Pela Honra do Meu Pai - Capítulo 1

Um conto erótico de Allana Prado
Categoria: Homossexual
Contém 2438 palavras
Data: 14/09/2017 12:47:24
Última revisão: 14/09/2017 12:49:42

[ESSA HISTÓRIA NÃO É SOBRE INCESTO]

*****

"Quando tudo que você ama é roubado de você, às vezes tudo que resta é a vingança"

Lá estava eu depois de alguns anos de volta a escola, nunca podia imaginar que me daria essa decepção novamente, mas na vida nem tudo é como a gente quer. Olhei bem pra cima, mirando aquele prédio enorme, talvez um dos maiores da cidade, e não gostei do clima ruim que senti, ali mais parecia uma penitenciaria. E era assim mesmo que eu lembrava de me sentir quando ainda era obrigado a frequentar as aulas, preso e sufocado.

Desde que ganhei idade suficiente pra resolver minhas próprias paradas, sejam elas boas ou ruins, eu nunca mais havia sequer pisado em um colégio. Sempre tive o pensamento de que as ruas me ensinavam bem mais do que ficar 5 horas por dia ouvindo velhotes lerem livros que foram escritos há séculos. Mas agora era por uma boa causa, tentei me convencer, eu precisava fazer aquilo. Olhei mais uma vez para o prédio e fiquei imaginando que seu interior deveria estar cheio de patricinhas e playboyzinhos metidos a besta e isso me deu menos vontade de entrar, eu simplesmente não suportava ricos metidos a besta e que acham que podiam tudo. Mas, com um suspiro forçado, eu tomei coragem e com o pé direito entrei ao prédio. Veio alguns olhares curiosos em minha direção, mas os ignorei focando no papel na minha mão que dizia pra onde eu deveria ir.

Faltava pouco para o sinal tocar, fiz um esquema certinho pra não ter que esperar muito, então, achei minha sala e procurei por um lugar vago lá no fundão. Isso iria me livrar do trabalho de não ter que me socializar com ninguém. Devagar os alunos começaram a entrar e eu cada vez ficava mais puto com a situação, começava a me arrepender, mas já sabia que seria assim, por isso me conformei. A professora, cujo nome não prestei atenção, entrou na sala e começou a dar sua aula entediante. Essa era uma das vantagens em começar no meio do ano, não existia toda aquela caralhada de apresentações.

Fiquei brisando enquanto a aula acontecia na minha frente e nem me dei ao trabalho de prestar atenção, eu não iria entender mesmo. Eu só conseguia pensar numa única coisa: eu precisava encontrá-lo. A cada instante que eu passava dentro daquele maldito inferno, mais eu ficava ansioso por estar próximo ao meu objetivo. Iria dar um pouco de trabalho achá-lo numa escola tão grande, mas eu estava determinado a isso.

As aulas foram passando como um borrão pra mim e em partes eu agradeci por isso, minha cabeça estava cheia demais pra me preocupar com o tédio infernal que era ter que aguentar tudo aquilo outra vez. Só fui obrigado a sair do meu canto, quando em uma troca de aulas um professor veio falar comigo:

-Ei, você é novo por aqui, né?

Um velho gordo e ranzinha parou sua aula pra fazer essa pergunta em alto e bom som, fazendo com que a sala inteira se virasse pra mim. Odiei ele internamente.

-Sim, consegui uma bolsa de estudos e me transferi pra cá – Menti tranquilamente enquanto eu podia escutar alguns chiados.

-Uma bolsa? – Ele perguntou assustado. – Esse colégio só da bolsa a quem realmente merece. Você deve ser muito inteligente, não é?

-Gabaritei a prova – Respondi orgulhoso, mas sem motivos nenhum. Tudo havia sido uma grande mentira.

-E qual é seu nome garoto? – Ele voltou a perguntar, eu já começava a ficar irritado com aquilo.

-Joaquim Ferreira... mas pode me chamar de Kim.

Ou melhor, não me chame, completei mentalmente. Depois disso a aula voltou a seguir, mas claro, eu às vezes notava alguns olhares em minha direção e sabia exatamente o que aqueles idiotas estavam pensando. Isso só me deixava mais grilado.

Em algum momento, fui informado de que a próxima aula seria educação física e eu teria que me trocar para fazer as atividades, agradeci, pelo menos iria sair daquela sala. Já no vestiário, comecei a trocar meu uniforme de aula para o de ginástica e bolava uma desculpa para não praticar nenhuma atividade em grupo, dor de cabeça talvez. O local já estava cheio de caras fazendo o mesmo e com mais animação do que eu, me troquei em silencio, pois não queria interação com nenhum deles e acho que eles perceberam isso.

Sempre de ouvido em pé a tudo ao meu redor, eu escutei um nome. Não um nome qualquer, o nome que ocupava a maior parte dos meus pensamentos ultimamente:

-Cara, sério, eu não aguento mais ver o Vinícius pelo canto se lamentando pelo Théo Albuquerque. Cara, parte pra outra.

