Como eu queria ser

Um conto erótico de meninodoscontos
Categoria: Homossexual
Contém 1032 palavras
Data: 17/09/2017 00:37:58

Como eu queria ser:

Queria poder escrever algo feliz, uma linda história de amor real, que realmente aconteceu comigo, e poder falar no último capítulo desse pequeno conto, que vivemos felizes para sempre, mas nada disso acontece comigo, ou talvez nunca irá acontecer, uma linda poesia romântica contando a história de um casal onde eu sou um dos protagonistas, só em um sonho muito distante, e é isso que vou contar aqui, como eu queria que minha vida fosse, como eu queria que as coisas estivesse acontecendo, cheio de fantasias e romance. Essa não é uma história real, é Como eu queria ser...

Não lembro mais que horas eram, mas com certeza passava-se da 4 horas da manhã em mais uma noite mal dormida. Depois de me virar durante horas na cama, ver vídeos no Youtube, voltar a me virar na cama, ligar a televisão, e voltar a me virar na cama, lá estava eu, triste pensando que não conseguia dormir, e triste em lembrar da minha vida que, depois de acordar, teria de seguir vivendo, seria tão legal se coisas assim acontecessem...

Era mais um dia comum como todos os outros, acordava em torno de duas horas da tarde, levantava, fazia minha higiene básica, e ia até a cozinha fazer meu maravilhoso café como todos os dias, com calma, até por que ainda tinha tempo até o horário da faculdade. Após alimentando, voltava até o quarto, arrumava a mochila colocando as coisas que eu precisaria para aquele dia de aula, seja as apostilas de custos, ou o Livro de contabilidade, terminada a breve arrumação, ia tomar meu quente que por sinal amo, lavando meus cabelos que hoje era o dia, acabo meu banho, me seco, colo uma roupa mais ou menos legal para ir para a faculdade, e as 16.50 saia de casa em direção ao ponto de ônibus, eram mais ou menos uma hora e meia ate a minha faculdade, que ficava em uma cidade próxima a minha.

Em torno de 18:50, as vezes mais tarde e outras mais cedo, descia do ônibus, já na frente da faculdade, onde rapidamente adentrava e corria até a praça de alimentação, onde fazia um breve lanche, e é claro observado quieto os movimentos ao meu redor, e é claro naquele menino fofo que sempre que via me deixava um pouco mais feliz, embora minha vida geral fosse uma merda, no entanto tinha que apreciar aquele único momento que ele se aproximava, para ir em algum lugar e passava por mim.

Minha aula começava as 19:15 e já eram em torno de 19:10, e minha aula aquele dia era no terceiro andar então estava rezando para o elevador estar no terreio, para mim não ter que esperar e nem ter que subir escadas, o que graças a Deus aconteceu e logo estava na minha sala de aula, esperando o Professor chegar, e dar a sua maravilhosa aula sobre Política Brasileira, digo Economia.

Sorte de Deus o intervalo chegou e eu resolvi descer para pegar um cafezinho rápido, e perguntei se minha lega queria ir junto, mas que infelizmente resolveu ficar. Agora poderia me perguntar, esse era um dia que eu estava bem? Não havia praguejado minha vida em quase nenhum momento? Não, não estava bem como sempre, mas na faculdade tinha que me controlar, colocar um sorriso no rosto e fingir que a vida que eu deixei na minha cidade simplesmente não existia, e o Eduardo que estava ali, era um menino diferente, forte que se aceitava e não dava bola para a o que as pessoas falam ou pensam sobre ele, mas era difícil, muito difícil segurar aquela barra sozinha, era como se aquele café pesasse quilos e não gramas.

Eu não sei como aquilo aconteceu, enquanto eu caminhava pelo saguão até o elevador, era se tudo tivesse ficado em câmera lenta, imagina você caminhando por um salão aberto, onde passam várias pessoas, e de repente tudo começa a passar lentamente, dando ênfase que cada pessoa que passava por você lhe encara de uma forma horrível, como se tu fosse um bicho, um et, ou talvez coisa pior, era assim que eu me sentia naquele momento, e foi assim que aquele café que agora pesava quilos, caiu da minha mão, foi olhando aquelas pessoas passar por mim, cada vês com sorrisos mais horripilantes, que foi cambaleando até uma parede, me arrastando até o chão, caindo em lagrimas que não cessavam, até uma voz doce, se aproximar de mim, me oferecendo uma garrafinha de agua, se ajoelhando em minha frente, acariciando meus cabelos.

-Não chora, seja o que for, que esteja acontecendo, calma que eu estou aqui... Bebe um pouco de agua e se acalma.

Ainda com os olhos cheios de lagrimas, tentei olha-lo, para ver se era um conhecido, por que pela voz não havia lembrado de quem poderia ser, mas ao olha-lo, não acreditei, era o menino fofo, que eu vivia apreciando de longe e aproveitando os breves momentos que passava por mim, era ele que estava ali me oferecendo aquela agua e se importando comigo.

-Obrigado! -Foi só o que consegui dizer, ao entregar a garrafa-

-Não vou te deixar aí sentando chorando, vem...

Segurei em sua mão, e ele me puxou, quase colando nossos corpos, mas tão perto que conseguia sentir a sua respiração, e aos poucos tudo foi voltando ao normal, as pessoas voltaram a caminhar normalmente, sem me olhar com aqueles sorrisos perturbadores, talvez por ele estar ali, talvez por ele de repente ter me abraçado, de um jeito tão fofo, como se eu estivesse abraçando uma linda nuvem, e aquilo me tranquilizou, me trouxe paz, como se tivesse em outro mundo.

Infelizmente tudo começou a desaparecer. Uma nevoa surgiu do nada, cobrindo todo aquele lugar, e ainda, mesmo por pouco tempo, conseguia o sentir ali comigo, passando aquela energia maravilhosa, que aos poucos foi se dissipando junto com a nevoa, o levando junto e me deixando ali sozinho naquele lugar que aos poucos foi voltando a forma do meu triste quarto. Eu estava li, em cima da cama, sentado, com as costas encostadas na guarda da cama, apenas sonhando, como eu queria ser...

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