Montado na Piroca do Pedreiro

Um conto erótico de Lissan
Categoria: Homossexual
Contém 11908 palavras
Data: 25/06/2017 22:59:48
Última revisão: 26/06/2017 19:13:52

• Olá galerinha do CDC, gosto muito de postar aqui uso dois usurários o Lissan e o LipM, esse conto é ficcional ou seja tudo coisa da cabeça do autor, assim sendo qualquer erro é culpa minha mesmo kkkk, bem gostaria muito que se você curtissem que comentassem isso me dar incentivo pra continuar a escrever e postar. Se não gostaram podem me dar dicas, eu agradeço! Beijos a todos!!!

De quatro em quatro anos os prefeitos mudam. Ou melhor mudam os primeiros nomes dos prefeitos, geralmente a família á governar é sempre a mesma – se não a mesma alguma muito próxima da anterior. Dependendo da idade do cidadão da cidadã eleita, ele ou ela decidem repaginar a cidade, pintam ás coisas publicas ás suas cores e vestem ao seu modo os funcionários da prefeitura. Contratam gente, despedem outros e assim vai...

Foi numa mudança dessas que num interior longínquo de estado baiano á avenida Lomanto Junior – nome de um politico famoso do estado – sofreu sua primeira intervenção em meio século de existência, fora construída pelo coronel antigo dono daquelas terras e agora depois de muitos anos seu tataraneto – talvez tenha mais um tata ai – resolveu repaginar a cidadezinha...

Alguns moradores eram a favor, outros nem tanto gostavam do conservadorismo da praça a verdade mesma é que ela estava capenga coitada, toda desnivelada rua sem calçamento digno, lixo aqui e acolá – e não servia seu fim último que era o namoro, sim, havia uma discussão antiga sobre esse assunto, afinal a praça Lomanto Junior era patrimônio histórico da cidade ou ponto de namoro dos jovens da época? – o certo mesmo era que ainda no seu esgotamento á praça dava seus frutos.

Um deles fora vereador, e se lembrava com louvor seus feitos naquela pracinha, foi ali num dos bancos – agora quebrado – que tivera com uma moça um de seus mais saudosos momentos de macho viril. O padre – naquele tempo noviço – lembrava-se sempre que passava por ali, que atrás da arvore central do cercado, tinha ajoelhado para alguns coleguinhas – mas agora sempre que se lembrava desse interim, fazia o sinal da cruz, claro – não só ele, como muitas beatas que juravam-se virgens havia se desflorado por vários pontos daquele losango municipal.

Era por isso um patrimônio se não municipal, nacional pelo menos um patrimônio memorial das vidas de todos os moradores da vela geração e também da nova. Sim, porque no inicio dos anos oitenta uma boa turma coitou por ali - um desses casais, talvez o mais saidinho deles era conhecido na cidade como taca fogo e engole espada, essa expressão de baixo calão não era próprio de todo o populacho mas o baixo clero o usava com frequência, os bêbados principalmente – os casais menos aflorados, aprontaram ás suas também...

Desses geraram, o menino Geronimo, Pedro, Lucas, Marisson, Alex, William, Mauricio e Flavio todas germinados da praça. Esse ultimo com quinze anos no inicio das reformas, morava ali mesmo de frente pra praça e via com entusiasmo ás novas reformas que se prometiam fazer – era filho de Lucia e Doca – á mãe quando moça muito recatada se apaixonara por um pescador de idade elevada os pais proibiram, mas a danada fugia e na praça ou na mata encontrava refugio nos braços do Doca.

Esse pescador de carreira, conhecia toda a gente da cidade desde a feira velha até a nova que se erguia mais ao centro – era um vendedor de peixe dos mais requisitados. Via no filho Flavio alguma coisa de si, mas seu faro não dizia que o menino não era de sua espécie á mãe era categórica:

- Besteira homem, nosso filho só delicado do jeito que vai levando os estudos talvez se torne até padre... – Ela parava de torcer os panos e repetia pro nada – eu com um filho no clero, que coisa mais linda...

Doca já com certa idade, de cócoras ao lado da mulher fazia suas analises e sua conclusão não era nada agradável:

- Igual a Padre Sebastião? Deus nos livre, queria era que ele deixasse essas coisas de livro e de ficar arrumando casa e fosse mais eu pras aguas, pras matas lá que é lugar de homem...

A mulher não se desligou dos devaneios – era dessas sonhadoras, não foi atoa que driblou o velho pai – olhou pra o marido afirmativa:

- O que queres dizer com ser igual padre Sebastião? O que tem de errado com o homem, o vejo fazendo coisas tão boas para todos...

- Disse bem... Não digo mais nada se não queres ver não serei eu a te desiludir... vou pegar uma inchada e capinar aquele matagal da praça...

- Queres ver? Ora vai mesmo, assim fica sem falar abobrinhas...

O homem se ergueu apertou a cintura dela e tascou – lhe um beijo no lóbulo da orelha, ela se arrepiou:

- Te avias homem oxe...

Ele se fez de faceiro, e pegando a inchada foi para a rua. La dentro cerrado atrás de uma porta de madeira gasta, deitado numa cama com um livro aberto... Flavio viajava para Paris, uma Paris tépida mas ainda assim Paris... Sua mente conjecturava milhões de coisas, mas uma comum nos jovens das letras não o excitava – que era a saída daquele lugarejo para a capital – de por ele nunca sairia daquele lugar, gostava de sua localização geográfica e além do mais tinha nos livros um passaporte para onde quisesse ir.

Por exemplo conhecia o Rio de Janeiro como a palma da mão, pois já havia lido Machado de Assis, João do Rio, Manoel António de Almeida... Salvador conhecia desde o tempo das caravelas com ás crônicas de Frei Vicente do Salvador, á contemporânea visitava pelos olhos picantes de Jorge Amado a que tinha certa veneração... Foi com Jorge que seus hormônios começaram a aflorar, lendo ás paginas do romancista baiano se imaginou na pele de cravo e canela como o personagem Gabriela, apendeu o que era pederastia pelas palavras do autor e querendo ou não se reconhecia como tal... Foi com o Romance Capitães da Areia que se viu mais perto daquele fogaréu que por vezes lhe incendiava quando via seu pai nu...

Sentia vergonha era fato mas o que si ia fazer, gostava de ver os pelos no peito largo do pai e admirava seus braços grossos gostava da barba cerrada dele, e se pegava as vezes imaginando como seria tocar naqueles braços... Sabia ser pecado, mas o que podia fazer o padre o conhecia – já até tinha se confessado – e ele o padre dissera que era só rezar... mas de uns dias pra cá não estava resolvendo:

- Flavinho meu filho vem almoçar...

- Já estou indo mainha... – respondeu saindo do mundo das palavras e entrando na realidade.

Abriu a porta rangedora, e segui para a mini cozinha da casa, pegou seu prato e foi até o fogão ainda á lenha:

- Seu pai foi capinar os matos da pracinha ai porque quando tu terminar ai não vai ajudar ele?

- Ah mãe! me peça pra coser uma roupa do meu pai, ou concertar uma rede de pescar dele, até pra lavar ás roupas suas minhas e dele, me peça até pra lavar a casa toda, mas não me coloque pra pegar peso que não nasci pra isso...

Lucia sorriu, não mentia pra si mesma quando via no filho suas característica, se sentia orgulhosa disso. Quem quisesse falar “coser não é coisa pra macho” que dissessem seu filho cosia uma roupa como ninguém, e fazia uma comida melhor que a sua. Alem disso era versado nas letras o que podia pedir mais de Deus? Nada, ela o amava daquele jeitinho mesmo:

- O que custa meu filho tu ajudar teu pai, só hoje...

- Mãe a senhora sabe bem que eu não sirvo pra isso... mesmo que eu tente não dar certo...

- Tá bom, não vou insistir – olhou para o quintal e de lá ouviu um barulho – Flavio fecha a porta ai que acho que tem uma ratazana aqui no quintal...

Um calafrio de medo dominou Flavio que já havia feito seu prato, mas o deixou assim que ouviu a mãe. Essa tinha medo do bicho tanto quanto o filho, mas sua raiva do pestilento já alcançava níveis atômicos, iria mata-lo ela mesma.

Cá na rua, na praça Doca já havia caminhado quase a praça toda já dobrava do outro lado quando encontrou o padre sentado ali tomando sol – pensou em perguntar o que lhe encucava com o filho mas deixou-se estar – seguiu seu trabalho só parando para acenar:

- Bons dias seu padre!

- Bom dia meu filho, como vai dona Lucia e seu menino?

- Todos bem com ás graças da santa...

Continuou seu serviço – parou quando viu umas gazelas – eram três moças que cosiam tecidos, todas jovenzinhas assim como fora um dia a sua Lucia. Cumprimentou ás moças e ás esquadrinhou por uns minutos, e não conseguiu não pensar, por mais que tentasse sempre imaginava seu filho ao em vez de um guara (lobo) uma gazelinha frágil:

- Doca! Doca!

Ouviu seu nome e reconheceu á voz, ergueu a inchada e voltou pra casa de onde da porta a mulher lhe chamava:

- Que foi?

