"Irresistivelmente Cretino" 2

Um conto erótico de Bennett Ryan
Categoria: Homossexual
Contém 4908 palavras
Data: 18/04/2017 22:36:26

Continuando... na Noite após apresentação do Daniel...

BENNETT

Com minhas mãos no volante e as dele em tudo o mais – minhas coxas, meu pau, meu pescoço, meu peito –, eu não sabia se chegaríamos em casa com segurança. Principalmente quando ele levantou meu braço direito para poder se abaixar, abrir o zíper da minha calça, puxar meu pau para fora e arrastar a língua por toda sua extensão. Eu queria chegar até seu apartamento, mas merda, isto já estava bom demais.

– Oh Deus… – ele murmurou, antes de me tomar por inteiro na boca.

– Puta merda – balbuciei, entrando na faixa da direita e diminuindo a velocidade. Mais uma vez, tudo parecia tão perfeito: suas mãos e boca trabalhando em sincronia, pequenos gemidos vibrando em mim e soando como se não houvesse nada que ele quisesse mais do que me sentir daquela maneira. Ele começou devagar, com longas chupadas e pequenas lambidas provocantes, me olhando de um modo sombrio até eu pensar que perderia a cabeça. Mas ele entendeu minha expressão, como sempre fazia, sabendo quando não parar, quando aumentar a velocidade, quando apertar gentilmente. Sua excitação foi o que me deixou ainda mais louco; seu olhar se tornou suplicante, a respiração entrecortada e os gemidos mais frenéticos. Cedo demais, eu já estava agarrando o volante com força, ofegando e implorando e, finalmente, praguejando alto ao gozar em sua boca. Não sei como consegui guiar o carro na rua, ou como o estacionei, mas minhas mãos trêmulas de algum jeito realizaram a façanha. Ele beijou minha barriga, então descansou a testa na minha coxa e o carro ficou completamente silencioso. Não foi exatamente como imaginei estar de novo com ele, mas a maneira apressada e espontânea como aconteceu… isso sim era a nossa cara. Quando ele se apoiou no meu braço para sentar, eu aproveitei para subir meu zíper e fechar o cinto.

– Espera aí – ele disse, olhando pela janela. Seu tom surpreso diminuiu um pouco o clima sensual. – Estamos na sua casa? Por que estamos aqui?

– Você queria ir para o seu apartamento?

Dando de ombros, ele disse:

– Só achei que era para lá que estávamos indo. Não tenho nada meu aqui.

– Eu também não tenho nada no seu apartamento.

– Mas eu tenho escovas de dente extras. Você tem escovas de dente extras?

Do que ele estava falando?

– Você pode usar a minha. Qual o problema?

Suspirando, ele abriu a porta e murmurou:

– Cretino!

– Só para esclarecer – eu disse, saindo do carro e o seguindo até a calçada –, eu trouxe você aqui porque era pra onde eu ia te trazer depois de San Diego. Eu ia amarrar você na cabeceira da cama e te dar uns tapas a noite inteira. E continuo com a intenção de fazer isso, depois de tudo que você me fez passar.

Daniel parou na minha varanda, com as costas viradas para mim. Ficou assim por vários segundos confusos antes de girar e me encarar.

– O que você disse?

– Você não ouviu? – eu disse, e, quando ele apenas continuou me olhando, expliquei: – Sim, ficamos separados porque eu fui um idiota. Mas você também foi.

Ele apertou os olhos e sua expressão ficou séria. A ideia de que ele fosse explodir e gritar comigo me deixou ao mesmo tempo com medo e excitado. Ele me pressionou contra a porta, agarrou com força a minha gravata e puxou até ficarmos cara a cara. Seus olhos cinzas estavam arregalados e selvagens.

– Me dê suas chaves.

Levei a mão ao meu bolso, tirei as chaves e coloquei em suas mãos sem questionar. Observei enquanto ele procurava as chaves e fiquei surpreso quando encontrou a certa na primeira tentativa.

