Bound Between Us - Episódio 1 (A Manhã Mais Bela e A Noite Mais Sombria)

Um conto erótico de StewieDem
Categoria: Homossexual
Contém 1654 palavras
Data: 16/10/2017 14:48:28
Última revisão: 16/10/2017 15:55:00

Christopher Watkins

6:04 a.m

Eu acabei de acordar e já estou de mal humor. Por quê? Porque é cedo, estou perto de ter aula de geografia e pior, está chovendo que nem na Tailândia. Tudo bem, tudo bem, a chuva é a parte boa da história. Vou me contorcendo bem, mas bem devagar mesmo, até sair da minha princesa encantada: a minha cama! Bem do meu lado vejo meus dois irmãos dormindo que nem condenados, roncando, mas digamos que fofinhos. Minha mãe bate bruscamente na porta, a fim de acordar-me.

- Tô indo mãe! - gritei.

- Você sempre tá vindo Christopher Witkins! - gritou ela de volta.

- E você sempre, sempre palhaça! - rebati.

- E você…

- Calem a merda da boca! São...- meu irmão consultou o relógio e continuou. - 6:11 da manhã!

Bufei e fui para o banheiro. Aquela água quentinha escorria sobre meu corpo, ensaboei-me e desliguei o chuveiro. É incrível o frio que faz logo depois que o banho acaba. Só pra me deixar mais irritado, em plena quinta-feira. Meu irmão claramente também estava irritado e parecia que me esganaria em poucos segundos, mas tudo bem, eu provoquei não é mesmo. Na mesa da cozinha só pude ver delícias de café da manhã, porém não comi nada porque Mike Peterson estava na porta.

- Oi. - eu disse.

- Vamos! - disse ele meio animado digamos. - Ah espera, você não comeu ainda né?

- Ah, deixa mano, vamos nessa. Tchau mãe! - bati a porta e fomos andando.

Michael é meu melhor amigo, sim, aquele da infância. Mas não qualquer amigo, ele é minha pessoa. Sabe aquela pessoa que você não pode substituir por nada e ninguém. Esse é o Michael, ou Mike se quiser ser íntimo dele também. Ele possui uma história um pouco conturbada e difícil, perdeu os pais logo quando criança, justamente no dia em que o conheci. Estranho né, mas vou contar como foi exatamente.

15 de fevereiro de 1996

“ Era uma manhã, início das aulas daquele ano, com certeza um dia lindo. As aves voando pra lá e pra cá, meus amigos se encontrando de novo, os pais dos meus colegas se abraçando, enfim, era um dia perfeito, uma manhã diferente e inesquecível. Foi naquele dia que conheci a pessoa mais importante da minha vida, Michael Peterson ou Mipe (abreviação). Me lembro dele ter saído do carro, se despedido dos seu pai e sua mãe, e depois entrando na nova escola. Não tenho costume de cumprimentar os alunos novos ou ficar próximos deles. Ele entrou e sentou-se sozinho no banco da entrada principal. Como de costume, eu estava brincando de pega-pega, futebol e esconde-esconde antes do sinal bater, mas naquele dia me bateu um peso na consciência, até as crianças novas estavam se enturmando, mas ele não. Dei a bola para meu também amigo, Elliot, e saí de cena. Me aproximei dele e sentei ao seu lado.

- Oi, tudo bem, qual é seu nome? - perguntei bem mansamente.

- Não interessa a você palhaço. - ele me respondeu tão grosseiramente

- Ei! Eu só quero ser legal com você!

- Vai ser legal com seus amigos estúpidos.

- Você tem algum tipo de problema? - perguntei

- Não, mas você vai ter se não sair daqui. - olhei para a lancheira que ele segurava nas mão e disse:

- Eu não vou sair daqui porque eu também tenho uma lancheira igualzinha desse Batman aí!

- E daí?! - ele indagou braviamente.

- E daí que você pode ter roubado a minha!

- Eu não roubei nada!

- Você é esperto detetive... hmm...qual seu nome mesmo?

- Detetive Michael Peterson. - ele respondeu, quase entrando na brincadeira.

- Ahaaa! Descobri seu nome!

Ele deu uma risada. A risada que permaneceu na minha cabeça por anos, que vive até hoje. Naquele dia, Mike e eu ficamos próximos um do outro na sala, na cantina, no pátio, na sala de leitura, na sala de vídeo e na saída. Foi uma manhã de descobertas sobre ele e suas aventuras doidas, sim, ele é um total rebelde. Vou poupá-los de mais ou menos 19 histórias contadas por ele naquele dia. Na hora da saída, Mipe me convidou para ir na sua casa, jogar PS1, o mais novo console lançado.

- Sério que você já tem o PS1?! Sério que tá me chamando pra jogar?

- Você vem ou não Chris?! - quando ele me chamou de Chris, vi que a gente já era amigo, afinal, naquele dia, o mesmo tinha contado que não gostava de apelido.

- Eu vou Mipe! - apelidei-o de volta.

- Mipe?! - questionou.

- Ah, é abreviação de Michel Peterson, não pode? Desculpa. - fiz uma cara de triste.

- Calma...é...não me importo! - depois disso fui até sua casa.

Na tarde do mesmo dia

Depois de horas jogando, seus pais foram até o quarto e disseram para nós:

- Meninos, nós precisamos ir ao mercado pois estamos quase sem estoque, quando voltar, levaremos Chris embora, ta bom? - disse ela carinhosamente.

