Meu Filho e Seu Amigo - Parte 1

Um conto erótico de Beedle, the bard
Categoria: Homossexual
Contém 2045 palavras
Data: 26/06/2017 22:13:36
Última revisão: 27/06/2017 16:57:48

MEU FILHO E SEU AMIGO

Eu o conheço desde que ele tinha mais ou menos 8 anos de idade. Lembro da primeira festinha da escola, quando meu filho correu todo animado para tirar foto com o novo coleguinha de classe. Era um menino grande e forte para a idade, diferente do meu filho, que sempre foi magrinho. Os dois corriam juntos de um lado para outro e dividiram os lanches que haviam levado. Logo o Marcelo estava frequentando a nossa casa e o Eduardo a dele. Foram crescendo juntos, amigos inseparáveis.

— Pai, o Celo pode dormir aqui hoje? — perguntou meu filho um dia, aos 11 anos.

— Se os pais deles deixarem e sua mãe concordar, por mim tudo bem. — respondi ganhando um abraço super apertado.

Os dois passavam tardes e tardes juntos jogando videogame ou jogando futebol ou desmontando eletrônicos velhos. Cada semana inventavam uma brincadeira nova. Houve uma semana em que descobriram o futebol de botão, outra em que acharam uma filmadora antiga e se danaram a fazer filmes, houve até mesmo o momento em que descobriram juntos um filme pornô que eu escondia em casa. Brincavam, cresciam, descobriam e aprendiam. Juntos.

Até que tivemos que nos mudar.

Edu já estava com 14 anos, quando tivemos que ir para outro estado, por conta da abertura de uma nova unidade da multinacional que eu iria gerenciar. Era um grande passo na minha carreira e embora minha esposa e meu filho tivessem ficado felizes pelo meu sucesso, estavam também tristes por irem para tão longe dos familiares e amigos.

Menos de uma hora depois de eu conversar com minha família, o Marcelo apareceu lá em casa. Abri a porta e ele me lançou um olhar ao mesmo furioso e assustado. Estava suado. Suas bochechas estavam vermelhas e os cabelos desgrenhados.

— O Edu está? — perguntou ele, com uma voz típica de adolescente na puberdade. Já havia alguns pelos em seu bigode juvenil.

— No quarto, Marcelo — disse, apontando para o corredor. Ele passou por mim com pressa e desapareceu.

Nos dias que se seguiram começamos a nos preparar para a mudança e a presença de Marcelo se intensificou na nossa casa. Ele ajudou Eduardo empacotar tudo e aproveitou os últimos dias com o melhor amigo, já que não teriam mais tanto contato assim. Um dia antes da nossa partida todos os amigos do meu filho vieram para uma festa de despedida, fizeram homenagens, prometeram nunca perderem o contato, se abraçaram e choraram.

— Tá chorando, Marcelo? — brinquei me aproximando dele, que estava num canto, distante dos outros colegas.

— Eu não — respondeu ele, se fazendo de durão, mas com os olhos cheios de lágrimas, sem deixá-las cair. — Eu não choro.

Ri. Entreguei a ele um copo de refigerante e me afastei.

Viajamos bem cedo no dia seguinte. Eduardo ainda dormia. Usava uma camisa xadrex por cima de uma camiseta branca. Nunca tinha visto aquela camisa com ele antes. Marina, minha esposa, dissera também não conhecer a camisa. E logo ela adormeceu também. Fui dirigindo em silêncio, pensando em como tudo mudaria para o meu filho, principalmente para ele. Desde que nasceu ele virara o centro das nossas preocupações e era só a felicidade dele que importava.

***

Quatro anos haviam se passado desde que saímos daquela cidade, quando parei meu carro na frente da minha antiga casa. O caminhão da mudança parou logo atrás. Os anos que passara longe dali foram incríveis, mas era muito bom estar de volta. Meu filho passara no vestibular e eu recebera uma nova promoção no meu emprego, o que me fez voltar para o que considerava como minha casa.

Eduardo foi o primeiro a descer do carro, meio saltitante. Estava feliz demais, nunca realmente conseguira gostar da outra cidade. A puberdade trouxera mudanças em seu corpo e fora generosa com ele. Estava alto e esbelto, encorpado mesmo sem nunca ter frquentado uma academia, mas preservava a falta de pelos de uma criança. Seu rosto era bonito e harmonioso. E não havia como não reparar em sua bunda, que crescera mais do que qualquer outra coisa. Já ouvira muitos comentários sobre a abundância de suas nádegas, mas nada havia a fazer a não ser aceitar que o meu pequeno havia crescido.

Começamos a descarregar os nossos móveis eu e Edu, com a ajuda do motorista do caminhão, um rapaz brincalhão de riso fácil, que logo fez amizade conosco. Eu havia acabado de colocar uma cômoda no quarto e voltava para buscar mais algum móvel quando me deparei com um homem desconhecido na minha sala. O rapaz era alto, com uma barba farta no rosto jovem. Os braços musculosos à mostra bem como os pêlos do peito que saltavam da regata branca que usava. A bermuda apertava-se ao redor de uma coxa grossa mostrando as pernas também extremamente peludas. Me surpreendi quando o rapaz que eu nunca vira na vida estendeu a mão na minha direção:

— Tudo bem, Carlos? — disse com uma voz extremamente grave.

