Meu Afilhado - Último episódio

Um conto erótico de Homem Sério
Categoria: Homossexual
Contém 1648 palavras
Data: 29/12/2017 19:07:58

Eu fui para o trabalho e fui pensando, refletindo sob o ocorrido na noite. Fiquei muito ocupado depois que cheguei no Lab porque alguns resultados de um longo processamento estava chegando ao fim. E logo após o almoço, eu e mais três da equipe fomos para outro centro de pesquisa que fica mais distante e nesses intervalos eu tentava refaz a história dos fatos da noite anterior. Concentrei de novo, quando chegamos, mas já estava visível que eu estava com problemas.

Capitão Douglas já estava me observando e em determinado momento ele me perguntou:

Cap. Douglas: “o que foi, camarada?” “Você esta com algum problema?” “Está parecendo que está longe”

Eu: Estou bem, não é nada.

Mas fui logo pensando que eu estava deixando transparecer os meus conflitos. A minha namorada Samira, não saia da minha cabeça, sentia sua presença e queria a proteção dela. Mas também, achava que ela não deveria entranhar nesses meus delírios. Depois outra lembrança forte era da Olívia, sempre muito doce comigo, demonstrando seus sentimentos fraternos por mim.

Retornamos para o Lab, já passavam das sete horas da noite e por coincidência no caminho para o carro no estacionamento fomos andando juntos eu e o Douglas. Ele falava sobre o trabalho e depois ficou calado e eu olhei para ele e disse: desculpe Douglas, você tem razão estou desconcentrado hoje.

Douglas: “que é isso, meu irmão, eu que estou falando demais.”

Demos um curto abraço e entramos em nossos carros. Peguei o caminho de casa, mas no caminho resolvi dar uma volta na autoestrada, deixando os pensamentos fluírem. De repente, meu celular tocou, mais de oito da noite e era Sam. Conversamos um pouco e a senti muito amorosa e quando ela me perguntou onde estava e contei, ela me perguntou o que estava fazendo lá. Disse que estava refletindo e ela foi muito compreensiva e desligou.

Em seguida, o telefone tocou e era o Igor, querendo saber se me esperava para o jantar. Achei o gesto legal por parte dele e disse que não demoraria chegar. E quando estava chegando no ap, Olívia liga dizendo que estavam fechando o negócio do ap e que no próximo fim de semana deveriam estar com tudo concluído e queriam comprar um carro para o Igor também, mas que isso eles iriam perguntar para ele pessoalmente.

Chegando em casa, ele veio me cumprimentar e eu falei que tinha terminado o processamento e que amanhã já iria interpretar os dados. Ele entusiasmou com a noticia e isso me vez reafirmar meu posicionamento quanto ao trabalho. Fiquei mais feliz naquele momento, mas ainda um pouco angustiado com os acontecimentos entre eu e ele.

Afinal, não sou homossexual, sempre tive atração pelo sexo oposto. As mulheres que se aproximam de mim, na sua maioria são mulheres inteligentes e capazes e machistamente falando lindas e gostosas. Então que diabos era aquilo que estava acontecendo entre mim e aquele garoto e completaria dezoito anos no próximo sábado.

Ele muito sensível, não ficou me exigindo muito, me deixou mais na minha e com os meus pensamentos. Tirei os sapatos e desabotoei a calça e retirei a minha camisa. Fui fazendo as minhas coisas com as calças escorregando, descalço e comi junto do Igor.

Ele me disse que teria que ir ao shopping amanhã e eu disse que só poderia acompanha-lo se fosse à noite, porque estaria atarefado durante o dia. Ele gentilmente, me disse que poderia ser na hora que eu dissesse.

Ele ficou mais recolhido em relação a mim, me exigiu menos e depois se despediu dizendo que iria dormir, sem me pedir para dormir no meu quarto nem nada. Fui tomar banho e já fiquei pelo quarto pronto para dormir. Ainda estava muito conflituoso os meus pensamentos em relação ao Igor e também quanto aos acontecimentos da noite anterior.

Quando se tem uma vida militar, nos primeiros anos, fazemos muitos amigos e claro que alguns são especiais e acabamos tendo mais intimidade, não significa que temos relações sexuais, mas nós nos conhecemos melhor, passamos muito tempo juntos, dormimos juntos, banhos juntos e conversa sobre sexo estão sempre presentes. Tivemos um grande amigo que era gay, hoje ele é o Major Lomar e mora e trabalha no Rio Grande do Norte. Da última vez que o vi ele estava com um companheiro que era um engenheiro da iniciativa privada que trabalhava em uma grande multinacional. Confesso que quando vi o carinho entre eles me deu um conforto de saber que entre homens pudesse ser tão forte a relação.

Pela manhã, chegou no Lab e o Douglas vem me cumprimentar e vamos andando junto pelos acessos do laboratório e ele passa a mão pelo meu pescoço e fala bem pertinho do meu ouvido:

Capitão Douglas: “ôh gostoso, esta tudo bem com você?”

Minha reação antes de escapar do braço dele pelo meu pescoço, foi:

- para Douglas.

Ele ri e continua: “você é um gostosão mesmo, faz sucesso com todas. Finge que não vê, né? Mas sabe que é cheio de gente que quer dar para você.”

Neste momento, me esquivei do abraço dele e ri e falei: vou começar a te chamar de gostosão na frente de todo mundo, você vai ver.

