O Gostoso e o Nerd - Parte 2

Um conto erótico de Renatozor
Categoria: Homossexual
Contém 3650 palavras
Data: 28/11/2017 09:55:09

Continuação da 1ª parte...

Depois de ter gozado na cueca do Pedro, me senti meio culpado, mas ainda com tesão, então corri para o chuveiro pra tomar banho e lavar a cueca dele, onde passei no rosto e bati outra punheta. Aliviado, coloquei a cueca pra secar e fui dormir.

Acordei com a cueca dele em mãos e me senti meio patético. Eu tava com a cueca do cara, mas não com ele. Era meio platônico isso, e sentia que nunca ia além. Coloquei a cueca na mochila e fui pra aula. Lembrei da briga de ontem entre a Mari e o Pedro, e comecei a rir feito retardado no meio da rua.

Cheguei na escola, comprimentei todo mundo, e segui o dia normal. Era uma sexta e Mari não foi, e Pedro ficou conversando comigo o dia inteiro. Eu parecia o único amigo dele na escola.

No penúltimo horário, uma explosão alta detonou o mictório do banheiro masculino do primeiro andar. Acho que não teve um que não assustou. A diretora chamou todo mundo pra quadra, e a supervisora tava muito puta. Rolou um discurso imenso das duas, e do professor de educação física (que todo mundo gostava dele, então colocaram ele lá pra falar pra impor respeito).

Quem quer que tenha feito, não sabia das câmeras de segurança que tinha na escola (que a diretora falou mais pro final do ano), então na segunda já teriam descoberto quem foi. Nem preciso dizer que o dia acabou ali e todo mundo foi embora mais cedo.

Eu cheguei em casa e tinha uma caixa em cima da mesa da cozinha. Era meu óculos novo, que o antigo tinha quebrado, e tinha uma armação de plástico, tipo aqueles aviador hipster que era da moda na época. Eu acabei gostando, porque não feria a ponte do nariz. Minha mãe apareceu na cozinha.

- Uai, Nato, chegou cedo. Tá tudo bem?

- Tá sim, explodiram um mictório lá na escola, aí mandaram os alunos mais cedo pra casa.

- Na minha época, se fizessem isso, eu nem sei o que acontecia. Bom, já vi que você achou seus óculos novos que o menino fez pra você, e já levei lá no oftalmologista pra ele checar. Tá bom? E aqui, chama aquele seu amigo novo pra almoçar aqui qualquer dia desses.

- Tá bom.

- Eu deixei o almoço aí pra você esquentar quando tiver com fome. Beijo.

Minha mãe saiu pra trabalhar e me deixou em casa com o óculos novo. Coloquei o óculos e fui jogar no PC pra poder testar. Pra quem não tem astigmatismo, essa sensação foi a mesma de pegar um vídeo do youtube na pior resolução e no nada ela aumentar pra FULL HD 1080p 4K. É lindo.

Aproveitei que tava com óculos novo e terminei de ler o volume 2 do one piece sem fazer cara feia e passar vergonha com o Pedro lendo do meu lado. Almocei e fui tirar um cochilo de 1h que se tornaram 4. Quem me acordou foi meu celular tocando alto.

- Alô?

- "Porra, onde cê tava? Te mandei mensagem até doer a mão".

- Pedro? Eu to em casa, tirei um cochilo aqui e acabei dormindo demais.

- "Cê vai vir aqui pra casa ainda ou..."

- Vou sim, to indo.

Arrumei, coloquei o notebook na mochila pra gente poder jogar mais tarde e sai de casa. Eram apenas 3h mais tarde do que eu costumo ir, mas era sexta, então não tinha muito problema eu voltar mais tarde. O único ruim era o caminho que eu passava pra ir pra casa dele era meio perigoso à noite, mas tudo bem.