– Tem a tranca de cima e a…

Ele me interrompeu, colocando a ponta do dedo nos meus lábios.

– Shh. Não diga nada.

Tentei entender o que estava acontecendo. Obviamente, ele não esperava que eu brincasse com o fato dele ter me deixado mal. Talvez ele tivesse pensado que toda essa discussão acabou na sala de conferência onde nos reconciliamos. E acho que, de muitas maneiras, foi isso mesmo que aconteceu. Eu não precisava que ele se desculpasse, e também não sentia mais a necessidade de pedir desculpas. Mas nossa separação resultou em alguns meses horríveis, então também não parecia que a conversa estava completamente terminada. Por isso, pensei que fazer uma sessão de tapas e beijos seria uma terapia muito apropriada para nós dois. Sua mão não hesitou ao enfiar a chave na porta. Ouvi o familiar som da fechadura virando, então ele abriu a porta e me empurrou, de costas, para dentro.

– Continue reto e vai encontrar a sala de estar – ofereci. – Ou siga pelo corredor até minha cama.

Senti ele me direcionar para a sala de estar, movendo os olhos entre meu rosto, sua mão na gravata e o resto do ambiente. Afinal, era a primeira vez que ele estava na minha casa.

– Belo lugar – ele sussurrou, aparentemente decidindo o que faria comigo. Então me puxou para ainda mais perto. – É tão básica. Parece tanto… com você.

– Obrigado – eu disse, rindo. – Eu acho.

Como se de repente lembrasse que estava me punindo por algo, ele me lançou um olhar severo.

– Fique aqui.

Ele me deixou ali e, embora eu quisesse saber o que estava tramando, segui sua instrução. Após apenas alguns segundos, ele voltou com uma das cadeiras da mesa de jantar. Colocou-a atrás de mim, pressionou meus ombros e me fez sentar. Então ele virou-se e caminhou até meu rádio, pegou o controle remoto e olhou para os botões.

– Primeiro, ligue o…

– Shh! – sem olhar para mim, ele ergueu a mão para me silenciar. Fechei a boca, com o queixo tenso. Ele estava abusando um pouco da minha paciência.

Se ele não tivesse me mandado sentar – e eu achava que ele não estava para brincadeiras –, eu já teria jogado seu corpo no meu colo com a bunda para cima, pronto para ser estapeado. Após apenas alguns momentos, um ritmo suave e pulsante preencheu a sala com uma voz rouca feminina. Daniel hesitou ao lado do estéreo, seus ombros se movendo com sua profunda e nervosa respiração.

– Lindo, venha até aqui – sussurrei, esperando que ele me ouvisse em meio à música. Ele se virou, andou até mim e parou tão perto que suas coxas encostaram nos meus joelhos. Meu rosto ficou alinhado com seu peito, e não pude resistir a beijar por cima da camisa. Mas Daniel empurrou meus ombros de volta para trás. Ele seguiu o movimento do meu corpo, se movendo para montar em meu colo. Com as duas mãos, agarrou e começou a brincar com minha gravata.

– Aquilo que você disse lá fora… – ele sussurrou. – Acho que precisamos conversar melhor.

– Certo.

– Mas se você não quiser fazer isso agora, podemos ir até seu quarto e você pode fazer o que quiser comigo – ele ergueu o olhar até meu rosto, estudando minha reação. – A conversa pode ficar pra depois.

– Podemos conversar sobre qualquer coisa que você quiser – engoli em seco e sorri. – Depois vou te levar para a cama e fazer tudo que eu quero mesmo.

Eu mal conseguia respirar. Comecei a desabotoar minha camisa, mas ele tomou minha mão e a abaixou, erguendo a sobrancelha em um questionamento silencioso. Vagarosamente, ele tirou minha gravata e a enrolou no punho como uma luva de boxe. Fiquei tão excitado por ele se mostrar tão poderoso que nem notei quando moveu minhas mãos para o lado da cadeira. Meu pau endureceu em uma posição desconfortável, e movi a cintura para ajustar o ângulo da minha calça, com o coração explodindo debaixo do peito. Que diabos ele estava fazendo?.

