Segredos de Uma Cidade - Cap 1

Um conto erótico de RickRiber
Categoria: Homossexual
Contém 1172 palavras
Data: 27/01/2018 16:20:33

Segredos de Uma Cidade....

Esse era, sem sombra de dúvidas, o pior dia da minha vida. Jamais imaginei que chegaria a esse ponto. Logo eu, o maior nerd da escola, sem vida social, virgem aos 17 anos, estava a frente de um juiz ouvindo as acusações feitas contra mim: depredação de patrimônio publico e privado, perturbação da ordem, atentado ao pudor. Minhas mãos suavam, eu tremia e não conseguia encarar ninguém. Esperava que tudo não passasse de um terrível pesadelo, mas fui tirado dos meus devaneios pela estrondosa voz grave do Juiz. Os grandes e brilhantes olhos azuis dele encontraram os meus e eu enrubesci. Tinha a sensação que esse homem imponente conseguia enxergar o mais profundo da minha alma.

Juiz Robson: André levante-se! Conte-nos a sua versão dos fatos.

André: Sr. Juiz... Digo Excelência, eu estava em uma festa com o pessoal da escola e fui desafiado a beber tequila por alguns rapazes... Não estou acostumado a beber, muito menos participar desses eventos, queria me sentir parte do grupo pelo menos uma vez... Assim fomos virando dose atrás de dose de tequila e cada vez mais eu me embriagava e perdia a noção dos meus atos... Sei que não é justificava, mas sóbrio jamais teria feito nenhuma dessas coisas... Estou muito envergonhado e arrependido...

As lágrimas corriam dos meus olhos enquanto falava e a expressão no rosto do Juiz Robson não mudava, ele mantinha o olhar fixo em mim.

Juiz Robson: Quem eram os rapazes que o desafiaram?

André: O Marcos, o Vicente, o Roberto e o Paulo.

Juiz Robson: Mas nenhum deles foi visto quando você foi preso.

André: Não consigo me lembrar de boa parte do que aconteceu a noite. Na verdade, só me lembro do que aconteceu durante a festa, depois é um grande branco...

Juiz Robson: Entendo, os médicos relataram que isso poderia acontecer, devido a quantidade de álcool detectada no seu sangue.

Eu jamais deveria ter me metido nessa encrenca. Prestes a fazer dezoito anos, com muitas provas de vestibular a frente, não poderia colocar meu futuro em risco. Infelizmente estar perto do Vicente me deixava burro. Sempre tive uma queda por ele e sempre fui esnobado. Como a esperança é a ultima a morrer eu me senti nas nuvens quando ele me chamou para participar da brincadeira. Tudo fazia parte do plano deles para me humilhar. Eles conseguiram. Novamente fui tirado dos meus pensamentos pela voz do Juiz Robson.

Juiz Robson: Como nenhum dano irreversível foi causado e devido ao seu histórico, vamos sentencia-lo a prestar serviço comunitário por até um ano. Espero não o rever nesse tribunal novamente senhor André, pelo não como réu.

André: Sim senhor Juiz... digo Excelência... Obrigado!

O meu maior temor era ser preso. Prestar serviço comunitário era uma pena justa pelos meus atos. Jamais cairia na conversa de ninguém novamente. Na saída do julgamento meu pai me recebeu com um forte abraço. Ele é um homem forte, alto, um pouco rustico devido ao trabalho braçal realizado durante toda a vida. Bem diferente de mim que sou franzino e um pouco refinado, devido a minha mãe. Depois de me dar mais uma bronca pelas besteiras que me levaram aquele lugar, fomos caminhando em direção ao carro. Enfim iria para casa, depois de cinco dias na carceragem da delegacia da Cidade que mais pareceram cinco anos. Enquanto eu me perdia em pensamentos, meu pai afagava meus cabelos, de um jeito bem carinhoso, me fazendo sentir amado e querido.

Armando: Nunca mais faça isso comigo. Só temos um ao outro agora. Precisamos ter uma relação sólida, de confiança, companheirismo. Quero ser seu melhor amigo para tudo.

Meu pai estava com olhos marejados, muito emocionado assim como no dia em que mamãe decidiu nos deixar para viver uma nova vida em outro país. Nós dois sofremos muito e isso ajudou a nos aproximar, mas eu ainda não conseguia me abrir totalmente com ele.

