TLK - Distopia VI

Um conto erótico de Bryan
Categoria: Homossexual
Contém 2281 palavras
Data: 02/09/2017 16:58:48

Meu corpo bateu na porta atrás de mim, o corpo do soldado me prendia com força contra a parede enquanto me beijava. Sentia sua boca sugando meus lábios carnudos, sua barba me fazia sentir-se totalmente sob seu domínio.

Eu odiava Brad. Eu gostava de Brad.

Ele era uma mistura nostálgica de quando eu caminhava com meus amigos bêbados pela rua ou quando corríamos dentro de um mercado, dançando no colo do funcionário gatinho que nos olhava com desaprovação. Eu era a pessoa mais inteligente que você conheceria daquele maldito colégio em que estudava, mas isso não diminuía as fases que passei. Em determinado momento, tentava me alienar ao mundo, tentando compreender o que de fascinante todos encontravam na superficialidade e mentira. Encontrei minhas respostas com sucesso. Se pudesse, eu viveria uma vida tão falsa quanto me era de direito, mas isso não me era permitido. Não conseguia me distanciar de quem eu era. Não conseguia suportar a ideia de ser manipulado invés de manipular.

A língua de Brad invadiu minha boca, inundando meus sentidos com prazer. Ele murmurou no meu ouvido que eu era dele. Era a putinha dele. Me arrepiei e peguei no pau duro que molhava a minha camiseta do pijama. Comecei a punhetá-lo enquanto nos beijávamos. Meu braço livre passou ao redor do pescoço dele e comecei lentamente a empurrá-lo na direção da escrivaninha.

Ele sentou na beirada dela, ainda estava totalmente de uniforme, com o pau saltando para fora da calça. Me afastei dois passos e o contemplei. Deus, ele era tão lindo. Seu olhar magnético, seus lábios... SEU PAU! Avancei voraz. Lasquei um último beijo antes de me abaixar e começar um oral nele.

Primeiro chupei suas bolas, consegui colocar só uma delas na boca. Depois de chupar todo o saco dele, segui brincando com a língua por toda a base da sua rola até chegar na cabeça. Ele gemeu alto quando chupei com vontade sua cabeça, sua mão espremia minha cabeça em direção ao pau. Devagar, comecei a chupar seu pau inteiro, da base até a ponta da glande, onde uma baba começava a escorrer. Suguei toda a pré-porra e voltei a enfiar sua rola até o fundo da minha garganta. Acelerei os movimentos, ele imediatamente começou a movimentar o corpo contra minha boca enquanto agarrava meus cabelos com força. Ele estava fodendo minha boca.

Com habilidade, ergueu minha cabeça e me roubou um beijo. Suas mãos passaram pelo meu corpo até chegarem no linear da calça do meu pijama. Suas mãos continuaram descendo até acariciarem meu cú. Inclinei minha cabeça para trás e gemi, um misto de prazer e medo. Brad começou a vir na minha direção, empurrando-me para a cama. Eu sabia que ele não estava se contentando com um boquete.

Meu corpo se estremeceu, o prazer diminuía enquanto ele me jogava de quatro no colchão. Antes que pudesse me levantar, ele já abaixara o suficiente da minha calça do pijama para poder me penetrar. Seus lábios desceram até minha bunda, dessa vez não consegui relaxar como no primeiro beijo grego que ele me deu.

Meu coração acelerava, meu peito se apertava. Fechava os olhos e via cenas borradas do meu vizinho me tocando, do seu pau forçando a penetração até conseguir. E enfim o meu silêncio enquanto era fodido pela primeira vez. Abri os olhos, lágrimas escorriam. Brad estava ocupado demais para perceber isso, seu pau lambuzava meu cú com pré-gozo. Estremeci mais uma vez, meu coração agitava-se. Meu corpo parecia não obedecer ao meu comando...

Minha visão estava turva, subitamente a voz do meu vizinho voltava de algum lugar inebriado da minha mente. Agora eu podia ver o passado que tentava esquecer, meu corpo estava dolorido. E a voz de Brad e do vizinho misturaram-se uma à outra enquanto tentavam me foder.

–Está gostando, putinha? Está gostando?

Recuei na cama, afastei-me de Brad até atingir a parede atrás de mim. Ele me encarava confuso, como se não entende-se porque eu o fitava assustado com lágrimas nos olhos. Minha respiração estava presa na garganta, minha traqueia se fechara.

–Para, por favor– Implorei enquanto mais lágrimas desprendiam-se do meu olho, como se a frase que dizia agora repetisse meu pedido feito no passado. Meu vizinho não parara. Falara que forçaria só mais um pouco. “Eu estava gostando”, ele garantia ao pé do meu ouvido– Para...