– Diga que me ama – ele sussurrou.

Meu coração acelerava e meu sangue parecia martelar nas veias.

– Eu te amo. Loucamente. Estou… – eu tinha imaginado isso milhares de vezes, mas o momento parecia pesado demais e minhas palavras saíram em um único sussurro ofegante. Respirando fundo e fechando os olhos, murmurei: – Estou loucamente apaixonado por você.

– Mas ficou bravo comigo quando fui embora.

Senti um nó no estômago. Será que isso se transformaria em uma briga? E, se isso acontecesse, seria algo bom ou ruim? Daniel se inclinou para frente, beijou meu queixo, meus lábios, meu rosto. Depois deslizou a boca até meu ouvido. Então senti um aperto nos meus pulsos: ele tinha usado a gravata para amarrar minhas mãos atrás da cadeira.

– Está tudo bem – ele disse. – Não se preocupe. Só quero conversar sobre isso.

Ele queria apenas conversar, queria sentir-se confortável ao ouvir como tudo aquilo me afetou, o quanto eu fiquei com raiva. Mas precisava me amarrar? Eu sorri, virando o rosto para beijar seus lábios.

– Sim, fiquei bravo com você. Meu coração estava partido, mas eu estava com raiva também.

– Conte por que você estava com raiva – sua boca se afastou da minha e chegou ao meu pescoço, onde chupou a pele enquanto eu pensava na resposta. Senti como se nossa separação tivesse acontecido milhões de anos atrás, mas ao mesmo tempo parecia ter sido ontem de manhã. O fato do Daniel estar aqui, montado em meu colo e me beijando, era um lembrete de que aquilo era, de muitas maneiras, um passado remoto. Mas o jeito como meu peito se contorcia com a memória dele me deixando… mostrava que a ferida ainda era recente e estava aberta.

– Você nunca me deixou explicar ou pedir desculpas. Eu te liguei. Fui até seu trabalho. Eu faria qualquer coisa para consertar tudo.

Daniel não respondeu, nem tentou se defender. Em vez disso, se levantou, deu um passo para trás, soltou os cadarços dos tênis, tirou as meias. Ele chutou tudo para o lado e voltou até mim, correndo os dedos em meus cabelos e puxando meu rosto contra seu peito.

– Nós sabíamos que não seria fácil fazer a transição entre sexo-raivoso e casal- apaixonado – eu disse, em meio ao tecido macio da sua camiseta. – E, na primeira vez que eu fiz uma besteira, você me deixou.

Ele abriu o botão de seu jeans, abaixou lentamente o zíper e então tirou a calça inteiramente. Em poucos segundos, a camisa também foi para o chão. Ele ficou de pé na minha frente, nu, com exceção de uma cueca box preta, com o cós branco da Armani. Na sala escura, sua pele parecia seda. Merda, merda, merda, merda.

– Eu tinha acabado de perceber que estava apaixonado, e que talvez já estivesse apaixonado há algum tempo, e então você sumiu – olhei em seu rosto, torcendo para não ter ido longe demais. Ele deslizou para meu colo, e eu quis mais do qualquer coisa ter minhas mãos livres para subir por suas coxas perfeitas. Mas só pude ficar olhando para onde suas pernas se abriam em cima de mim, a apenas alguns centímetros do meu pau.

– Sinto muito mesmo – ele sussurrou. Pisquei, surpreso. – Eu não mudaria nada, pois fiz o que precisava fazer na época. Mas eu sei que te machuquei, e sei que não foi justo simplesmente parar de falar com você.

Concordei, levantando meu queixo para ele se aproximar e me beijar. Ele pressionou a boca na minha, de um jeito macio e molhado, e um pequeno gemido escapou de seus lábios.

