Encontro Prometido. #10

Um conto erótico de Ezra.
Categoria: Homossexual
Contém 3717 palavras
Data: 24/02/2017 15:08:55

Aquela era o que chamávamos de uma verdadeira tarde de verão. O domingo amanhecera como nenhum outro. O sol, tão escaldante, parecia queimar desde as primeiras horas da manhã. As condições eram perfeitas para um dia inteiro no clube.

O lugar em questão era bastante agradável e popular. O pai de Kath, um militar aposentado, mantinha uma espécie de sociedade com a administração, então ela e os seus convidados tinham passe livre sempre que quisessem tomar um sol e dourar a pele nos melhores dias. O que quase nunca acontecia, dada a urgência dos dias e as rotinas pesadas. Os convidados, nesse caso além de mim, eram Alan e Luiz, os dois maiores malas sem alça que esse planeta azulado já abrigara. Chegamos pela manhã, passamos horas estendidos pelo gramado vasto e sombras frescas. Almoçamos ali mesmo num pequeno restaurante que tinha uma comida feita aos modos caseiros. Quase um toque de domingo na casa da mãe. Delicioso. As primeiras horas da tarde davam total liberdade para um aumento da temperatura e a água gelada das enormes piscinas mais pareciam o paraíso. Não, elas eram mesmo o paraíso. A chamada área molhada acomodava três piscinas: uma miúda e consideravelmente rasa onde as crianças e adolescentes brincavam e outras duas idênticas de maior profundidade e tamanho. Naturalmente numa das maiores os senhores ficavam mais tranquilos e relaxados, enquanto a outra era tomada pela energia e gritaria dos mais jovens. Nessa estávamos nós. Kath vestia um maiô de modelagem antiga branco cortado por listras azuis e usava um chapéu enorme que lhe dava um ar engraçado e quase cênico. Ela parecia ter saído direto de um filme dos anos sessenta. Alan e Luiz não perderiam a oportunidade de exibir seus trabalhados músculos e passeavam entre as garotas trajando suas sungas minúsculas e idênticas. Também era cômico como eles não se importavam se estava na cara suas intenções que se baseavam inteiramente no exibicionismo. Eu e minha completa insegurança vestíamos um short mais folgado que acabava no meio das coxas.

Aquele parecia ter sido um dia combinado. O clube estava cheio, o céu estava limpo e as pessoas me serviam como distração, no melhor dos sentidos. Enquanto jovens saudáveis e cheios de vida brincavam e correriam, dispostos, ao redor da piscina, eu não sentia a necessidade de parar para pensar nos últimos dias. Dias que me deixaram totalmente sem notícias de David. Meu celular estava ligado para uma ligação repentina e meu corpo, inevitavelmente, esperava pelo próximo encontro que ele não se mostrou interessado. Talvez também estivesse afundado em uma poça repleta de dúvidas, receios e remorsos. Mas pelo menos naquele momento eu poderia e deveria esquecê-lo: o dia estava alegre, o sol ardente, a pele queimada, o sangue quente e a vista calibrada. Toda vez que eu passeava meu olhar pelo ambiente encontrava um par de olhos que me cercavam sem muitas cerimônias. Primeiro o olhar se firmava e em seguida os lábios se moviam em um sorriso cordial, mas convidativo. O contato visual acontecera algumas vezes e eu já estava somando as possibilidades de estar sendo espreitado pelo moço de sorriso fácil. Do lado aposto ao meu ele usava a borda da piscina para sentar com as pernas dentro da água, assim como eu fazia. Ele vestia uma sunga de motivos florestais, obviamente verde. Dali onde estava eu conseguia ver o topo brilhoso de seus ombros exibir um vermelho de quem já estava há muito tempo entre a água e o descanso ao sol nas espreguiçadeiras ao redor de nós. Ele não aparentava possuir muita idade e talvez exatamente por causa disso seu corpo não exibia músculos trabalhados, mas o surgimento dos mesmos lhe conferia um ar de transição encantador. O tom marrom avermelhado de sua pele também era outro fator que fazia meus olhos pararem sempre que por ali passavam.

Entrando no meio daquela evidente paquera, vi pelo canto do olho que Kath erguia o tronco e aproximava o rosto do meu com a intenção de me confessar alguma coisa ao ouvido.

- Precisa de incentivo para ir até lá? – E eu não precisei de outra confirmação para saber que ela estava nos assistindo.

- Primeira coisa que farei quando chegar em casa é confeccionar para você o troféu de inconveniente do ano. Juro que farei isso – eu prometi ainda mantendo meus olhos na direção do garoto, que igualmente puxava um de seus amigos para dizer-lhe coisas ao ouvido, como eu e Kath conversávamos.

