Lutando com o amor... 001

Um conto erótico de Felipe
Categoria: Homossexual
Contém 1134 palavras
Data: 08/12/2017 22:17:36

Meus pais nunca chegaram a me perguntar se sou gay. Sempre agiram normalmente comigo e essa questão da minha sexualidade nunca foi pauta para nenhuma das nossas conversas, discussões ou seja lá o que for.

Quando eu tinha 16 anos fiz uma viagem para outro estado com um grupo que reunia integrantes dos grêmios de várias escolas da minha cidade.

Foi nessa viagem que conheci o Caio.

Eu era presidente do grêmio da minha escola, ele era, e ainda é, lutador de jiu-jitsu. O Caio sempre foi muito ligado ao esporte e chegava até a ser chato, porquê tudo pra ele era falar de esporte, 24 horas por dia.

Mas, enfim, nessa época eu nem o conhecia muito bem e ele nem era mais estudante, ja tinha lá seus 22 anos e estava lá representando um grupo de esportistas.

Lembro que o professor que estava acompanhando a gente na viagem dividiu todos em trios, porquê cada quarto tinha 3 camas. Ele colocou eu, o Roberto e o Caio no mesmo quarto.

De início já me estranhei com ele por que ambos queríamos a cama mais próxima da janela.

- Cara, essa cama já é minha. - ele disse quando jagamos as mochilas em cima da cama no mesmo momento.

Eu olhei pra ele meio puto.

- De jeito nenhum! Ta escrito teu nome nela? - perguntei.

Tá, eu sei, fui infantil. Mas na época eu era chatão mesmo, metido a sabe tudo.

- Não ta escrito, não! Mas se você quiser eu escrevo agora mesmo.

Eu não queria ficar na janela por birra ou algo assim, só queria ficar ali porquê fico muito sufocado se eu não conseguir visualizar uma janela bem próxima de mim. Isso acontece até hoje, ambientes fechados me deixam maluco. E eu expliquei isso pra ele.

Ele me olhou com uma cara meio descontente, mas pegou a mochila e se acomodou na cama ao lado da minha.

O Roberto só observou tudo e nada disse.

Tinhamos dado entrada no hotel cerca de 20h30 e eu já estava morrendo de sono. Tomei banho e fui dormir.

Estava realmente cansado, a viagem de ônibus tinha durado cerca de 18 horas e eu não consegui dormir no caminho. Apaguei.

Quando era cerca de 3h00 da manhã eu sinto alguém me cutucando e bem distante ouvia um "Acorda!".

Era o Caio.

Não tinha percebido, mas estava totalmente ensopado. Estava tão suado que parecia que tinham jogado um balde cheio de água em mim.

- Você tá bem, cara? - ele perguntou.

Levantei da cama e tirei a camiseta molhada.

- Sim, acontece isso às vezes. Estresse, ansiedade. - respondi.

- Tem certeza? Não quer que eu avise teu professor?

Olhei pra ele. Tinha achado aquele cara tão babaca o tempo todo que não parei pra reparar o quanto ele era, e ainda é, bonito.

- Tá tudo bem, fica tranquilo. - disse sorrindo pra ele.

E ele sorriu de volta.

Entrei no banheiro e tranquei a porta. Estava com vergonha. Odiava quando aquilo acontecia comigo. Hoje não acontece mais, mas quando eu era mais novo era frequente.

Fiquei pensando no Caio e na preocupação que ele teve comigo. Achei aquilo fofo.

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No dia seguinte tivemos várias atividades e eu acabei nem vendo o Caio, a não ser na hora do almoço.

Ele estava sentado com um dos outros caras que faziam parte do grupinho dele. Bem fechado, por sinal.

De tarde tivemos mais atividades e por fim, cerca de 19h00 fomos liberados.

A galera combinou de sair um pouco pra conhecer a cidade e comer algo, mas eu preferi ficar ali no quarto terminando umas coisas pro dia seguinte. Acho que fui o único que não quis ir.