– Obrigada por aparecer hoje de manhã – ele disse.

– Você teria me procurado? – perguntei.

– Sim.

– Quando?

– Amanhã de manhã. Depois de terminar minha apresentação. Decidi isso faz uma semana. Soltei um grunhido e me inclinei para beijá-lo. Ele se arqueou para trás, então acabei beijando seu queixo e descendo até a garganta.

– Você saiu com mais alguém enquanto estávamos separados?

Parei e o encarei, de queixo caído.

– O quê? Você está falando sério Daniel? Não!

Um sorriso se espalhou em seu rosto.

– Eu só precisava ouvir isso.

– Se você deixou outro homem te tocar, Daniel, eu juro por Deus, eu…

– Calma aí, tigrão – ele pressionou dois dedos na minha boca. – Não deixei, como posso deixar alguém tocar no que não me pertence mais? Meu corpo e Seu Ben, eu sou seu.

Fechei os olhos, beijando seus dedos e assentindo. Essa imagem ofensiva evaporou lentamente da minha cabeça, mas meu coração não desacelerou nem um pouco. Senti sua respiração em meu pescoço antes de ouvi-lo perguntar:

– Você pensava em mim?

– Várias vezes a cada minuto.

– Você pensava em me comer?

Todas as palavras sumiram da minha mente. Cada palavra existente no dicionário evaporou e eu me ajeitei debaixo do Daniel, desejando tão intensamente neste momento vulnerável e silencioso que fiquei com medo de enlouquecer no instante que ele tirasse minha calça.

– No começo, não – consegui dizer finalmente. – Mas depois de algumas semanas, eu tentei.

– Tentou se tocar e pensar em mim? Como se a sua mão pudesse me substituir?

Observei sua expressão se transformar de curiosa para predatória antes de responder:

– Sim.

– Você gozou?

– Meu Deus, Daniel – por que eu me excitava tanto quando ele me pressionava desse jeito? Ele não piscou nem se mexeu enquanto esperava minha resposta. Ficou apenas me encarando.

– Responda.

Eu mal consegui esconder um sorriso. Ele adorava bancar o mandão comigo.

– Algumas vezes. Não era muito prazeroso, porque você aparecia na minha mente e isso me trazia alívio, mas também frustração.

– Para mim também – ele disse. – Senti tanta saudade que até doía. Sentia saudade no trabalho, em casa, na minha cama, eu quase não conseguia aguentar. Os únicos momentos em que eu conseguia apagar você da minha mente era quando eu saía para…

– Correr – sussurrei. – Dá pra perceber. Você perdeu peso demais.

Ele ergueu uma sobrancelha.

– Você também.

– E também bebi muito – admiti, lembrando a ele que isso não era uma competição.

Ele não precisava provar que se saiu melhor, pois eu tinha certeza de que foi isso que aconteceu.

– O primeiro mês da nossa separação ainda é um borrão na minha memória,Sam me contou sobre o seu estado. Ele disse que eu não estava sendo justo ficando longe de você.

Franzi a testa. É mesmo? Sam disse isso?

– Você fez o que precisava fazer.

Ele se inclinou para trás e olhou para meu corpo, depois para os meus olhos. Fiquei curioso ao perceber que ele parecia um pouco surpreso. E um pouco atrevido.

– Você me deixou te amarrar.

Olhei em seu rosto.

– É claro que sim.

– Eu não sabia se você deixaria. Pensei que tinha te enganado… achei que diria não.

– Dan, você me ganhou desde o primeiro segundo em que te vi. Eu teria deixado você me amarrar lá na sala de conferência, se você tivesse pedido.

Um pequeno sorriso apareceu no canto de sua boca.

– Eu não teria deixado, se você tivesse me pedido.

– Ótimo – tentei me aproximar para beijar sua boca. – Você é mais esperto do que eu.

