Essa não é uma história de amor. Capítulo 1

Um conto erótico de magxlhães
Categoria: Homossexual
Contém 2916 palavras
Data: 03/07/2017 10:49:53
Última revisão: 05/07/2017 15:54:39

Capítulo 1 - Dei um beijo na boca do medo.

Segundo William Shakespeare, nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o que, com frequência, poderíamos ganhar, por simples medo de arriscar, e eu era assim, parecia até que essa frase havia sido escrita lá atrás, com o propósito de me atingir quatrocentos anos depois, em outro continente. Eu estava nos meus dezesseis anos e tudo o que eu fazia era absolutamente rotineiro. Nessa época, eu e minha mãe - minha tia biológica que, por decorrência do destino eu chamava e considerava por mãe, uma bela moça baixinha e branquinha, com uma aparência relativamente fraca, mas com a alma mais forte que já conheci na vida - morávamos no interior de Goiás. Minha mãe era engenheira de trecho, e por isso, vivíamos nos mudando de cidade em cidade, fazendo com que, dentre muitas outras consequências, eu não conseguisse fazer amigos de longa data, ou que durassem mais que cem ou duzentos quilômetros.

Estávamos em Novembro, no finalzinho do ano, no colégio em que eu estudava, faltavam duas ou três semanas para o término do ano letivo. Eu já havia garantido minha graduação para o terceiro ano do ensino médio, e também já sabia que eu e minha mãe nos mudaríamos de cidade novamente, e na minha cabeça pairavam duas coisas: eu teria uma chance de fazer tudo certo na cidade nova, teria a chance de poder me assumir pra minha família e pra quem mais quisesse saber, e também poderia fazer um ensaio do que estava por vir na cidade, uma vez que daqui a três semanas eu já não estaria mais ali.

Sim meus caros, eu escondia minha sexualidade ao extremo... Desconfiava que minha mãe já sabia, porque afinal, mãe sempre sabe, mas eu não dava pinta, até porque sempre tive um jeitão meio fechado e ogro, nada do tipo mal-educado e turrão, eu diria que marrento. Minha altura e meu gosto por esportes também ajudava a me esconder, afinal, infelizmente vivemos em uma sociedade que atribui aos caras que não são heterossexuais, uma imagem de fraqueza, que sabemos que não é verdade.

Segunda-feira, seis da manhã em ponto, sou acordado pelo meu quinto ou sexto horário do despertador do celular, levanto, tomo um bom banho, coloco uma calça jeans skinny, o blusão do colégio, um tênis preto qualquer, pego minha mochila e desço direto pra cozinha. Minha mãe já havia saído pro trabalho, aproveitei a sobra de tempo e comi duas fatias de melancia, bebi um copo de suco de uva e fui pro abatedouro que costumava ser conhecido como colégio.

Cheguei alguns minutos depois - morava bem perto do colégio - e logo na porta encontrei uma amiga, Rafaela. Ela nunca me questionara sobre minha sexualidade, apesar de eu imaginar que ela já sabia. Eu a considerava muito e ela seria uma das poucas pessoas que eu sentiria falta nessa cidade.

- E aí gatinho, bom dia! - ela soltou quase como um ronrono típico de quem dormiu pouco ou quase nada.

- E aí Rafa, mais uma noitada da boa? Haha. - falei pegando no ar o semblante típico que ela fazia depois de uma noite dessas. A menina era o oposto de mim, curtia o que tivesse que curtir, vivia dando chance as novas possibilidades, e adorava um fim de noite regado a bebida e sexo, e sem dúvidas era o que tinha rolado na noite anterior.

- Cara, saí com o Rafael do FEI, e olha, que saúde haha, foi ótimo. - disse ela, que em sequência, começou a detalhar o encontro com o dito cujo. Ela sempre foi bem descritiva nesse aspecto e nunca escondeu nada de mim nesses dois anos que nos conhecemos, e eu adorava, porque na real eu queria fazer as coisas que ela fazia, eu queria pegar os caras como ela pegava, e como eu queria...

Ficamos algum tempo conversando até a aula começar.

Minha sala é bem simples, tinha 34 alunos compostos por meninos e meninas, e dentre todos, a única pessoa que me chamava atenção era um cara chamado Felipe. Não era um Deus grego, mas era até bonito, sinceramente o que mais me despertava o interesse nele, era que ele era um cara bissexual assumido, o que pra mim, um garoto que nunca nem tinha beijado um cara, já era uma porta aberta a mais. Ele tinha a mesma idade que eu, era moreno, tinha um corpo normal, um volume encantador no meio das pernas, lindos olhos castanhos e um cabelo quase que raspado, coroando um adolescente de um metro e oitenta. Eu definitivamente sentia tesão por ele.