Chegando na casa do Pedro, ele me recebeu com um abraço muito forte. Eu quase infartei. O primeiro abraço que ele me deu, e era apertado. Deu pra sentir todo o corpo dele no meu, e cada músculo do seu corpo com meus braços. Meu pau foi levantando, e eu fui afastando, mas ele foi me puxando... E eu acho que ele sentiu meu pau duro encostando nele. Merda.

- Eu fiquei preocupado, carai.

- Desculpa! Eu acabei pegando no sono... Não dormi direito essas noites passadas.

- Por que? Insônia?

- Não, é o cachorro novo do vizinho...

Ele me chamou pra entrar, e eu entrei, já colocando a mochila no quarto dele.

- E esses óculos aí? - Ele perguntou.

- Ah, eu usava sempre, não lembra no começo do ano? Só que eles quebraram aí tive que comprar outro.

- Ah, só! Ficou daora. Ficou parecendo esses hipster da moda.

Tirei o óculos e olhei pra ele, sério.

- Foi mal, era brincadeira.

- Eu sei, eu to zuando com a sua cara.

E rimos pra caramba.

Ele ligou o computador do quarto, e começou a digitar a senha, enquanto eu tirava meu caderno. A cueca dele foi junto com o caderno, e voou no chão. No susto, eu peguei a cueca com o pé e enfiei o pé embaixo de mim, sentando com a perna meio cruzada. Pedro assustou com o barulho e olhou pra mim com os olhos arregalados.

- O que aconteceu?!

- Foi uma câimbra!!

- Então estica a perna!

- Foi no braço!

E eu comecei a rir de nervoso, enquanto o Pedro ficava sem entender. Quando ele virou pro computador, eu guardei a cueca dele de volta na mochila no susto, e abri o caderno. A gente tinha um trabalho de geografia pra fazer, em dupla, então começamos. Começamos 16, terminamos era 18:30. Dava muito tempo ainda pra gente jogar.

Enquanto fizemos o trabalho, deixei o tal jogo baixando, e então instalei e jogamos por muito tempo, até eu olhar pro celular e já era umas 21h. Arrumei minhas coisas e ele me levou no portão.

- Tem certeza que dá pra você ir de boa?

- Acho que sim. O caminho é tranquilo.

Não era. Pra voltar, havia dois caminhos, um numa avenida muito iluminada com bar em todo canto com 3,5km de caminhada, e outro menos iluminado e mais deserto, só que 1,5km de distância. E eu tava com muita preguiça, então resolvi pegar o de 1,5km.

Péssima decisão. Passou dois minutos, eu comecei a escutar coisas. Aqueles barulhos que você escuta quando tá sozinho e começa a ficar paranóico? Sim. Só que tinha um cara bêbado vindo na direção oposta a minha. Uma coisa que eu li na internet uma vez era que, se você acha que tá sendo seguido, vire 4 vezes no mesmo sentido, fazendo um círculo completo. Se a pessoa ou carro continuar atrás de você, você tá sendo seguido.

Virei a rua à direita que tava ali. Comecei a andar rápido. O bêbado virou também e começou a andar mais rápido. Virei outra direita, e corri um pouco pra me dar vantagem. Ele também virou.

- Ou, cê curte um sexo?! - Ele gritou.

Eu comecei a correr e virei mais uma direita até voltar pra rua inicial. Voltei pra casa do Pedro e bati no portão várias vezes. Eu olhei pra trás e o bêbado ainda não tinha chegado. Pedro abriu o portão, e eu entrei, rápido.

- O que aconteceu?!

- Tinha um cara atrás de mim, eu acho que ele ia me assaltar.

Ele me levou pra dentro e me deu um copo d'água. Bebi e fiquei sentado no sofá enquanto a gente assistia um filme que tava passando na TV.

- Cê já foi assaltado alguma vez? - Ele me perguntou.

- Já, uma vez. O cara levou meu relógio e minha dignidade.

- "190, posso ajudar?" - Uma mulher atendeu o telefone.

