Entre o amor e a paixão, quem você escolheria?

Um conto erótico de jornalista77
Categoria: Heterossexual
Contém 2800 palavras
Data: 06/09/2017 00:27:04

Marisa chegou ao aeroporto com o marido Thiago e a filhinha Helena de apenas cinco aninhos. Ela viajaria para um congresso de sua profissão. Publicitária, 29 anos, representaria a agência que trabalhava e mirava o cargo de diretora de criação. A participação no congresso enriqueceria seu currículo e aumentaria suas chances. Levava a filha no colo, apertando-a e enchendo-a de beijos, já bastante saudosa. Seria a primeira vez que passaria tanto tempo longe dela. Thiago carregava as malas e tinha os olhos marejados, da saudade e também da insegurança de ficar com Helena, sozinho. Ele era dois anos mais novo que a esposa e, em alguns sentidos, bem mais imaturo que ela. Os dois se casaram quando Marisa descobriu estar grávida de Helena. Eles tinham apenas seis meses de namoro. Thiago era músico e tocava baixo em uma banda de amigos da faculdade. Costumava viajar pelo interior ou cidades vizinhas, participando de festas ou eventos políticos. Em uma dessas viagens, a ainda universitária Marisa o acompanhou e voltou carregando Helena no ventre.

O sistema de som do aeroporto anunciou a chamada para o voo de Marisa e se dirigiram ao portão de embarque. Muitos beijos, abraços e palavras de saudades. – Não se esqueça de nos ligar toda noite – disse Thiago. – Não vou me esquecer não. Mas, vai ficar tudo bem. Qualquer problema, você procura meus pais – retrucou. – Mesmo assim, me ligue. Você sabe que nunca fiquei sozinho em casa – respondeu Thiago. – Eu sei, meu amor. Mas, vai ficar tudo bem. A Helena sabe um monte de coisa, você também sabe e vamos nos falar à noite. Quando eu recebi essa proposta de participar do congresso, nós conversamos e você não colocou nenhum empecilho, lembra? Agora, não posso mais cancelar a viagem – afirmou Marisa. O marido não disse mais nada, apenas abraçou a esposa e se despediram. Três horas depois, Marisa aterrissou e pegou um taxi para o hotel que a agência havia reservado. Foi até a recepção e fez o check-in. – A senhora veio para o Congresso, certo? Aqui está o programa e sua chave. O auditório fica no segundo andar e é onde a senhora deve pegar sua credencial – disse a moça, acenando para um rapaz. – Este é Aloísio. Ele também vai participar do Congresso – apresentou.

Aloísio era um negro forte, 32 anos, cabelos curtos e muito bonito, além de um sorriso fácil. Ele se aproximou e cumprimentou Marisa. – Muito prazer e seja bem-vinda – disse. – Obrigada. O prazer é meu – respondeu. Conversaram poucos minutos e Marisa subiu para guardar suas malas no quarto. Tomou um banho e foi ao auditório pegar sua credencial. Quando saía da mesa, com a pasta e a credencial em mãos, encontrou novamente Aloísio. – Olá. Tudo certo? – perguntou. – Tudo sim, obrigada. Você é da equipe dos congressistas? – perguntou ela. – Não. Eu conheço um dos palestrantes, mas não tenho nenhum vínculo formal com eles não. É que estava ansioso para ver quantas pessoas viriam e aí fiquei de tocaia lá embaixo – explicou. Os dois riram e saíram juntos, conversando sobre a profissão e as expectativas para o congresso. Aloísio, além de bonito e simpático, era bastante inteligente e espirituoso. Logo, logo, Marisa se sentiu bem à vontade com ele. Foi apresentada à Joana, outra participante do congresso e que chegara pela manhã. Como era final de tarde, Aloísio as convidou para um drinque no bar do hotel. Permaneceram lá até parte da noite quando decidiram ir dormir, pois o dia seguinte seria cheio.

Despediram-se no elevador, mas Aloísio acompanhou Marisa até seu quarto. – Tem certeza que não quer ficar mais um pouco no bar? Ainda é cedo – sugeriu ele. – Não, obrigada. Quero estar bem disposta amanhã e também prometi ao meu marido telefonar à noite. Quero ligar antes que minha filha durma – respondeu. Aloísio entendeu e desejou boa noite, dando-lhe um beijo no rosto. – Nos vemos amanhã, então – disse ele. Marisa o acompanhou com o olhar até que ele subiu no corredor. Marisa tomou outro banho, colocou sua camisola e telefonou para o marido, pelo skype de seu notebook. Depois de conversar com Helena, passou a um papo mais íntimo com Thiago. – Então, já está morrendo de saudades de mim? – perguntou ele. – Estou com saudades sim, mas morrendo não – respondeu. – Pois eu estou. Essa casa fica enorme e vazia sem você. É como se um membro do meu corpo tivesse sido amputado – falou Thiago. – Ai, Thiago, deixa de exagero. São só alguns dias – repreendeu Marisa. – Pois, pra mim, alguns dias sem você é como se fossem anos – exagerou ele. Marisa não gostava muito desses exageros do marido. Ela sabia que ele era um pouco carente, e até gostava disso, mas tudo na vida tinha limites e Thiago parecia não entender. Mesmo assim, fizeram sexo virtual e foram dormir.