Nunca havíamos trocado mais palavras do que o normal para dois alunos por medo da minha parte. O medo não estava relacionado ao receio de sofrer algum tipo de bullying. Felizmente aquela escola não tinha alunos que semeavam ódio ou preconceito, e nem aqueles esquemas de ascensão social que vemos por aí. O meu medo vinha de dentro de mim, por mais vergonhoso que pudesse ser ter que admitir, eu tinha medo de decepcionar. Mas eu resolvi arriscar.

No final daquela semana, haveria uma festa na casa de um cara do terceiro ano, que chamou alguns dos alunos do segundo, incluindo a Rafaela, que tinha me chamado pra ir junto. Anteriormente, havíamos combinado de chamar mais duas pessoas da nossa sala, e me aproveitando disso, eu disse pra Rafa que chamaria o Felipe e uma outra menina. Então, no intervalo, fui falar com ele, com o rosto quase derretendo de vergonha. Esperei ele ficar sozinho em algum momento, e quando a oportunidade veio, cheguei nele e dei início ao meu plano.

- Opa, beleza mano? - soltei com uma velocidade mais rápida que o normal, que tangia o estranho.

- E ai cara, diz aí. - ele falou com aquela voz extremamente grossa que possuía.

- Então, o Fred do terceiro ano vai dar uma social na casa dele na sexta, e convidou a mim e a uma amiga, e estávamos querendo chamar mais duas pessoas. Pensei em chamar você e a Jéssica, que tal? - tentei parecer o mais cordial possível, mas juro que não consegui tirar os olhos das calças do cara, eu deveria ser um maníaco sexual, e tenho certeza que ele percebeu.

- Opa, social? Pra mim, fechou! Tem que levar goró ou algum valor? - ele disse sorrindo e animado com o convite, e puta merda, que sorriso!

- Só levar o que for beber e tudo mais... - "e tudo mais", que espécie de idiota eu sou?

- Beleza então. - ele disse isso me olhando de uma forma estranha, é simplesmente deu uma coçada no saco que me fez até engasgar, mas vida que segue.

Me despedi e fui confirmar com a Jéssica também. Mais tarde na aula falei sobre com a Rafa, e combinamos tudo com o pessoal.

O resto da semana foi completamente normal. Eu ia de casa pra escola e da escola pra casa, passava minhas tardes estudando e vendo Naruto, onde dessas, se salvavam as terças e quintas onde eu fazia muay thai e vôlei em um centro esportivo perto de casa, e continuava com minhas punhetas noturnas, patrocinasse pelo xvideos e pela tim tales - eu tinha um tesão particular por caras avantajados.

Na sexta à noite, fui para a casa de Rafaela, eu estava com uma calça jeans rasgada bem escura, uma blusa branca estampará com flores e um tênis preto qualquer, estava de boné também, eu achava que ficava mais "gatinho" com ele. Rafa estava terminando de se arrumar e estava linda como sempre. Não era por menos! Uma gata morena com um corpo incrivelmente desenhado pra idade, e com um lindo cabelo liso preto. Um amigo nosso do terceiro veio nos buscar de carro, no caminho pegamos Jéssica e Felipe, e fomos pra tal social. Durante o trajeto da ida, eu fiquei no banco de trás, ao lado de felipe que estava no meio. Eu não sei o porquê, mas de alguma forma eu tentava colocar meu braço sobre as coxas dele, eu precisava de algum sinal verde, e quando percebi que ele olhava meu braço, mas não fazia nada e deixava um sorriso de canto, minha noite ficou melhor.

Naquele momento eu era um cara que estava dando um fim a uma repressão interna que eu mesmo fazia da minha sexualidade, é definitivamente eu estava explodindo de excitação em todos os aspectos. Meu pau marcava e pulsava ali mesmo dentro do carro, meramente com o toque das coxas de Felipe nas minhas mãos, ou melhor, do toque da minha mão nas coxas de Felipe.

Não falamos nada.