-É que a gente namorou por muito tempo. – Alguém que eu deduzi ser o Vinícius respondeu aos outros garotos com uma voz melosa.

-Mas agora ele te deu o pé na bunda e você precisa se recuperar...

A conversa se perdeu quando todos os outros resolveram falar ao mesmo tempo, mas o mais importante eu já tinha ouvido. Théo Albuquerque. Filho do grande empresário, e canalha, Ernesto Albuquerque, era ele! Era por eles que eu estava ali.

Caminhei pra fora daquele vestiário e dei um jeito de me esconder pra não me verem matando aula, não tinha mais condições de continuar, só de ouvir aquele sobrenome meu corpo inteiro se enchia de ódio e eu não conseguia mais pensar em nada. Nunca pensei que seria tão fácil, em um colégio tão grande, ouvir justamente informações de quem eu precisava. Era apenas o começo, mas ás vezes a sorte apareceu.

Aproveitei aquela minha nova informação para matar as próximas aulas até a uma da tarde e ser dispensado, não fazia mesmo sentido eu ficar bancando o bom aluno pra manter as aparências, uma hora tudo aquilo ia por água a baixo. Gastei meu tempo pra pensar no que faria de agora em diante, uma vez que já tinha conseguido o mais difícil que era entrar pra escola. Quais eram minhas alternativas para chegar até o moleque e, consequentemente, ao pai dele? Eu sabia estar deixando algo passar, mas nada me vinha à cabeça.

Quando o ultimo sinal tocou, indicando que era hora de ir embora, eu juntei minhas coisas e fui embora frustrado por ter sido um dia em vão, eu precisava reagir nos próximos dias. Cheguei a minha quitinete, em que morava sozinho e conseguia manter com os pequenos esquemas que fazia pela cidade, e desabei no sofá-cama velho. Era mais cansativo do que eu pensava ser. Fui interrompido pelo toque chato do meu celular e demorei um tempo decidindo se atenderia ou não, deveria ser minha mãe e eu não me animei muito com isso. Mas ao ver que não desistiriam, resolvi atender:

-Fala meu chapa, como foi seu primeiro dia na escolinha? - Era Ferrugem, meu único e verdadeiro amigo. Eu sabia que ele iria me ligar pra tirar uma com minha cara.

-Nada mal, deu pra segurar a onda, aliás, muito obrigado por invadir o sistema da escola e conseguir o gabarito da prova pra mim.

-Que isso, trabalho de criança! Eai, como vai ser a partir de agora?

Eu não tinha segredos com ele, ele sabia do real motivo por eu ter entrado de novo naquela escola e ainda me ajudava na construção dos planos.

-Ainda não sei.

-Você sabe que o primeiro passo é conhecer o inimigo, né. Nesse caso, o filho do inimigo.

-Eu sei, eu sei... só que eu não o achei hoje, mas ouvi uma conversa envolvendo o nome dele e descobri que o menino é viado.

Um minuto inteiro se passou e meu amigo não falou nada, começava a estranhar quando escutei de novo sua voz um pouco animada demais.

-Perfeito! Kim, você sabe o que tem que fazer né?

-O que?

-Seduzir o garoto!

-O que... você tá maluco? Sou macho. – Eu disse com raiva. Não conseguia acreditar que ele estava me falando isso.

-Você quer ou não se vingar dessas pessoas?

-Você sabe que sim. Quero que eles me paguem por tudo, especialmente o velho. – Falei sentindo minha raiva voltar.

-Então você tem que reconhecer que é uma boa idéia, nojenta, mas uma boa idéia. Assim você conseguiria chegar mais perto do que deseja.

Fiquei pensando naquilo que o meu amigo me disse, tanto que não consegui fazer mais nada depois, a idéia era ridícula e absurda. Será que tudo vale à pena quando se tem algo em mente e pretende levar em frente? Nunca tinha parado pra pensar até onde iria com aquele plano, mas certamente seduzir o garoto era demais pra mim e para meus princípios.

Aquela noite toda eu permaneci virando de um lado pra outro na cama, pensando naquele assunto e onde eu tinha me metido ao me envolver nisso, mas a minha sede de vingança falava mais alto.

...

No outro dia eu acordei super atrasado pro colégio, até fiquei tentando a não ir, mas eu precisava dar meus próximos passos, não podia dar bobeira. Me arrumei correndo, só parando pra dar um pouco mais de atenção ao meu cabelo grande bagunçado e resolvi fazer um grande coque no alto da cabeça. Meus jeans rasgados foram colocados as pressas e procurei algo comprido pra cobrir minha tatuagem no braço, podia não causar boa impressão num colégio tão cheio de frescura. Dei um jeito na minha cara de sono e na minha pele mais branca que o habitual e coloquei um óculos de sol pra cobrir as olheiras. Pronto, minha aparência estava ótima.

Acelerei forte minha moto pelas ruas da cidade, cortando caminho e avançando os sinais fechados e pude conseguir chegar no momento exato em que tocava o sinal, perfeito! Entrei as pressas e me preparei para mais um dia torturante. A sala já estava cheia e, assim como ontem, todo mundo parou pra me olhar e soltar cochichos curiosos. Imbecis!

