Republica Masculina 2.0 - Parte IV

Um conto erótico de Rafa Villar
Categoria: Homossexual
Contém 1485 palavras
Data: 28/01/2018 10:31:36

Acordei e o Matt estava olhando pra minha cara:

-Bom Dia, gostoso! –falou.

-Bom Dia, delicia!

-Acho que já chega né?

-Mas está tão bom aqui do seu lado! Vai me dizer que tá ruim?

-Não é isso... acho que tá bom desse nosso relacionamento. Eu não aguento mais.

-Não aguenta o que? Eu paro de pedir sexo toda semana... Mas eu não posso perder você.

-Esse não é o problema. Você nunca vai me perder, eu que nunca vou te ter! –falou com lágrimas nos olhos.

-É sério que tu vai fazer isso comigo? –perguntei ao Matt.

-Não sou eu que estou fazendo isso contigo, é você mesmo. Eu não aguento mais criar esperanças que você vai mudar e com um estalar de dedos você vai começar a me amar da forma que eu te amo. Nesse tempo que a gnt passou junto, se é que eu posso falar isso, eu aprendi uma lição muito importante com você: me amar em primeiro lugar! –falou enquanto se levantava e começava a vestir sua roupa. Eu ainda estava sem acreditar em tudo em que ele estava me dizendo. Ele saiu do quarto e nem olhou pra mim. Aquilo não podia tá acontecendo. Não aceitava que estava acontecendo daquela forma, eu gostava muito do Matt e aquele sentimento era incontestável, mas infelizmente não podia amar como homem, não era aquilo que eu queria pra mim. Também não adiantaria eu assumir um relacionamento com ele sem estar afim daquilo, ia fazer mal pra ele, pra mim, pra nossa amizade...

Adormeci pensando em tudo que aconteceu e nas palavras do Matheus, quando acordei percebi que estava ainda pelado e no meio de uma zorra, tudo melado. Era hora de reorganizar o quarto. Primeiro tomei um banho, me vesti e depois troquei os forros da cama, e arrumei todo o resto do quarto, olhei o relógio e percebi que ainda era muito cedo: 7:30! Desci e fui na cozinha ver se alguém estava preparando alguma coisa e como eu já imaginava não havia ninguém por lá, fui para a sala assistir um pouco e esperar alguém descer para fazer alguma coisa pro desejum. Pouco depois o Matheus entra pela porta da sala e me cumprimenta:

-Bom dia! –ele pareceu estranhamente normal

-Bom dia! –respondi animadamente, talvez ele não fosse levar aquela ideia idiota a frente. Quando ele passou por mim eu o segui e quando o alcancei o abracei por trás cheirando seu pescoço, rapidamente ele deu uma cotovelada no meu pescoço

-Você deve estar louco! O que você pensa que está fazendo?

-... ué cara, eu pensei que...

-Você não devia pensar nada, você nunca pensa nada! Tá achando o que? Que eu tava brincando ontem? Não é porque eu te trato bem que eu quero sexo. Vou tentar te tratar bem porque eu não sou infantil. Mas se você ficar forçando a barra você só vai ter de mim um tratamento de mero conhecido de república. Agora me deixa preparar essas panquecas pra TODO MUNDO comer, porque aqui na geladeira não tem nada e EU estou morrendo de fome.

Se as palavras do dia anterior ainda estavam na minha cabeça essa de agora eu estava sentindo que ia ficar por ainda mais tempo. Subi pro meu quarto sem nem falar nada, afinal nem tinha nada que falar não é? Fiquei lá por um tempo até que mais uma vez peguei no sono. Acordei com alguém batendo na minha porta:

-Quem é? -perguntei com voz meio sonolenta

-sou eu cara, o Dinho!

-Pode entrar, parceiro.

-O que tá acontecendo? –ele falou enquanto entrava e já sentava.

-Não tá acontecendo nada... –tentei mentir, mas acho que ele não se convenceu muito.

- Cara, eu te conheço desde a época que a gnt era muleque, a gnt sempre foi brother e conhece um ao outro melhor que ninguém, até acho que você devia ser meu irmão gêmeo e não o desmiolado do Guto! –nessa hora eu esbocei um leve sorriso – Pelo menos já sei que não sou eu. Fala o que é que tá te deixando assim cara. A gnt é brother!

-Eu sei cara, é que... é meio difícil... até pra mim, entende?

-Completamente! Mas esse seu problema tem nome, sobrenome e dorme no quarto ao lado. Nem vou perguntar se acertei porq eu sei que sim.

