Deixa eu cuidar de você (4)

Um conto erótico de Felipe
Categoria: Homossexual
Contém 2360 palavras
Data: 13/04/2017 19:11:38
Última revisão: 13/04/2017 19:15:12

Boa noite a todos!

Obrigado a todos que estão acompanhando, votando e comentando. Isso faz a minha motivação ir a mil.

Hoje quase não conseguia postar. Mas tenho como um compromisso e nem que seja um pouquinho, postarei.

Acordei bem doente hoje e tive que fazer alguns exames. Amanhã posto mais, beijo enorme a todos.

Eu passei a madrugada assistindo filme, não consegui dormir pensando em tanta coisa que esteve acontecendo nos últimos dias. No dia seguinte, fui com minha mãe a algumas lojas da 25 de março para comprarmos alguns itens de decoração que ela queria. Passamos em frente a algumas lojas de fantasias e artigos de festas, foi aí que ela sugeriu que deveríamos comemorar o meu aniversário. Eu particularmente não gosto muito de festas, mas afinal, o último eu não pude comemorar, pois não tinha ânimo, então acabei aceitando fazer uma festa para apenas algumas pessoas. Ela falou que cuidaria de todos os detalhes e perguntou se poderia ser uma festa a fantasia, falei que preferia que fosse uma festa normal e ela concordou. Minha mãe havia comprado muita coisa, eu não entendia onde ela iria colocar tanta coisa amontoada, mas não discuti e a ajudei a guardar tudo (abandonar em um canto da sala). Eu nunca fui muito ligado a celular, era muito comum eu abandonar as mensagens no whatsapp e utiliza-lo apenas quando fosse algo necessário. Mas mexendo no celular da minha mãe, vi o número do Renato e salvei no meu celular. Acreditem, ele nunca havia pedido meu número, talvez até achava que eu nem tinha um celular. Fui para o meu quarto e tomei um banho demorado, meus pés estavam doendo de tanto subir e descer a 25 de março. Deitei e fiquei pensando se deveria ou não mandar uma mensagem para ele. Resolvi mandar, atualizei a lista do whatsapp e logo apareceu o seu contato. A foto era antiga, estava sem barba e foi engraçado vê-lo daquele jeito.

“Boa tarde! Peguei seu número no celular da minha mãe, espero que não tenha nenhum problema. Estávamos na 25 de março, chegamos há pouco tempo. Por aí, está tudo bem? Espero que sim. Felipe”

Enviei e deixei o celular no criado mudo, fiquei assistindo SUITS e um bom tempo depois lembrei do celular, sempre usei no silencioso e sem vibrar. Peguei o celular e era uma mensagem do Renato.

“Que surpresa, estava pensando em você. Mas iria passar na sua casa após o trabalho. Foram até a 25 de março? Não pode exagerar, viu? E fico feliz que tenha mandado mensagem, não tem problema algum. Será que vou poder te beijar hoje? Estou com saudades já.”

Ele colocou bastante emoji com uma carinha de triste no final da mensagem e eu ri do exagero.

“Poder você pode, pena que falou que IRIA passar em casa, pelo jeito desistiu. Mas se mudar de ideia, pode aparecer por aqui sim” respondi e coloquei um emoji sorrindo. Logo ele respondeu.

“Quem disse que eu desisti? Jamais! Estou contando os minutos para sentir você em meus braços. Eu passo aí após o expediente. Está a fim de tomar um suco, sei lá?”

Respondi que seria uma boa ideia sim e que aguardaria ele em casa. Continuei a assistir mais alguns episódios e esqueci do tempo, assustei com minha mãe batendo na porta.

- Felipe, o doutor Renato está aí – ela falou – Disse que ligou no seu celular e você não atendeu. Pensei que estava dormindo.

- Eu esqueci da hora – falei desesperado – Fiquei assistindo esse seriado. Ele chamou pra ir dar uma volta.

- E você vai de cueca? – falou e apontou para mim.