- Ele é gato – ela se adiantou olhando o garoto sobre a lente dos óculos escuros. – E esse tom de pele? O que eu preciso para conseguir um desses?

Eu fui obrigado a rir. Além do riso deixei um leve beliscão na cintura dela.

- O pior é que eu preciso concordar. Ele é um gato!

- Sabe no que eu e o universo estamos concordando?

- Anda Kath, solta seu veneno – eu brinquei.

- Que você não deveria mais estar aqui. – Com pose de quem sabia demais, ela recolocou os óculos e continuou olhando em outra direção, quase desdenhando da minha presença.

- Quantas vezes eu preciso dizer que não sou disso?

- Disso...

- A paquera.

- Ah! – E bufou aos ares. – Outra vez com esse papo. Foram poucas, eu admito, mas em todas as vezes que eu vi você paquerar, ao menos alguns beijos aconteceram. Eu preciso falar do caso mais recente?

- Não, não precisa. Até porque ele não precisa ser lembrado. Talvez nem queira ser lembrado.

- Talvez sim, talvez não – ela sorriu de canto. – Agora chega desse papinho bobo de “eu não sei paquerar, não sou disso, não sou daquilo” – ela disse tentando imitar meu tom de voz – e vá até o garoto. Ou melhor, vá até o bar. Eu quero algo para beber e ele quer te pegar sozinho. Oportunidade perfeita.

Ela me olhava em toda sua superioridade e eu era obrigado a soltar o riso que estava preso.

- Admita que eu sou demais – ela completou, brincalhona. – A encorajadora que você ama! Agora suma daqui e me volte com histórias. E seja breve. Apenas um beijo não vai matar ninguém.

- Eu já estou tremendo.

- Um beijo e volte. – Kath ordenou.

Em outro riso, porém mais nervoso, eu me coloquei de pé em um pulo arriscado e tomei uma respiração pesada antes de continuar até o bar precisamente ao lado da piscina.

.

“Outra daquela coca-cola gelada que só você sabe escolher, Deusa” eu soltei para a mulher de meia idade que comandava o bar e que era sempre a pessoa mais simpática daquele lugar.

- Não espalhe por aí que eu as escondo para você – ela brincou.

A gargalhada dela que sempre tomava todo o ambiente do lado de lá do balcão me deixou mais tranquilo. Ao menos pelos segundos que antecederam a chegada já esperada do garoto com quem eu mantinha o intenso contato visual.

Ele parou ao meu lado e encostou suas costas nuas no balcão de madeira. Ele exibia um sorrisinho de canto charmoso, jovial e ainda mais convidativo. Definitivamente aquilo era seu melhor artifício para desarmar qualquer indivíduo. Ele virou o rosto em minha direção e um pouco mais baixinho que eu, ele teve que erguer suavemente seu queixo para encontrar meu olhar.

- Tarde demais, eu já sei do segredo de vocês – ele disse em um tom de voz que ensinava o que era segurança.

- Droga – eu murmurei encenando um suspirar pesado.

Ele riu e Deusa caiu na gargalhada para em seguida soltar um pedido de desculpas, entrando na brincadeira.

- É claro que eu também vou querer uma dessas – ele assegurou.

- Tudo bem, mas precisará guardar segredo. Pode ser?

- Quantos outros segredos podemos dividir? – Ele me respondeu com uma pergunta em um sorriso que não cabia na abertura dos lábios. Aquilo tudo vinha até mim e voltava para ele com todos meus bloqueios. Desses sorrisos a gente não consegue fugir.

Eu não conseguia encontrar nenhuma resposta que coubesse bem naquele momento. Flertar não é uma das minhas armas. Definitivamente não é. Para minha sorte Deusa voltou com as duas latas geladinhas e as deixou sobre o balcão. Ao chamar nossa atenção ela apontou para uma entrada entre o pequeno barzinho dela e outro que estava fechado.

- Há um ótimo confessionário ali atrás.

- Comece confessando o que sua amiga disse. – Ele falou tomando uma das latas para ele e caminhando de costas até a pequena passagem.

- Você também tem coisas para confessar – eu brinquei me referindo ao que ele poderia ter dito ao amigo dele.

- Vem logo!

Enquanto saíamos ele segurou minha mão e me fez dar passadas longas para atravessar o corredor sugerido pela esperta Deusa. Por sorte ainda deu tempo de pedir que ela entregasse o refrigerante para Kath jogada na beira da piscina que mantinha o celular no ouvido e gargalhava, possivelmente se divertindo ao me ver sendo arrastado. Antes de sairmos do corredor que era consideravelmente mais escuro ele colou suas próprias costas numa das paredes e esperou até que eu parasse de frente para ele. Quando isso eu fiz, imediatamente senti ele tomar minhas duas mãos e levá-las ao seus quadris me deixando sentir a umidade do tecido de sua sunga. Ele sorriu com a proximidade de nossas bocas e provavelmente com o meu tremor diante da situação. Mesmo possivelmente mais velho que o garoto em meus braços, eu não tinha atitude suficiente para tomar aquela ação. Eu nunca tive e não seria numa escapada para um “beco escuro” que eu aprenderia a ser o dominador da parada.