André: Prometo pai, serei um novo homem a partir de agora.

Passamos uma parte da viagem até em casa em silencio e a outra conversando sobre o futuro.

Eu já estava formado no Ensino Médio e prestaria vestibular para grandes Universidades. Sempre fui um aluno dedicado e descido. Agora estava com muitas duvidas sobre a profissão que seguiria.

Em casa nós jantamos, conversamos um pouco e eu pude ter uma agradável noite de sono. Nada melhor que nossa casa, nossa cama. Os dias que se seguiram foram tranquilos. Ajudei meu pai com os serviços de casa e também na Marcenaria. O sr. Armando é o melhor marceneiro da Cidade. Sempre esteve cheio de serviço, prova da qualidade e confiança que passava aos clientes. A Marcenaria estava em uma excelente fase. Nunca tive habilidade na lida com a madeira, apesar das tentativas do meu pai em me ensinar. Quando me dirigia a loja ajudava com as vendas, com a contabilidade e serviços de informática que não são os fortes do meu pai e seus ajudantes.

Na noite de sexta-feira, enquanto ajudava meu pai a preparar o jantar recebemos uma visita um tanto inesperada.

Alfredo: Boa noite Armando!! Tudo bem?

Armando: Boa noite Alfredo!! Estou bem sim e você? O que o traz aqui hoje?

Meu pai tinha ido atender a porta e eu permaneci na cozinha de onde poderia ouvir a conversa.

Alfredo: Vim fazer uma proposta ao André. Vamos abrir uma nova turma de luta greco-romana e quero convidar o garoto para ser nosso aluno.

O sr. Alfredo é o dono da maior academia da Cidade que oferece além da musculação muitas aulas de luta. Achei aquele convite estranho já que eu nunca tive vocação para esportes e ele me conhece desde pequeno por ser amigo do papai.

Armando: O André não gosta muito de esportes. Tentei fazer ele praticar vários e nunca consegui.

Alfredo: O esporte além de fazer bem para o corpo e a mente também o ajudará com a justiça. O Juiz Robson poderá incluir as horas de treino no serviço comunitário que o garoto precisa cumprir.

Como o sr. Alfredo sabia da pena que eu pego? Não me lembro de ter visto ele no tribunal. Também estava tão nervoso que não teria visto ninguém além do Juiz.

Armando: Bom nesse caso acho melhor você conversar com ele...

André: Desculpem, é impossível não ouvir a conversa da cozinha. Eu aceito fazer as aulas. Caso elas me ajudem a cumprir a minha pena mais rapidamente.

Alfredo: Claro que ajuda garoto. Espero você amanhã as 7h para conversarmos melhor. Ok?

André: 7h? Por que tão cedo?

Alfredo: Desculpe é o horário que disponho.

Armando: Claro que ele vai Alfredo. Muito obrigado.

Alfredo: Fico feliz em poder ajudar amigo. Até amanhã André.

André: Até amanhã e obrigado sr. Alfredo. Eu preciso levar algo para aula.

Alfredo: Amanhã só conversaremos.

O sr. Alfredo saiu e eu fiquei com uma pulga atrás da orelha. Por quê dessa bondade toda dele agora? Como ele sabia da minha sentença?

Meu sábado seria agitado, ainda mais porque com certeza encontraria com os idiotas do colégio...

Siga a Casa dos Contos no Instagram!

Este conto recebeu 6 estrelas.
Incentive RickRiber a escrever mais dando estrelas.
Cadastre-se gratuitamente ou faça login para prestigiar e incentivar o autor dando estrelas.

Comentários

Foto de perfil genérica

UM BOM COMEÇO, MAS... NINGUÉM FAZ AS COISAS INFLUENCIADO POR NINGUÉM. ESTÁ CERTO QUE O ALCÓOL LIBERA NOSSA REPRESSÃOMAS NÃO SE PODE CULPAR O OUTRO POR NOSSAS ATITUDES. VC FOI INCONSEQUENTE EM BEBER E PRATICAR VANDALISMO. TEM QUE PAGAR PELO ERRO.

0 0
Foto de perfil genérica

Interessante, sou capaz de apostar que um doa desafetos do André vai estar nesse turma.

0 0
Este comentário não está disponível

Listas em que este conto está presente

Melhores autores
Contos escritos por autores que vale a pena conhecer.
Ler com urgência
Contos que eu tenho que ler rapidamente.