Na manhã seguinte, Marisa acordou cedo, tomou seu banho e, quando se preparava para se vestir, alguém bateu à porta. Colocou um roupão e foi abrir. – Bom dia. Espero não tê-la acordado – disse Aloísio. – Bom dia. Não acordou não. Estava no banho e já ia descer. Entre – respondeu, abrindo passagem para ele. – Com licença. Vim te buscar pra abertura do congresso. Espero que eu não esteja atrapalhando nada – disse ele, olhando-a somente de roupão. – Não está não. Vou colocar uma roupa e iremos – respondeu. No quarto, havia uma porta que separava a área de dormir de uma espécie de sala de estar. Aloísio ficou nesta última enquanto Marisa entrara para o quarto. Quinze minutos depois, retornou e foram, juntos, ao auditório. Encontraram Joana no caminho e se sentaram na mesma fileira, com Marisa entre os dois. A primeira manhã foi tranquila e muito enriquecedora em termos de conteúdo. A todo o momento, Marisa e Aloísio trocavam ideias e informações em cochichos no ouvido um do outro. Eles mal deram atenção à Joana. Ao meio dia, houve a pausa para o almoço e se dirigiram ao restaurante do hotel. Novamente, os três se sentaram juntos.

Esta foi a tônica do primeiro dia do congresso. Palestras, discussões, cochichos e sempre os três inseparáveis. Aloísio e Marisa, no entanto, demonstravam mais ligação, sempre juntos e sempre conversando baixinho. No final do dia, combinaram de ir a uma pizzaria. Desta vez, tiveram mais companhia. Além de Joana, mais duas garotas os acompanharam. Em dado momento, entre uma pizza e outra, Aloísio segurou a mão de Marisa por baixo da mesa, carinhosamente. Ela olhou pra ele, que sorriu. Como ela não disse nada, ele permaneceu segurando e fazendo pequenos carinhos com o polegar. – Você gosta de dançar? – perguntou ele, baixinho. Marisa disse que sim. - Pessoal, eu fiquei sabendo que tem uma boate bem legal aqui perto. Que tal terminarmos a noite lá? – propôs Aloísio. As outras garotas disseram que não podiam ir, pois estavam cansadas e queriam dormir. – Vamos nós, então? – perguntou ele, olhando para Marisa. Ela sentiu, naquele momento, que não era uma boa ideia, mas concordou. – Vamos sim, porém temos de voltar cedo – respondeu.

Saíram da pizzaria e foram a tal boate. Não estava tão cheia, pois ainda era cedo. Dirigiram-se ao bar e pediram uma bebida. Ficaram por ali um pouco, conversando e observando o ambiente. – Pena que as meninas não quiseram vir – disse Marisa. – Verdade, mas vamos nos divertir por elas também – respondeu Aloísio, pegando a mão da parceira e a levando para o meio do salão. Começaram a dançar. Apesar da pouca frequência, a seleção de músicas era boa e o clima também era bastante agradável. Emendavam uma música na outra e, não raro, suas mãos resvalavam no corpo do outro. Marisa se virou de costas e passou a dançar com Aloísio a enlaçando por trás. Depois, virou-se, colocou as mãos no pescoço dele e teve sua cintura enlaçada. A música que tocava era um pouco mais lenta e permitia uma dança mais próxima e mais íntima. Marisa deitou a cabeça no ombro de Aloísio, que acariciava suas costas e seus cabelos. Dançaram diversas músicas antes dela acusar cansaço. Voltaram ao bar para mais uma rodada de drinques. Aloísio se colocou colado a ela, com o braço em sua cintura. Riam, brindavam e entornavam seus drinques. – Não me divertia assim há muito tempo. Desde antes da minha filha nascer – disse Marisa. – Que bom. Eu também estou me divertindo muito. Você é incrível – respondeu ele. Seus rostos estavam próximos e, por breves instantes, seus olhares se cruzaram e ficaram se encarando, em silêncio.