- Claro que não, vou tomar um banho e me arrumar rapidinho – falei – Avisa que não demoro.

- Tudo bem – ela falou e fechou a porta.

Corri para o banheiro do meu quarto para tomar banho, lembrei que não tinha pegado roupa e saí só de toalha do banheiro. Quando saí, assustei quando vi o Renato sentado na minha cama.

- Eita – ele falou assustado quando me viu, embora estava de toalha.

- Eu não sabia que você estava aí – falei envergonhado.

- Sua mãe falou que não teria problema eu esperar aqui, não imaginei que iria sair de toalha e todo molhado – ele falou e se aproximou de mim.

Renato me deu um beijo de longe, sem aproximar seu corpo do meu.

- Não posso ficar com a roupa molhada- falou – Mas estou com uma vontade enorme de te abraçar bem apertado. – ele sorriu, eu realmente adoro o sorriso dele.

- Vou me trocar rapidão – falei – Vira aí.

- Ué, vou virar não – ele falou – Quem mandou esquecer a roupa.

- Vou me trocar lá dentro do banheiro – falei – já volto.

Ele me encarou com uma cara de pidão.

- Se troca aí, o que tem de mal eu te olhar? – perguntou.

Fiquei envergonhado, mas comecei a me secar e ficava vermelho em saber que ele estava olhando para mim. Coloquei minha cueca e ele me encarava, me troquei e ele levantou e me beijou.

- Eu quero ficar uma eternidade vendo você fazer isso – ele falou – Você é estonteante, olha como me deixou.

Ele colocou minha mão sobre o seu pau que estava duro a beça. Eu sorri e falei que deveríamos ir, ele pediu para esperar um pouco e me beijou. Ele apertava meu corpo contra o meu guarda roupa, a porta até fazia barulho as vezes. Lembrei que meus pais estavam em casa e então saímos em direção a algum lugar nessa imensa São Paulo, foi assim que ele descreveu quando perguntei onde iríamos. Chegamos a um lugar bem bacana em um bairro onde eu não fazia ideia de como se chamava.

- Aqui tem o melhor açaí do mundo – ele falou – Você gosta de assaí, né? – ele perguntou receoso.

- Pior que não – menti e ele me olhou assustado – Estou brincando, gosto sim.

- Ufa, já estava pensando em outro lugar – ele falou.

Sentamos em uma das mesinhas que ficava na área externa do lugar, bastante movimento de carro e pessoas fazendo caminhada. Ele pediu açaí em uma tigela imensa e eu peguei um médio, achava que não iria conseguir comer tudo. Era realmente muito bom, não era muito doce, estava meio azedinho e eu preferia assim. Estava acabando o meu e o dele estava na metade ainda.

- Você vai me ajudar a comer – falou.

- Não, a minha parte já foi – falei – Quem manda ter olho grande.

- Estou falando sério – ele me abraçou – Divide comigo, por favor. Eu não gosto de desperdiçar comida.

Eu concordei e curioso perguntei pra ele o porquê de não gostar de desperdiçar comida, porque ele falava de um jeito que deu pra notar que algo havia acontecido.

- Eu já passei fome – ele falou – Minha mãe ficava sem comer para que eu e meu irmão dividíssemos o pouco de comida que ela conseguia para nós. Mesmo assim nunca nos deixou abandonar a escola e trabalhar na rua. Meu pai nos abandonou quando ainda criança e minha mãe fazia faxina para cuidar de nós.

Eu fiquei entristecido com o que ele me contou. Pois em contra partida, eu sempre tive o que comer em casa. Enquanto ele contava, lembrei de uma das poucas vezes que apanhei do meu pai. Estávamos na praça da sé e ele comprou um pacote de pipoca para mim. Meu pai ficou dentro de uma loja e eu fui para a calçada, onde vi alguns meninos de rua e ofereci minha pipoca. Logo aceitaram, eu peguei um punhado e joguei no chão e disse: come. Meu pai vendo aquela cena, me bateu bastante e me deixou de castigo. Eu era muito novo, deveria ter uns 5 anos de idade e quando lembrei disso, meu peito doeu de tanta vergonha e pedi perdão a Deus pelo que havia feito.