- Obrigado Sr. Jane! - respondi.

Mas o que ninguém esperava, é que exatamente 15 minutos depois que eles haviam saído de casa, poderia ocorrer um baita de um vazamento de GLP de um oleoduto, que passava justamente debaixo do mercada e queimaria tudo. Os pais de Michael conseguiram sair do local. Mas com queimaduras do 3º para o 4º grau. Enfim, foram se passando 1, 2,3,4...7 horas até chegar a notícia até duas crianças que estavam tendo uma tarde divertida. Pior. Por telefone. Ninguém veio até a casa do Mike. Polícia, Médicos...sei lá, não veio absolutamente ninguém. Mike chorou por horas, ele gritava, os vizinhos vieram até a casa dele tentar acalmá-lo, mas os berros continuavam mesmo. Ele não queria falar comigo, não queria olhar pra mim, não queria fazer nada. Chegou uma hora em que ele deitou na cama e eu me aproximei e tentei encostar nele. Então o abracei:

- Ei, ei, ei! Calma. Calma. - ele se contorcia nos meus braços e eu o apertava.

- Eles morreram! Eles morreram! Eles mo...morreram! - ele gritava, tossia ao mesmo tempo. Tentei abraçá-lo mais forte, fiquei dizendo ‘calma, calma, eu estou aqui, alguém vai chegar daqui a pouco’. Houve uma hora que não saía mais lágrimas e ele começou a ficar quieto. Acho que o organismo sentiu tudo naquela hora e o fez cansar para dormir e relaxar. Ele ficou dietado no meu colo e passei a fazer carinho naquela noite. A manhã mais linda de todas e a noite mais sombria que ja vivi. Com certeza.”

De volta a 2007

Hoje tem sido a ida até a escola mais silenciosa das nossas vidas. É de se esperar, afinal, o psicólogo de Michael pediu que ele usasse a trajetória que costumava fazer com seus pais duas vezes por semana para ir à escola, embora tenha ido apenas uma vez. Ele olhou minha cara de ‘que trágico ter que fazer isso’ e disse:

- Acha que eu tô triste? - perguntou.

- Ah, não sei, só estou quieto.

- Eu não estou. - afirmou.

- Tá bom. - confirmei. Mipe deu uma risada marota. - Sabe que eu tô aqui sempre né?

- Claro que eu sei panaca! - respondeu com sua grosseria de sempre.

Na caminhada Elliot nos encontrou.

- Vocês por aqui? No meu bairro? Estranho.

- Cala a boca Eli. - disse Mipe. - Você sabe muito bem que estamos aqui para não deixar você triste, porque ninguém quer que você se mate de tão solitário.

- Haha! Você é muito engraçado Peterson, mas não pode falar muito não, afinal, quem foi convidado pra festa de Stacy Brooke, foi o seu ruivo favorito aqui!

- Que mentira! - disse eu e Mipe juntos, então demos tapa um na cara do outro, pois fizemos um juramento de sempre que dissermos a mesma coisa ao mesmo tempo, o ritual tem de acontecer. Elliot reprovou o ato mas continuou dizendo:

- Pois é meus jovens! Sofram!

As razões para o pequeno Liot ser tão abobado é justamente sua obsessão por festas. Quer dizer, ele tem que fazer alguma coisa para chamar a atenção e nada melhor do que condicionar sua personalidade à BOBEIRA! A escola está um caos. Depois de um suicídio, não consigo parar de olhar cartazes e mais cartazes, até o idiota do Bump não encheu meu saco hoje com suas piadas infames.

- Se aquele imbecil mexer com você, eu juro que dessa vez eu quebro a cara dele. - disse Mipe pra mim.

- Que valente você rapaz! Não preciso da sua proteção. - respondi.

- Dane-se você, eu só quero um motivo pra bater nele. - dei risada. A Srª Turner se aproximou de nós e começou a nos encher de indagações. No fim, só queria saber se meu querido amigo ainda não entrou em depressão.

Michael se distanciou de mim por um tempo. Ele é com certeza a pessoa mais forte que conheço. Tem sua beleza natural, interior e exterior, não me levem a mal, quer dizer, ele é meu amigo. Peterson tem olhos verdes, braços fortes mas não bombado, ele se mataria se fosse um modelo fisiculturista. Cabelos lisos, castanhos, curtos. Agora quer imaginar a mim? Bem eu sou a cópia, só que não tão forte, cabelos pretos e olhos castanhos. Nada a comentar, afinal, quem vai confessar que é feio não é mesmo, caro leitor(a). Agora que toquei no assunto, deve estar se perguntando se eu e Mike já tivemos algo. A resposta é não. Nossa proximidade é tamanha, mas não há malícia entre nós [coitado do Christopher, acha que vai ficar assim pra sempre]. Digo, já o beijei, ele já me beijou, mas nunca como vocês estão pensando, é algo amigável. Agora não posso negar o carinho protetor que ele adquiriu por mim, isso é um fato, mas também é algo espontâneo e de personalidade dele. Sinto que ele adquiriu isso no momento em que perdeu os pais e se apegou demais a mim, ao Ellit, Elizabeth e Kate.

Vendo-o de longe, percebo como ele realmente é lindo sorrindo, interagindo com outras pessoas. Eita! Eu o elogiei?! (risos) Tudo bem, eu não vou olhá-lo por muito tempo mesmo, pois p episódio já acabou.

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