Angel and the Devil parte 18

Um conto erótico de Halloween
Categoria: Homossexual
Contém 2598 palavras
Data: 20/02/2018 16:01:53

PARTE 18

Minha ligação com Felipe era incrível, não precisava falar muito que ele já sabia do que eu estava pensando, ele me conhecia melhor do que eu mesmo, realmente ele era a minha metade, muitos anos se passaram depois que saí de Jundiaí e eu tinha mudado radicalmente tanto em aparecia quanto em personalidade.

Eu já não era mais aquele garoto triste e acuado, com medo do que as pessoas pudessem falar sobre minha orientação sexual, desde os 14 anos comecei a ir com o Felipe para a academia, primeiramente para cuidar do que era meu, afinal, ele sempre chamava atenção, mas como minha mãe sempre dizia, os seres humanos têm por natureza ser preconceituosos e eu deveria saber me defender.

Já não era mais um garoto magricela, meu corpo fora modificado ao longo dos anos, eu estava totalmente torneado, com os músculos devidamente no seu lugar mas, não era bombado, óbvio que o Felipe além de continuar maior que eu em estatura, já estava com 1.85 de altura, completamente definido, ele adorava esportes, como futebol, e fazia academia 05 vezes por semana há muitos anos!

Tudo já estava acertado, deixei as coisas em ordem no meu escritório junto com o Felipe no escritório dele com minha mãe, eles eram sócios e estávamos prontos para voltar para a cidade no qual um dia fui humilhado.

Nunca me esqueci do dia que apanhei de meu pai Carlos, com auxílio do meu irmão Regis, vendo minha irmã Raquel rindo de minha situação daquele momento, com a omissão de minha mãe e sua cara de nojo. Por mais que aquilo não me afetava mais, pois não tinha nenhum carinho para com aquelas pessoas, o nervosismo tomava conta só de lembrar que eu estava indo encontrar alguém especial.

A única pessoa que não se levantou contra mim, pelo contrário, me ajudou quando todos me viraram a cara, naquela época, ela tinha apenas 13 anos, mas me ajudou com tudo o que tinha, foi a minha irmã Rebeca, essa já estava em meus planos, o teria apenas a minha indiferença!

Fomos para casa, fizemos uma mala apenas para poucos dias, afinal, minha vida não era mais naquela cidade, e não tinha a intenção de permanecer naquele lugar por muito tempo, logo já estávamos no carro!

Felipe: como você está? - falou ele segurando a minha mão enquanto dirigia pela rodovia Anhanguera.

Rafael: não vou negar que estou apreensivo - respondi - mas estou indo porque preciso resolver esta pendência do meu passado! Sinto-me em débito com minha irmã, só por esse motivo que estou indo, caso contrário não voltaria para esta cidade!

Felipe: e o que você vai fazer assim que chegarmos? - ele estava preocupado com que o que estava planejando, afinal não tinha dado muitos detalhes do que eu irai fazer!

Rafael: Nada de mais! Só estou indo para ver minha irmã! Sei que ela estará com minha antiga família e eles podem me receber de forma negativa, mas não se preocupe meu amor, o que eles me falarem não irá me afetar, pois a opinião deles não me vale de nada! - já tinha superado muita coisa! Palavras de preconceito contra minha orientação sexual de pessoas que não tem nenhum valor em minha vida não me atingiriam mesmo! Fui verdadeiro com Felipe!

Felipe: ok, estarei sempre ao seu lado! - falou por fim sorrindo!

De São Paulo a Jundiaí não era muito longe 60 km de distância, 30 minutos de carro! Chegando à cidade fomos logo procurar um hotel para ficarmos, ficamos num hotel bem elegante na Rua 09 de julho, a rua mais nobre da cidade, tinha mudado muito naqueles últimos 8 anos.

Demos à entrada no hotel, nos instalamos e comemos alguma coisa por lá mesmo e já fomos para a minha antiga rua, era uma sexta feira, iríamos ficar até o domingo, a minha antiga rua parecia que nada tinha mudado, continuava bem abandonada pelo atual prefeito, lembrava o caminho que fazia para ir para escola, mercadinho, ou até mesmo na igreja.

