

Alice – Meu advogado me ligou.

Rodrigo – Então você já está sabendo.

Alice – Rodrigo, eu acho que está na hora de nos entendermos.

Alice se aproximou do irmão, indo atrás da cadeira dele, tocando seu ombro.

Rodrigo respirou fundo mas ele nem imaginava o que a irmã iria fazer.

Alice – Acho que podemos entrar em um acordo vantajoso pra nós dois.

Rodrigo – Não existe acordo com você Alice.

Alice tocou novamente no ombro de Rodrigo e foi descendo suas mãos pelos seus braços, pernas, até tocar sua rola por cima da calça.

Rodrigo deu um pulo da cadeira, como se tivesse levado um choque.

Rodrigo – O que é isso?

Alice – O que foi?

Rodrigo – Você ficou louca?

Alice – Eu sei que agora você gosta de outra fruta, mas antes você era o garanhão da mulherada, deve ter sobrado um resquício desse seu lado hetero.

Rodrigo olhava a irmã com asco, nojo.

Alice sentou-se na mesa e abriu as pernas, passando as mãos nas coxas, sensualizando para Rodrigo.

Alice – Você não me acha gostosa?

Alice foi deslizando a mão até sumir dentro do seu vestido, mordendo os lábios.

Rodrigo – Você é nojenta.

Alice – Eu nojenta? Porque?

Rodrigo – Somos irmãos.

Alice – hahahaha.

Alice – Como você é hipócrita. Você não é parente nem da minha lavadeira. Podemos transar e não estaremos cometendo pecado algum.

Rodrigo – Eu prefiro morrer do que ter que tocar numa mulher tão baixa como você.

Alice – Comigo você é cheio de não me toques, mas pra trepar com seu irmão dai não tem problema né?

Alice – Não somos nada um do outro, mas você e o Antônio são irmãos, e pra isso seus escrúpulos, sua moral é bem flexível né?

Rodrigo – Cale a boca. Você não cansa de fazer eu criar asco por você?

Alice – As pessoas é que deveriam sentir asco de você e do Antônio, por treparem um com o outro mesmo sabendo que são irmãos, seu imoral, sujo.

Alice saiu da sala e deixou Rodrigo com muita raiva, era incrível como ele subestimava a capacidade da irmã de lhe tirar do sério.

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Nos meses seguinte Maria voltou a ser internada e seu estado de saúde parecia cada vez mais fragilizado.

Rodrigo estava indo buscar a mãe no hospital quando foi abordado pelo pai, seu verdadeiro pai.

Rodrigo – Você!!!

Laercio – Oi filho.

Rodrigo – O que você está fazendo aqui?

Laercio – Fiquei sabendo de sua mãe, fiquei preocupado.

Rodrigo olhava para aquele homem e tentava buscar alguma coisa que remetesse a um vínculo, já que era seu pai, mas a sensação que dava era de estar diante de um estranho.

Rodrigo – Aqui não é o momento e nem o local pra conversarmos.

Rodrigo – E eu acho que minha mãe não quer sua visita.

Laercio – Aquele dia na sua casa estava todo mundo com as emoções a flor da pele. Eu tenho tanta coisa pra lhe contar, você precisa me ouvir, eu mereço isso.

Laercio ia tocar no filho mas Antônio apareceu, ficando ao lado do irmão, fechando a cara para o pai.

Laercio – Oi Antônio.

Laercio – Eu soube que a Ana está internada.

Antônio – Você não vai entrar nesse hospital.

Rodrigo – Está tudo bem Antônio, eu já falei com ele.

Laercio – Eu compreendo, não quero causar aborrecimentos.

Antônio – Será possível que você não pode nos deixar em paz?

Antônio – Minha mãe está doente e eu não consigo entender até agora o porquê dela estar assim, depois de tudo que ela passou na vida.

Antônio – Se esse mundo fosse justo, era você que deveria estar la naquela cama no lugar dela.

Laercio fechou o rosto e com a mão dentro do bolso apertou bem forte, controlando sua raiva por ser afrontado pelo filho.

Laercio – Tudo bem, eu vou embora.

Rodrigo e Antônio levaram Maria para a casa e evitaram contar a visita de Laercio.

Diferente da ultima vez, Maria voltou para a casa de cadeira de rodas, devido a sua fraqueza.