Ele: “humm, vou achar bom você fazer propaganda de mim, quem sabe eu não começo a pegar que nem você?” Isso vindo e me agarrando de novo e eu perdendo a cabeça e virando para ele e falando: para com essa sacanagem.

Ele ri, ficando um pouco para trás e me chama mais uma vez de gostoso.

Nem tinha como brigar com ele, porque ele dividia o projeto comigo e hoje passaríamos o dia grudado um ao outro.

Por volta de cinco horas liguei para o Igor e falei que passaria em casa para pegá-lo e pedir que ele descesse com outra camisa para mim.

Cheguei, ele já me esperava, só troquei de camisa dentro do carro no estacionamento do shopping. Fiquei com ele o ajudando-o, mas confesso que perto dele ficava disperso, acho que comecei uma reação involuntária sobre os rumos de que poderia acontecer entre eu e ele. Ele percebeu logo e demonstrava uma tristeza no olhar. Comemos no shopping e depois fomos para casa.

Os pais dele chegariam sexta pela manhã, para as comemorações, ele faria dezoito anos e teria a festa da entrada dos novos cadetes. Eles teriam um dia muito atarefado, entre compras e arrumações e uma delas foi o corte de cabelo do Igor.

Ele foi à barbearia e pediu que raspasse a cabeça, como ele tinha muito cabelo, mesmo máquina um permaneceu uma camada muito densa de cabelos e o rosto dele pulou para fora. Realçou a cara de menino, mas era um rapaz lindo, que parecia um cachorrinho envergonhado quando passa por uma tosa. Os olhos pularam para fora, se revelando, assim como os cílios que eram grandes e chamativos. Os lábios rosados, herança da mãe, ficaram mais evidentes.

O olhar do garoto me penetrou e em frações de segundos e algo se petrificou em meu coração. Senti o fim daquela história de desejos desordenados e que não me pertenciam e o vi distanciar, ir para longe de mim. Foi como a retirada de toneladas de algo inexplicável dos meus ombros.

No sábado pela manhã Sam chegou para as festividades e os acompanhamos o dia todo. Depois das cerimonias teve um baile e como era uma noite do Igor, ele quis ir ao bar do caraoquê e acreditem, Igor pediu para cantar uma música e deixou vir a tona um vozeirão afinado, grave e potente. Realmente era um garoto talentoso, nos surpreendendo com as suas facetas. Observei garotas e garotos irem abraça-lo e o elogiarem pela performance assim, como marmanjos também.

Eu confesso que depois da semana tumultuada emocionalmente e também esclarecedora, onde percebi, que foi muito bom, nada demais ter acontecido entre mim e ele. O domingo foi fim de festas, ainda bem que Samira estava me dando todo o suporte.

Ficamos sozinho eu e o Igor e nos proporcionamos uma conversa:

- Igor: “Cesar, amanhã minha mãe deve encerrar o processo de compra daquele ap, você acha que é uma boa ideia?”

Eu: sim, Igor, foi um excelente negócio. Percebi uma insegurança nele e o puxei para os meus braços e ele fez uma carinha feliz e continuei falando.

- Estaremos perto um do outro e você sabe que qualquer coisa que precisar é só me chamar, não sabe? Ele fez o movimento de positivo com a cabeça.

Igor: “Nem sei como agradecer tudo que você fez por mim, nestes meses.” “Você é uma das pessoas mais importantes da minha vida.” Na hora pensei, que menino sacana me deixando com vontade de chorar.

Igor: “Te amos, cara.” E os seus olhos umidificaram.

Confirmei que o amava também e que ele começaria um processo novo na vida e que muita coisa ainda aconteceria.

A mudança dele demorou um mês ainda, neste período convivemos muito bem, com carinho e muito respeito um pelo outro, embora eu sentia que ele me desejava, mas não poderia corresponde-lo.

Ele se foi, continuamos a nos falar todos os dias e às vezes ele ia me visitar e até dormia lá em casa. Depois de alguns meses o vi na calçada enfrente a uma loja de açaí de papo com o tenente Sanches e os dois me pareciam bem entrosados. Não conclui nada em relação a eles e nem ao Igor, acho que ele queria ter uma relação homo afetiva e também me pareceu que ele tinha olhos para os mais maduros. Como disse, não afirmo nada, são só suspeitas. De qualquer forma, acho que quem fosse ter um relacionamento com ele estaria diante de uma grande pessoa, um jovem sensível, inteligente e muito amável.

Peço desculpa aos leitores pela demora, mas o assunto tem uma ética.

Agradeço a todos e me contem o que acharam.

Abraço a todos.

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Comentários

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Aiii, não vou mentir q esperava o sexo, mas é isso ai🤔

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Cara. Um verdadeiro BROMANCE esse hein Curti. Intenso, verdadeiro, tesudo. Pau duro em vários momentos. A demora pro fechamento doi foda. Já tinha até me esquecido. Mas valeu retornar pra fechar.

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Nossa eu esperando a história é antes de começar acaba 😂😂😂

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poxa tinha tudo pra ser algo incrível e você por medos bobos deixou ir embora pena

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LAMENTÁVEL. SE ERA PRA NÃO ACONTECER NADA ENTRE VOCÊS NEM DEVERIA TER COMEÇADO O CONTO. SINTO MUITO. MAS DEIXOU MUITO A DESEJAR. VC SE SENTINDO MUITO CULPADO POR NÃO TER FEITO NADA E NÃO TER SEGUIDO COM UM RELACIONAMENTO COM IGOR.

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