Minha antiga casa dava para ver que nada tinha mudado exceto que o muro da frente estava mais esverdeado de coloração de verde musgo e umas partes do muro pretas, como se fosse mofo.

O portão meio enferrujado e a calçada estava esburacada, Felipe quando viu minha antiga casa, viu que não tive uma infância de luxo, na verdade ele já sabia, mas não sabia que era tão precário assim!

Estávamos dentro carro e permanecemos lá por um bom tempo ate que tive uma surpresa, vi Rebeca chegando com algumas sacolas de compras vindo em direção à casa, deveria estar voltando do mercadinho!

Rafael: é ela! A minha irmã! - apontei para o Felipe que logo se virou para ver quem era e já fui saindo do carro indo em sua direção!

Mesmo após ter se passado 8 anos, hoje ela estaria com 21 anos, pude perceber que ela não tinha perdido aquele rosto angelical que possuía, era ela! Cabelo castanho claro, volumoso e grande, estava esbelta, pele clara, sem manchas na face, toda distraída mexendo em seu celular, dava para ver que era um aparelho simples!

Jamais me esqueci que ela me deu seu dinheiro do cofrinho dela para me ajudar, mesmo sabendo que ela vinha guardando há muito tempo para comprar seu primeiro celular! Até que cheguei até ela!

Rafael: você quer ajuda? - ela me olhou meio assustada - com as sacolas?

Rebeca: não obrigada, já estou chegando em casa! - falou ela meio receosa, não me reconheceu, também pudera, estava totalmente mudado de aparência e com vestimentas de alto padrão!

Rafael: de todos nessa cidade você é a única que eu quero ajudar! - falei com um sorriso, sentia que meus olhos deviam estar brilhando, irradiando felicidade!

Rebeca: olha me desculpe, não quero ser mal educada, mas não lhe conheço - ela estava nervosa, deu um passo para traz, eu estava a assustando!

Rafael: Você me conhece sim! Você foi a única a me estender a mão quando mais precisei! Não esqueci que abriu mão do seu dinheiro de comprar seu primeiro celular para me ajudar! - falei com olhos marejados, tentando conter o choro.

Rebeca: Rafael? É você? - eu fiz que sim com a cabeça, eu já estava chorando não consegui segurar, ela colocou a mão na boca, ela estava chocada, não esperava me ver depois de tanto tempo, a cara de incredulidade de minha irmã foi sumindo com um sorriso e dando espaço para um berro!

Rebeca: AHHHHHHHHHHHHH não acredito! - ela simplesmente pulou em meus braços e eu a girei, ela não parava de pular e eu pulava junto com ela! - meu Deus! Rafa há quanto tempo, nunca mais pensei que um dia eu fosse voltar a vê-lo!

Rafael: só voltei por você minha irmã! - já voltamos nos abraçar novamente! 8 anos de espera! E ela estava ali na minha frente, a única pessoa que eu senti saudades!

Rebeca: nossa Rafa ainda não estou acreditando! Muita coisa aconteceu enquanto você não estava com nossa família e ... - ela foi interrompida por mim!

Rafael: sua família! Não é a minha, só você é minha família! - falei sério, ela parou de sorrir um pouco e me encarou nos olhos.

Rebeca: sei que está magoado Rafa, mas a nossa família... - interrompi novamente

Rafael: sua família Rebeca, eu não faço mais parte desta família! - fiz um sinal com a cabeça para o Felipe e ele veio em minha direção me abraçando pela cintura com uma de sua mão, ficando ao meu lado! Rebeca ficou paralisada e de boca aberta, afinal, Felipe era muito lindo mesmo, vi que ela ficou nos olhando até que ela percebeu o que estava acontecendo e ficou toda corada!

Rebeca: você... vocês... estão... não acredito! - ela estava apontando para nós dois toda confusa e eu comecei a rir!

Rafael: acho que é exatamente o que você está pensando! - tanto eu quanto Felipe rimos!