Marisa quebrou aquele clima, entornando mais um drinque e o chamando para dançar mais uma pouco. Voltaram a se abraçar e a dançar juntos, mesmo que a música não pedisse tal proximidade. Por volta da uma da manhã, Marisa se disse esgotada. – Não sou mais uma garotinha. Estou morta – confessou. Pagaram a conta e voltaram ao hotel. Subiram no elevador e Aloísio passou o braço pela cintura dela, puxando-a mais para perto de si. Marisa estava mesmo cansada e acabou deitando a cabeça no ombro dele. Caminharam desta forma pelo corredor até a porta do quarto dela. Aloísio pegou sua chave e fez questão de abri-la. – Obrigada. Eu to tontinha – disse ela, rindo. – Podemos tomar uma saideira antes de irmos dormir? Assim, você relaxa e dorme melhor – propôs. Os dois estavam suados e cansados. Marisa estava encostada na porta e Aloísio bem perto dela, acariciando suas mãos e braços. O carinho era gostoso e perigoso. – Acho melhor não. Está tarde e já bebemos muito – respondeu, lânguida. Aloísio se aproximou mais e segurou sua cintura. As mãos de Marisa foram ao peito dele com a intenção de repeli-lo, mas não teve forças. O tesão que sentia era evidente, intensificado pela bebida e pela dança.

Aloísio foi aproximando, devagar, seu rosto do dela. Seus narizes se tocaram e os grossos lábios dele começaram a procurar os de Mariza. Ela estava de olhos fechados, sentindo seu coração bater aceleradamente. As mãos fortes e grandes de Aloísio seguravam sua cintura e passeavam por suas costas. Quando subiam, seus polegares tocavam os seios médios e duros dela. As mãos de Mariza, lentamente, foram subindo na direção do pescoço de Aloísio e, finalmente, seus lábios se tocaram. Começaram a se beijar, inicialmente, de forma lenta e carinhosa. Aos poucos, o beijo se tornou intenso, quente. As línguas duelavam e suas mãos apertavam o corpo do outro com força. Marisa estava presa contra a parede e sendo espremida pelo corpanzil de Aloísio. Seus corpos se esfregavam. Os seios dela se chocavam contra o peito forte do negro. As mãos de Aloísio foram até a bunda de Marisa e ergueram sua perna esquerda na sua cintura. Agora, ela sentia o volume grande e grosso encostando diretamente em sua virilha. Aloísio saiu da boca de Marisa e passou a beijar e chupar seu pescoço. Marisa gemia baixinho e esticava a cabeça pra trás, dando-lhe mais espaço para trabalhar.

De repente, porém, a porta do quarto vizinho se abre e sai um casal lá de dentro. O susto fez os amantes se separarem. – Desculpem. Não sabíamos que havia alguém aqui fora – disse o senhor. – Tudo bem. Já estávamos de saída – respondeu Marisa, entrando em seu quarto. Aloísio quis segui-la, mas ela o impediu com a mão no seu peito. – Não, Aloísio, por favor. Nós já fomos longe demais. Eu sou casada, tenho uma filha. Não posso fazer isso, por mais que eu queira. Boa noite – falou. Antes que Aloísio pudesse fazer mais uma investida, o que certamente faria com que ele entrasse no quarto, Marisa fechou a porta. Ela tremia da cabeça aos pés e se encostou à parede. Suas pernas fraquejavam e ela respirava com dificuldade. Colocou a mão no peito e constatou que seu coração estava disparado, quase saindo pela boca. Ficou alguns minutos na mesma posição até recuperar o controle sobre seu corpo. Foi, cambaleante, até o frigobar e pegou uma garrafinha de uísque. Abriu e o tomou de uma vez só, puro. Não estava acostumada e teve uma crise de tosse. A bebida desceu rasgando e Marisa precisou se sentar em uma poltrona. Mais de meia hora se passou quando ela, finalmente, teve forças para ir para a cama. Nem sequer pensou em banho e caiu, de roupa e tudo, na grande cama do quarto, dormindo pesadamente em seguida.

Na manhã seguinte, temeu que Aloísio aparecesse novamente, como no dia anterior. Ele não apareceu e Marisa teve de admitir que sentiu um misto de alívio e saudade. Vestiu-se e foi ao auditório. Passou o olhar pelo ambiente e vislumbrou o rapaz negro e imponente do outro lado. Seu coração bateu acelerado outra vez e ela teve ímpeto de ir até ele. Porém, ao localizar Joana no canto oposto, decidiu ir até ela. – Oi, Jô. Bom dia – cumprimentou. – Bom dia. Que milagre é esse? Cadê seu guarda-costas? – brincou a outra. – Guarda-costas? – perguntou Marisa, fingindo não ter entendido. – Sim, o Aloísio. Vocês estavam tão grudados ontem que parecia um guarda-costas. Ou outra coisa – provocou. – Que outra coisa, Joana? Para com isso. Eu sou casada – respondeu, mostrando a aliança. Joana riu da cara de nervoso de Marisa. – To brincando contigo, guria – disse ela, com seu sotaque gaúcho. Ficaram juntas, esperando o início da palestra, e Marisa estava inquieta. Joana percebeu. – Que é que você tem, guria? Não para quieta – falou. – Eu preciso contar pra alguém antes que eu exploda. Vem comigo – respondeu. Marisa pegou Joana pela mão e foi para a área externa do andar.

