Fiquei paraplégico e achava que a minha vida tinha acabado, mas ele me salvou (parte 2)

Um conto erótico de Will (シ)✌
Categoria: Homossexual
Contém 1844 palavras
Data: 05/04/2017 11:21:27
Última revisão: 05/04/2017 13:18:21

No momento eu estava na cozinha da minha casa com uma caneca de café na mão pensando na minha vida...

Eu estava perdido, sem saber bem o que fazer, tinha sido demitido a 3 dias.

Minha tia se aproximou e sentou junto a mim...

_ O que está pensando, hum?

Falou doce.

_ Que eu sustento esta casa, você e o Pedrinho dependem de mim!

_ Já falei para não se preocupar não foi? Você vai conseguir alguma coisa querido, vai ver.

Minha tia nos criou desde crianças, minha mãe era mãe solteira e morreu no parto do Pedro que agora está com 9 anos, eu tenho 24. Minha tia sempre viveu com a gente, era como uma segunda mãe para mim, nos ajudava em tudo, ela nunca teve filhos e sempre disse que éramos os filhos dela, ela já era idosa e eu agora sustentava a casa, com sacrifício me formei em enfermagem, fiz minha pós, então cabia a mim cuidar dos dois.

_ Melhora essa cara, hum? O Pedrinho vai ficar mal se te ver assim.

Sorri forçado.

O Pedrinho apareceu e minha tia colocou um copo de leite para ele. Ele era Ruivinho, cabelos cacheados e olhos azuis.

O que me dava mais angustia era que minha tia estava doente, problemas no coração e os remédios eram caros, precisava arrumar trabalho o quanto antes!

_ Porque estão com essa cara?

_ Que cara querido?

Minha tia falou enquanto vazia carinho em sua cabeça.

_ Vai assistir TV, a essa hora está passando seus desenhos favoritos.

Ele sorriu e foi, o Pedro estava de férias.

Suspirei, meu cel tocou e eu atendi.

_ Luana?

_ Você não vai acreditar, tem um cara aqui procurando um enfermeiro para cuidar de um fazendeiro podre de rico!

_ Sério?

_ Sim, dá pra você vir aqui?

_ Claro que sim, em uns 15 minutos chego aí.

Desliguei.

_ Tia parece que as coisas vão mudar, torce por mim!

Corri para quarto para me trocar rápido enquanto ela me seguiu me fazendo perguntas.

Após me trocar corri para o hospital.

Em pouco mais de 15 minutos cheguei e ela já estava na entrada me esperando.

Luana era uma grande amiga, nos conhecíamos desde criança... Era baixinha, cabelos longos e pretos, branca, olhos castanhos, corpo violão e aparência bem delicada, tipo de boneca.

_ Vem!

Enquanto entrávamos ela me falava sobre o cara. Me disse que o nome dele era Marcelo, trabalhava para um amigo doente e que precisava de cuidados, não falou detalhes.

Chegando lá me encontrei com o tal Marcelo...

Ele era alto, corpo bonito, loiro e olhos azuis.

Me aproximei com a Luana e ela me apresentou.

_ Esse aqui é o Miguel, de quem te falai. Mig vou deixá-los porque preciso voltar para o trabalho!

_ OK Lu, obrigado por tudo!

Ela saiu sorridente.

_ Que tal irmos para o café aqui em frente? Daí te explico tudo.

_ Ótimo, vamos.

Saímos.

Chegamos na lanchonete e eu pedi um suco e ele um refrigerante.

_ E então?

_ Sou o melhor amigo e assistente pessoal de um homem muito poderoso, ele sofreu um acidente a alguns anos e ficou sem andar, precisa de um enfermeiro em tempo integral e estava a procura.

_ Como ele é?

_ Como assim?

_ Difícil, fácil...

_ Bem, não vou mentir para você, ele é bem difícil. O Rogério...

_ Então esse é o nome dele?

_ Sim. Após ele sofrer o acidente e ficar paraplégico mudou! Fez terapia mas nada adiantou, os terapeutas dos quais ele passou falaram que ele desencadeou uma depressão profunda!

_ É, eu compreendo.

_ Ele é rude, grosso e o pior, não suporta o fato de ter que depender dos outros!

_ Comigo vai ser diferente.

_ Miguel você precisa saber que ele maltrata os enfermeiros que vão cuidar dele... O Rogério não é fácil, deixo claro pois se você quiser desistir...

_ Não. De forma nenhuma, eu não sou de desistir assim, preciso de trabalho e nada vai me intimidar.

_ OK, tudo bem então! Precisamos ir o quanto antes.

_ Sem problemas, vou falar com a minha família e me preparar.

_ Você sabe que terá que morar lá, não é?

_ Sim.

Falamos um pouco sobre quanto eu iria receber e tudo mais.

Saímos dalí e fui me preparar, arrumar minhas coisas, conversar com minha tia... Eu nem acreditava que eu tinha conseguido arrumar trabalho e um bom trabalho pois iriam me pagar muito bem, mais até do que eu esperava.