Ao ver a avó Rafael e Arthur correram para abraça-la.

Maria – Que delicia, meus dois principezinhos.

Rafael – Vó, a gente pode andar na sua cadeira?

Antônio – Pode parar os dois.

Maria – Claro que pode, amanhã mesmo estou fora dessa cadeira, tenho 4 marmanjos pra tomar conta.

Cris – Nada disso Maria, agora é hora deles te trataram feito uma rainha.

Rodrigo – A Cris está certa mãe.

Apesar do problema de Maria, o clima estava bem agradável. Rodrigo preparou pizza pra todo mundo e logo depois Antônio levou a mãe até o quarto.

Maria – Não queria dar esse trabalho todo pra vocês.

Maria – Você tem seu trabalho, a faculdade. O Rodrigo tem a empresa, os meninos pra tomar conta e eu sendo esse estorvo.

Antônio – Nunca mais fale isso mãe, você está sempre em primeiro lugar, sempre será nossa prioridade.

Antônio esticou o lençol sobre o corpo da mãe e em seguida sentou-se ao seu lado na cama.

Antônio – Você esta bem mesmo?

Maria – Estou ótima, só um pouco cansada.

Maria – Filho, eu quero que você me prometa mais um coisa.

Antônio – Fale mãe.

Maria segurou na mão de Antônio, olhando em seu rosto.

Maria – Eu não quero voltar nunca mais para aquele hospital.

Antônio – Mas mãe...

Maria – Eu não quero Antônio, meu lugar é aqui, na minha casa, com meus filhos, meus netos.

Maria – Aqui eu me sinto bem, é disso que eu preciso e não ficar naquele lugar gelado, tomando aqueles remédios horríveis.

Antônio enrolou e não prometeu o que a mãe queria. Ele ficou ao seu lado até ela adormecer.

No dia seguinte Rodrigo aproveitou o horário do almoço e foi até o hospital ter uma conversa com Dr. Alexandre.

Dr. Alexandre – Aconteceu algo com a Maria?

Rodrigo – Gostaria de ter uma conversa séria com você.

Com cara de poucos amigos Rodrigo acompanhou o médico até sua sala, disposto a obter respostas para todas as suas dúvidas.

Dr. Alexandre – O que você quer exatamente saber?

Rodrigo – Eu quero saber sobre o caso da minha mãe.

Rodrigo – Quero saber toda a verdade.

Conforme sua vontade, Dr. Alexandre contou tudo que ele precisava ouvir, sem poupar nenhum detalhe.

Rodrigo voltou para o escritório no fim da tarde na esperança de ficar um pouco sozinho antes de ir para a casa.

Sentado em sua cadeira, com a luz da sala apagada nem percebeu quando Carlos apareceu, tocando seu ombro.

Carlos – O que você tem filho?

Rodrigo – Pai!!!

Rodrigo levantou-se e abraçou o pai, chorando.

Mesmo tendo desabafado com Carlos, Rodrigo ainda sentia um peso enorme nas costas e por mais pesado que tivesse decidiu suportar essa carga sozinho, poupando as pessoas que amava.

Maria – Filho!! Você demorou, já estava ficando preocupada.

Maria estava sentada no sofá costurando algumas roupas. Rodrigo se aproximou e a beijou, sentando-se ao seu lado.

Maria – O Rafael e o Arthur rasgam tanta roupa, nunca vi isso.

Maria – Você está pálido, aconteceu alguma coisa?

Rodrigo – Nada, só problemas da empresa.

Maria parou tudo que estava fazendo e deu seu colo para o filho por a cabeça.

Maria – Posso ajudar em algo?

Rodrigo – Não, só quero ficar assim deitado.

Maria – Já sei, isso se chama carência.

Rodrigo olhou para a mãe dando um sorriso, apesar de seus olhos estarem tristes.

Maria – O Antônio saiu com os meninos para tomar sorvete.

Maria – Tem falado com seu pai? O Carlos.

Rodrigo – Sim.

Maria – Estou feliz que vocês se reconciliaram. Acho que agora vocês terão a chance de serem pai e filho de verdade.

Maria – Espero que você perdoe a Stela também.

Rodrigo – Porque você quer isso?

Maria – Porque quando eu...Maria fez uma pausa e refez sua frase.