Quando chegamos a festa, fomos comprimentat alguns conhecidos e começamos a conversar. Aquela era a quarta festa que eu ia em toda a minha vida, e era a primeira em que eu realmente queria me soltar e me divertir. Já havia bebido dois ou três latas de cerveja nas outras festas, mas resolvi experimentar algo novo e comecei a tomar uma garrafa de Skol Beats, papo vai truco vem, em um dado momento Rafaela, que já tinha dado uns beijos em uns dois ou três caras, me chama pra dançar. Fomos e a música era um daqueles pops de sucesso que emplacavam os primeiros lugares das paradas. Eu dancei um pouco travado, mas dancei, afinal já estava meio alegre devido a bebida. Eis que surge o anfitrião, Fred, tragando um baseado, e oferendo à nós, Rafa deu alguns tragos e me passou, e eu a olhei com espanto porque nunca tinha feito aquilo na vida, mas resolvi entrar com tudo na minha nova filosofia e aceitei de bom grado o tal do baseado. Traguei pela primeira vez na vida, mas traguei tão forte que tossi, e a galera chapada ria da situação e fazia comentários como "Ih, esse aí vai chapar".

Algum tempo depois eu senti o que chamam de "a brisa bater", não consigo traduzir em palavras, mas foi uma sensação ótima. Ali estava o Victor que eu precisava pro que tinha planejado.

Procurei por Felipe e o vi dançando com duas meninas, o olhei enquanto dançava e não tirava os olhos dele, o cara tinha um jeito incrivelmente sexy de dançar. Ele percebeu e começou a retribuir os olhares, e eu ria, e ria, que brisa! Em um ponto, apenas o encarei e fiz um sinal como se estivesse indicando a direção do banheiro, e fui pra lá, as luzes completamente apagas.

Eu não sabia se ele iria vir, mas ele veio, parou do lado da porta do banheiro, eu estava um pouco a sua frente.

Ficamos nos olhando sem dizer nada por, juro, uns 5 minutos, e eu sorrindo, com o pau ja duro dentro da calça, o que foi percebido com ele que não tirava os olhos do meio das minhas pernas.

Ele entrou no banheiro e fez sinal para que eu entrasse junto, e eu fui. Felipe trancou a porta e me perguntou:

- Você tá bem? - com um sorriso no rosto de quem sacou que tinha um cara chapado ali na sua frente.

- Melhor agora. - eu disse com um semblante de quem estava com desejo. O desejo ardia nos meus olhos, na minha boca, no meu corpo todo e principalmente no meu pau.

Ele apagou a luz se aproximou de mim, me deu um abraço forte que me fez sentir o seu corpo. E era como se cada parte do meu ser estivesse conectada àquele corpo, eu recostei meu queixo em seus ombros e arfei de tesão. Ele riu, passou a mão pelas minhas costas, acariciou o início da minha coluna e deu uma pegada na minha bunda que eu nunca vou esquecer. Cara, eu estava quase gozando.

Começamos a nos beijar, no começo meio sem jeito, afinal eu nunca tinha beijado ninguém além de uma menina que havia ficado por impulso de alguns colegas na cidade que eu tinha morado anteriormente. Depois de certo tempo nossas bocas se acertaram, e nossas mãos acompanhavam em nosso corpo, o ritmo de nossa pegada. Meu pau pulsava contra o dele, e sua mão apertava minha bunda. Eu desci minha mão e acariciei seu pau por cima da roupa que ele usava, por cima da roupa que eu, naquele momento, odiava. Era grande, grosso e pulsava na minha mão, e eu quase rezava pedindo obrigado ao cosmos pela primeira vez com um cara estar sendo daquele jeito. Não era nada perfeito. Estávamos bêbados, chapados e nos pegando dentro de um banheiro de festa, que provavelmente estava enxarcado de bêbida, mas e daí? Eu era um cara que estava pegando um cara com um pau enorme, e eu o desejava cada vez mais.

Ele falou no meu ouvido com uma voz quase que mandona.

- Tira ele da calça, eu sei que você quer. - bem baixinho no meu ouvido, e tudo aê eu consegui fazer foi dar um sorriso e acatar àquela quase-ordem, eu estava num estado de fazer tudo que ele quisesse alí mesmo.

Não paramos de nos beijar enquanto eu tirava seu pau pra fora da calça, e quando pude sentir sua pele pulsar no meio de minhas mãos, fui à loucura, acho que o beijo ficou até mais gostoso naquele momento.

Ele colocou a mão na minha bunda, me elogiou e disse "Que delícia de rabo moleque" de uma forma tão safada que Mendes ter coragem pra abaixar e fazer algo que nunca havia feito.

Eu iria chupar um pau, e iria fazer isso cheio de tesão.