Brad sorriu malicioso, encontrara o meu ponto fraco. Limpei as lágrimas da minha face com o dorso da mão enquanto observava o soldado colocar seu pau ainda ereto para dentro da calça. Ele foi em direção à porta, mas não saiu da cabine sem antes me mandar um beijinho.

Estremeci. Mais uma vez eu estava sozinho, como sempre estive na minha vida inteira. Não havia nenhum herói para me salvar. Desde cedo aprendi que o mundo era sem cor. Solitário. Não teria amigos para compreender o que eu passava, nem mesmo família para me apoiar. E se alguém perguntasse para o meu vizinho se realmente fizera isso comigo, ele negaria e diria que eu tinha gostado. Que eu não tinha pedido para parar. Que, com doze anos, eu tinha tido tesão o suficiente e consciência o suficiente para compreender o que ele fazia comigo.

Eu era o culpado. Fui eu quem não gritou, fui eu que não pediu para ele parar depois de ter me penetrado. E agora era eu quem compreendia o quão vazio a palavra ESTUPRO é. Essa maldita palavra não serve para nada. Ela não passa para as pessoas que a pronunciam, a dor que sentimos. Ela não passa para as pessoas, o medo e arrependimento que nos atormenta enquanto ficamos sozinho. Ninguém compreende essa palavra porque a usam tão supérflua que seu significado não gera empatia ou significado.

Depois de minutos ou horas, não sei ao certo, estiquei meu corpo dormente da posição em que estava. As lágrimas secas faziam meus olhos e minha pele arder. Me sentei na beirada na cama. Meus dedos passaram pelas marcas no meu braço esquerdo, lembranças de constantes cortes de outrora. Fechei meus olhos, sentindo as cicatrizes esbranquiçadas. Me deitei na cama, cansado de tanto chorar.

Adormeci por um longo tempo, creio eu, até acordar assustado de madrugada. O quarto estava iluminado por uma contínua luz vermelha. Me levantei da cama, já esquecido de tudo que ocorrera antes. Pela vigia da minha cabine pude ver as luzes da cidade litorânea e o contorno do TITAN VI ancorado no porto, por onde um guindaste erguia pesados consterneis vermelhos e os levava até a escotilha de carga, uma abertura na cobertura da proa do navio. A luz vermelha provinha de um sinalizador vermelho que brilhava intenso no céu, provavelmente fora acionado da entrada do porto.

Não sabia ao certo o que fazer, não queria voltar a dormir. Desperto, peguei uma blusa de moletom preta que sempre usava, vesti ela e abri a porta da cabine. O corredor vazio era bem iluminado, o que momentaneamente me cegou. Comecei a andar devagar em direção as escadas, minha retina já tinha se acostumado a luz.

Subi do terceiro para o segundo andar. Aquele andar, menor do que o terceiro, também estava com seus corredor vazios. Todo mundo parecia dormir em suas cabines, inertes ao sinalizador brilhando do lado de fora. Continue subindo até o primeiro andar, passei pelo salão de jantar iluminado pela luz vermelha que entrava pelas altas janelas. Na porta de entrada, notei a primeira vibração em meio a, até então, indiferença do navio ao sinalizador.

Era uma vibração baixa que tremia o lustre no teto do salão de jantar e aumentava ao ponto de estremecer até as mesas e cadeiras. Junto com o estremecimento, ouvi o som de conversas e passos firmes vindo em direção ao salão. Me escondi embaixo da toalha da mesa mais próxima. Para minha sorte, todas as mesas tinham toalhas longas até o chão, que facilmente tornavam imperceptível minha existência.

Não demorou um segundo e os passos pareciam já estar no salão de jantar. Não havia mais vozes, apenas o rumor da respiração pesada dos soldados. Para minha sorte, eles passaram reto. Após um minuto sozinho depois deles terem passado, voltei a caminhar em direção à popa do navio. Saí por uma passagem lateral no exato momento em que a constante vibração era ultrapassada por um solavanco que empurrava para frente. Me apoiei na parede mais próxima enquanto percebia que o TITAN II afastava-se do porto.

Ao chegar na popa, pude me aproximar da borda do navio. Observei a última carga ser depositada no TITAN VI. Rapidamente, a embarcação gêmea do navio em que estava, fechou a escotilha de carga e começou a se afastar do porto.

Novos passos começaram a vir acompanhados de risadas, vindas do outro lado da popa. Me virei assustado para voltar para minha cabine, mas invés da porta de metal, eu vira o corpo esguio de Aaron. Ele me fitava num misto de surpresa e temor conforme as risadas dos seus colegas se aproximavam.