- No que está pensando? – ele me perguntou desconfiado.

- Nada – menti – Me dá um pouco desse assaí.

Ele dividiu comigo e ficamos conversando mais um pouco ali fora. Andávamos pelas ruas de São Paulo e observávamos o quanto era movimentado e o trânsito caótico. Pensar naquela cena da minha infância, me deu um certo incomodo e mais uma vez pedi perdão a Deus. Estava tocando Pink Floyd no seu carro, do nada me deu uma vontade de chorar e não consegui segurar as lágrimas, virei o rosto para que ele não percebe-se. Mas foi em vão.

- Xi, o que aconteceu? – ele perguntou e segurou minha mão.

- Nada, estava pensando na minha vida – falei e sorri forçadamente.

- E pensando em coisa triste pelo jeito, está chorando – falou e secou as lágrimas no meu rosto.

- Pensando em tudo que passei – falei – Foi um grande aprendizado.

- Sim, deve levar só as coisas boas – ele falou – Esquece as ruins.

E me beijou, fiquei um pouco mais aliviado. Perguntei onde estávamos indo, nunca havia andado por aquele bairro. Ele falou que era uma pequena surpresa, não a do fim de semana ainda. Entramos em um bairro que havia bastante condomínios e ele parou em frente a um condomínio de prédios altos. Apertou o controle e o portão abriu. Meu coração gelou, estávamos indo para o seu apartamento. Meu coração disparou e meu estômago começou a dar nós. Ele estacionou e falou para eu o seguir.

- Você mora aqui? – perguntei.

- Sim – ele respondeu breve.

Será que ele estava na intenção de transar, afinal não tínhamos transado ainda e ele sempre falava que só quando eu estivesse preparado, pois sabia que eu não tinha transado com homem ainda. Mas será que por estarmos namorando ele já estava incitando para que isso acontecesse? Fiquei muito nervoso, até que ouvi o barulho do elevador e saímos em um hall bem arrumado, um grande espelho e algumas luzes azuis. O elevador parava no hall de cada apartamento, pelo que entendi e depois ele confirmou. Ele abriu a porta e entramos em um apartamento muito bem mobiliado, muito bonito e um grande lustre na sala.

- Não repara a bagunça – ele falou – Aqui é minha humilde residência.

- Que bagunça? – perguntei – está tudo bonito.

Meu nervoso ainda não tinha passado, ele pediu para eu aguardar e eu sentei em um sofá muito macio, que quase sumi nele quando sentei. Ele demorou um pouco e ouvi a voz de uma mulher.

- Então esse é o famoso Felipe – disse uma senhora baixinha e muito simpática.

Eu fiquei assustado.

- Sim, mãe – disse ele com um sorriso e envergonhado pelo que ela havia falado – Esse é o famoso Felipe.

Eu fiquei mais sem graça, mas levantei quando ela veio me abraçar e me apresentei. Seu nome é Fátima e ela veio morar em São Paulo com o Renato assim que ele comprou o apartamento e seu irmão ficou estudando no interior de São Paulo, pois havia passado em uma federal.

- Eu já estava agoniada com o Renato, só ouvia falar de você e nada dele te trazer em casa para eu conhecer – ela disse pegando em minhas mãos – Desejo toda a felicidade do mundo para vocês. – ela disse enquanto fazia carinho em minhas mãos.

Renato havia contado sobre o nosso namoro a sua mãe e a surpresa daquela noite, era me apresentar a ela. Realmente foi uma surpresa e tanto, não esperava isso. Fiquei pensando o quanto queria apresenta-lo a minha família como namorado também. Dona Fátima ficou conversando conosco por um bom tempo e a hora foi passando, já estava até meio tarde e ainda teria que voltar para casa. Saímos do apartamento com juras de um almoço caprichado que ela faria para nós e broncas por Renato não ter avisado que eu iria.