Ele ficou de pé e passou a mão por cima da barriga.

– Acho que nós dois sempre soubemos que isso é verdade.

Meu desejo por ele era como uma dor forte e constante. Eu estava tão duro que podia sentir em meu pau cada batida do coração, mas também sentia como se minha visão estivesse supersaturada com cores: o preto da sua cueca o vermelho dos seus lábios, o cinza dos seus olhos, a brancura da pele. Meu corpo gritava, pedindo por ele, mas meu cérebro não conseguia parar de admirar cada detalhe.

– Deixe eu sentir você.

Ele voltou até mim, passando o peito pela minha boca. Eu me inclinei e tomei um mamilo em meus lábios, prendendo-o com os dentes. Sem aviso, ele se levantou e se afastou, ficando de costas para mim e lançando um olhar endiabrado por cima do ombro.

– O que você está fazendo, seu diabinho? – eu disse ofegando.

Seus polegares se engancharam no cós da cueca e ele começou a abaixá- lo, rebolando lentamente. Não. De jeito nenhum.

– Não se atreva a fazer isso! – eu disse, livrando minhas mãos do nó frouxo que ele tinha feito. Fiquei de pé, olhando ele de cima para baixo, como uma nuvem de tempestade se formando em minha sala de estar. – Vá pra cama agora, Se você pensar em tirar essa cueca sozinho, eu vou cuidar de mim mesmo e você só vai poder ficar lá assistindo eu gozar.

Seus olhos se arregalaram no meio da penumbra e, sem dizer uma palavra, ele se virou e saiu correndo para meu quarto.

E, com essa memória em minha mente, meu dia estava oficialmente perdido. Aquela noite foi a mais íntima da minha vida e mudou o status de nossa relação de “Vamos ver se dá certo” para “Totalmente comprometidos”. Nunca vou me esquecer de como ele transformou sua vulnerabilidade em uma confiança discreta, ou de como, no quarto, ele me deixou virar o jogo, amarrá-lo na minha cama e mordiscar cada centímetro de seu corpo. Soltei um grunhido quando percebi que não fazia ideia de quando teríamos uma noite tão sossegada assim de novo, então peguei meu celular. Enviei uma mensagem: Almoço? Ele respondeu: Não posso. Tenho reunião com o Douglas do meio-dia até as três. Me mate. Olhei para o relógio. Eram onze e trinta e seis. Deixei o celular na mesa e voltei para o artigo que estava escrevendo para o Jornal. Eu estava imprestável e sabia disso. Depois de dois minutos, peguei o celular e enviei outra mensagem para ele, desta vez usando nosso código secreto. Bat-Sinal. Ele respondeu imediatamente: Estou a caminho. A porta do lado externo do meu escritório se abriu, e pude ouvir o som dos sapatos do Daniel batendo no chão do escritório da recepção logo ao lado da minha sala. Esse já foi o lugar onde o Daniel trabalhava, mas, quando terminou o MBA e voltou para a Ryan Media Group, ele se mudou para um escritório próprio, na ala Leste. Resultado: minha recepção agora ficava vazia. Tentei trabalhar com outros assistentes, mas nenhum funcionou. Andréa chorava o tempo todo. Jesse batia a caneta na mesa e aquilo me deixava maluco. Bruce não conseguia digitar. Aparentemente eu deveria ter acreditado quando diziam que o Daniel era um anjo por “me aguentar”. Minha porta se abriu e ele entrou, com as sobrancelhas franzidas. Usávamos o bat-sinal principalmente para avisar um ao outro sobre crises no trabalho, e por um momento eu me perguntei se teria exagerado.

– O que aconteceu? – ele perguntou, parando a uns trinta centímetros de mim, com os braços cruzados sobre o peito. Dava para ver que ele estava preparado para encarar uma batalha profissional ao meu lado, mas a luta que eu queria que ele enfrentasse era muito mais pessoal.