O primeiro período passou tão rapidamente que eu até me surpreendi, mas tenho grande certeza que o fato de um ter me desligado completamente e focado minha atenção ao celular ajudou bastante. Nos liberaram para o intervalo e, embora eu tenha ficado com vontade de pular o muro e ir embora, vi minha grande chance de seguir com meu plano e conhecer um pouco mais o terreno. Varri os olhos pelo enorme pátio do colégio abarrotado de adolescentes idiotas a procura de quem eu tanto desejava encontrar. Eu já tinha visto os Albuquerques em varias revistas da cidade, então, não foi surpresa nenhuma eu reconhecer o menino branco e de cabelos pretos e curtos ao longe. Mais uma jogada de sorte! Olhando de longe, reconheci nele a postura altiva que seu pai também tinha e que eu tanto odiava, eles eram todos farinhas do mesmo saco, pensei. Acham que tudo podem com a fortuna que possuem, fortuna essa que foi construída em cima do sofrimento dos outros.

Respirei fundo, me acalmando e, com passos forçados, me aproximei dele que estava na lanchonete esperando por seu pedido, ainda pude ouvi-lo pedir:

-Um suco de goiaba.

-Vou querer um também. Adoro goiaba.

Falei me virando e olhando pra ele com um sorriso no rosto, eu odiava goiaba! Ele me olhou com os olhos castanhos assustados, como se não acreditasse que eu estava trocando uma ideia com ele, e não falou nada. Fui rápido em dizer mais alguma coisa antes que eu assustasse o viadinho de vez e perdesse minha chance.

-Oi, eu sou o....

-Kim... O aluno novo do terceiro ano. – Ele me cortou.

-Nossa! Não sabia que era tão famoso assim.

-Ah sim, praticamente toda escola sabe sobre você.

-E você sabe porque?

Eu sabia o motivo, mas queria dar uma chance pra ele falar.

-Não sei, talvez por você ter gabaritado a prova e ter se tornado o único aluno na história do colégio a fazer isso... talvez seja esse seu ar misterioso, incluindo sua beleza, mas ainda acho que é o conjunto de tudo. Pelo menos pra mim é isso.

Latiu sem freio até que percebesse o que estava falando e ficar em silencio logo depois.

-Nossa... e eu ainda não sei quem você é. Isso é injusto. – Menti e ele pareceu gostar das minhas palavras.

-Théo, prazer.

Ele disse me estendendo a mão, por um segundo hesitei em pegá-la, mas assim fiz quando vi que ele esperava por isso. Nossos sucos chegaram e eu, sem querer dispensar a oportunidade que estava tendo, caminhei ao seu lado pelo pátio do colégio. Notei que mais da metade do pessoal que estava ali nos olhava e faziam comentários uns com os outros, eu já estava acostumado com isso, mas ao imaginar o real motivo de tudo aquilo, eu me irritei um pouco. Raciocinei mais alguma coisa que poderia dizer pra não ficar aquele silencio estranho entre a gente, mas quando já ia abrir a boca, uma morena, estilo índia, se aproximou mais da gente e começou a falar com o moleque ao meu lado:

-Théo, onde você se meteu? Foi plantar as frutas pra fazer o suco?

-Não, Yasmin. Parei pra conversar com o Kim. – Ele disse me apontando, tentei sorrir simpático pra ela.

-Não perde tempo, né bicha. – Ela disse a ele que lhe fez uma careta. – Oi, eu sou a Yasmin. Você vem lanchar com a gente?

Perguntou, sorri, pois era exatamente o que eu queria e concordei em sentar junto com eles. Nos sentamos em uma das mesas que eu presumi ser o lugar de sempre deles e logo em seguida a avalanche de perguntas sobre mim começaram. Menti sobre quase todas elas e não foi nenhuma dificuldade, era minha especialidade. Percebi que vira e mexe aquela sua amiga fazia comentários claramente com a pretensão de dar em cima de mim e que o moleque ficava levemente incomodado com isso, o que me fez pensar de novo naquilo que meu amigo disse.

Será?

Com um suspiro frustrado e com um gesto determinado, eu peguei meu suco de goiaba e tomei um gole pra simbolizar tudo aquilo que eu teria que engolir dali pra frente. Eu iria seduzir o garoto. Eu devia isso a minha história. Eu devia isso ao meu pai.

XXXXXXXXXXX

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Comentários

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O porque dessa perseguição ao pai desse menino

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VC ESTÁ SE IGUALANDO AO PAI DE THEO, SE SENTIRÁ MUITO MAL COM ISSO. REPENSE.

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QUAL O REAL MOTIVO DESSA VINGANÇA??? NÃO É JUSTO VC USAR THEO PARA ALCANÇAR SEUS OBJETIVOS. MAS CUIDADO O MUNDO DÁ VOLTAS. VC ACABA SE APAIXONANDO POR ELE E DAI LÁ VEM SOFRIMENTO.

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