Num movimento rápido, ele me puxou pelo pulso para o interior do navio. Praticamente corríamos em direção ao salão de jantar quando passos de mais soldados vinham daquela direção. Estávamos cercados, atordoado, pensei que seria nosso fim. Aaron voltou a me puxar depois de alguns segundos pensando numa solução. Atravessamos uma porta pequena e corremos por um corredor estreito. Descemos um lance de escadas e saímos por outra porta estreita.

Agora estávamos num enorme salão escuro, com luzes vermelhas, azuis e verdes no teto. No alto tinha uma cabine para DJ e na lateral em que saímos, um bar. Era a balada do navio, um lugar ainda não usado por causa do pedido do capitão para jantarmos e irmos para nossas cabines.

Aaron me mandou pular o balcão em C do bar e me deitar no chão, obedeci. Num instante, ele também tinha pulado o balcão e deitado em cima de mim. Não pensem que haviam segundas intenções, apenas não podíamos nos dar ao luxo de ocupar mais espaço visível. Eu o ouvia arfar perto do meu ouvido, meu rosto estava virado para as prateleiras de bebidas. O corpo dele me prendia, convenientemente me impedindo de sair.

–Quem é você, Christian?– Ele falou no meu ouvido, dois tons mais baixo que o normal. Mordi meu lábio, mentalmente me perguntava se ele era um terrorista infiltrado no navio. Por que ele fugiu dos soldados? Não fora pela bondade de me salvar de ser pego, até porque no máximo eu seria levado para a sala do capitão ou mandado de volta para minha cabine caso conseguisse inventar uma boa desculpa.

Me virei para encarar Aaron, nossos rostos ficaram frente a frente. Os poucos centímetros que separavam nossos lábios eram mais distantes que os anos-luz das estrelas. Seu olhar, tão azul, tão profundo, inundava minha mente com ilusões e medos. Percebia naquele instante que o jogo entre Brad e eu era muito maior. Aaron não era minha peça coringa. Era outro jogador, uma ameaça para minha sobrevivência.

–Você é um terrorista?– Me atrevi a sussurrar. Antes mesmo que Aaron respondesse, ouvimos as portas da balada do cruzeiro serem abertas.

Meu coração gelou. Uma risada alta quebrou o silêncio. Eu sabia quem era o dono daquela risada. E eu o conhecia muito bem. Brad.

Olhei para Aaron, minha pergunta ainda pairava no ar. Ele estava assustado, apesar de ambos sabermos que ele conseguiria facilmente vencer Brad e o soldado que vasculhava o outro lado da balada vazia.

Senti a tentação do corpo de Aaron passar para o meu através dos toques entre nossos corpos. Minhas pernas juntas entre as dele, sua pélvis recostando-se na minha e seu musculoso tronco tão perto de mim que era possível sentir o calor ultrapassando nossas roupas. Ainda o olhando nos olhos e sentindo seu corpo extasiante perto de mim, os lábios dele encaixaram-se nos meus num súbito ataque de desvairamento.

Ora, quem era esse soldado? Quando nossos lábios se afastaram, ainda dando beijos menores em meio ao calor do momento, nossos corpos desesperadamente pediram por mais. Ousei recuar, Aaron ainda não respondera minha pergunta e parecia, naquele instante, que sua jogada tinha sido tentar me seduzir ao invés de falar a verdade.

Não podíamos nos mover muito, Brad e seu colega soldado continuavam vasculhando o outro lado da balada. Era óbvio que ele nos encontraria. Impossível ele não chegar completamente atrás da bancada do bar.

–Quem é você?– Movimentei meus lábios, sem coragem de soltar qualquer fiapo de voz. Aaron suspirou e recuou um pouco para trás. O fitei, esperando a resposta.

–Não sou terrorista– Sussurrou vagamente. Não sabia se queria continuar com ele, apenas que... Droga, acho que estava me apaixonando pelo filho da puta. Eu morreria por ele. Eu mataria por ele.

Afastei o corpo de Aaron para trás enquanto me levantava para se entregar para Brad e o outro soldado. Aaron me fitou uma última vez, antes de eu pular a bancada em direção aos dois soldados.

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Esse capítulo é um dos meus favoritos. Por favor, não julguem os problemas de Christian com a penetração ou o abuso que ele sofreu.

Fatos interessantes do capítulo sobre as tramas: porque quando acordou de madrugada Christian viu um sinalizador vermelho disparado? Por que um "cruzeiro" pararia num porto para receber conteiners? Obviamente Aaron estava com medo de ser pego, o que ele esconde e o que ele estava fazendo no meio da madrugada? Muito estranho cruzeiros de turismo estarem cheios de soldados.

Não sei se deu para entender no texto, mas a vibração que Christian começou a sentir por todo o navio é dos motores sendo ligados na máxima potência.

Obrigado pelos comentários, Valtersó e Atheno!

Até o próximo capítulo,

Com amor, B.

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Conto maravilhoso,uma história diferente Adorando

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