- Sua mãe é um amor – falei – Muito simpática.

- Minha mãe é a razão da minha vida – ele falou – Não imagino minha vida sem ela.

- Imagino – eu falei – Não sabia que havia comentado com ela.

- Eu comentei, desde o primeiro momento que comecei a me interessar por você. Ela tinha medo de eu entrar em uma enrascada – disse ele – Ela sabe que eu vou atrás daquilo que quero.

Eu sorri e ele passou a mão no meu queixo. Logo chegamos em casa e ele parou o carro em frente de casa. Já estava tarde.

- Obrigado – ele disse e sorriu.

- Pelo o que? – perguntei.

- Por tudo! Por estar comigo, por me fazer feliz, por me fazer sorrir, por me fazer ter expectativa e acordar desejando alguém – ele falou.

Eu sorri e o beijei, mordi seu lábio e encostei minha cabeça no seu ombro

- Eu é que agradeço por tudo, por cuidar de mim e por me fazer sentir tudo isso que estou sentindo hoje. – eu falei – Acho que nunca fui tão feliz na vida.

- Bobo – ele falou.

Ficamos namorando um pouco e entrei, vi quando ele acelerou e foi embora. Era muito diferente sentir aquilo, era muito intenso e real. Meus pais estavam na sala quando entrei.

- Onde estava, Felipe? – disse o meu pai.

- Eu fui dar uma volta – respondi.

- Uma volta onde, Felipe? – falei.

- Fui tomar um assaí, Pai – falei chateado já.

- Olha a hora que você chega para quem estava tomando um assaí – falou – Não vai me arrumar dor de cabeça moleque.

- Para, bem – falou minha mãe – Ele estava com o doutor Renato.

- Não importa com quem ele estava – falou meu pai – Não quero dor de cabeça para o meu lado.

Eu fui para o meu quarto, com uma tristeza enorme. De fato, talvez eu só trouxesse dor de cabeça para os meus pais mesmo. Minha mãe entrou no quarto e eu estava chorando.

- Não fica assim meu filho – disse ela – Ele está embriagado, estressado por conta dos negócios.

- Eu não quero incomodar ninguém, mãe – falei.

- Mas você não incomoda – ela falou e me beijou – Você é a razão da minha vida e daria minha vida por você.

Eu abracei e chorei no seu colo. Eu ficava imaginando a barra que seria contar um dia para os meus pais, será que ela ainda ficaria do meu lado? Será que me amaria da mesma forma que a mãe do Renato o ama? Por que é tão difícil se sentir assim, feliz e não poder gritar para o mundo? Por que alguém tem que se incomodar com a felicidade de duas pessoas que as vezes nem fazem parte do seu convívio? Eu dormi chorando, chorando muito.

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Comentários

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adorei mas pelo jeito o preconceito do pai do felipe vai atrapalha um pouco esse casal tao fofo. .bjss

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Já tô vendo,o pai do Felipe não vai aceitar fácil.

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é, infelizmente, há famílias em que o amor é condicionado a fazermos o que os familiares esperam de nós. Um abraço carinhoso,

Plutão

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Que lindo o relacionamento entre vocês. Um abraço carinhoso,

Plutão

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Emocionante!

Continue.

Não pare como.os outros.

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Lágrimas demais. Me incomoda quando o personagem é muito chorão. - melhoras pra você Autor! Espero que continue logo...

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Pelo visto a mãe o apoiará, o pai não.

Melhoras, Jovem!

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Um amor a sogra, hein? Teve sorte. Espero que também tenha tido sorte com sua mãe, pelo menos. Muito linda essa paixão de vcs. ♡ Melhoras pra sua saúde!

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Perfeito, porém achei mais curto, mas levando em consideração q ta dodoi ta perdoado

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