- Venha cá no quintal que achei uma toca de rato enormes...

- Oxe! Não é possível, cacei em tudo que foi canto desse quintal e não encontrei nada como tu achastes?

- Venha que te mostro – entraram pra dentro deixando a porta da rua aberta, com medo Flavio havia se trancado no quarto mas quando ouvira seu pai e mãe passarem pra dentro foi pra porta de casa, sentou-se por ali. A mãe continuou – estava batendo roupa na pedra, quando avistei o bicho...

- Grande? – quis saber Doca.

- Enorme, venha, venha, ele estava mordiscando alguma coisa ali atrás da jabuticabeira, eu astuta me fingir de morta, fiquei por ficar ali, quando o bicho saiu indo pra lá pra dentro eu segui com os olhos e o vi entrando num buraco aqui oh... – apontou perto da cerca.

O homem olhou mas não viu, foi preciso Lucia para aludi-lo:

- Aqui oh... – suspendeu a telinha da cerca, ele passa é por aqui.

- Será? E tem força pra empurrar?

- Tem sim, é grande deve ser o macho ou a fêmea... eu sei é que eles estão na horta...

Doca coçou a cabeça se voltando a matutar – isso não era sua área, pensar nunca fora com ele, era mais da ação.

Lá for sentado no batente da calçada Flavio corria os olhos por quem passasse ou quem se sentasse em um dos bancos da praça. Sabia que o novo prefeito estava preparando uma reforma – era a favor dela – só que o negocio podia não dar muito certo, tinha gente como seu Aloisio que não queria saber disso, ouviu até o velho discutir na venda sobre esse negocio de reformismo.

Na visão de Flavio isso era bobagem, pra ele a reforma era essencial. Afinal o que não se cuida capenga, exemplo disso era o próprio Aloisio que estava velho, feio e rabugento a praça era igual precisava de uma recauchutada, ele mesmo estava jovem agora com um e setenta e cinco – sabia que não ia crescer mais – e mesmo assim tentava se aprumar, vestia-se bem estava sempre limpinho escovava os dentes todos os dias, comia pouco e bebia muita agua. Sem falar que sempre estava nadando o que dava ao seu corpo um diferencial:

- Olha isso Flavinho olha! – gritava a mãe lá de dentro com o bicho morto rente ás olhos.

- Cassilda!! – Flavio de um salto e nesse instante seu pai pensou involuntariamente “Gazela” – tira daqui isso!! Ai que nojo!

Ler nos livros sobre ratos era diferente de vê-los de perto assim seu estomago se revirava todinho. Sua tia que era quem trazia os livros contemporâneos – nas temporadas que vinha visita-los – sempre contava sobre os enormes camuldongos que costumava encontrar no bairro em que morava em Salvador:

- Larga de frouxidão Flavio é só um rato... – disse o pai desgostoso.

- Eu sei painho, mas mesmo assim é nojento...

A mãe contente de si mesma por ter pegado aquele bicho desgraçento que comia suas batatas exprimiu cheia de jubilo:

- É um troféu! Meu troféu eu que matei meu filho...

- Nossa a senhora? Pensei que tinha sido o pai...

- ela estava tão empolgada que nem tive como ajudar...

- Ah mas esse messeravel me causou muita dor de cabeça agora ele me pagou por tudo...

O assunto na casa fora esse, só bem mais tarde já de noite que os três se reuniram em volta da mesinha da sala para jogar cartas foi que o assunto da construção veio a baila, o primeiro a comentar foi Doca que lançando uma carta na mesa observou:

- Amanhã a bauburdia é certinha... os homens começam a trabalhar cedo...

- Fiquei sabendo – desse Lucia – tu vais ajudar?

- Sim, mas só nos domingos e sábados a tarde que é quando não estiver na barraca...

- Se o senhor quiser – o pai criou esperança que o filho finalmente fosse pedir para ajudar na construção trabalho na sua opinião digna de machos, mas se decepcionou ao ouvir – posso ficar na barraca durante a tarde e ai o senhor pode vim ajudar na semana...

O homem não disse nada – já estava acostumado com aquela expectativa de que um dia o filho homem que tivera, desse provas de sua masculinidade – e por fim assentiu sendo monossílabo:

- Huhum...

- É até uma boa ideia... – disse Lucia passando uma das mãos por sob a calça de Doca que agora respondeu mais animado.

- Verdade, é bom que você já aprende a vender... – a mulher e ele trocaram confidencias no olhar, o menino nada percebeu.

Apesar de os hormônios já lhe indicarem um caminho ainda estava muito aquém para pressentir essas volúpias de homens e mulheres, se fosse só um pouquinho mais esperto Flavio perceberia que os pais a todo momento se tocavam iniciando uma dança que acabaria na cama, mas por sua inexperiência nada via, a não ser seus pais as pessoas mais próximas que tinha contato na vida.

No dia seguinte, Flavio acordou assustado com as batidas no chão levantou-se sobressaltado com o inconveniente. Foi para o banheiro do lado de fora de casa e lá tomou seu banho e escovou seus dentes, os cabelos escorridos puxou petade para o lado e parte para trás. Vestiu-se com o fardamento que a escola obrigava – foi até a porta e de lá viu homens sem rosto por causa da distancia trabalhando na praça, pegou a garrafa de leite que seu Messias deixava dia de semana e voltou pra dentro fechando a porta – já na cozinha tirou todo o leite da garrafa e pós na banela no fogo. Enquanto leite ia fervendo ele voltou pro quarto e arrumou sua cama. Não esquecendo de varrer seu quarto.

Os pais ainda dormiam ás brincadeiras durante a madrugada os deixaram exaustos, e amos dormiriam até o cheiro do café se elevar sob suas cabeças.

O responsável por esse cheiro era Flavio que desde os cinco anos fora ensinado – pela mãe – a fazer ás obrigações de casa, assim todas ás manhãs durante os dias de semana Flavinho executava com gosto suas obrigações diárias e matinais. Finalmente ao martelar das seis e meia o café pairou com seu cheiro característico por toda a casa, inebriando os narizes de quem passasse ali por perto.

Doca foi o primeiro alvejado pelo cheiro – nu da cintura pra cima, coçou os densos pelos do peito antes de se espreguiçar – com docilidade beijou o queixo da esposa chamando-a:

- Acorda Lucinha já é dia...

Ergueu-se da cama e vestiu a calça do dia – não era muito afeito ao banho diário, crendo fazer mal a saúde masculina – seguido de uma camisa de botões, abriu a porta do quarto quando a mulher já estava sentada. Viu o filho saindo pela porta não teve tempo de dar-lhe os bons dias, mas seguiu para a cozinha sabendo que o danado já havia preparado tudo.

Já alimentado e arrumado, com o perfume que sua tia lhe dera – Flavinho saíra com a maletinha nas costas seguindo para o colégio “Modelo” – o cheiro de seu perfume doce acordou alguns marmanjos por quem passou na praça. Ele os olhou observando que alguns àquela hora do dia já exibiam os braços e peitos nus, e esquadrinhava com gosto os densos pelos que alguns cultivavam do pé da barrica até parte do pomo de adão:

- Bom dia! – disse num gritinho efêmero.

Alguém que quebrava pedra por perto ao vê-lo sair da casa de seu compadre Doca comentou com um outro:

- Aquele é o filho do Docão da feira?

- E não é, parece mais uma bibelô...

- Coitado do Doca tem um filho cocote – riu-se esse riso se espalhou para os outros.

Muito responderam ao “Bom dia” miado de Flavinho, mas outros fingiram não ver nem ouvir – não lhe interessava a vida alheia. Porém, quando o pai do menino passou todos o cumprimentaram com respeito e saudações de mestre doca, ou como era conhecido na feira Docão.

Chegando na escola, o comportamento de Flavio seguiu o mesmo esquema de sempre conversava com os amigos nas aulas chatas e prestava atenção ás serias foi só no momento do intervalo que um de seus colegas mas não seu amigo, disse com todo o prazer:

- Meu pai vai trabalhar na construção da nova praça...

Por algum motivo inenarrável Flavio que não era de briga, olhou o garoto e lhe afirmou:

- Como se fosse só o seu, o meu e o de quase todo mundo aqui vai ajudar isso não é privilegio do seu pai Mauricio...

- Eu sei bobão, só estava dizendo...

Luiza sua amiga junto com Lucas (aquele Lucas germinado da praça) e Paulo ficaram boquiabertos com a coragem do amigo. Não era por nada não, mas desafiar um menino maior que você e mais forte era algo encarado como ato de coragem e rebeldia pelos outros. Naquele dia Flavio se sentiu alguém valente e corajoso.

A turma de Flavinho era majoritariamente formada por meninos, alguns já com dezesseis e outros como Flavio de quinze. Alguns meninos já eram bem machinhos pra a idade, tinham pés enormes braços e pernas também, alguns tinham nas axilas verdadeiras matas, outros não tinha nem um fiapo direito no corpo. Igualmente ás meninas seguiam o mesmo paradigma.