- Boa noite, eu queria relatar uma tentativa de... estupro... na rua XXX, perto do número Y.

Nisso o olho do Pedro arregalou.

- "Isso aconteceu quando?"

- Agora há pouco. Um bêbado tava indo atrás de mim e eu tava perto da casa de um amigo.

A mulher me pediu mais detalhes, e falou que eu poderia aguardar que eles iam patrulhar a área quando uma viatura tivesse disponível.

- Porque você não me disse nada sobre esse estupro?

- Não foi um estupro. O cara tava vindo na rua e perguntou se eu curtia um sexo. Aí eu corri de volta pra cá.

- Porra...

O portão da garagem abriu, e uma caminhonete entrou, e o portão fechou. O pai e a mãe dele entraram pela porta da cozinha, que dava na garagem, e chegaram com várias sacolas de compras e conversando e rindo. É tão legal ver gente casada há muito tempo e ainda rindo e se divertindo um com o outro...

O pai dele entrou na sala e olhou pra mim. Era bem parecido com o pedro, cabelos pretos, pele branca, olhos escuros, só que mais velho e com uma barba grossa e fechada. Um tesão de homem, assim como o filho, mas eu preferia 100x o filho. Ele apertou minha mão e sorriu.

- Pai, esse aqui é o Renato, da minha sala. Nato, esse aqui é o meu pai, seu Rogério.

- Prazer. - Falei.

- O prazer é meu. E aí, é você que tá levando o Pedrinho pro caminho do mal né?

- Se qualquer coisa, quem tá levando quem aqui pro caminho do mal é o Pedro. Oi, Renato!

- E essa é a minha mãe, dona Paula.

- Dona é o seu cu! - Ela falou.

Eu apertei a mão dela, surpreso, enquanto Pedro ria da reação da mãe.

- Não liga não, Renato, a gente é doido, mas a gente é família.

Ela era um mulher muito jovem, bem bonita, com longos e lisos cabelos pretos, meio avermelhados na luz, e pele claríssima. Toda a família de Pedro era muito bonita, até a irmã, das fotos que eu vi no facebook quando eu stalkeei o Pedro.

- Mãe, o Renato vai dormir aqui hoje, tá?

- Tá ok, meu bem. Cês vão querer pizza?

- Uhum. - Pedro respondeu, antes que eu pudesse falar. - A gente vai pro quarto então pra jogar um pouco antes de comer.

Pedro foi me levando pro quarto, e eu ainda surpreso com o quão agradável são os pais dele, e sobre eu dormir lá.

- Pedro, é uma boa ideia eu dormir aqui?

- É, lógico. Você me faz feliz quando vem aqui, e se você dormir aqui vai ser mais legal ainda, que a gente pode jogar a madrugada toda.

Eu derreti todo por dentro com esse comentário fofo dele. E cada vez mais eu tava me apaixonando por ele. Mesmo que eu não fosse ficar com ele por ele ser hétero, fodas. Eu mereço sentir amor, mesmo que pela pessoa errada. No jogo, a gente encontrou um boss macabro, e muito forte. Começamos a luta contra ele, e tava muito pesada, e começou a ficar emocionante e a gente gritando e rindo pra caramba... E suamos muito.

Quando o boss morreu, Pedro se levantou, foi até a janela e abriu.

- Nossa, que calor.

Ele tirou a camisa. Eu me segurei muito pra não voar nele e chupar aquele corpo maravilhoso. Era do jeitinho que eu imaginei, peitoral definido, ombros meio largos, barriga tanquinho, e todo peludinho. Ele foi, coçou o saco, e meu pau deu sinal de vida. Ficou duro e coloquei o travesseiro dele no meu colo pra despistar.

O motoqueiro avisou que a pizza chegou e descemos pra comer. Baixamos e assistimos gigantes de aço no computador dele, e ele me emprestou uma toalha, falando que eu tava fedendo de brincadeira.