Felipe: prazer cunhadinha! Me chamo Felipe! - ele estendeu a mão para ela.

Rebeca olhou a mão dele por um 5 segundos, acho que ela estava tentando assimilar todas as informações que estava recebendo, depois olhou para ele com os olhos marejados, dispensou o aperto de mão dando um leve empurrão para o lado e foi em direção do Felipe e com um abraço falou!

Rebeca: obrigada por cuidar do meu irmão enquanto estive ausente! - ela começou a chorar! – eu não tinha idade para protegê-lo. – ela estava emocionada.

Felipe: foi um prazer protegê-lo em sua ausência, e eu sei que você não tem culpa nenhuma, não tem que se justificar! – eu já estava todo emocionado com aquela situação e já fui logo abraçando os dois!

Aquele era um momento único que estávamos vivendo, tive o reencontro com minha irmã, que até esquecemos onde estávamos!

Marli: REBECAAAA!!!!! – gritou uma senhora de meia idade, vestida com uma roupa meio velha, de saias jeans longas, cabelos grisalhos amarrado com um rabo de cavalo, cheia de rugas, e olheiras, ou seja, judiada pela vida, estava em frente ao portão olhando nós três nos abraçando! Logo que a vi, sabia de quem se tratava, era minha mãe biológica.

Rebeca: oi mãe! - falou aflita se soltando de nosso abraço!

Marli: oi mãe que nada! Venha já para casa! Aonde já se viu ficar agarrada no meio da rua com dois homens? - Marli estava brava, Rebeca me olhou nos olhos e falou apenas para eu e Felipe ouvir!

Rebeca: posso falar para ela? - afirmei com a cabeça, não queria que ela sofresse alguma penitência por minha causa, conhecia muito bem aquela família.

Ela foi em direção à Marli que ficou com suas mãos na cintura olhando para ela com cara amarrada e eu e o Felipe fomos logo atrás!

Rebeca: mãe não estava agarrada com qualquer homem. - falou ela com firmeza

Marli: a não? E o que foi que eu vi? - falou Marli bufando de raiva!

Rebeca: não mãe, você me viu abraçando o Rafael! - falou ela apontando para mim! - o meu irmão!

Do nada, a raiva saia da cara da Marli e se voltou para mim, sua face demonstra, surpresa, remorso e culpa, vi seu olhos ficarem lacrimejados.

Marli: Rafael? - falou olhando para mim e eu com uma cara sem demonstrar nenhuma emoção, afirmei que sim! - meu filho! - ela veio me abraçar, quando deu um movimento de vir em minha direção dando um passo a frente ela me viu me afastando dando um passo para trás.

Rafael: não sou seu filho! Não sou seu parente! Não sou nada seu! Você é simplesmente a mãe da minha irmã somente, nada mais! - falei com indiferença!

Rebeca me olhou incrédula não acreditava no que estava acontecendo, mas não poderia mentir dizendo que me sentia de sua família, pois, não seria verdadeiro. Marli saiu correndo para dentro de casa pelo corredor estreito, gritando, pelo jeito, chamando meus familiares que estavam lá dentro, Rebeca veio até a mim, Felipe sempre ao meu lado, não falou nada, ele me conhecia melhor do que a mim mesmo!

Rebeca: porque falou aquilo para nossa mãe? Eu sei o que eles fizeram para você, mas... - a interrompi pela terceira vez!

Rafael: maninha, acho que você que não está entendendo! É que... - quando fui explicar vi Marli, Carlos, Regis e Raquel, meus antigos familiares.

Regis: o que faz aqui? - falou autoritário - vamos responda? - ele estava diferente da última vez que eu o vi, estava com barba, mas mal feita, todo desleixado e com aquela barriga de chopp.

Felipe: abaixa o tom de voz, porque se você gritar com ele na minha frente mais uma vez, você gritará de dor - falou apontando o dedo na cara do meu irmão e se recuou todo.

Rafael: calma, ele não seria louco de vir para cima de mim, pois se tentasse eu mesmo o deixaria estirado no chão! - todos se arregalaram os olhos para mim meio que surpresos com minha resposta

Felipe: mesmo assim, ninguém rela e ninguém toca no que é meu! - pronto! Agora eles ficaram paralisados pelo que meu amor tinha acabado de falar, eu olhei para ele e apenas sorri!