Mauricio era um desses gigantes, era da sala de Flavio e não ia muito com a cara do rapaz, desde quando o conhecera na primeira serie ainda quando tinham cinco anos não fora com as fuças dele mas também evitava confronto. Era filho de Gilmar, ou como era conhecido na cidade o Touro, tal qual o pai Mauricio tinha um pescoço mais curto mas tinha ombros fortes e um queixo proeminente, sua mãe era que não carregava boa fama, mas todos relevavam por ser mulher de um homem tão decente...

Este quando soubera que o novo prefeito iria fazer uma reforma na praça se prontificou logo a ajudar – ele era um dos homens que riram de Flavinho – não por maledicência mas por achar graça. Tinha trinta anos nas costas, era alto com mais de um e noventa – segundo o medico – barba cerrada e mãos de homem como sempre se gabava. Tinha no filho uma espécie de alegria reinante o admirava por sua semelhança consigo...

Por outro lado odiava a mãe do filho, só a aceitava por conta do moleque que apesar de grande ainda era rapazote se não fosse isso já teria despachado a mulher, e caído na farra... mas não podia. Pelo menos não naquele momento.

Era mestre de obras, desde os dez anos, aprendera a arte com seu velho pai que era versado na construção civil – tinha orgulho nisso – ganhava uma boa renda, seus conhecimentos era hereditários vindos de um antepassado português... Mas fisicamente desse tinha pouco, apesar do pescoço taurino que lhe dava o apelido tinha ombros largos e troncudos:

- Olha lá compadre Touro, as gazelinhas passando... – o homem que dizia isso era Assunção amigo de longa data.

- São muito novinhas compadre – retrucou Gilmar do alto da elevação que estava construindo junto á arvore.

- Qual! Assim que é bom que nois põe do nosso jeito...

Gilmar sorriu sabia ser verdade – apesar de rebeldes – toda moça quando pega novinha depois de um tempo se conseguia amansar, agora quando escolhida como a sua uma cabrocha já com idade mais avançada só dava dor de cabeça:

- Pior que é verdade...

- É claro que é... olhe lá aquele filho do Docão não parece um cocotinho?... O céu que me perdoe se esse inho não dar pra coisa...

- Olha o respeito pião o pai dele te acerta em...

Assunção olhou com despojo para o companheiro e cheio de si afirmou:

- Se esse novelo se abrir pra mim eu como até o caroço...

Foi ai que a homenzarada tornou a sorri... As gargalhadas chegavam aos ouvidos impolutos de Flavinho que havia acabado de chegar da escola, e com animação entrevava para a cozinha pretendendo fazer o almoço da família, enquanto fervia uma coisa e cortava outra... ouvira dois toque firmes na porta, parou o que estava fazendo secou as mãos e foi até lá ver do que se tratava antes de alcançar a maçaneta vozes grossas trovejaram:

- Compadre Doca!

Com delicadeza – característica de si mesmo – Flavio abriu a porta olhando pra cima e dando de cara com três homens enormes:

- Meu pai não está...

Um dos homens mais saidinho incandesceu:

- Que belezinha... – soltou levando do colega uma cotovelada.

- É que a agua acabou, e ai como conhecemos seu pai viemos ver se ele não podia encher nossas garrafas vazias...

Flavinho com a atenção no fogo – olhou um pouco constrangido para trás – e decidindo-se pelo que seu pai havia lhe ensinado sorriu:

- Por favor entrem e peguem, no quintal...

Deu as costas andando ao seu modo sendo seguido por três homens, dos quais, dois apreciavam suas perninhas gorduchas apertadas na bermuda que mais parecia uma calça customizada. O outro só pensava na agua e nada mais, tinha em casa uma mulher gestante avida que o deixava cansado nas noite que o fogo a atingia:

- Um cheirinho de comida... – disse o que batera na porta – você que cozinha? – inqueriu.

- Sim senhor, sou eu mesmo... olha – abriu a porta do quintal – podem pegar aquele pote ali oh... – apontou.

Flavinho ficou um pouquinho constrangido pela presença dos estranhos, que apesar de serem conhecidos de vista não conhecia de perto. O cheiro dos homens se sobressaia ao da comida – pelo menos era o que seu nariz detectava – não sentia o vedor do suor de trabalho do marmanjos, e sim uma quentura na região abaixo do umbigo o cheiro forte e de acidez no ar o deixava um pouco tonto – eram os hormônios:

- Tudo bem, obrigado... vamos encher ás nossas garrafas...

- Certo, fiquem a vontade...

Flavio se virou para ás panelas e quando os homens voltavam com as garrafas cheias seu pai chegou:

- Firmo? – disse em espanto.

- Oh Doca, desculpe o incomodo compadre é que precisávamos de agua e cá da vizinahça você é o mais achegado...

- Mas o que é isso homem, não tenha vergonha minha casa é a de vocês também como vai a mulher seu Roque?

- Buchuda ainda, eita que tem cada desejo compadre...

- É assim mesmo, esse é meu filho vocês já conhece né... deixam lá essa agua e voltem hoje só os três que lhes dou o almoço...

- Não podemos aceitar mestre Doca, porque a prefeitura vai dar o alimento de meio dia e a janta mais ás seis horas... – disse o mais saidinho que até aquele momento não havia dito nada.

- Vocês é quem sabe... Convidados foram, fiquem a vontade...

- Deus lhe pague mestre Doca – retorquiu Roque.

- Nos já vamos... os pião devem está secos sem agua... agradecido? – disse Firmo olhando para Flavio.

- Flavio, sempre que precisarem... – disse com uma voz baixa e miúda.

O pai engoliu em seco, não de vergonha mas de medo pela falta de ação do filho – desde quando ele nascera dissera a si mesmo, que nunca teria vergonha dele, afinal era seu filho findo de suas sementes:

- Querem ajuda com mais agua eu levo o pote lá pra fora...

- Não mestre aqui já está de bom tamanho... se o compadre não se importar – disse Firmo – pela tarde íamos pegar mais agua aqui... se não tiver problema...

- Ora não tem, vou deixar meu filho responsável por isso... – nessa hora Lucia entrou.

- Que tanto homem é esse aqui? – disse sorrindo cumprimentando os conhecidos.

Estava morta de cansaço havia feito muitas entregas, e quando acabara ainda fizera umas três costuras nas casa de algumas paridas e outras prenhas, uma delas a esposa de Roque que animado, falou com entusiasmo do filho por vim – tinha certeza que seria um menino:

- Assim Deus queira... – respondeu Lucia fechando a porta.

Entrou pra cozinha e se serviu do almoço quando terminaram os três saíram para o quintal, debaixo do pé de jabuticaba começaram chupa-las. Nesse clima arrefeço Doca incentivou o filho:

- Flavio meu filho quando você falar... tente dizer mais alto, com mais convicção...

- Sei painho, é que tem horas que não a voz não sai, o que posso fazer?

- Faça ela sair ora... hoje a tarde eu vou pra feira tu ficas em casa pra quando os pedreiros vim você recebe-los...

- E precisa não basta deixar a porta aberta? – disse Lucia.

- Não, tem que ter alguém em casa... eu não posso, tu muito menos fica o Flavio que já estuda mesmo né... não faz mal...

Não era uma critica á Flavio, porque nem Lucia nem Doca tinham essa mania moderna de soltarem provocações veladas – nem tinham a instrução suficiente para saberem formular uma ironia inteligente - o que tinham que dizer, diziam sem medo e olhando nos olhos:

- Tá certo o senhor quem manda... – respondeu Flavio, ficou até alegre no amago gostava mesmo era de ler, e não de peixe.

- Na quinta vais pescar? – quis saber Lucia.

- Não, vou na quarta...

Lucia se espantou:

- Mas o Flavinho vai ficar só em casa?

- Que tem?

- É mãe não tem nada...

- A não ser que queira pescar mais eu... – disse o pai – ou vá pra Aracaju mais você...

- Não comigo não tem como... vou num passo volto ne outro, tenho que trazer os tecidos que ás clientes já reclamam da falta de variedade...

- Nem me agrada essas tuas viagens – disse Doca – por mim não ia...

- Ora mais vou... já falamos disso...

Flavio pediu licença e entrou sabia que ia ter alguma discussãozinha, e não queria assistir a isso. Com o pai e a mãe fora dois dias, teria a casa só para si, mas isso não significava muita coisa, não afinal o que faria ali sozinho?... nada. Entrou no quarto e abriu Balzac viajando para Paris.

A tarde chegou com mais dois homens batendo na porta, dessa vez Flavinho foi mais ousado e abriu a porta a todo sorrisos – entre esses dois estava Gilmar – tinha posto em si o perfume que a tia lhe dera e isso Gilmar percebeu ao falar com o pequeno:

- Boas tarde...

- Boa, podem entrar... – disse mais uma vez gingando tal Gabriela fazia para Nacib.

Os pentelhos de Gilmar e Alonso que estava com ele se arrepiaram com a desenvoltura do mocinho que tinha na pele o frescor da juventude misturado ao perfume doce:

- Você está só? – quis saber Alonso.

- Sim, mas meu pai me deixou sob aviso para servi-los quando os senhores viessem...

- Ah que beleza... – sorriu Gilmar ajeitando o falo na calça.