Tirei o óculos e entrei no banheiro do quarto dele. Era banheiro chique, muito bem arrumado, e perfumado. Tirei a roupa, me olhei no espelho. Eu tinha um corpo que eu gostava muito. Não gostaria de ser muito musculoso, mas eu achava o meu corpo bonito.. Entrei no box e liguei o chuveiro. Quase afoguei. Era daqueles chuveiros gigantes. Tomei meu banho, só pensando em quantas punhetas ele deve ter batido ali naquele chuveiro... E meu pau ficou duro de novo. Não ia bater punheta na casa de outra pessoa.

Saí do banheiro, com a toalha enrolada na cintura, e Pedro olhou pra mim.

- Tá ali, eu separei umas roupas pra você em cima da cama. Se ficar muito grande em você, me avisa.

Ele foi e entrou no banheiro. Peguei a roupa dele e cheirei. Tinha o cheiro dele. Era maravilhoso. Não tinha mais volta nesse amor que eu sentia por ele, e infelizmente ia me consumir hora ou outra.

Vesti a cueca primeiro, depois a camisa. Demorei um pouco pra vestir a bermuda no caso dele sair do banheiro e me ver de bunda empinada pra ele. Minha bunda não é muito grande estilo passivo de filme pornô, mas ela é rechonchuda, e todos os caras que eu já fiquei ficavam doidos por ela, e tinham muito tesão na minha bunda. Acho que isso que me deixou confiante em mim mesmo, e elevou um pouco minha autoestima.

Meu celular vibrou e eu peguei ele, ainda de cueca. Era mensagem de operadora. Joguei o celular na cama, mas ele quicou nela, quicou no meu pé e foi pra debaixo da cama. Fui pegar, mas ele foi lá pro fundo. Quando consegui pegar, e levantei, o Pedro tava de pé atrás de mim. Eu virei pra ele e não sabia onde enfiar a cara.

- Eu esqueci minha toalha...

E voltou pro banheiro. Ele também tinha ficado com vergonha. Será que ele era gay? Será que ele curtiu? Será que ele achou estranho? Ai Deus....

Coloquei a bermuda, e a roupa dele serviu em mim. Um pouco larga, mas serviu. E o cheiro dele o tempo todo... Ai, ai...

Sentei na cama e fiquei jogando no celular um tempinho esperando ele sair. Tomara que isso seja motivo de muita risada depois, e que seja esquecido completamente. Pensar que mostrar o bumbum pro cara que você ta afim, é uma coisa. Agora acontecer mesmo, é outra completamente diferente que eu não tava preparado nem um pouco.

Enfim, ele saiu. Não comentou nada sobre o assunto, e saiu de toalha amarrada na cintura também. Ele se abaixou perto de mim, no guarda roupa e pegou uma bermuda. Ele já tinha colocado a cueca no banheiro, então nem deu pra ver nada.

Nós dois estávamos com sono, ele saiu pra esticar as toalhas e voltou.

- Você vai ligar de dormir na cama comigo? - Ele perguntou.

- Eu não ligo... Sua cama é 4 vezes o tamanho da minha.

Ele riu e pegou um cobertor e jogou no pé da cama. Ele foi apagar a luz e eu fui indo pro canto da cama. Ele se deitou do meu lado. Eu imaginei o Gabriel falando agora: "Amiga, agora o bofe é seu e ele não escapaaaaa".

Os dois estavam em silencio, e aquilo tava me matando. Ele começou a mexer na cama, e me abraçou.

- Nato, obrigado por ser meu amigo.

Retribui o abraço.

- Eu que agradeço por você ser o meu.

Ele sem camisa, me abraçando e apertando com aqueles braços, e eu sentindo aquele corpo todo peludo no meu, e a respiração dele... Meu pau começou a dar sinal de vida. Começou, não... Meu pau levantou de uma vez.

Pedro saiu do abraço e voltou pro lado dele na cama.

