Laços Do Destino - Capítulo 30: Keep It Simple (Especial)

Um conto erótico de Daniel R.M
Categoria: Homossexual
Contém 1375 palavras
Data: 27/01/2018 01:01:53

Enquanto eu voltava para casa não pude deixar de pensar em como rever Vítor me deixou mexido. E me fez perceber que eu nunca consegui superar o amor que sentia por ele.

Me sentia sujo também, porque eu estava com Beto agora, mesmo não amando ele, não é justo pensar em outro, ainda mais no outro que Beto se empenhou em me fazer esquecer.

Minha história com Beto é bem engraçada, e estou disposto a contar ela. Então, quanto mais eu penso nela, mais me sinto sujo.

A minha relação com Beto é conturbada, cheia de baixos,baixos e baixos, as vezes acontecia algo que deixava nós dois felizes. Beto é um cara incrível… na cama. Ele é ótimo fazendo sexo. E tem um corpo que me deixa louco, e foi por isso que acabei ficando com ele, por causa do seu belo e escultura corpo.

Uso o corpo dele pra enganar meu coração. Ele no fundo sabe que nosso lançe é apenas sexo, mas ele diz que me ama, e eu venho mentindo que amo ele, para não machucá-lo. Mas como salvar uma pessoa se você tem que salvar a sí próprio?

Eu fiquei louco por ele, viciado pelo jeito que ele me deixava na cama. Me sinto um monstro por pensar nisso, uso ele como um objeto sexual. Diferente de Vítor, que eu quero proteger, amar… Beto não precisa que ninguém o proteja, não perde a calma, ele está sempre sorrindo pra tudo, nada o tira do sério, nada o preocupa, nada o aborrece. Diferente de Vítor. Vítor é mais forte de outra forma, tudo que ele quer ele consegue. Qualquer coisa o irrita, minha história com ele não se baseia apenas em sexo, mas em carinho e afeto. No começo de tudo eu pensava que Vítor gostasse de mim, que me aceitaria como seu homem. Talvez eu não estivesse errado, só faltou um pouco mais de coragem da minha parte.

Cheguei na frente da minha casa e desliguei os faróis, lá dentro com certeza Beto esta me esperando, vestido sua roupa de dormir folgada, que me deixava louco. Mas eu não posso mais continuar com isso, não da mais pra olhar pro rosto dele e dizer que estou feliz com a nossa vida. Se eu tiver que mentir mais um "eu te amo", vou pirar de vez.

Quando entrei na casa era o mesmo ritual, ele vinha me receber com um sorriso encantador, e me perguntava como foi meu dia. Beto trabalhava mais do que eu por ser médico, mas eu sempre chegava depois dele, umas quatro horas depois.

— Que cara é essa? — Ele sorriu. — Aconteceu alguma coisa na festa?

— Nada. — Me joguei no sofá.

— Você viu o Vítor? Como ele está? Preciso ver ele de novo faz tanto…

— Podemos falar dele depois? Precisamos falar de nós. — Ele deu saltos e sentou do meu lado, Beto era sempre muito feliz.

— Da próxima vez que você me interromper, eu vou arrancar sua língua.

— Eu estou oferecendo a oportunidade pra você nunca mais se importar comigo. — Falei sério. Eu queria acabar com isso o mais rápido, não é difícil pra mim, não sinto nada por ele. Quer dizer… ele mexe comigo de outra forma.

— Do que você está falando? Ficou louco de vez? — Ele estava mexendo na cutícula dele.

Como eu ia dizer pra ele de uma forma que ele não fiquei mal? Mas se eu conheço Beto, ele não ia ficar mal.

— Olha pra mim, Beto, não posso mais continuar com isso…

— Você não tá falando coisa com coisa.

— Deixa eu falar de uma vez, eu não consigo nem olhar pra você. — Eu respirei fundo. — Eu não estou pronto pra você. — Ele me olhava confuso. — Eu estive na pior por algum tempo, você sabe, até que eu conheci você. Eu não conseguia ouvir nenhum som claro vindo do meu coração ou da minha mente. Porque eu estava apaixonado pelo Vítor.

— Olha Carlos, eu não sei se devemos conversar sobre isso. — Ele tocou no meu rosto. Eu sei oque ele estava tentando fazer, me acalmar. Só agora eu vi que minhas mãos estavam trêmulas. Por que tem que ser tão difícil?

— Você nunca conseguiu me fazer esquecer ele, porque as palavras dele ainda estão se segurando vivas em mim. Quando ele dizia que gostava de mim. — Beto se afastou um pouco de mim. Isso me deixou infeliz.