Já que estava ali, eu subi meus dedos e apertei a cintura dele enquanto pressionava o corpo dele contra a parede com o meu. Ele mantinha aquele sorriso tão jovial que me seduzia e jogava comigo. Sabíamos que rolaria um beijo, mas entrávamos em um jogo consensual de quem o iniciaria. Surpreendendo-o e com medo da reação dele, eu interrompi o beijo que estava prestes a acontecer:

- Eu me chamo Ezra.

- Que baita nome esquisito – ele riu.

- É mesmo bastante esquisito, não é? Eu sempre achei.

- É esquisito mas é engraçadinho. Ezra – ela repetiu, se familiarizando com a junção daquelas letras. – Meu nome é Gabriel.

- Como o anjo – eu sussurrei.

- É, mas sem toda aquela coisa sagrada. Aliás, tente imaginar o oposto disso.

E no meio daquela brincadeira a mão que segurava a lata com o líquido gelado continuou sobre o meu ombro e com a outra ele fez meus dedos escorregarem pela umidade do tecido até parar exatamente na divisão de suas próprias nádegas. Aquela região se mostrava levemente mais quente e foi gostoso alojar minha mão ali. Tão gostoso que num segundo eu estava sentindo algo crescer na região da minha virilha e forçar algo que também crescia no garoto fogoso entre meus braços.

- Tá bom, eu começo.

Ele indiretamente admitiu não conseguir esperar e me roubou um beijo. Como os olhares, aquilo que ele me dava não tinha cerimônias. Sem frescura ele me entregou sua língua e deixou que eu a chupasse como quisesse. Eu soube que fazia o que ele queria quando ele apertava seus lábios contra os meus com força, adotando uma certa violência ao beijo. A saliva do apressadinho tinha um sabor que eu não conseguia comparar com nada antes sentido. Diferente da imagem que ele queria passar, o gosto dele beirava a pureza. Talvez ele fosse ainda mais novo que eu pensava que fosse. E se eu estivesse certo, que as consequências do que fazíamos ficassem para outra hora.

Literalmente o tomei em meus braços e caprichei na chupada que eu daria nos lábios inferiores dele. Os deixei molhados e vermelhinhos para olhá-los nos olhos pintados de um castanho claríssimo hipnotizante.

- Quantos anos você tem, pequena tentação?

- Só falo se isso não for problema – ele me provocou no meio de uma chupada rápida em meus lábios. Daquelas barulhentas.

- Já tomei o problema em meus braços. Quantos anos você tem? – eu insisti.

- Estou indo para os 18.

- Ufa – eu suspirei, brincando. – Menos mal.

- Você é algum fiscal do moralmente correto?

Eu gargalhei praticamente forçando-o a fazer o mesmo e o arranquei dali puxando-o pela mão, assim como ele tinha feito comigo. Fora do corredor, o que tínhamos na nossa frente era uma área aberta, mas inutilizada pelos banhistas. Na sombra de muitas árvores tinha dois ou três conjuntos de mesas com cadeiras feitas em madeira de forma bastante rústica. Parecia uma área para piqueniques ou coisa do tipo e aparentemente ninguém se importava com aquela parte do clube e parecia mesmo esquecida. Deusa foi certeira em indicar tal lugar para nossas confissões. Pensei na quantidade de amantes apressados que já tinham passado por ali. Sem perder tempo eu direcionei Gabriel para um daquelas mesas e vi o garoto sentar sobre ela, abrindo suas pernas para o meu encaixe. Entre nossos peitorais ele abriu a latinha e depois a levou até os seus lábios. Erguendo o queixo ele deixou o pescoço livre para mim e eu o assisti engolir o líquido refrescante. Eu não poderia esquecer de deixar naquela região alguns beijos e os deixei tão carinhosamente que eu vi ele se arrepiar e contorcer o corpo entre um risinho e outro. Eu também tomei alguns goles e em seguida deixei que Gabriel brincasse com a língua em meus lábios molhados. Instintivamente, em cada novo segundo estávamos ainda mais colados, a ponto de sentir ele sentado na bordinha da mesa e com as pernas vulgarmente abertas para a minha permanência ali. Meu membro duro cutucava o dele e ele me mostrava a dureza que também guardava entre as pernas. No meio de um beijo que praticamente levou embora nosso fôlego, ele ignorou o short e enfiou uma mão diretamente dentro da minha sunga. Os dedos fininhos abraçaram perfeitamente meu pau e eu tive que suspirar entre o nosso roçar de lábios. Gabriel parecia ser o tipo de jovem que não media esforços em se divertir e em qualquer ocasião estava pronto para fazer o que o seu corpo mandasse. A benção da juventude.