– Nada com relação ao trabalho – eu disse, coçando o queixo. – Eu…

Perdi o raciocínio enquanto observava cada parte de seu rosto: os olhos concentrados, os lábios macios apertados enquanto prestava atenção, a pele suave. E, é claro, deixei meu olhar cair em seu pau virado para o lado esquerdo, pois como sempre ele usava as calças ,mais justas do mundo… meu Deus esse homem vai acabar com a minha sanidade mental.

– Você está olhando para o meu pau?

– Sim.

– Você usou o bat-sinal pra ficar olhando meu pau?

– Sossega, nervosinho. Usei o bat-sinal porque estou com saudade de você.

Seus braços caíram para os lados e começou a arrumar nervosamente a gravata.

– Como pode estar com saudade? Dormi na sua casa ontem.

– Eu sei – conhecia esse lado dele. Sempre tentando se preservar.

– E passamos o fim de semana inteiro juntos.

– Sim. Você e eu… e a Julia. E o Scott. E o Henry. E a Mina. Não ficamos sozinhos. Não tanto quanto esperávamos.

Daniel virou a cabeça e olhou para a janela. Pela primeira vez em semanas, tínhamos um perfeito dia de sol, e eu queria ir lá fora com ele e… apenas sentar em algum lugar.

– Ultimamente eu tenho sentido saudades de você o tempo inteiro – ele sussurrou. O nó em meu peito se afrouxou um pouco.

– É mesmo?

Confirmando, ele se virou para mim.

– Sua agenda de viagens está uma droga – ele se aproximou e ergueu uma sobrancelha. – E você não me deu um beijo de despedida hoje de manhã.

– Na verdade, dei sim – eu disse, sorrindo. – Você ainda estava dormindo.

– Isso não conta.

– Você está procurando uma discussão, sr. Bennitiz? Ele deu de ombros, tentando esconder um sorriso enquanto estudava cuidadosamente minha expressão. – Nós podemos pular a briga e você pode simplesmente chupar o meu pau por uns dez minutos.

Sem hesitar, ele se aproximou e passou os braços ao meu redor, esticando o corpo para mergulhar o rosto em meu pescoço.

– Eu te amo – ele sussurrou. – E amei você ter enviado o bat-sinal só porque estava com saudades.

Fiquei sem palavras, provavelmente por tempo demais, até que finalmente consegui balbuciar:

– Eu também te amo.

Não é que o Dan não fosse expressivo; ele era sim. Quando ficávamos sozinhos, ele era – fisicamente – o homem mais expressivo que já conheci. Mas, embora eu frequentemente expressasse meus sentimentos, eu podia contar nos dedos as vezes em que ele pronunciou as palavras “eu te amo”. Eu não precisava que ele falasse mais; porém, a cada vez que dizia, isso me afetava de um jeito mais profundo do que eu esperava.

– Mas, falando sério – sussurrei, lutando para me recompor. – Talvez eu só precise de uma rapidinha em cima da mesa.

Ele riu, balançando a cabeça em meu pescoço e levando a mão até meu pau. Esse jogo eu conhecia, e era perfeitamente possível que ele fizesse algo ameaçador, que iria me excitar na mesma medida que me aterrorizava. Mas, em vez de me encarar com perigo nos olhos, ele virou a cabeça para chupar meu pescoço e sussurrou:

– Não posso ir para a reunião com o Douglas cheirando a sexo.

– Você acha que não está sempre cheirando a sexo?

– Nem sempre eu tenho o seu cheiro – ele esclareceu, antes de lamber meu pescoço.

– Isso é o que você pensa.