Esquadrinhou Flavinho de cima a baixo, e observando ás perninhas do rapaz junto com seu traseiro redondinho e empinado lhe deram uma comiseração nos colhões. Encheu ás garrafas encarando Flavinho que encabulado virava o rosto ficando com ás bochechas vermelhinhas:

- Touro! – chamou o compadre – Touro está sonhando é?

- Oi que foi?

- Vamos já enchi tudo...

- Vamos... da próxima eu acho que aguento vim só...

- Tu é quem sabe... não é muito trabalho mesmo não...

Gilmar ao passar por Flavinho com os potes nas mãos sorriu ao rapaz olhando a boquinha rosada do jovem:

- Agradecido Flavinho, posso te chamar assim né?

- Sim senhor... – disse o menino sorrindo inofensivo.

- Senhor está no céu, sou Gilmar, me chamam de Touro... – segurou os potes com uma das mãos e com a outras segurou a do rapaz.

As mãos do menino eram diminutas e delicadas, se comparadas ás suas nem seriam consideradas mãos masculinadas porque enquanto ás suas eram calejadas e até malhadas pela labuta diária a do rapaz era pequena e quentinha brancas de unhas bem cuidadas, não conseguiu deixar de balbuciar:

- Mãos de moça... – encarou o rapaz, que já estava como uma pimenta de tão vermelho.

Alonzo já estava na praça e por isso não viu quando Gilmar levou a mão do rapaz até os lábios ressecados e meio cobertos pela barba deixando:

- Que isso seu Gilmar... – disse por fim.

- Falei alguma mentira?

- Não mas...

- Então não fique assustado... olhe se algum dos outros vierem e mexerem com vocêzinho não tema em me dizer certo?...

- Mas não mechem...

- Se mexerem me diga...

- Tá bom...

O homem virou-se seguindo de volta para a praça – a comiseração não passava – seria possível que o compadre Doca não percebera que seu filho era menino moça?... Achou difícil de crer. Continou seu serviço pensando no pequeno.

O dia passou com Flavio trancado no quarto com medo e excitação pelo que acabara de ocorrer... quando o homem largou sua mão e deu ás costas ele rapidamente levou a mão até o nariz para conservar por mais tempo o cheiro do macho. Se fosse moça... mas não era, sentiu raiva de si mesmo... e por pouco não chorou.

Quando sua mãe chegou o viu dormindo e preferiu não chama-lo estava cansada e também precisava dormir. Por isso naquela noite todos dormiram cedo, o mais atrasado foi Doca que se pegou bebendo uma pinga com alguns companheiros.

Nessa ocasião estava no bar do Elias quando o sujeito seu amigo de anos, o Gilmar que todos chamavam por Touro virou-se para ele e disse:

- Compadre Doca me responda uma coisa...

- Diga...

Todos dançavam ao som do acordeom e ninguém os escutava nem davam pela presença dos dois ali por recuados que estavam:

- Com todo respeito, o vosso filho casa quando?

- Ora é muito moço ainda...

Gilmar bebeu mais um gole pra aumentar a coragem:

- Desculpe compadre mas vosso menino é moça...

O sangue de Doca já morno pela agua ardente subiu de vez, bateu uma mão na mesa e com um murro fez o pedreiro cair para o lado, porém, sem causar mais danos:

- Nunca mais ouse dizer isso! – gritou só alguns que estavam perto ouviram – nunca te achegue q minha casa ou encontras a bala...

Deixando o dinheiro no balcão com o vendeiro Doca seguiu para casa. Gilmar bebeu mais, seu primeiro impulso foi voar no homem mas se acalmou... conseguiria o que queria de uma forma ou de outra tentaria agir direito, mas se o velho doca não lhe abrisse a porta por bem, ele á abriria na força.

Alguns ali perto deram pelo assunto outros a ouviram da boca do próprio Gilmar que sentado na mesa matutava, sem conseguir parar de pensar no novelinho que era Flavinho.

Doca entrou em casa pocesso, foi direto no quarto do filho ligou a luz e o sacudiu da cama:

- Quarta tu vai mais eu pro rio...

- Como assim pai?

- Fale feito homem Flavio! Vais comigo pescar, aprender arte de homem... esses livros que te estragam...

Ouvindo o zum, Lucia se levantou num pulo quando ouviu a ultima frase:

- Que isso Doca? Ficou doido ou está bêbado?

- Ah não amola que a culpa é tua também...

- Do que estais falando homem?

- Desse menino ser como é...

- Ele é normal, tu que ver coisa onde não tem... anda vai jogar uma agua no rosto e vem dormir – Doca fez menção de dizer mais, só que com uma mão erguida Lucia o parou – anda homem que tu não está no prumo logo não se ver?... anda vai tomar um café forte que eu mesmo vou passar e passa uma agua no rosto pra currar essa cachaça...

Doca encarou bem o filho, o sangue foi esfriando o soltou. Não podia conceber, a teria ele errado em alguma coisa. Seguiu para a cozinha, enquanto Flavinho tremulo caiu na cama, sua mãe lançou lhe um beijo apagando a luz e fechando a porta.

Ninguém conseguiu pregar os olhos naquela noite. Como sempre cedo do dia Flavio se levantou, tomou seu banho vestiu seu uniforme, preparou o café da manhã, arrumou a cozinha e seu quarto e saiu, deixando o pai e a mãe sozinhos. Lucia foi a primeira a levantar e antes de aprumar perguntou:

- Lembras?

- Sim...

- E ai vai me dizer o que houve?

- Deixa eu pensar, quando chegar numa conclusão te falo...

A mulher não discutiu, beijou a testa dele – vestiu seu vestido – saiu do quarto indo para o banheiro se aprontar para ás labutas do dia. Quando saiu encontrou seu homem na mesa, sentou-se na frente dele servindo o café:

-Vai querer mesmo que o Flavinho vá contigo pro mato?

- Seria bom, não vou forçar se ele não quer... fica aqui mesmo...

- Acho melhor...

Enquanto comia o beiju de tapioca, Doca interrogou a mulher:

- Lucia... tu acha que erramos em alguma coisa na educação de Flavinho...

Lucia se espantou pela pergunta e foi taxativa:

- Pais melhores podem até haver, mas não nessa cidade... somos os melhores, deixamos ele estudar, quando ele quer sair sai...

- Não digo disso... quero dizer – ele não tinha coragem de perguntar ou antes não tinha o vocábulo certo – ele é muito mole pra ser homem...

Um amargor para além do café tomou a língua de Lucia que largou a xicara na mesa sem acreditar. Raciocinou bem:

- Tu estás sugerindo que nosso filho e menino–moça?

Doca encarou a mulher e sem peso na voz ou rancor no coração, sendo sincero e sem constrangimento algum pelo filho disse:

- Não sugiro nada, eu sei que é e tu também...

- Ora, deves está bêbado ainda de ontem... nosso filho não tem nada disso...

-Tu não queres ver...

- Eu que deveria está dizendo isso... porque a bem verdade é essa tu sempre o viras assim como uma mocinha, mas nosso filho é macho...

Doca sorriu:

- Ele pode até ser menino, mas macho nunca será. Nosso filho sempre vai ser nosso filho, o nois tem que pensar é em preservar ele... sendo assim ou assado...

- Vou me embora que essa conversa não cresce pra lugar nenhum...

Enquanto Doca amadurecia certas ideias, Lucia se endurecia a todas elas. Seu filho era homem e morreria como tal, não tinha filho flor, não aceitava ter um filho assim.

No Colégio Flavio passou a olhar Mauricio diferente, não com desejo mas com algum cuidado. Afinal Gilmar tinha lhe galanteado se não estava engando, aquele beijo na mão e a forma como lhe falara. Saíra da escola junto com seus amigos, e quando atravessava uma rua dantes da praça um homem troncudo de barriga lisa mas de pelos sobressaídos da camisa de botão o parou, pelo pumo de adão Flavinho o reconheceu:

- Bom dia seu Touro...

- Bom dia, bibelozinha... – disse ele risonho – como dormiu a noite? – disse Gilmar com um chapelão cobrindo parte do rosto por conta do sol.

- Bem... – mentira a ansiedade o consumira.

- Queria te dar um presente, mas não pode ser aqui... – confessou Gilmar.

- A tarde estarei só em casa... o senhor pode ir pra lá...

- Tá bom...

Como se fosse um pretendente ou um enamorado o Touro lhe acompanhou até bem perto de casa. De cá os homens viam o interesse do mestre de obras pelo rapazote mas ninguém opinava nada. Não viam ne Flavinho afetação afeminada, por isso não o chamavam de baitola e se de outras palavras mais palatáveis.

Apesar de que todos sentiam, a feminidade dos traços e jeitos do rapaz. Quando Flavio entrou em casa sua mãe o aguardava:

- Senta ai filho...

- Tá, mas teve alguma coisa?

- Não, quero conversar serio contigo...

- Pois diga...

- Tu sabe o que é homem dama? Baitola, menino moça? Afeminado? Não sabe o que é?

- Sim mãe sei...

- Meu filho, olhe bem pra mim... tu é isso? Tu sente essas coisas de pederastia?