Maria – Porque eu não quero guardar nenhuma mágoa dentro de mim e também porque eu acredito no amor verdadeiro que ela tem por você.

Antônio chegou com as crianças, fazendo muito barulho. Rodrigo não conseguiu encarar o irmão e resolveu ir para o banho, indo direto pra cama em seguida.

Com os altos e baixos com a saúde da mãe os dois praticamente deixaram a relação deles de lado, ocupando-se integralmente com a casa, os garotos e principalmente com a mãe.

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Carlos – A Alice não vai jantar?

Stela – Ela saiu e sabe se la Deus onde ela foi e confesso que tenho até medo de imaginar.

Carlos – Melhor assim.

Stela – Você parece preocupado.

Carlos – Estava conversando com o Rodrigo na empresa.

Stela – Que bom que vocês estão se dando bem.

Carlos – Stela, o Rodrigo vai precisar muito da gente, muito mesmo.

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Sem ter como deixar o trabalho Antônio pediu para Cris ajuda-lo a cuidar da mãe.

Naquele dia ao chegar em casa já ficou desesperado ao notar que a mãe não estava.

Antônio – Nossa, já estava saindo atrás de vocês.

Cris – Calma, fomos só dar uma volta.

Maria – A Cris tem sido uma ótima companhia.

Cris – Dai aproveitamos e fomos pegar essas duas tripinhas na creche.

Antônio – Mãe a Cris está me ajudando a cuidar de você, mas ela é uma má influência.

Cris – Antônio!!! Você esta vendo Maria, como sou tratada??? Sempre foi assim, desde criança ele tem esse pré conceito comigo.

Maria – Sem brigas meninos.

Cris – Fomos dar uma volta e o próximo passo é instalar um aplicativo de namoro em seu celular Maria.

Arthur – A vovó vai namorar?

Rafael – A vó Maria não pode namorar, ela tem que cuidar da gente.

Rodrigo – Quem vai namorar?

Antônio – Nem queira saber Rodrigo.

Cris – Pronto agora a liga da justiça dos machos machistas está completa. Maria tenho pena de você na mãos desses quatros.

Antes de dormir Antônio foi até o quarto de Rodrigo, o deixando surpreso.

Rodrigo – Oi, precisa de algo?

Antônio – É impressão minha ou você está me evitando?

Rodrigo – Claro que não, só ando um pouco sobrecarregado.

Antônio – Tem certeza?

Rodrigo – Sim.

Rodrigo abraçou Antônio beijando seu rosto, permanecendo grudado nele.

Antônio – Você não imagina o quanto é importante ter você ao meu lado.

Rodrigo – Vou sempre estar ao seu lado.

Antônio – Quando tudo isso passar nós vamos poder finalmente ajeitar nossa vida, não é?

Antônio se afastou olhando para Rodrigo.

Rodrigo – Vamos sim, nós ainda vamos ser muito felizes Antônio.

Os próximos dias foram de mais sufoco, Maria teve uma febre mas se recusou ir para o hospital, preferindo se cuidar em casa.

Com muito custo Rodrigo conseguiu convencer Antônio a acatar o pedido da mãe.

O susto durou alguns dias até Maria apresentar uma significativa melhora.

Maria – Viu, eu falei que ficaria ótima.

Antônio – Você anda abusando mãe, você pensa que não sei que você apronta durante o dia?

Maria – Tenho essa casa pra cuidar, você seu irmão, os meninos, não vou deixar nenhuma doença me abater.

Antônio – Semana que vem vou falar com o Dr. Alexandre, estou achando tudo muito estranho.

Maria – Semana que vem é semana que vem, vamos aproveitar o agora, estou ótima.

Antônio sorriu para a mãe que realmente parecia ótima.

Para sair daquele clima tenso, Antônio aproveitou para confraternizar com os amigos.

Era sexta-feira e todo empolgado inventou de fazer um churrasco a noite.

Rodrigo correu para a cozinha enquanto Bruno, Romeu e Cris se revezavam na churrasqueira.

Simone também apareceu levando a sobremesa.

Maria ficou sentada em uma cadeira, sendo poupada de qualquer esforço.

Maria – Valdir, que surpresa boa.

Valdir – Como vai minha amiga? O seu Rodrigo me convidou.

Rodrigo – Valdir, pare de me chamar de seu Rodrigo.

Valdir – Força do habito.