Fazia muito tempo desde a última vez que transamos no escritório e eu já não aguentava mais o desejo de possuí-lo. Eu queria rasgar minha calça e arrancar a camisa dele cintura acima, depois arruinar as pilhas de papéis em minha mesa, jogando Daniel por cima de tudo. Felizmente para mim, ele começou a descer, beijando meu queixo até o pescoço, depois deslizou por meu corpo até o chão, subindo levemente a calça, de um jeito quase inocente, para se ajoelhar na minha frente. Mas não… uma vez no chão, ele abriu o zíper da sua calça. Com uma mão, ele começou a se masturbar; com a outra, abriu rapidamente meu cinto e o zíper. Fechei os olhos, precisando acalmar minha mente enquanto ele me libertava e, sem hesitar, enfiava meu pau em sua boca. Meu pau estava quase totalmente ereto e, com seu toque, cresceu ainda mais. Uma sucção quente e molhada desceu e subiu, mais forte da segunda vez, enquanto ele se ajustava à sensação de me ter em sua boca. Senti sua respiração acelerar em rápidas lufadas em meu umbigo, e podia ouvir o som da sua mão.

– Você está se punhetando? Sua cabeça se ajeitou levemente quando ele confirmou. – Você já estava excitado por minha causa?

Ele parou por um segundo, e então levantou a mão acima da cabeça. Eu me inclinei e chupei dois dedos dele. Merda. Fui consumido pela percepção tão clara do quanto ele queria aquilo. Eu sabia por experiência própria qual era seu sabor antes de estar realmente pronto para mim – por exemplo, quando eu chegava tarde em casa e o surpreendia, em seu sono, com minha boca. E sabia que tinha um sabor muito diferente depois de provocarmos um ao outro por quase uma eternidade. Agora, em seus dedos, eu sentia sua excitação máxima, e isso fez minha cabeça girar. Desde quando ele estava esperando por isso? O dia todo? Desde que saí, hoje de manhã? Mas ele não me deixou pensar muito, levou a mão de volta para seu pau. Observei sua cabeça se movendo e seus lábios deslizando sobre mim. Tentei me concentrar nisso para me acalmar. Mas, mesmo quando sua boca estava em mim, ou quando eu estava dentro dele, eu sempre queria mais. Era impossível possuí-lo de todas as maneiras ao mesmo tempo, mas isso nunca me impediu de imaginar um furacão de posições e gemidos, minhas mãos em seus cabelos e em sua cintura, meus dedos em sua boca e também entre suas pernas, agarrando suas coxas. Quando eu passava as mãos em seus cabelos ele sabia que eu queria mais rápido, e quando minha cintura começava a se mover, ele sabia que não deveria provocar, nem mesmo um pouco. Pelo menos, não quando ele tinha uma reunião logo em seguida. Em um pensamento súbito, lembrei que meu escritório não estava trancado; Daniel entrou pensando que iríamos conversar sobre o trabalho. A porta da recepção estava fechada, mas também não estava trancada.

– Oh, merda – murmurei.

Por algum motivo, a ideia de que poderíamos ser flagrados deixou tudo ainda mais excitante.

– Dan… – sem mais aviso, um orgasmo desceu por minhas costas, eletrizante e ardente, e tão intenso que deixou minhas pernas bambas e meus punhos agarrando seus cabelos. Ele se arqueou com meu puxão, seu braço se movendo rapidamente enquanto tocava em si mesmo, fazendo os sons de seu próprio prazer me atingirem, abafados. Olhando para baixo, percebi que ele estava observando minha reação… é claro que estava. Seus olhos se arregalaram e mostravam uma doçura – ele parecia fascinado. Tenho certeza de que sua expressão era exatamente igual à que eu fazia toda vez que o via gozar com meu toque. Após uma pausa para recuperar o fôlego, eu saí de sua boca e me ajoelhei no chão de frente para ele, levando minha mão para encontrar a dele no meio de suas pernas. Ele se ajeitou ficou um pouco de lado pra mim e deixou minha mão tomar o controle. Ele quase tombou para trás, seu corpo se apertando em mim. Usei minha outra mão para apoiá-lo e beijei seus lábios, gemendo ao sentir que eles estavam um pouco vermelhos, um pouco inchados.