Acuado e com medo Flavinho negou com a cabeça mas dos olhos a verdade gotejaram sem que ele pudesse controlar. A mãe sabia a verdade – elas sempre sabem – mas fingiu que aquilo era um não de convicção de resposta a sua pergunta e não uma negativa de medo:

- Ainda bem meu filho, - o abraçou – ainda bem...

Beijou o alto da cabeça dele, o encorajando a ser sempre como era e na sua ilusão desejou ao filho uma esposa dedicada com filhos pela casa toda. Foi ai que Flavinho chorou mesmo, nunca se imaginou como o pai, pelo contrario sempre se imaginara tal qual á mãe.

Pedindo licença entrou no seu quarto, imaginou uma vida com uma mulher e se sentiu mal, nunca a faria feliz, não completamente estava fora de seu alcance tal feito. Mas quando se pegou pensando em Gilmar, sua pélvis juntos ás batidas do seu coração o levaram para á cama, caiu ali se imaginando nos braços daquele homem, deitado no peito cabeludo dele – como o do pai – aspirando o cheiro do seu homem.

No almoço mal se falaram, a comida mal experimentaram, mas logo que a tarde caiu e Lucia saiu para fazer suas entregas e agendar sua viagem Doca receoso foi até o quarto do filho, se achegou dele:

- Preciso falar contigo...

O menino sempre ensinado a ser respeitador se levantou da cama e sentou-se:

- Pode dizer pai...

Doca sentou do lado dele – o cheiro do pai era igual ao dos homens que trabalhavam na praça, a diferença era um tom a mais de peixe:

- Flavinho, eu sei que tu es menino–moça mas não ligo... me doi é verdade, mas não vou te renegar nem matar... o que quero de ti é sinceridade, o que tu pretender fazer da vida?

- Como assim pai?

- Digo tu tem um homem teu?

Os olhos de Flavio se arregalaram nãoa creditava na possibilidade daquela conversa logo com o pai tão sisudo:

- Não pai... não... o senhor...

- Olhe meu filho, um moço bom... Hinesto que conheço quer... – as palavras se perdiam na mente de Doca mas no fim ele conseguiu dizer o que queria – te cortejar, talvez tu conheça é Touro conhecido como Gilmar...

O coraçãozinho de Flavio deu um salto e quase rasgou um sorriso:

- Conheço ele sim...

- Te agrada a corte dele? – Flavinho via que para o pai aquilo era custoso de se fazer, via que ele sofria. Será que esperava que ele Flavinho dissesse que não?... mas se fosse esse o caso então porque colocar Gilmar na história.

Flavio teve coragem, e arriscando que o pai estava sendo bondoso e protetor, afirmou:

- Ele me agrada sim...

Os ombros de Doca se desarmaram:

- Que bom, então, bem então quando voltar da peixada... e tua mãe chegar de Aracaju ajeitamos a união de vocês...

- Mas já? – inqueriu Flavio assustado.

- Claro, ou queres ser um homem dama da vida? É isso que queres? Pois se for te parto no meio! – ameaçou.

- Clama pai, não quis dizer isso só que ele já é casado...

- Meu filho quem está falando em casamento? Eu quero é te assegurar um sujeito bom, que te preserve... que te estabeleça ele está deposto a tudo isso coisa difícil de achar...

Flavinho tremia sem saber o que fazer, como agir?... ele estava perdido mas sabia que precisava agradecer ao pai e foi isso que fez:

- Obrigado pai, obrigado mesmo... – abraçou o velho se aproveitando inconscientemente para afundar a cara nos pelos do pai que não esboçou reação alguma.

- Tudo certo, desde que fique tudo acertado tudo certo... – disse meio desorientado.

Saiu de casa direto para a barraca de peixes, logo mais tarde a noite iria ter uma conversa com Gilmar acertar tudo, depois cuidaria de convencer a mulher.

Alegre da vida Flavio tomo um banho longo se perfumou e quando bateram na porta já sabia quem se tratava com amabilidade a abriu:

- Pode entrar... – disse.

- Com licença.

- Senta... – ofereceu Flavio.

- Seus pais já foram né?... eu vi eles saindo...

- Sim só voltam mais tarde... meu pai conversou comigo hoje... – disse Flavinho.

- Foi? – perguntou curioso – e o que ele disse?

- Que você queria me fazer a corte, e que por ele estava tudo certo se eu quisesse...

- Sabe que tenho esposa e filho não sabe?

- Sim, sei...

- O que te proponho é casa, e sustento, com o cumprimento das obrigações de homem e mulher... você sabe né?...

- Eu entendo...

- Tu sendo a mulher e eu o homem claro...

Flavio sorriu de nervoso já havia entendido aquilo – sabia que era um passo largo mas já que nãoo pretendia sair da cidade, porque não? – se aproximou de Gilmar e segurou a mãozona dele:

- Eu aceito...

O sorriso do marmanjo foi rasgado de uma orelha a outra, pegou a mãozinha de Flavio e a beijou oferecendo:

- Senta aqui no meu colo senta...

Constrangido Flavinho sentou sentindo a firmeza da coxa máscula:

- O senhor disse que tinha um presente pra mim...

- Tenho mesmo, tá aqui, mas quero primeiro que deixe de me chamar de senhor... ou quando estivermos na nossa casa você vai me chamar de senhor também?

O sorriso do menino foi involuntário mas muito sincero, e com a mesma involuntariedade sua mão livre tocou o roto barbudo do homem, que sentiu na virilha uma contração:

- Não, mas como chamo ?

- Ora de Gilmar, de Touro... como quiser menos senhor...

- Tá bom Gilmar... – disse se atrevendo a descer a mão até parte do peito a mostra, matando uma vontade reprimida de sentir os pelos entre os dedos.

O homem tirou do bolso um embrulhinho de pano e tirou de dentro um correntinha de prata com um pingente de bibelozinho também em prata:

- Olha aqui é o selo do nosso comprimisso – disse beijando a joia – vira que eu coloco em você...

Com o pescoço a mostra Flavio se virou deixando que o homem pusesse o relicário:

- é lindo obrigado! – abraçou o homem que aproveitou para cheirar o pescoçinho com que tanto sonhava, ali seu um, dois, três beijos.

- Você sabe o que é um beijo de língua?

- Já li nos livros, e já vi nas novelas nos filmes... mas nunca fiz... – disse corando.

- É fácil, de primeiro tu deixa comigo... depois com o tempo tu se acostuma e faz com mais jeito. - Flavinho assentiu, sentia que algo grande se mexia entre ás pernas de Gilmar e ficou tentado a perguntar sobre o que se tratava aquilo, não perguntou – abre a boquinha um pouquinho e quando eu por a língua você deixa tá? – Gilmar foi mais ousado pegou uma das mãos do rapaz e pediu – faz carinho aqui o...

Flavinho sentiu o volume entre ás pernas do seu homem se mexer copiosamente assim que sua mão o tocou ainda por cima do tecido. Uma das mãos de Gilmar também apalpou sua nádega e isso lhe acendeu um apito á embaixo no meio de suas carnes, lhe avivou alguma coisa o fogo, aquele de Gagriela.

Quando sentiu a outra mão do homem pressionar sua cabeça e enfiar a língua na sua boca se sentiu todo a vontade no colo grande do Touro, conforme ele foi se deitando no sofá Flavinho se aconchegava mais no corpo receptivo que lhe apalpava e beijava com volúpia:

- Só eu posso fazer isso viu? Só seu homem...

- Você é meu homem? – Gilmar apertou a nádega do seu bibelô confirmando.

- Claro que sou... só não te tomo agora, e consumo nosso laço por respeito a casa de teu pai... mas vou ajeitar nossa casa e ai venho te buscar...

Flavinho aspirou o cheiro do seu homem, e o abraçou querndo ficar ali pra sempre:

- Você já vai?

- Tenho que ir... vou ganhar um dinheiro muito bom nesse trabalho, e com isso vou montar nossa casa...

- Tá bom então mas toma um suco antes... eu que fiz...

- Trás lá pra mim... – disse dando um tapinha na bundinha, que logo, logo provaria.

Flavinho saiu do colo quentinho e aconchegante segurando entre os dedos – pendurado no pescoço o relicário que ganhara – sua felicidade era tanta que parecia está num sonho, voltou pra sala com a jarra e o copo com suco:

- Aqui é de Jabuticaba...

Quando Flavinho acabou de servir um copo cheiro, Gilmar recusou pegou a jarra e direto dela bebeu todo seu conteúdo. Enquanto isso, ele observou ás roupas da sua nova mulherzinha e não gostou, com ternura disse a Flavinho:

- É melhor que quando algum homem venha aqui, e não seja eu... tu vista uma roupa mais folgada sem mostrar tanto...

- Porque?

- Porque os marmajo dai ficam de olho em ti, e isso pode ser ruim pra você o que em consequência vai ser ruim pra mim porque vou querer brigar com todos eles por tua causa...

- Si é assim, tudo bem eu visto... – se beijaram mais uma vez, e Gilmar saiu.

Naturalmente engana-se quem pense que Flavinho seja burro ou tonto, não era nem uma coisa nem outra. Mas como a praça que um dia foi simplória, e pouco explorada se tornou ponto de encontro de toda uma geração assim Flavinho também era ainda ingênuo e simplório – que “Sá” até irritante – dependente do tempo para lhe por no rumo certo isso demoraria de ocorrer assim como demorou com a Praça.