Enquanto os adultos “trabalhavam” Rafael, Arthur e Ritinha brincavam com Chico no quintal.

Antônio – Esta feliz mãe?

Maria – Muito, adoro essa casa cheia.

Antônio – Estou tendo uma ideia, podemos ir ao parque amanhã, fazer um pique nique.

Cris – Eu to dentro.

Bruno – Também topo.

Maria – Eu também estou precisando sair um pouco de casa mesmo.

Após o jantar Valdir foi embora e Bruno e Simone também foram em seguida.

Mesmo sendo uma noite agradável Maria ficou um pouco cansada e Rodrigo a levou para o quarto.

Maria – Meu filho me levando para dormir, tem alguma coisa errada ai.

Rodrigo – Pois é, quantas vezes você não fez isso comigo hein Dona Maria.

Rodrigo sentou-se ao lado da mãe, conversando com ele, não demorou e Antônio apareceu, sentando-se do outro lado da cama.

Maria – Todo mundo já foi embora?

Antônio – A Cris ainda está aqui, acho que ela vai dormir aqui.

Antônio – Mãe, você está se sentindo bem mesmo? Se não deixamos o pique nique para outro dia.

Maria – Eu estou ótima filho.

Rodrigo – O Antônio parece criança né mãe.

Antônio – Já programei tudo, vi na internet e ta dizendo que amanhã vai fazer muito sol e sem chuva.

Antônio – Vou acordar bem cedinho pra ir comprar algumas coisas na padaria, pra podermos levar.

Rodrigo – Está bem, eu vou preparar alguma coisa pra gente levar, sabia que ia sobrar pra mim.

Rodrigo e Antônio deitaram cada um de lado da mãe, conversando sem parar.

Rodrigo – Como o Antônio é todo certinho né mãe, vai ter um ataque se alguma coisa sair do planejamento dele.

Antônio – Você é chato hein.

Rodrigo empurrou o irmão com pé.

Maria – Parem de brigar meninos.

Maria – Vai ser tudo do jeito que você planejou Antônio.

Maria – E sem briga os dois.

Antônio – Mas é ele que começa.

Rodrigo – Começo nada, você que é certinho de mais, só porque é mais velho.

Antônio – E você deveria me respeitar, já que sou mais velho.

Rodrigo – Há Há Há, vai sonhando. O mais forte sou eu.

Maria – Parem os dois.

Maria – Quando vocês eram crianças vocês não brigava assim.

Rodrigo – Eu não lembro de nada.

Antônio – Eu me lembro de algumas coisas.

Rodrigo – Fale um pouco dessa época mãe.

Maria colocou o braço em volta dos dois filhos enquanto relembrava o passado.

Maria – Nossa vida era um pouco difícil. Éramos muito pobres.

Rodrigo – E seus pais? Nossos avós.

Maria – Minha mãe morreu muito cedo, eu ainda era uma criança, mas lembro dela até hoje, ela era tão linda.

Maria – Nossa vida era muito sem perspectiva. Eu já era mocinha quando seu avô morreu.

Maria – Esse dia foi um dos mais triste da minha vida, meu pai era tudo pra mim, meu alicerce, meu porto seguro.

Maria – Depois me casei, parei de estudar. No começo achei que ia ser feliz, mas estava completamente enganada.

Maria – Só voltei a sorrir quando você nasceu Antônio, não pensei duas vezes e coloquei o nome do seu avô em você.

Rodrigo – E o meu nome mãe? Teve algum significado especial?

Maria – Teve sim, coloquei Guilherme porque achava um nome muito bonito, e isso já é um bom motivo pra ser especial.

Maria – Minha vida era muito infeliz, mas era só olhar pra você Antônio que minha felicidade voltava a nascer.

Maria – Depois fiquei gravida de você Guilherme.

Maria – Acho que seu irmão ficou mais eufórico do que eu. Todo dia ele ficava perguntando para mim quando você ia sair da minha barriga pra ir brincar com ele.

Antônio olhou para o irmão, dando um sorriso.

Maria - Vocês dois foram os grandes amores da minha, você, Antônio, meu príncipe com cabelo de anjo, e você, Guilherme.

Rodrigo nem se importou em ser chamado por Guilherme.

Maria – O destino nos separou, trouxe dor pra todos nós, dificuldades, mas apesar de tudo eu posso dizer que a vida valeu a pena.