Não sabia como fazer direito, mas ele me guiou com as mãos, e depois de certo tempo eu pude perceber que, por mais que fosse enorme, aquele pau entrava todo pela minha garganta e isso não me incomodava, e ele estava gostando.

Meu cabelo era puxado de uma forma que tangia uma linha entre o doloroso e o excitante, ele pegava seu mastro e batia com ele em minhas bochechas, eu me sentia mais vivo do que nunca, e cara, como era gostoso.

Depois de certo momento ele me levantou e fez o mesmo que eu havia feito nele. Parecia que sua boca fora feita pelos Deuses. Ele chupava muito gostoso, pegava em minha bunda ao mesmo tempo que chupava, ia até o fim exatamente igual a mim, e era tão gostoso ver ele lambendo e chupando meu pau, e a sensação era tão boa, que eu não aguentei mais.

- Cara, eu vou gozar. - arfei tentando tirar meu pau da boca de Felipe. Ele como bom puto, me olhou com o pau na boca, deu um sorriso que era prensado pelas grandes dimensões de meu mastro, e balançou a cabeça negativamente, me mostrando que não queria parar, que não iria, e que queria leite.

E eu dei.

Eu gozei como nunca na minha vida, ele gemia de tesão e sugava cada gota do meu leite, tirou meu pau da boca, engoliu tudo e se levantou.

- Vem, deixa eu te dar leite também. - disse arfando de tesão, manuseando minha cabeça pra baixo. Mal deu tempo de eu me abaixar e ele gozou muito gostoso, e gozou MUITO na minha cara, e eu achei gostoso demais, e me senti um puto naquele momento. Ele sorria, e por acaso eu também.

Guardamos nossos paus, ele me ajudou a me limpar com água é bastante papel higiênico. Eu fiquei igual um bobo, ele me perguntou se aquela havia sido a minha primeira vez com um cara e eu disse que sim, nos beijamos mais um pouco e voltamos pra festa.

Voltei a dançar com meus amigos e às vezes eu olhava pra Felipe, numa dessas, vi que ele já estava beijando outro cara num canto escuro e pensei "Haha, que safado!".

Continuei bebendo com Rafaela, até certo horário em que fomos embora, eu dormiria em sua casa.

Chegamos bem bêbados, muito sorridentes, os pais de Rafa estavam acordados, mas riram da situação - pro meu alívio. Eu e Ela fomos até seu quarto, tiramos nossos sapatos e nos deitamos na cama, quando ela disse:

- Cara, que noite foi essa... - disse rindo, enquanto parecia estar relembrando do que havia feito na festa.

- É, pois é, haha. - eu disse tentando disfarçar a felicidade.

- Ah, pegou alguém né safado? - ela ria olhando pra mim. - Quem foi a mina?

Pela primeira vez na minha vida eu me senti livre e me entendi o suficiente pra ter coragem pra falar a verdade.

- Então, não foi menina, foi menino... - eu disse e olhei pra ela com uma cara de medo, esperando sua reação.

- Pera, você é gay? Porque não me disse antes? - ela gritou um pouco alto e eu fiz silêncio com os dedos, ela se desculpou e riu de mim.

- Sou haha, não contei antes por medo, sei lá... - disse aliviado.

- Relaxa bebê, aqui é viva o amor e a diversidade, fica tranquilo que isso não muda nada entre nós. - ela disse de um modo aconchegante, que me fez ter certeza de que eu havia feito uma amiga verdadeira naquele momento.

Conversamos mais um pouco até dormir. Um pouco antes de cair no sono eu refleti sobre minha noite, refleti sobre ter encarado meu medo pela primeira vez, sobre o ter destruído, e sobre como isso me fez bem, e caralho, um cara havia gozado na minha cara! Antes eu era seduzido pelo sentimento que me fazia perder o que eu poderia ganhar, mas virei o jogo, dei um beijo na boca do medo, o dilacerei e dei orgulho, aqui da terra, pra Shakespeare.

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Fala galera! Minha primeira publicação, espero que gostem! Comentem, apontem o que vocês acham que deve melhorar na escrita e etc...

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Comentários

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Ah, conto super-bom, e pô Valtersó, acorda né, é assim a vida, ninguém foi ali para se casar, as pessoas foram ali para se divertir. Maravilhoso esse conto, tipo muito, muito, muito bom

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Cara muito bom seu conto, escrita ótima... pra melhorar só se tiver o capítulo dois jahahhahah

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SERIA ESPETACULAR ESSE CONTO SE FELIPE NÃO TIVESSE GALINHANDO COM OUTRO DEPOIS. UMA PENA.

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