A noite afundou o dia, e galopante como um cavalo na imensidão a lua tomou os céus como um Pégaso explorador. Todos na cidade comentavam á beleza que a praça estava ficando, Flavinho era testemunha de tempo presente junto com todo o resto dos moradores daquela rua.

Vinha pela avenida principal o velho Doca com seu andar firme e olhar um pouco para baixo, ia direto a casa de Gilmar. Chegado a porta bateu palmas, uma mulher lustrosa e gorda saiu:

- Oh de fora? – gritou.

- Dona Mara?

- Sou eu...

- Gilmar está?

- Ainda não pousou por aqui não... e ele não vem tão sedo seu moço, deve se deixar está lá pra venda...

- Tá certo, boas noites então...

- Quer que eu avise alguma coisa?

- Não, eu encontro ele e digo. Agradecido...

Num passo ligeiro Doca seguiu para a Venda mais conhecida da cidade que era onde todos os homens da cidade se encontravam, lá as flores da noite se desabrochavam e alguns homem dama também. Não tinha destinção entre elas, o medo de Doca era um fim daquele para seu filho.

Olhou para tudo que é lado e logo achou seu alvo – esse vendo o sogro se aproximou:

- Beba comigo Doca, afinal seremos parentes...

- Já esteve com Flavio? – se espantou o velho.

- Sim, mas não se preocupe fui respeitoso, dei a joia que prometi a ele e amanhã já procuro casa...

O sorriso do velho cresceu, e seu alivio se espalhou. Nem todo mundo sabia daquele acontecimento, mas os homens que trabalhavam com Doca e Gilmar sabiam, o que deixava mais de um terço dos machos da cidade espertos a noticia. Assim como as mulheres da cidade, algumas mais severas não gostavam da ideia e foi uma dessas que avisou Lucia:

- Como?

- Pois é como lhe digo...

- Meu filho não...

- Mas comadre foi o próprio Assunção que me contou, isso não é mal não comadre graças ao bom Deus eu não tive esse azar mas de todo mal, esse é o menor olhe Gilmar é sente do bem... põe ele nos trilhos...

- Meu filho é macho comadre é homem...

- Sim, mas...

- Olhe comadre licença que eu tenho que ir, avise a Timoteo teu irmão que passe lá em casa ás quatro da manhã que estarei esperando...

- Tá certo, boa viagem e não se avexe por isso não...

Sem dizer mais nada Lucia seguiu cega pra casa. Antes de entrar, porém, ficou dando voltas pela cidade. Viu uma mulher da vida sendo vilipendiada por alguns bêbados e imaginou seu pobre filho... não... seu filho não. Seguiu em definitivo pra casa, abriu a porta e lá estava ele:

- O que é isso Flavinho?

- Nada não mãe... – disse escondendo – nada não é que eu estou vendo...

- Ah mãe besteira...

Para sorte do rapaz o pai entrou na sala e com um aceno mandou o menino ir pra dentro:

- Volte aqui Flavio me diga o que é isso...

Doca segurou o braço dela:

- Venha vamos pro quarto lá conversamos...

- Não estou entendendo nada...

Ele nada disse só entrou no quarto, tirou os sapatos, e abriu a camisa sabia que a conversa ia ser difícil, mas teria que ser forte:

- Desde quando te falei a primeira vez sobre nosso filho – a mulher sentou-se na cama ouvindo – eu comecei a observar ele, seu jeito seus medos sua delicadeza... Tudo bem, criança é assim mesmo eu dizia comigo... logo ele chegou numa idade mais avançada, e ai eu tive a certeza que ele estava se desenvolvendo não como eu... nessa idade eu era espoleta tinha pelo no saco e no sovaco nosso menino não, é como tu cresceu como tu e você sabe disso... mas como tu é mãe eu decidi esperar por uma reação...

- Isso deve ser doença da mente Doca só pode, vamos internar sei lá chama o doutor...

- Não minha flor, ele é o que é, nem precisa de padre nem medico, isso é coisa antiga todo munda sabe... eu por mais matuto e bruto, sei que ele é menino moça, e não tenho vergonha dele não, nois é o que é e pronto... Eu só não esperei mais por uma reação sua por que sei que ele viria tarde, e ai nosso filho poderia ter se desgraçado todo... por isso eu resolvi aceitar o Gilmar como genro... aquele colar é o compromisso deles...

A boca de Lucia fez um O sem tamanho, seus olhos lagrimejaram ainda mais e sua raiva a fez lançar-se sobre seu marido que a deteve:

- Como você pode desistir dele assim?... como?

- Não, eu não é você que não quer ver... eu ia deixar pra ajeitar as coisas quando voltasse da peixada mas já que tu percebeu a correntinha então vou ser claro... tu prefere o que? Que nosso filho seja internado no lugar de louco, seja enterrado num seminário sem vocação? Ou pior ser um homem dama? Quer matar? Pois eu não, apesar de tudo ele é meu filho saiu daqui – disse erguendo os colhões – e foi germinado ai – apontou para o ventre dela que chorava.

- Mas tinha que ter outra saída, aceitar assim... deixar ele na mão de um estranho... isso é sodomia é pecado...

- Ah pegado todo mundo comete, um dia quem sabe se ele quiser acreditar nisso e se converter em religião pois bem apoiamos, mas agora o correto é darmos isso a ele uma proteção...

- Proteção? Que proteção Doca? - Lucia bagunçou os cabelos.

- Um dia eu estava vindo do trabalho, e vi uns marmanjos falando do Flavinho chamando ele de florzinha de bibelozinho que se ele desse chance todos entrariam nele como fila de trem... aquilo me enraiveceu e parti pra cima de dois ou três, que os outros correram... ai foi que eu matutei, matutei e cheguei nessa conclusão antes um filho moça perto com um homem bom do que na vida ou na mão de gente assim...

- Que conclusão brilhante...

- Pode não ser, mas é o que vai ajudar ele...

Os dois ficaram em silencio, Lucia chorou mais. Abraçou o marido se beijaram, caíram na cama. Mas não ouve aquecimento naquela noite não só um deleitando a companhia do outro no quarto do lado com um copo na mão Flavinho ouvia a tudo atento, e já choroso. Sentiu-se grato pelos pais que tinha, e dormiu tranquilo.

Naquela noite todos dormiram, e antes de as quatro horas chegar Lucia saiu do seu quarto e foi ao do filho sentou-se ao seu lado o observou dormir e com um gesto o acordou:

- Já estou indo... teu pai me contou tudo, façam o que tiverem de fazer enquanto eu estiver fora. – Flavinho a abraçou.

- Te amo mãe...

- Eu também meu amor, eu também.... mas entenda que não posso ver isso assim, não agora nesse momento é muito duro pra mim... por isso quero que resolva com ele e com seu pai tudo certinho e quando eu chegar eu abençoou vocês...

Ela segurou o relicário entre os dedos, e sorriu confidente ao beija-lo disse:

- É mais bonito do que o anel que teu pai me deu...

Levantou-se e mandou que ele dormisse pois ela mesma faria o café. Assim ele dormiu em paz ansioso pela proximidade dos dias que logo chegariam. O ônibus a levou embora saudada pelo marido que deu-lhe um beijo de despedida. Doca acordou cedo, tomou um banho e foi até o quarto do filho:

- Flavio!

- Senhor?

- Venha até aqui um instante...

- Tá... – revigorado por uma noite boa de sono, Flavinho levantou ditoso.

Escovou os dentes limpou o rosto, e seguiu para a cozinha o pai mandou ele sentar:

- Gilmar te disse o que pretende?

- Sim, disse que vai arrumar a casa e que ia conversar com o senhor...

- Pois é, tua mãe disse pra gente ajeitar tudo antes dela chegar, eu vou pra peixada na segunda essa semana quero resolver tua vida e a de Gilmar...

- Nessa semana, tem presa assim pai?

- Não é eu, por mim esperávamos mais, é que sua mãe não vai aguentar isso aqui em casa... ela ainda está ceitando a ideia...

- Entendo...

- Então olhe o que eu pensei, fazemos amanhã um jantarzinho aqui pra oficializar como se deve, hoje eu mais ele vamos ver uma casa, se precisar darei os moveis principais, e na sexta quando tua mãe chegar você já está instalado em sua casa...

A vontade de Flavinho foi de chorar, tudo acontecia muito rápido mas segurou o choro:

- Por mim tá tudo bem, agora o Gilmar...

- Ele é o mais apressado meu filho pode ter certeza...

Conversados, pai e filho tomaram café da manha juntos dali um foi para a feira o outro para a escola. Já no Colegio o assunto era esse, e Flavinho até se constrangeu mas relevou estava feliz da vida. Mauricio o filho de Gilmar chegou-se a ele no intervalo e foi taxativo:

- O pai é meu...

Flavinho não se deixou rebaixar:

-Não quero o pai quero o homem...

- Só não te dou um sova porque meu pai não ia gostar, mas deixa estar que se tu aprontar com ele ai você vai ver o que é surra... – o menino saiu rindo.