Meu olhar provavelmente me denunciava, estava extremamente confuso, mas a realidade me alcançou quando eu ouvi a explosão de felicidade do Eduardo:

— Celo!!! — exclamou ele correndo para abraçar o amigo.

— Marcelo? É você? Caramba! Como cresceu rapaz, está um homão.

— Cresceu hein Edu, não está mais aquele magrelo — disse Marcelo.

— E você não está mais aquele balofinho...

Ambos me ignoraram e eu saí da sala de fininho, para deixar os dois aproveitarem o momento deles.

— Você viu o Marcelo? — perguntou minha esposa, horas depois, quando Edu já tinha saído, deixando-nos com a casa para arrumar. Já era noite e havíamos jantado uma pizza que demorara mais de uma hora pra chegar.

— Vi sim. Cresceu né?

— É. São dois homens agora. Saudades daquele meu menininho que se agarrava na minha perna pra não me deixar sair de casa.

— Agora é ele quem sai de casa sem hora pra voltar e a gente não pode nem se agarrar na perna dele pra impedir. — rimos juntos, nos abraçamos e começamos a relembrar histórias da infância do Eduardo.

Adormecemos e não vimos o Edu chegar. Pela manhã ele nos tranquilizou, disse ter ido na casa do Marcelo e de lá foram juntos reencontrar os antigos amigos num barzinho. Começou a contar como estavam os amigos mais próximos. A maioria deles tinha entrado na mesma universidade, uns estavam prestes a casar ou ter filhos.

— E o Marcelo, filho? — questionei.

— Que tem ele?

— Vai fazer alguma coisa também? Universidade, curso?

— Ele vai estudar comigo, não lembra não?

Fiz uma cara de interrogação e ele revirou os olhos.

— Pai, está tudo certo desde que a gente era criança. A gente tinha combinado de que faríamos engenharia juntos. — disse ele, como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.

— Ah, pensei que isso era coisa de criança, não imaginei que fossem seguir isso à risca. Ainda mais depois de ficarem esse tempo todo sem ter muito contato...

— Quem disse que a gente passou algum tempo sem ter contato? — mais uma vez ele vinha com uma obviedade que só era verdade para ele próprio. — Pai, a gente se falava todo dia.

— Caramba! Pensei que vocês só tivessem se falado nas férias.

— Pai, sério, que ano você acha que a gente está, hein? — e com essa frase que me fez sentir o mais velho dos velhos, o moleque saiu da cozinha, com a boca cheia de torrada e um copo de suco na mão.

***

A porta do quarto do Eduardo estava entreaberta. Eu parei a meio caminho do meu quarto. Saíra mais cedo do trabalho por conta de uma forte dor de cabeça, mas a minha curiosidade foi mais forte. Edu estava estudando com Marcelo desde cedo. Já estavam no fim do primeiro semestre do curso superior que os dois faziam juntos. Desde que tínhamos retornado para a cidade a amizade deles voltou a ser exatamente o que era antes, o que significava que os dois passavam muito tempo juntos. A única diferença era que ao invés dos dois molequinhos que viviam inventando brincadeiras agora eram dois homens estudantes de engenharia que precisavam passar muito tempo se dedicando aos estudos de Cálculo e Física.

Continuavam a ser os mesmos amigos inseparáveis de antes, mas eu percebia os detalhes. Até ali eu me perguntava se era coisa da minha cabeça, se eu estava vendo demais. Era eu o único a perceber? A maneira como se olhavam não era qualquer. Havia mais do que uma mera cumplicidade. Mais do que uma simples admiração. Havia sempre um brilho no olhar do Marcelo quando encontrava o Edu, ou no do Edu quando o nome do Marcelo era mencionado. O olhar cintilante era quase sempre acompanhado por um sorriso bobo de canto de boca. Mas eu parecia ser o único a perceber.

Uma vez fomos à praia os quatro: Eu, Marina, Eduardo e Marcelo. O dia estava absolutamente lindo e os meninos saíram do carro apressados para aproveitar o sol. Me aproximei dos dois quando tiravam as roupas, enquanto Marina ainda pegava algumas coisas no carro. Marcelo tirou a camiseta e já começava a tirar a bermuda, quando o Edu, de costas para mim, sem perceber a minha aproximação, perguntou:

— Vai ficar de sunga, Marcelo?

Estranhei ele não chamar o amigo de Celo, como sempre fazia.

— Vou sim, qual o problema, Edu?

— Nada — respondeu meu filho vendo que eu chegava. Marcelo voltou a vestir a bermuda e assim permaneceu.