— Você viu ele hoje, e isso fez você ver que ainda o ama. Ok, tudo bem. — Ele se levantou. — Eu não entendo, por que você ainda continua aqui?

— Você tem um belo corpo e isso faz meus joelhos ficarem fracos. — Falei baixinho. — Eu queria querer o que você quer, mas ainda não esqueci ele, eu queria amar você, eu estou sendo verdadeiro.

— Eu sempre tive certeza que não consegui tirar ele do seu coração, mas você sempre dizia que me amava, então eu tinha esperanças. — Ele sorriu. — Você dizia que me amava.

— Nem eu sei oque eu sinto por você.

— Podemos recomeçar, slá, eu não quero te perder. — Ele me abraçou, Beto nunca fez isso.

— Eu vou pra cama com você, mas eu sonho com ele, você acha que eu quero isso? Não, eu odeio quando isso acontece. — Ele me apertou mais nos seus braços.

— Eu te amo Carlos, e eu ouvi uma frase que diz "se você ama alguém, deixe ela ir". — Ele me soltou.

— É difícil esquecer como eu estive mal pra caralho por culpa dele, mas mesmo assim não deixo de gostar dele. — Me sentei e coloquei minhas mãos na minha cabeça.

— Amanhã eu volto pra minha casa. — Ele se abaixou e ficou perto de mim. — Agora ele está sozinho, se eu fosse você lutava por ele. Eu vou ficar bem. — Ele começou a assoviar. — Mas antes de acabar com isso tudo, eu gostaria de mais uma coisa.

Beto se sentou no meu colo. E me beijou, esses beijos eram intensos e nada carinhosos, ele me beijava como se estivesse faminto.

— Como eu posso fazer isso com você de novo, depois de tudo?

— É só usar o corpo para enganar seu coração. — Falou ele no meu ouvido. Eu sorri, estou fazendo isso a oito longos meses.

Fazer sexo com Beto era sempre uma nova sensação, eu sempre descobria algo novo com ele, e ele sempre me deixava louco, e foi desse jeito que eu fiquei com ele, dias e dias.

Nunca vou me esquecer do dia que nos vimos pela primeira vez no hospital, ele me deu um sorriso tão lindo. Mesmo eu estando aflito porque nesse dia eu tinha levado Vítor para o hospital, porque ele cometeu a loucura de tomar todos aqueles comprimidos.

Enquanto Beto me tocava, eu me lembrava. A primeira vez que saimos ele havia bebido demais, e eu tive que levar ele pra minha casa, e acabamos ficando juntos, sem saber oque estávamos fazendo. E depois por incrível que pareça Beto disse que me amava. Eu me sentia bem com ele, porque depois que Vítor foi embora Beto era a única pessoa que me fazia companhia.

Olha, eu não sou um monstro, eu apenas não tive a sorte de me apaixonar por Beto.

°°°

No outro dia quando voltei Beto não estava mais lá, foi meio triste por não ser recedido por um abraço caloroso e uma pergunta de como foi seu dia. Fui até o rádio e o liguei,estava tocando Keep It Simple,da Tove Lo. Essa música resumia todo o meu relacionamento, eu a escutei até enjoar. Aquele dia foi difícil dormir, porque eu não estava nos braços dele, eu não teria seu corpo para tocar, eu não tinha mais nada além do meu amor pelo otário do Vítor.

E o pior, estou obcecado por ele, e agora vou fazer de tudo para reconquistá-lo. Mesmo sabendo que o idiota do Pablo continua o cercando, talvez eu devesse me livrar dele, e depois daquele guarda costas de Robert, a eu conheço bem ele, melhor amigo de Pablo. Que ironia não é? Os dois amigos apaixonado pelo mesmo homem. Isso pode ser bom no fim das contas, os dois vão acabar se matando, e eu me livro dos dois sem sujar minhas mãos.

Esse pensamendo me fez sorrir. Fechei os olhos e a música começou a tocar outra vez.

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Comentários

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INTERESSANTE ESSE CAPÍTULO. BOM O PONTO DE VISTA DE CARLOS. MAS DE FATO QUANDO NÃO HÁ AMOR, A RELAÇÃO NÃO SE SEGURA POR MUITO TEMPO. LAMENTÁVEL. SÓ ESPERO QUE ELE NÃO PENSE EM FAZER ALGO DE MAL AO PABLO OU AO ROBERT. CARLOS PRECISA SABER ESPERAR. QUEM SABE NÉ AS COISAS MUDEM?

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