Flavio não se alterou, manteve sua cabeça erguida ás bricadeiras de mal gosto, deixou que todos sentissem inveja da sua sorte, e ouviu agumas vezes calado os chamanetos de baitola, pederasta etc... algumas vezes respondia, mas depois sossegava.

No caminho de casa já na porta praticamente seu homem lhe parou:

- Venha comigo tenho uma supresa...

- Que surpresa?

- Venha que te mostro... – andaram bastante, e no caminho se beijavam e Gilmar o apertava.

Tomava o cuidado de ninguem os bisbilhotar claro mas se aproveitava o quanto podia:

- Cansei...

- Pronto estamos bem perto, ali, está vendo aquela casa? – apontou para uma casinha branca de murinhos azuis e telhinhas cobrindo seu culme, a casa era pequena mas de longe parecia aconchegante. Tinha vizinhos tanto de um lado como do outro – ela é nossa, fechei o negocio hoje...

- Serio? – Flavinho correu para ele e o abraçou ali mesmo – obrigada...

- Mas eu que tenho que agradecer, seu pai está me dando uma preciosidade como você – Flavinho sorriu ao elogio, mas gostou de recebe-lo.

Entraram na casa e os moveis ainda não tinha sido comprados, mas na mente de Flavinho tudo tinha seu lugar. Gilmar namorava aquela casa a anos, e sempre sonhara em fechar negocio, com a ajuda de Doca conseguira. Não aguentou mais só olhar aquele pescoçinho e o abocanhou:

- O que é isso que fica assim? – perguntou Flavinho segurando o pedaço de carne dentro da calça.

O toque fez Gilmar estremecer, e com luxuria propor:

- Abri e olha pra você ver o que é...

- Posso?

- Claro, será... melhor ele é todinho seu...

A virilha cabeluda foi a primeira a aparecer, o botão abriu fácil e o zíper seguiu o mesmo caminho – Flavinho se assustou – o cheiro atingiu direto o pequeno que se aproximou atraído, magnetizado pelo amoma de macho viril, e sexual que aquele pedação de carne viva exalava:

- Ele é grande igual o senhor, não usa cueca?

Gilmar riu pela pergunta:

- Pra que? Cueca é pra novelinhos como você vem cá vem, segura ele assim oh...

Com a sua mão Gilmar fez o rapaz segurar seu mastro, e move-lo numa punheta gostosa que lhe deixou eriçado da cabeça aos pés:

- Posso beijar ele? – perguntou Flavinho olhando para cima.

- Claro, ele é pra isso mesmo... beija de língua...

Flavinho aproximou o rosto, e o cheiro o deixou fascinado com a língua labéu a cabeça e um gosto salgado lhe atingiu, lambeu mais e mais, até consegui engolir a cabeçorra do falo:

- Tem um cheiro gostoso...

- Pra cocotizihas como você tem mesmo, esse cheiro vai ficar impregnado em você quando consumar nossa união, ai nenhum macho mais vai te ter só eu – disse alisando os lábios rosados e molhados – agora continua que tem uma surpresinha no final...

Flavinho cobriu os dentes com os lábios institivamente, abocanhou a piroca como se fosse um caroço de manga espada, abrindo bem e se esforçando sentindo seu corpo exigir que continuasse, sentindo ás veias da glande quebrarem as preguinhas de sua boca, e logo não estava mais no controle seu macho o havia prensado na parede e agora o fodia com avidez – as golfadas vieram mas Gilmar o tranquilizou enquanto bombeava:

- É assim mesmo, tem que aguentar até o fim... É disso que você gosta... – seu prazer já explodia na rola engolida pelo novelinho quando explodiu de fato e relaxando mais a ficção soltou o ar – porra!! Bebe tudo... isso bibelozinha bebe pra ficar fortinha com seu leitinho...

Flsvinho sentiu a pasta gremossa escorrer para sua goela sem saber direito o gosto, mas a saboreou, e bebeu tudo como um néctar. Assim que acabou limpou a rola a sua frente e abriu a camisa de seu homem se sentindo livre pra isso beijou aquela região e o abraçou:

- Quero viver pra sempre assim...

Gilmar não disse mas pensava o mesmo, ainda que lá no fundo soubesse que sempre é tempo demais, gostava daquela cocotezinha e iria cuidar dela como sua mulher como uma esposa, olhou para ele e disse que não beijaria na boca dela não naquele momento:

- Vamos pra casa do seu pai, e na sexta mudamos pra cá...

- E sua mulher? – perguntou Flavinho.

Gilmar encarou aquele rostinho e segurando o queixo afirmou:

- Aqui ela... – sorriu – só vou passar lá algumas horas por causa do meu filho... só por isso, mas não se preocupe... serei um marido presente...

Flavinho sorriu. Nunca se imaginara naquela situação – ou melhor em sonhos muito remotos sim, mas não assim tá depressa tudo ocorria numa velocidade Record para seu fraco entendimento.

A noite jantaram os três – Flavinho havia caprichado no cardápio – os dois homens de sua vida o elogiavam. Flavinho começava a entender Gabriela, Tieta e dona Flor na pele se sentia desejado e amado da mesma forma que suas heroínas. Assim, noutro dia foi arrumar sua casinha mais seu homem que quando terminou o trabalho do dia na ´praça que caminhava bem, seguiu para ajudar.

Mis uma vez, Flavinho bebeu do néctar de seu homem e sentiu algo inusitado que não estavam nos livros – a língua de seu marido, deslizou por suas costas e chupou seu buraquinho, aquilo o levara no espaço, na lua e voltara:

- Gostou cocotizinha?

Flavinho assentiu mais imaginou algo melhor:

- E se enfiasse ele em mim...

Gilmar sorriu, sempre pretendera isso claro, mas queria que ele Flavinho pedisse assim:

- Você quer? – sussurrou no ouvidinho dele esfregando seu membro ali.

- Sim, quero que enfie em mim...

- Quer mesmo? Pede então...

- Ai Gilmar enfia em mim enfia por favor...

Gilmar sentindo o pau crescer, disse:

- Não, agora não... amanhã na nossa primeira noite aqui, ai agente tenta a primeira vez porque seu buraquinho é muito pequenininho, e machucado não é bom... agora beija ele di novo beija...

Com uma cara safada Flavinho assentiu e desceu nunca esquecendo do peito de seu homem que amava beijar e cheirar os pelos, o pau já estava eriçado quando o abocanhou.

Aquela quinta feira seria a última de Flavinho no seu quarto na tutela de seu pai. Muitas pessoas criticavam o velho Doca, mas esse se fingia de surdo mudo á elas ninguém era pai de Flavinho, mas ele sim. E isso trazia responsabilidades, tudo que ele estava aceitando e fazendo não feria sua moral de homem pelo contrario só a fazia crescer.

Na sexta feira Lucia chegou, não perguntou por nada só queria e conseguiu apagar seu fogo com seu homenzarrão que a esperava de braços abertos. Os dois se linguuaram a vontade tendo a casa só para eles – naquela manhã de sexta Flavio já tinha se mudado – então Lucia e Doca voltaram a se trepar um no outro como nos antigos tempos quando não tinham Flavio, nem lembraram do pequeno que deitado no peito de seu homem dormia.

Ainda tinha no corpo ás marcas das mordidas de Gilmar que o marcou inteiro, infelizmente a piroca ainda não havia entrado, mas isso só aumentou o viço nos dois para tentarem de hora em hora. Naquela manhã mesmo Flavio engoliu a pasta branca de seu macho todo, sentindo agora com mais alivio ás estocadas que recebia na boca.

Flavinho foi para a escola normalmente, arrumou sua casa. E tinha horas que nem acreditava que estava nela. Sua mãe ficou uma semana sem ir lhe ver, ele também respeitando a dor da mãe não foi até lá mas num dia de julho ensolarado ela bateu a porta.

Lucia percebeu logo que seu filho estava mais gordinho, com as bochechas fivas mas a cintura ainda normais, mesmo homens damas quando coitavam aumentavam um pocuo o quadril.

Os dois se abraçaram choraram, falaram, falaram, Flavio contou a mãe como era sua vida. Mostrou toda a casa, teve o prazer de ir até o quintal leva-la até o pé de siriguela:

- Ah vou levar umas pra mim...

- Eu cato tudo e lhe dou, esse pé é estranho dando fruto em julho...

- Ai meu filho estou vendo que você está tão bem, fiquei alegre por ti...

- Sim mãe estou feliz mas...

- O que?

- Nada deixa, fico com vergonha e sei que a senhora...

- Ora meu amor, si vim aqui é porque já aceito melhor... não digo de todo, mas já compreendo melhor... teu pai me passou mas eu o alcanço...

Eles riram, estavam no quintal que era murado e tinha três arvores, e um pomar:

- É que... bem eu e ele ainda não...

- Não?

- Ah mãe é chato falar nisso melhor parar...

- Não começou continua ora essa...

- É que não entra, doi muito ai eu peço pra ele parar...

A mãe sabia se tratat daquilo mesmo. Se aceitava? Não, ainda se negava a crer, só que amava o filho e esse amor a corroía por dentro, por isso precisava o ajudar no que fosse possível:

- Vou te ensinar uma coisas... você sabe o que é camisinha?