- Eu quase fiz uma besteira das grandes ontem à noite. Você lembra que o Aloísio e eu fomos a uma boate, não é? – Joana fez que sim com a cabeça e deu um sorrisinho discreto como se já esperasse o que Marisa lhe diria. – Pois é. Nós fomos e nos divertimos bastante. Fazia anos que eu não saía para dançar e eu sempre adorei dançar. Ficamos até quase uma da manhã e só voltamos porque eu tava no bagaço. Ele me acompanhou até meu quarto, ficamos conversando um pouco na entrada e... veio a besteira – contou Marisa. – Que besteira? Vocês dormiram juntos? – perguntou Joana. – Não, claro que não. Nós só nos beijamos. E foi um beijo incrível. Ele tem uma pegada maravilhosa, uma língua deliciosa e acendeu uma fogueira dentro de mim. Ele queria entrar, mas eu não deixei – respondeu. – Por que não? Se a pegada é maravilhosa, se a língua é deliciosa e se você estava queimando por dentro, por que diabos não entrou e estuprou aquele negão? – Joana deu ênfase à palavra estuprou, erguendo sua voz, o que fez Marisa pedir que falasse baixo. – Eu já disse que sou casada. Eu amo meu marido. Como é que eu vou pra cama com outro homem? Nunca fiz isso – afirmou Marisa. – Ai, guria, como tu és complicada. Teu marido tá longe e nunca vai saber se tu não contares. Agora, me diz: tu ainda vais ficar quatro dias, convivendo com o Aloísio. Como é que tu pretendes resistir a ele? – a pergunta de Joana atingiu, em cheio, Marisa, pois ela própria já tinha se perguntado isso. Não tinha resposta.

Naquela manhã, Marisa optou por ficar com Joana e longe de Aloísio. A amiga ria dela se escondendo. Aloísio talvez tenha entendido e decidiu respeitá-la. Não a procurou durante a manhã nem na hora do almoço. As palestras iam ocorrendo e Marisa estava longe, muito longe dali. Sua cabeça não absorvia nenhuma palavra que era dita naquele auditório. Perto do final da tarde, Joana se aproximou do seu ouvido para lhe dizer algo baixinho. – Eu brinquei naquela hora com você, mas agora vou falar sério. Você não vai conseguir fugir dele a semana toda. Vá lá e tenha uma conversa séria, como dois adultos. É a coisa mais madura e correta a se fazer – afirmou. Marisa não respondeu. Estava pensativa, olhando pra frente e fingindo estar prestando atenção no que o professor falava no palco. Mais tarde, palestras encerradas, voltou ao seu quarto. Foi direto tomar um banho. Ao tirar a roupa, percebeu que sua calcinha estava muito molhada. Pela manhã, ao tirar a roupa da noite anterior, a calcinha estava ensopada. Depois do banho, vestiu um robe e foi pra cama. Pegou seu notebook e ligou pra casa. – Oi, amor, tudo bem? – falou ao ver o marido na telinha. – Ave Maria, Marisa, onde você estava? Não ligou ontem e hoje eu te telefonei umas vinte vezes e você não atendeu – respondeu Thiago, claramente agitado. – Vinte vezes? Aconteceu alguma coisa? – perguntou ela. – Eu é que pergunto se aconteceu, né? Você prometeu que ligaria todas as noites e ontem, não ligou – disse ele. – Desculpa, querido. Eu saí com umas meninas do congresso e voltamos um pouco tarde – explicou ela, omitindo a presença de Aloísio.

Marisa conseguiu acalmar Thiago e conversaram mais tranquilamente. Helena também participou da conversa e, quando desligou a chamada, ela se sentia melhor, apesar de ter mentido. Meia hora depois, porém, ela batia à porta do quarto de Aloísio.

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Comentários

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Ótimo conto como sempre. Deixo como sugestão que na próxima história faça uma onde protagonista seja homem

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Obviamente amor de pica, mas o ideal seria o corno presenciar.

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Olá, pessoal. Digam aí nos comentários quem vocês escolheriam entre o amor de casado e a paixão, o famoso amor de pica. Comentem, beleza? Amanhã, tem mais.

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