No dia seguinte eu já estava pronto, fui com ele, algumas horas de carro, ele era legal, conversamos bastante.

Chegando lá desci do carro e ele me fez ficar mais nervoso...

_ Chegamos! Olha se o Rogério ser grosso não se importe, OK? Ele é assim mesmo com absolutamente todo mundo.

Não respondi nada. Ele simplesmente passou todo o caminho falando sobre isso, sobre o caráter do homem que eu iria cuidar, será mesmo que ele era tão terrível assim?

Andei até a grande entrada.

_ Me espere, quero entrar com você.

Assim fiz, fiquei esperando-o.

De repente pude perceber uma cena nada agradável acontecer...

_ Como pôde fazer isso moleque? Não sabe que isso é errado? Teus pais não te ensinaram?

_ Desculpa senhor...

O homem estava em uma cadeira de rodas e pegou no braço do menino com força e raiva.

O menino deveria ter no máximo uns 7 anos, cabelos e olhos castanhos e pela clara.

_ Me solta, por favor.

O menino já chorava....

Corri até eles sem pensar duas vezes.

_ Larga ele!

O homem olhou para mim com desprezo, me olhou dos pés a cabeça com ar de deboche.

_ Quem é você?

_ Não importa! Você não pode tratar uma criança desta forma.

_ Eu posso fazer o que eu quiser, sou o dono disso tudo!

_ Pode ser o rei da Inglaterra, ele é apenas um garotinho e você não pode tratá-lo assim.

_ Eu não te devo satisfação dos meus atos, mas este moleque me roubou!

_ OK, mas mesmo assim você não pode fazer isso, olha para ele está assustado.

O garotinho se debatia chorando bastante e tentava se soltar da mão do homem que com certeza seria o cara que eu iria ter que suportar de hoje em diante!

Ele soltou o braço do garoto que saiu correndo e depois ele me olhou com um meio sorriso desafiador.

_ Então, quem é você?

O Marcelo apareceu na mesma hora.

_ Vejo que se conheceram, Rogério este é o seu novo enfermeiro, o nome dele é Miguel e Miguel este é o Rogério.

Cruzei os braços olhando sério para ele, enquanto ele me olhava com um sorriso sínico no rosto.

Não falamos nada, Marcelo nos olhava como se houvesse entendido que havia se passado algo, pegou na cadeira de rodas do Rogério e foi empurrando enquanto eu os segui.

Entramos na casa enorme e muito bonita, uma senhora simpática veio até nós.

_ Maria leve o Miguel para seu quarto por favor, ele é o novo enfermeiro.

_ Com todo prazer!

Ela veio até mim...

_ Como você é bonito, venha comigo, vou te contar algumas coisas daqui.

Sorri para ela.

_ A senhora é muito simpática!

Ela pegou minha mala.

_ Não, não se incomode, eu mesmo levo!

A segui.

Rogério narrando...

O garoto era mesmo muito abusado, me enfrentar assim? O vi indo com Maria e nos deixando a sós.

Ele era de estatura mediana, olhos azuis, cabelos com cachos ruivos e tinha leves sardas no rosto, corpo bem torneado e com músculos mais suaves.

_ Então Rogério, o que houve?

_ Não gostei dele!

_ Por favor Rogério, você não gosta de ninguém, qual a novidade?

_ Ele é ridículo...

_ Não. Ele pode ser tudo, mas ridículo não é, o Miguel é fora do comum e eu percebi assim que o vi! O que ele fez para te deixar com tanta raiva?

_ Me enfrentou! Acredita?

Ele começou a rir.

_ Eu disse que ele não era comum. Você precisa falar com ele, não adianta ficar com raiva!

Suspirei.

Fui até o escritório e mandei a Maria chamá-lo...

Com uns 5 minutos ele entrou pela porta.

_ Mandou me chamar?

_ Sim. Entendo que você não sabia quem eu era assim que chegou, mas apartir de hoje não quero esse tipo de comportamento diante das outras pessoas!

_ Eu sinto muito mas não vou permitir que o senhor maltrate crianças na minha frente!

_ Quem você pensa que é para me enfrentar desta forma?

_ Uma pessoa como qualquer outra, inclusive você!

_ Não somos iguais.

_ Em que mundo você vive? Ninguém é diferente de ninguém, somos todos iguais.

Lá vem ele com aquele papo politicamente correto.

_ Não quero ver você me enfrentado só isso!

Ele ficou em silêncio e me olhando firme.

_ Vou terminar de arrumar minhas coisas.

_ Pode sair.

Ele siu...

Saí do meu escritório logo após, me deparo com Maria conversando com Lucas, um dos meus trabalhadores, ela estava com uma cara estranha.

_ O que vocês estão fazendo aí?

_ Nada Rogério.

_ Exijo que me falem.

Eles se olharam...