- Sei, mas ele não gosta diz que aperta muito...

- Isso não é muito bom meu filho, é uma segurança pra vocês dois... tem uma doença ai que está fazendo estrago... muito perigosa...

- Ai onde?

- No estrangeiro...

- Sei, mas já tentei ele se nega...

- Então, pegue condicionador ou o creme que passamos na pele e passe no seu – ela não soube o que dizer , mas Flavinho a entendeu.

- Mesmo assim doi...

- Meu filho dor é normal, eu senti da primeira vez... depois melhora...

- Será?

- Te garanto, agora deixa eu te mostrar umas roupas que trouxe pra ti...

Ficaram ali tietando po horas a fio, e quando sua mãe foi embora Flvinho se esticou até o quarto e rumou para o centro da cidade viu seu homem de longe mas esse não deu por sua presença, a praça estava toda linda ladrilhada, e com novos postes novos bancos multicoloridos... Logo iriam inaugurarem...

Seguiu para o supermercado – o dinheiro quem lhe dava era Gilmar, sem que ele precisasse pedir – aproveitava pra fazer tudo que ele gostava mas em pequenas quantidades para não deixa-lo como Assunção que já estava um porco de grande:

- Olha o viado do Gilmar – disse uma mulher na seção de verduras, ao vê-lo.

Flavio não se importou comprou tudo que tinha para comprar, e pediu que entregassem, dali foi até uma farmácia e comprou camisinhas das maiores e em segredo pediu a atendente:

- Preciso de algo que lubrifique...

- Ah... sei o que você quer... – ela entrou, enquanto ele mexia em uns shampoos e outras coisas antes que a meninas voltasse sentiu um cheiro conhecido era ele, virou-se pra tras e seus olhos brilharam – Touro!

- O que faz aqui Flavinho?

- Comprando umas coisinhas... Estava no mercado, lembra é hoje o dia das compras...

- E onde estão?

- Ora pedi pra entregar – a velhinha dona da farmácia soltou um “Pouca vergonha!”

O rosto de Gilmar se transformara na hora:

- O que a senhora disse?

- A verdade, que é uma pouca vergonha o senhor com esse ninfetinho enquanto sua mulher morre numa cama de hospital... – disse ela firme, com suas pelanquinhas das bochechas balançando.

- A senhora não se meta onde não é chamada viu! E o chame assim, o nome é Flavio pra pessoas intrigueiras como a senhora é Flavio...

- Para Gilmar, deixa ela – disse Flavinho, em seguida quando viu que a atendente vinha em sua direção continuou – meu bem, pode mandar entregar no meu endereço?

- Sim qual a casa? – Flavinho anotou num folheto, e voltou ao seu marido.

- Essa velha tem é que se preocupar com as filhas dela duas pamonhas estragadas que nenhum homem nessa cidade quer. E outra cuido muito bem dos meus, ou a mãe do meu filho está em hospital publico? Sabe quem paga eu! Porque sou homem de verdade, olhe minha senhora me respeite que eu faço o mesmo, agora se me distratar recebe na mesma medida ou pior...

- Não lhe distratei senhor, só disse a verdade ou isso ai não é um homem dama? – a atendente chegou-se a senhora tentando acalma-la....

Flavinho tentava segurar seu homem o abraçando e falando em seu cangote mas esse estava irredutível e ao ouvir o homem dama ficou ainda pior:

- Não, ele não é... Ele pode até se minha mulher na cama e em casa mas aqui ele é um cliente e outra, é quem cuida de mim então se a senhora o ofende, diretamente me ofende também e vá se fuder a senhora e quem precise porque esse aqui já bem fodido coisa da qual a senhora está precisando...

Flavinho e a atendente começaram a rir – Gilmar pegou o antebraço de sua gazelinha e saiu dali – o pedreiro conhecia bem a velha rabugenta e a tempos soube de suas futricagens querendo até fazer romaria na porta da casa de seu anjinho, isso não ia permitir.

Chegaram em casa e o clima esquentou, os dois se beijaram e logo Flavinho estava no colo do seu macho, enquanto esse entumecia seus mamilos rosados, o dedão de Gilmar já estava no buraquinho agasalhado de Flavio quando a buzina de um carro acordou os dois:

- As compras...

- Deixa lá...

- Não amor, tem uma coisa especial lá – Flavinho lambeu o dedo que acabara de sair do seu anus e saiu – espera que é hoje...

Gilmar se animou e enquanto seu bibelozinho ia lá receber ás compras aproveitou, e tirou a roupa. Deitou na cama que ele compartilhavam já alguns messes e esperou, não se arrependeu.

O olhar de Flavinho era lacivo e dizia tudo:

- O que é isso na tua boca? – perguntou boquiaberto.

- Uma coisnha – respondeu o jovem tirando a camisinha da embalagem – pra você meu amor, e seu pintão...

- Ah isso me aperte demais putinho, vamos tentar com mais hidratante...

- Não Tourão, hoje quero que monte em mim de verdade e pra garantir compre isso também – o pote tinha um K.

- A safadinha! – disse Gilmar rindo. E quando ele ria seu peito encolhia e se abria de novo, aquilo excitava Flavinho de um jeito que ele tinha que agarrar.

Os dois se entrosaram num beijo alucinante, onde os corpos de fato estavam colados, a pele rosada e lisa do mais novo com a grossa e peluda do mais velho davam um contraste café com leito, delicioso, o pau de raiz reta e cabeça avantajada se estendeu, pronto para mais uma batalha, o boquete foiretomado.

O cuzinho ficou entumecido, e o K ajudou a três dedos entrarem coisa que não acontecia depois de muita tentativa, o pau de Gilmar babava compusivamente o próprio babava ao ver aquele cuzinho se contraindo abrindo e fechando, pedindo pica:

- Pede bebe, pede pro touro pra montar...

- Mete em mim, mete meu tourão meu macho gostoso...

Relutante Gilmar encapou o babão e finalmente a piroca entrou – na camisinha – sem dificuldade com alguma folguinha muito pequena mas aliviada:

- Só vou usar pra botar dentro, quando conseguir quero te comer sem... afinal só como o que é meu...

- Humhum... – O corpo de Flavinho pediu, isso, tanto era o seu desejo que seu quadril já se movimentava esperando e seu cuzinho rosado abria e fechava numa velocidade virginal.

- Lá vai em...

A cabeça pressionou, o cu parou de piscar ao sentir o invasor – Flavio mexeu o quadril:

- Continua amor, fode seu viadinho fode...

- VocÊ quer mesmo?

- Demais, vai meu macho gostoso me come...

Aquelas palavras abriram pregas, e a cabeça deslizou toda o grito de Flavinho foi ouvido pelos cachorros que começaram a latir sem entenderem nada, Gilmar sentiu que seu bibelô ia puxar mas ele segurou o quadril e meteu até o fim da piroca:

- Aguenta toda!! – disse mordendo a orelhinha vermelha de sua putinha.

- Aiiii não para!!! – Flavinho mexeu o quadril.

O vai e vem começou lento, mas conforme a cama rangia, e o vento aumentava lá fora, mais rápido Gilmar consumava sua união e naquele momento de gloria montado no seu novelinha imaginava que o para sempre pudesse existir, que devia existir e não seria justo não poder tê-lo pra sempre. Aquela buraquinho engolia sua pica com fome e o rebolado do viado era alucinógeno, de quatro, em frango assado, de lado, em pé e finalmente no papai e mamãe fodeu fundo, o viado gritou tendo seu primeiro gozo. Fechando ás pernas dele Gilmar começou bombar com ele encolhido na cama se sustentando com uma mão na nuca enquanto fodia aquele novelo quentinho e apertado, a camisinha já não existia... e quando os jatos vieram selar o prazer assistiu de cima seu bibelozinho ser enchido por seu leite tourino:

- Que foda do caralho! – gritou Gilmar sentindo os prazeres sucessórios advindos do gozo.

Gilmar caiu todo suado, relaxado e extasiado em cima de seu novelinho que não aguentando o peso, pediu num gemido:

- Amor você está me amassando... – sorriu.

Esse acordando do extasse levantou, e chamou:

- Vamos tomar um banho...

- Você me dar banho?

- Só se receber um bem gostoso em troca...

Os dias depois daquele foram seguidos do coito, como uma lua de mel. Aquilo que a dona da farmácia falara sobre a esposa no papel de Gilmar, não era totalmente verdade, o que ocorrera fora que ela teve uma infecção intestinal devido ao alto consumo de chocolate e por isso se desidratou.

De imediato Gilmar a levou para o hospital particular, seu filho estava com ela e o tranquilizara quanto ao estado da mãe.

( esse conto é sobre a história de vida de Flavio um dos meninos da *praça, vou ver se continuo com a história dos outros)

******Mudando de Vida (nome oficial do conto)

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Comentários

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Vai ter continuação com as histórias dos outros meninos da praça?

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Muito bom esse conto,parabéns !!!

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TOMARA Q CONTINUE COM A TEMÁTICA frágil x machao

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O conto é maravilhoso, com algum erros de digitação que todo cometemos mas é muito bom, mas merecia um final melhor.

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