Rafael: respondendo sua pergunta Regis, eu estou aqui para falar com sua irmã Rebeca, somente com ela, vocês se quiserem, podem voltar ao seu cotidiano normal, podem ir! - falei friamente, não estava entendendo a reação de minha mãe e de meu pai biológicos eles estavam quietos demais, nem me xingaram ainda!

Carlos: filho, precisamos conversar com você, eu... - interrompi, já estava cansado de todos pensarem que eu ainda fizesse parte desta família!

Rafael: chega! – falei dando um basta, e todos me olharam - não estou entendendo? Quando sai por esta porta há 8 anos atrás, me lembro muito bem de vocês falarem que eu estava morto para vocês, só que vocês se esqueceram de uma parte importante nisso tudo, não foram só eu que morri para vocês naquele dia, vocês também morreram para mim a 8 anos atrás, - vi que eles estavam surpresos com aquilo que eu estava falando e continuei - não me chamo mais Rafael Vasconcellos, me chamo Rafael Matarazzo, hoje tenho uma mãe maravilhosa que me ama do jeito que sou, um pai dedicado, que sempre está ao meu lado me apoiando em minhas decisões, uma sogra e um sogro que tenho como meus segundos pais, e o amor da minha vida que sempre esteve do meu lado, me cuidando, protegendo e me amando a cada dia mais! Então não me chame de filho, pois minha mãe se chama Laura e meu pai se chama Pedro!

Falei tranquilamente, sem exaltar minha voz, colocando um ponto final naquilo de me tratar como família, nós não éramos mais! Vi que eles estavam chocados, não pareciam acreditar e vendo isso o Felipe começou a falar!

Felipe: o que o Rafa disse é a mais pura verdade! Assim que vocês o abandonaram na rua, ele foi para São Paulo e lá em uma praça ele conheceu uma mulher que o levou para sua casa, ele contou sua vida para ela e ela, sendo estéril, não acreditava que existiam pais como vocês que fariam isso com uma criança simplesmente pela sua orientação sexual! Assim, sabendo ela que não podendo ter filhos e amaria o Rafa incondicionalmente mesmo gostando de meninos, pediu a guarda dele, e consequentemente abriu um processo de adoção, sendo mãe dele legalmente falando.

Rebeca: então você só veio para Jundiaí para me ver? Já que você já tem uma família? - falou ela pasma com as informações que Felipe despejou de uma vez só!

Rafael: sim, não vim aqui perdoar ninguém e muito menos pedir a benção ou aceitação deles - falei apontando para minha antiga família - eu vim por você! A única que me ajudou e a única que tenho um carinho de irmão.

Raquel: minha irmã não andará com pessoas como você! - falou ela com desprezo, eu apenas sorri para ela não me importando do que vinha da parte dela referente a minha pessoa.

Marli: para Raquel! Depois do que fizemos, ele tem o direito de não nos querer por perto! - falou ela com um olhar triste! – merecemos isso.

Rafael: vejo que continua do mesmo jeito - falei olhando para Raquel, olhei sua barriga e falei! - não julgue as pessoas quando não se é exemplo de absolutamente nada! Já está casada?- ela abaixou a cabeça, vi que não e continuei - Pelo menos sabe quem é o pai?

Raquel: claro que sei! Está pensando que sou o que? - respondeu ela se exaltando!

Rebeca: o pai é o seu antigo amigo Rafa, o Daniel! - eu olhei para minha irmã na hora, Felipe me olhou para reparar minha reação, quando olhei para ele eu sorri!

O mundo dá muitas voltas!

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Comentários

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Noossa realmente 9 mundo dá voltas, gosteii ..

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Só não quero uma reviravolta para ele ficar com o Daniel, eu amo esse conto♡♡♡♡

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Caraca que revelador, mas mesmo assim eu acho que ele vai perdoar os pais. Continua mano, ancioso aqui.

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