- Nato, posso te perguntar uma coisa?

- P-pode.

- Você é virgem ainda?

- Sou. Porque?

- Porque eu queria saber se é normal na nossa idade ainda ser virgem. O pessoal lá da escola vive falando das novinha que eles comeram, que pegaram... Você já teve a chance de perder?

- Já, várias vezes.

- E porque não perdeu?

- Porque eu sou meio careta. Eu to esperando a pessoa certa. Quero fazer com alguém que eu ame e tenha intimidade pra falar sobre isso.

- Já temos intimidade pra falar sobre isso, agora só falta você me amar. Hahahahaha - Ele brincou.

Se não tivesse escuro, ele ia ver meu rosto igualzinho um tomate. Eu senti minhas orelhas queimando.

- Hahahaha. - Eu ri, também.

- Mas eu não acho você careta. Também to esperando a pessoa certa. Mesmo que não vá durar o que eu tenha com a pessoa, pelo menos eu amarei ela durante o momento.

Como não amar ele? Olha as coisas que ele fala... Eu tenho que parar de amar ele.

Levou muito de mim pra não falar com ele que eu poderia ser o primeiro dele. Muito. E ele seria o meu primeiro, então tá ótimo.

Continuamos conversando um pouco mais até ele pegar no sono, e depois eu.

Acordei primeiro que ele de manhã. O braço dele tava em cima de mim, e o corpo dele todo esticado na cama. Foi aí que eu entendi porque a cama dele era tão grande. Abracei o braço dele e instintivamente, ele me puxou pra perto dele. A força dele era muita. A gente acabou ficando meio que de conchinha. Minha vontade na hora era de passar a mão naquela barriga gostosa dele, mas tinha que parar de ser tarado assim. Era tortura comigo mesmo.

Ele acabou acordando, e eu fingi que tava dormindo. Ele me chamou sussurrando, e eu fiquei calado. Ele me abraçou de novo, e eu pude sentir o corpo dele atrás de mim com mais intensidade. Começou a ficar difícil fingir que eu tava dormindo, que minha respiração ficou descompassada. Ele percebeu isso e me colocou um pouco mais longe. Como eu queria ter dormido sem camisa pra sentir isso tudo melhor. Mas acho que assim eu gozava.

Eu "acordei" e olhei ao redor. Ele tava olhando pro celular dele.

- Bom dia. - Falei, fingindo que não sabia de nada.

- Bom dia. Vamo tomar café?

Fiz que sim com a cabeça e espriguicei.

Ele vestiu uma camisa, e eu fiquei olhando em despedida para aquele corpo que eu tive a oportunidade de sentir duas vezes na cama dele. olhei pro celular, eram 8h. Até que era cedo, considerando que a gente foi dormir era umas 2 e pouco.

Descemos, e vi na mesa da cozinha várias coisas. Pão de forma, pães de sal, geleia, café, queijo, torradas, só coisa de rico. Ele falou que eu podia comer o que eu quisesse, porque a mãe dele tava de dieta, e aquilo ia eventualmente perder.

- Onde seus pais estão?

- Devem estar indo pra academia agora.

- E porque você não vai também?

Ele sorriu.

- Eu fiz uma cirurgia no fim do mês passado.

- Cirurgia de que?

- De... Ce sabe... Lá.

- ?

- De fimose. - Ele falou, envergonhado.

- Ahh, isso é tranquilo, eu também tive, e fiz cirurgia ano retrasado.

- Sério? Os pontos caem sozinhos mesmo? Os meus não tão caindo...

- Dizem que cai, mas os meus demoraram muito, e já tava no final do mes de recuperação, aí eu tirei com uma pinça e uma tesoura.

- Todos os pontos?! - Ele perguntou, levando uma mão ao saco.

- É que as cordinhas vão apodrecendo, aí dá pra puxar que elas arrebentam. Mas só uma delas que arrebentou assim. O resto doeu quando eu tentei, então eu fiz cortando elas.