Caminharam lado a lado em direção ao mar enquanto eu e Marina ficávamos sentados tomando sol. Marcelo, que era o mais alto e mais largo dos dois, vestia uma bermuda verde, enquanto Eduardo vestia um shorts vermelho. Os dois brincavam como duas crianças no mar. Fiz sinal pra eles quando o nosso almoço chegou: peixe frito, arroz e batatas fritas.

— Vou pegar uma água de côco — disse Marcelo.

— Pega pra mim também — pediu Eduardo, sentando ao meu lado e pegando uma latinha do seu refrigerante favorito. Espichou o pescoço para ver o que Marcelo fazia no quiosque. Estava demorando. Olhei também. Uma rapaz loirinho de sunguinha preta se aproximava do Marcelo. Falou alguma coisa com ele, que sorriu. Percebi que meu filho fechou a cara e a lata de refrigerante na sua mão estava amassada.

Quando Marcelo voltou, sentou ao lado do Eduardo e lhe estendeu o côco que havia pedido.

— Não quero mais — disse ele emburrado.

Marcelo nada disse e ficou quieto. Eles não se falaram até ficarem novamente sozinhos, quando Marina e eu resolvemos tomar banho de mar. De longe, observava o que parecia ser uma discussão dos dois, mas no fim pareceram ter se entendido.

Desde este dia tenho os observado de perto. Os olhares, os sorrisos, os ciúmes. Quando levemente seguram aos mãos, quando fazem cafuné um no outro quando acham que não tem ninguém vendo, quando Marcelo sem perceber segura na cintura de Edu.

Mas nada havia se confirmado. Podia ser tudo fruto da minha imaginação, não poderia?

Tentei puxar esse assunto com a minha esposa, o que serviu pra eu reforçar as minhas suspeitas. Mas o que para mim eram apenas suspeitas, para Marina eram certezas.

— Você acha que o Edu está de paquera com aquela menina, a Flávia? — perguntei eu displicentemente quando íamos dormir, certa noite. Não que eu achasse que o Eduardo estivesse interessado na moça, só queria que a Marina revelasse algum pensamento seu sobre a vida sentimental do nosso filho.

— Não, com certeza não — respondeu.

— Como assim, com certeza não? — insisti.

— Carlos, meu amor, talvez você não tenha percebido, mas o nosso filho namora com o Marcelo.

— Como assim, ele te disse alguma coisa? — estava confuso e irritado. Por que meu filho esconderia isso de mim, mas não da mãe? Sentia mais confiança nela do que em mim? Duvidava da minha aceitação?

— Não, Carlos, o Eduardo não me disse nada, mas eu percebi.

Mas a mim não bastava. Não bastava o que Marina achava. Eu precisava ter a confirmação. E eu vi a oportunidade ali, naquela porta entreaberta. Devia me sentir horrível por estar prestes a espionar o meu filho, mas não pensava em nada.

Olhei por entre a porta e o que vi ali fez meu coração disparar...

***********************************************************

Esta é a segunda história que escrevo aqui e resolvi dividir em duas partes. A minha história anterior se chama "O Filho do Meu Padrasto". Espero que vocês gostem.

Siga a Casa dos Contos no Instagram!

Este conto recebeu 3 estrelas.
Incentive Beedle the Bard a escrever mais dando estrelas.
Cadastre-se gratuitamente ou faça login para prestigiar e incentivar o autor dando estrelas.

Comentários

Foto de perfil genérica

Ainda bem que os pais dele pelo jeito aceitou ele numa boa

0 0
Foto de perfil genérica

Muito boa a história, texto impecável, narrativa muito boa. Dificil ver escritores bons nos dias de hoje, não é igual antes, uma dica que dou, ou melhor, seria maravilhoso se no decorrer da história a mesma seja narrada por Eduardo o Filho, ou que fique um ganche para outra entrada, mas está maravilhosa a história. Continuarei acompanhando

0 0
Foto de perfil genérica

estou ansioso para ler a continuação

0 0
Foto de perfil genérica

Quero muito saber o que vai acontecer! Se quiser ler os meus Contos, tenho alguns no meu perfil!!!

0 0
Foto de perfil genérica

Excelente! Espero ler a continuação em breve!

0 0
Foto de perfil genérica

Gostei, ainda mais pela narrativa ter sido eita pelo pai apenas como um observador da historia dos dois e a naturalidade como tudo ocorre.

0 0
Foto de perfil genérica

EXCELENTE. MUITO BEM ESCRITO. UMA HISTÓRIA INTERESSANTE. NÃO CREIO QUE EDU E CELO ESTEJAM FAZENDO ALGO COM A PORTA ABERTA. SERIA DESCUIDO DEMAIS. GOSTARIA DE SABER O QUE O RAPAZ DISSE AO CELO PRA ELE SORRIR E A DISCUSSÃO DE EDU E CELO SOBRE ISSO.CONTINUE LOGO POR FAVOR. ANSIOSO AQUI.

0 0
Foto de perfil genérica

O Pai vai ver o Edu dando pro Marcelo! Mas pelo que percebi, o Marcelo dá umas escapulidas..

0 0

Listas em que este conto está presente