-Cara, -nessa hora comecei a me abrir com ele, não iria ter mais jeito, ele já sabia que tudo mesmo, não tinha porq mentir- ele veio com um papo de encerrar as nossas transas. Veio dizendo que umas coisas estranhas que ele me amava e que não ia me ter, mas ele me tem quase todo dia nele, não é suficiente? Eu nunca prometi amor a ele, ele sabe disso, eu nem sabia que ele queria amor! Achava que ele só queria sexo, e eu oferecia.

-Do mesmo jeito que te conheço eu também conheço o Matt, menos do que você, mas conheço, eu até já tive um rolo com ele e terminei justamente porque sabia que ele te amava e isso só atrapalhava tudo. Hoje, felizmente, somos bons amigos. Mas o que acontece é que essa história de vocês não vai dar certo nem aqui e nem em Paris. Ele te ama, cara. Não é pouca coisa, ele quer algo mais de você, não só sexo, nem rola, nem putaria nem nada disso. Ele faz amor com você e você come ele, percebe a diferença?

-Mas...

-Mas nada cara. Essa decisão foi a melhor que ele poderia ter tomado, para de pensar um pouco em si e pensa também um pouco nele.

-Você diz isso porque quer fuder aquele rabo sozinho. Pensa que eu não sei...

-Mano, escuta o que tu tá dizendo. Eu tou aqui como teu amigo, e além do mais eu tou de rolo com uma mina linda, e quero que esse rolo se firme.

-Desculpa, eu tou já pensando em mais nada nessa porra! Eu só... –Alguém batia na porta- Quem é?

-É o Guto! Tem um carinha lá em baixo querendo conhecer a casa. Vocês podem descer?

-Vamos descer agora, só um instante –respondeu o Dinho.- Vamos lá. Sai dessa cama e vê se veste alguma coisa, o Bernardo não deve ter saído daqui com uma impressão muito boa de você, seu puto! –falou isso enquanto dava alguns tapinhas em mim.

-Eu tenho certeza que ele tem muitas impressões boas de mim, mas eu vou me comportar hoje, prometo. –iria mesmo, tava sem clima pra me exibir, não que eu precisasse de clima, mas não tava me sentindo muito legal pra fazer aquilo.

Descemos juntos e quando chegamos na sala eu vi o carinha que estava se candidatando a vaga, de cara já achei ele muito bonito e extremamente amostrado. Ele estava esparramado no sofá da nossa sala que parecia que ele já tinha tomado posse daquele lugar. Fiquei bolado com aquilo, quem era ele pra fazer aquilo? Não gostei nem um pouco, mas também não falei nada. Sentamos nos outros lugares e o Guto ficou em pé já que um sofá estava sendo ocupado pelo postulante a vaga, que aliás eu nem sabia o nome:

-Bom cara, eu me chamo Rafael – comecei falando- mas pode me chamar de Rafa, esse aqui é o Anderson

-Pode me chamar de And, cara – me interrompeu Anderson

-Esse é o Augusto

-Guto pros marmanjos e Gutinho pras novinhas haha

-E esse é o Matt

-Matheus, prazer – falou Matt enquanto me fuzilava com os olhos e ao mesmo tempo ia apertar a mão do carinha que ainda não sabia o nome.

-O prazer é meu – respondeu o carinha – Meu nome é João! – João... Então era esse o nome do cara arrogante que queria morar na república.

-Bem cara, eu acho que você quer conhecer a casa e tal né? Você faz esse favor, Dinho? –Ele concordou com a cabeça – Então okay! Vou pro meu quarto que eu tou morto de cansado – percebi que Matt fez uma cara de desdém. Que porra tava acontecendo com ele? – Tomara que você goste da casa e venha morar conosco!

Subi pro meu quarto e deixei eles lá em baixo, não estava com paciência para nada naquele dia. Tentei dormir, mas eu não tava sendo conseguindo nem um pouco, me mexia na cama mais do que galeto na máquina. Tempos depois eu escutei passos e vozes no corredor e identifiquei que eram o Dinho e o João. Não tava com vontade de falar com eles de novo, então fingi que estava dormindo para quando eles abrissem a porta não precisar falar com eles. Assim que eles abriram as portas escuto João perguntando pro And se eu sempre era assim, And pergunta “Assim como?” e ele responde “Marrento”. PQP! Se ele queria morar aqui na república naquele momento ele tinha perdido as chances dele, não iria permitir que ele morasse aqui, não mesmo.

to be continue

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