Deitada ao lado dos filhos Maria segurou nas mãos deles, dando um beijo em cada uma.

Maria – Apesar de tudo eu só me resta agradecer a Deus pela família linda que eu tive.

Antônio – Mãe...

Maria – Meus filhos, me prometam uma coisa.

Maria – Prometam que um sempre vai cuidar do outro.

Rodrigo – A gente promete mãe.

Maria – E me prometam também que vocês irão ser felizes?

Maria – Independente das escolhas que vocês fizerem, seja ela qual for, prometam serem felizes.

Antônio – Eu prometo mãe.

Antônio de um beijo no rosto da mãe, colocando a cabeça em seu ombro.

Rodrigo – Eu também prometo.

Rodrigo fez o mesmo, deitando a cabeça no ombro de Maria, ficando cara a cara com Antônio.

Maria – Vocês dois não tem ideia do quanto eu estou feliz. Eu amo muito vocês.

Maria – Agora vamos dormir, porque amanhã vocês dois terão um dia muito cheio.

Maria deu um beijo na cabeça de Antônio e de Rodrigo, em seguida ficou fazendo um som com a boca, como se tivesse ninando duas crianças.

Antônio e Rodrigo ficaram o tempo todo olhando um para o outro até caírem no sono.

==

O dia tinha acabado de amanhecer e os primeiros raios de sol começaram a invadir o quarto.

Lentamente Antônio foi abrindo os olhos, se acostumando com a luz refletindo direto em seu rosto.

Ao acordar a primeira coisa que viu foi o irmão dormindo a sua frente. Em seguida esticou o braço tentando alcançar a mão da mãe.

Ao tocar na mão de Maria, Antônio sentiu um forte aperto no peito, enquanto seus lábios tremiam sem parar.

Imediatamente seus olhos se encheram de lágrimas ao mesmo tempo que uma sensação horrível dominava todo seu corpo.

Tremendo muito só conseguiu soltar um grito abafado.

Antônio – Mãe!!!!

Continua...

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Comentários

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Por mais que sabemos que a morte é uma certeza ela sempre nos deixara surpresos....

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que triste:'(, eu ainda tinha esperança de Maria fosse sobreviver

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Acompanho suas obras há anos, mas essa me chamou bastante a atenção:- Loque q eu a comecei a ler, comecei a namorar um rapaz chamado Rodrigo e meu nome é Antonio, coincidência, né?- Depois minha mãe descobre q tá com câncer e falece, outra coincidência, talvez.- Agora a Maria conta que o nome do Antonio é em homenagem ao avô dele, o mesmo aconteceu comigo. - O pai do Antonio detesta ele, o meu tbm me detesta...Sei lá, e bobagem, mas é muita coincidência.

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Esse foi uma barra bem pesada, quem ja perdeu a mãe, sabe o que é esse sentimentos, 1000 pra vc

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QUALQUER FORMA QUE O CONTO SEJA ESCRITO É INTERESSANTE QUANDO O CONTO É BOM, E DE BOA QUALIDADE. QUANDO CONSEGUE PRENDER E PROMOVER EMOÇÕES E REFLEXÕES. O QUE SERÁ MAIS QUE FALTA PARA ALICE APRONTAR? CREIO QUE DESSA VEZ MARIA NÃO CONSEGUIU SUPERAR OS PROBLEMAS DE SAÚDE. SERÁ UMA PERDA INESTIMÁVEL PARA OS FILHOS E NETOS. E MAIS UMA VEZ OS MAIS AFETADOS COM CERTEZA SERÃO ANTONIO E RODRIGO. MAS O QUE SERÁ QUE O MÉDICO DISSE AO RODRIGO?

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Para muitas civilizações a morte ainda é um assunto indigesto,em que a saudade do ente querido é uma ferida aberta de difícil cicatrização,contudo que a religião pode atenuar essa dor,o destino,o carma, os desígnios divinos tornam a vida um mistério,por isso o melhor a ser feito é aproveitá-la o máximo.Parabéns pelo talento e disposição que tens conosco.Prefiro na terceira pessoa.

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😭😭😭😭😭😭😭😭😭 aí, meu 💔. Não queria que o conto chegasse ao fim não. Curto ele assim escrito na 3 pessoa mesmo. Abração.

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