_ FALA LOGO PORRA!

Odiava que me escondessem algo.

_ O... O Maurício está alí fora, quer falar com você.

Meu mundo desabou naquele momento, faziam 3 anos desde o acidente, 3 anos que ele me deixou e nunca mais o vi.

Maria se aproximou.

_ Rogério, você não precisa falar com ele, eu vou até lá e falo para ele ir...

_ NÃO. FIQUE AQUI, EU VOU ATÉ LÁ.

Gritei como sempre fazia e ela se assustou.

Saí empurrando minha cadeira e lá estava ele, quando me viu tomou um susto.

_ Precisava te ver!

_ O que você está fazendo aqui?

_ Quero conversar com você Rogério!

_ SOME DA MINHA FRENTE NESTE EXATO MOMENTO!

_ Rogério por favor, eu... Eu quero falar com você, só me escuta!

_ ESTÁ SURDO? VOCÊ NÃO É BEM VINDO NA MINHA CASA, SOME DAQUI.

Ouvi uma voz vindo de trás de mim...

_ Você não pode tratar as outras pessoas desta forma.

Olhei para trás e vi o enfermeiro se aproximando.

_ NÃO SE META NISSO!

_ Comigo você não vai gritar desta forma.

Ia falar, mas Maurício me interrompeu...

_ Quem é ele Rogério?

_ O que te importa? Já falei para ir embora!

O que ele estava fazendo aqui? Já não bastava toda a dor que me causou? O que queria?

_ Eu vou voltar Rogério, OK? Nós vamos ter que conversar!

Me aproximei, peguei em seu braço e fui arrastando-o até o carro enquanto empurrava minha cadeira com uma só mão, me desequilibrei, a cadeira virou e caí.

Lágrimas começaram a cair dos meus olhos, lágrimas de ódio, de revolta. Revolta de minha deficiência e ódio daquele homem na minha frente que um dia já amei.

Continua...

Galera desculpa ter demorado um pouquinho, é que eu trabalho. Rsrs espero que estejam gostando, beijos.

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Comentários

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Uma pena 7 anos de abandono desse conto, estava indo bem, deu pra ver que o Miguel tem um grande coração, ia conseguir fazer o Rogério mudar.

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Estou amando..Nao deixe que este conto caia no esquecimento..

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Nossa,muitas emoções estão por vir... Expectativa total.

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Legal... mas como sempre personagens europeus, altos,brancos,olhos verdes azuis, corpos esculturais. Apesar de temas um pouco diferentes,os personagens são sempre iguais... mas vamos ver no que da né.

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Vá em frente, caro Will. Várias pessoas se revoltam, quando se deparam com a deficiência e os necessários reaprendizados. Caso queira alguma informação sobre a deficiência e suas implicações cotidianas, escreva-me (farezalec@gmail.com), pois vivo isso há nove anos. A diferença é que jamais me revoltei e sou muito feliz. Abração.

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cara vai enfrente, manda mais ta ficando quase bom,

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Tava achando q não vc não ia mais posta, continua amando,e não vi problema nenhum com os dois capítulos, parabéns, não demora a posta fico ansiosa

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Miguel vai se arrepender por se meter onde não deve. E o que o pulha do ex noivo tava fazendo lá depois de tanto tempo?

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The owl não, este conto não é fanfic de nada, nunca ouvi falar deste conto ou livro ou sei lá o quê que VC citou aí, como inspiração estou me baseando na novela "A que não podia amar" que assisti a pouco tempo e simplesmente amei a história, porém não é completamente igual, estou mudando inúmeras coisas como o início em que o meu conto se inicia com o acidente, na novela já começa com o Rogério paraplégico e revoltado, resolvi mudar este início e também na novela a família da Ana Paula (a enfermeira) é diferente, a tia dela é uma trambiqueira e não presta e o irmão dela é mais velho que ela e alcoólatra,no decorrer irei mudar muito mais coisas, pois algumas coisas na novela achei um pouco desnecessárias e outras não se encaixam em um conto gay, com relação a VC falar que os acontecimentos estão de maneiras desorganizadas eu não concordo, em primeiro lugar tenho consciência do que escrevo, em segundo lugar a novela da qual estou me baseando é perfeita demais.

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Os acontecimentos estão bons, mas colocados de maneira desorganizada, porém este capítulo foi muito melhor. Teria sido muito bom se você tivesse feito um prólogo onde ele sofre o acidente e no primeiro capítulo você poderia ter começado com a cena onde ele e o enfermeiro se conhecem (de maneira nada legal kkkk) e no decorrer da história ele poderia descobrir o que aconteceu com Rogério seguindo a linha de narração que tu usa pra escrever, mas como disse, esse capítulo foi melhor. E me responde uma coisa, esse conto é uma fanfic de Como eu era antes de você, da Jojo Moyes?

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Aff o Miguel tem q sair defendendo todos sem antes saber o motivo, ficou chato isto.

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