– Estou quase lá – ele disse, passando o braço livre ao redor do meu pescoço.

– Eu gosto dessa sua necessidade de me avisar disso.

Eu imaginava que um dia meu toque se tornasse familiar demais para ele, ou que minha técnica se tornasse cansativa, mas cada vez que meu polegar raspava a cabeça do seu pau ele parecia ter uma sensação mais intensa do que antes.

– Mais rápido – ele sussurrou quase sem voz. – Por favor, eu quero…

Ele não terminou o pensamento.

E nem precisava. Apertei mais forte e acelerei bastante o ritmo da punheta e fiquei olhando enquanto sua cabeça caía para trás, com os lábios separados e o som rouco e silencioso de seu orgasmo-quase-abafado reverberando por seu corpo. Por alguns segundos, ficamos abraçados enquanto eu respirava em seus cabelos, tentando imaginar que estávamos em outro lugar, talvez em minha sala de estar ou no meu quarto, certamente não no chão do meu escritório de porta destrancada. Parecendo se lembrar disso ao mesmo tempo que eu, Daniel subiu o zíper da sua calça, depois tomou minha mão para eu levantá-lo. Como de costume, fui atingido pelo silêncio ao redor, e imaginei se éramos mesmo tão discretos como pensávamos. Ele olhou ao redor, ainda um pouco fora do ar, e deu um sorriso preguiçoso.

– Agora vai ser ainda mais difícil ficar acordado na reunião.

– Não estou nem aí – eu murmurei, abaixando para beijar seu pescoço.

Quando me endireitei, ele se virou e entrou no meu lavabo, subindo as mangas da camisa para lavar as mãos. Eu me aproximei, pressionando meu peito em suas costas, e coloquei minhas mãos debaixo da água com as dele. O sabonete deslizou entre nossos dedos e ele pousou a cabeça para trás em meu peito. Eu queria passar uma hora tirando seu cheiro de nossos dedos, apenas para poder ficar nessa posição.

– Vamos passar a noite no seu apartamento? – perguntei.

Sempre era uma decisão difícil. Minha cama era melhor para brincarmos, mas sua cozinha era mais abastecida. Ele desligou a água e levou as mãos até a toalha.

– Sua casa. Tenho que lavar roupas.

– Quem disse que o romantismo não existe mais… – também usei a toalha e a beijei novamente. Ele manteve a boca fechada e os olhos abertos, e eu me afastei um pouco.

– Bennett?

– Humm?

– É verdade sim.

– O quê?

– Eu te amo. Talvez eu não diga isso o bastante. Talvez seja por isso que você usou o bat- sinal.

Eu sorri, com meu coração apertado no peito.

– Eu sei. E não foi por isso que enviei a mensagem. Fiz isso porque ultimamente não recebo sua atenção exclusiva, e eu sou um cretino ganancioso. Minha mãe não te avisou que eu nunca fui bom em compartilhar?

– Depois que mudarmos para Nova York, as coisas vão se acalmar e nós vamos ter mais tempo juntos.

– Em Nova York? Duvido! – eu disse. – E, mesmo que as coisas se acalmem, não seria legal se viajássemos um pouco antes de tudo isso?

– Quando? – ele perguntou, então olhou ao redor como se sua agenda lotada preenchesse cada superfície do lugar.

– Nunca vai existir uma data perfeita. E depois que mudarmos os escritórios, tudo vai ficar ainda mais corrido, pelo menos por um tempo.

Ele riu e balançou a cabeça.

– Bom, eu não consigo pensar numa hora pior. Talvez no final do verão? – com um beijo rápido, ele se virou, pegou meu celular em cima da mesa e arregalou os olhos quando viu as horas. – Preciso ir! – disse, me beijando mais uma vez antes de ir embora. E o assunto morreu ali. Mas a palavra férias continuou em minha mente.

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PELO MENOS A GUERRA DE EGOS DIMINUIU. RSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS

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