Fiquei sozinho por cerca de uns 40 minutos, pois logo o Caio apareceu. Ele não disse nada, só tirou o sapato, a camisa e foi direto pro banho.

Achei mal educado da parte dele nem, ao menos, cumprimentar, mas fiquei na minha.

Ele ficou um tempinho no banho e a essa altura eu nem estava mais concentrado no que estava fazendo. Escutei o barulho da porta do banheiro se abrindo.

- Aí, - Caio disse - na moral, pega pra mim essa roupa que ta em cima da mochila.

C-A-R-A-L-H-O que delícia ele estava naquele momento. Estava com a toalha amarrada na cintura, o cabelo todo molhado e bagunçado. O corpo dele é uma coisa assim que eu não consigo nem descrever. Não era tão sarado quanto é hoje, mas já tinha muitas tatuagens espalhadas por várias partes, branco pra caramba, tinha pelos só nas pernas.

Eu fiquei meio embasbacado, e ele deve ter percebido.

- Ei, ta ouvindo? - ele perguntou.

Só fiz um sinal positivo com a cabeça, peguei a roupa e entreguei pra ele.

Quando ele fechou a porta eu corri pra minha cama, apaguei a luz e tentei dormir pra tirar aquilo da minha cabeça.

Ele não demorou muito pra colocar a roupa.

- Porra, que escuridão. - ele disse quando saiu.

Fingi que não tinha escutado.

Ele acendeu a luz e começou a fazer um puta barulho.

- Ta dormindo? Impossível, alguém pegar no sono tão rápido assim. - ele falou.

Eu só balbuciei um "Uhum" e continuei paradinho.

- Tu é chato pra caralho, hem! Não socializa, não saiu pra comer. Vai morrer de fome assim.

Eu pensei tipo: Mando ou não ele tomar no cu?

Mas ele jogou um pacote em cima de mim, era um sanduíche.

- Come isso aí. Não queremos que alguém morra de fome, certo?

Virei e olhei pra ele. Estava com com uma bermuda cinza, sem camisa.

- Não tô com fome, não. Obrigado! - eu disse.

Ele me olhou com uma cara estranha e disse:

- Vai fazer eu te obrigar?

Eu ri. Ele riu.

- Come, cara. - ele disse. - Para de ser orgulhoso.

Sentei na cama.

- Não é orgulho. Não tem nem porque eu ter orgulho.

Ele sentou de frente pra mim e me encarou.

- Bora, abre o sanduíche, quero ver você comendo.

Olhei pra ele com a minha melhor cara de descontentamento. Abri o sanduíche e dei a primeira mordida. Até que estava bom, era de frango.

- Felipe, tô com uma coisa aqui martelando na minha cabeça o dia todo, cara. - ele disse enquanto eu comia.

Ele me olhou meio sem jeito e deu um sorrisinho.

- Você é gay?

Parei de comer. Fiquei meio tenso com a pergunta.

- Por que você quer saber?

Ele ficou meio sem graça.

- Deixa pra lá, esquece essa pergunta. Desculpa. - ele disse.

Olhei pra ele fixamente. A boca dele se contorcendo de lado.

- Eu sou sim.

Ele levantou da cama onde estava sentado, foi até a janela e voltou a sentar na cama.

- Assim, cara, desculpa desde agora pelo o quê vou te pedir. - ele falou. - Eu nunca, nunca mesmo toquei um cara com alguma intenção sexual. Eu tô curioso, não quero nada demais, só um beijo.

E eu fiquei sem reação nenhuma.

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Comentários

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Tem cara de romance de verão. Pelo jeito eles ficaram na viagem e depois cada um pegou seu rumo

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Novo site galera! Visitem! contos e muita putaria https://kxcontos.blogspot.com.br/

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UAU. QUE LINDO O CAIO! BEM DIRETO. GOSTEI DISSO. NÃO SOU DE ENROLAR TB.

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