Ele parou de comer a torrada dele e ficou olhando pra mesa.

- Mas como você fez? Eu quero fazer também, mas eu tenho um pouco de medo... O foda é que já passou quase um mês e nenhum caiu.

- É de boas. Se você quiser eu faço em você também.

Eu não reparei a intensidade do que eu disse. Eu falei no sentido inocente, sem nenhuma maldade ou vontade de pegar no pau dele. Mas eu olhei pra ele, arregalei os olhos e tentei consertar.

- Quer dizer, se tiver de boa e tal. A gente é amigo, e eu faria de boa. - Falei.

- Vou pensar.

Tinha tantas outras duvidas no ar, que eu queria perguntar tudo pra ele, mas achei melhor não. O bom senso falou mais alto.

- Tem algum trabalho pra fazer? - Ele perguntou.

- Acho que não.

- Então vamo jogar até a hora que você tem que ir embora.

Terminamos de comer, e subimos pro quarto. Jogamos mais um pouco, estávamos viciados. Quando chegou perto da hora do almoço (que minha mãe queria que eu fosse embora), os pais dele chegaram e me chamaram pra almoçar lá. Expliquei que minha mãe queria que eu almoçasse com ela, e eles entenderam. Pedro me levou pro portão e me deu mais um abraço. Ele era muito amável quando se conhece ele melhor. Acho que é porque os outros amigos dele não tem essa forma de carinho pelos outros, e ele acaba descontando tudo em mim.

- Até segunda.

- Até.

Voltei pra casa, tava um sol do caralho. Cheguei suando, e fui recebido pela minha mãe e meu pai, que estavam fazendo um churrasco pros meus tios. Comecei a ver minha casa meio cinzenta depois de dormir na casa de Pedro. Lá parecia mais vivo por causa da companhia da família dele, e aqui era eu e meus pais, com meu irmão estudando em Rio de Janeiro, e eu sentindo que eu ia ter o mesmo destino que ele, e ia me afastar do Pedro, e nossa amizade ia acabar sendo esquecida...

Mas não era pra eu pensar nisso agora. Era pra eu aproveitar o resto do meu fim de semana com pensamentos positivos e esperando segunda chegar para eu ver Pedro de novo.

"Migo, se ele não for gay, então ele é um caso perdido" - Dizia Gabriel depois de eu contar como foi tudo noite passada.

"Eu tenho medo de contar alguma coisa pra ele e ele acabar ficando com medo ou raiva de mim"

"Por vc ser gay? Migo, conta pra ele. Se ele curtir, tu ganha o boy, senão, vc já mata essa charada toda e segue em frente"

Ele tinha razão. Não vale a pena ir atrás de alguém que nunca vai rolar nada com ela. Se fosse pra rolar alguma coisa, que rolasse de uma vez.

Chegou segunda e eu fui pra aula normalmente. Chegou no segundo horário, e a supervisora me chamou pra sala dela.

- Chamou, dona Solange? - Perguntei, inocentemente.

- Sim, pode entrar, Renato.

Sentei na cadeira de frente pra ela.

- Renato, sobre a explosão dos mictórios, eu acho que eu tenho que te falar sobre isso primeiro, antes dos outros alunos... O Pedro...

AI MEU DEUS.

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Comentários

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SERÁ QUE FOI O PEDRO QUE SOLTOU A BOMBA NA ESCOLA? DE FATO, CONTE LOGO PRA ELE QUE VC É GAY. O MÁXIMO QUE VC PODE RECEBER É UM NÃO OU PERDER A AMIZADE. MAS SE ISSO OCORRER, ENTÃO ELE NÃO ERA SEU AMIGO.

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Está indo no caminho certo. Nós aqui em deleites. Continue, por favor...

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Aaaah tá muito bom seu conto. Poxa, Sacanagem terminar na melhor parte. Não demore muito pra postar a terceira parte

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