Ao olhar para baixo vi que ele tinha ido tão fundo dentro da minha roupa que seu pulso estava praticamente para dentro da minha região acalorada. Com os dedos ágeis ele fazia uma massagem excitante ali embaixo e eu estava ficando cada vez mais duro. Aquilo que fazíamos estava tomando proporções difíceis de controlar. Eu jamais tinha ido tão longe com alguém daquela forma. Minha ansiedade, medo e insegurança não deixavam e Gabriel, com o sabor de seus dezessete anos, quase dezoito, me fazia ir cada vez mais rápido.

Com pressa ele tirou meu membro para fora da proteção do tecido e os dedos agiam em uma passagem agora por toda a extensão daquilo que segurava. E inevitavelmente ele estava me fazendo gemer. De olhos fechados eu escutei o riso faceiro dele ao me torturar e sem nem saber como, ele desceu da mesa, nos moveu e me deixou encostado nela. Eu abri meus olhos e ele estava me olhando de pertinho. O nariz quase roçando os meus, a respiração perigosamente próxima da minha.

- Eu vou chupar você – ele disse, manhoso.

- Você vai – eu concordei.

- Eu achei que ia rolar uma objeção. – E riu meio surpreso.

- Aqui vai algo que eu nunca disse para ninguém: eu não saio daqui sem socar meu pau em sua boca.

Ele gargalhou e terminou de se esticar para conseguir me beijar. Foi um beijo molhado, barulhento e extremamente obsceno. E antes que ele desistisse de me chupar por provocação, eu enfiei meus dedos no cabelo curtinho dele e o fiz ir se abaixando lentamente. Vários beijos foram sendo deixados pelo caminho e quando finalmente os lábios chegaram na região mais intima do meu corpo, o pequeno Gabriel abriu seus lábios e abocanhou metade do meu pênis mediano. A cabeça foi direto para o interior quente e molhado de sua boca e a língua a acomodava. Eu precisei segurar um gemido mais grosso que queria sair. Esforçado, Gabriel agarrou meu saco e o massageou carinhosamente enquanto permitia que meu pau continuasse escorregando para dentro de si. Aqueles lábios sabiam como sugar um pau faminto. Mesmo sem jeito para a coisa toda eu continuei com minhas mãos no cabelo dele e comecei a brincar com meus movimentos. Ele vinha sugando e eu penetrava até onde ele permitisse, eu voltava meu quadril para trás e todos os movimentos se repetiam. O garoto sabia que era bom no que fazia e o esforço para me deixar descontrolado estava dando certo.

No meio das penetrações eu me masturbava e eu estava cada vez mais excitado ao vê-lo lamber meus dedos quando era impedido de me colocar mais fundo dentro de si. A brincadeira rendeu e ele segurou minha mão. Os olhos claros miravam os meus, os lábios fininhos molhados e avermelhados era uma tentação. Primeiro eu contornei a boca dele com meu dedo indicador e de surpresa ele mordiscou meu dedão. Eu ri quando ele sorriu me provocando e coloquei meus dedos melados na boca dele, que prontamente os chupou como se eles fossem meu membro carnudo. A língua entre os dedos, os dentes presentes, as suaves mordidas. Ele me deixou explorar todo o interior de sua boca e eu adorei senti-lo dessa forma.

No meio daquela performance que instigava o meu tesão, o ouvi falar ainda tão manhoso:

- Você não vai gozar pra mim? Tá esperando que nos peguem primeiro?

Eu ri e com aqueles dedos que estavam sendo chupados eu segurava meu pau com firmeza e me masturbava em movimentos lentos, mas fortes que iam da extensão até a cabeça. Ele esperava com sua boca aberta e a língua exposta. Sentindo que algo vinha com força, eu acomodei minha glande na língua dele e meu gozo saiu com força, indo direto para a garganta de quem tanto o esperava. O resto daquele derramamento desceu entre uma chupada e outra e eu não acreditei que nenhuma gota do meu líquido tinha sido derramado.

- Você estava com fome – eu brinquei ainda suspirando e me livrando dos gemidos.

- Aham – ele grunhiu de boca cheia.

- Satisfeito?

Ele não me respondeu imediatamente e cuidou de deixar meu pau limpinho antes de guardá-lo de volta dentro do short, já amolecendo, mas ainda vivo.

- Totalmente satisfeito. Eu bem queria te dar isso aqui – de pé ele colocou minha mão outra vez na bunda dele – Eu te daria ela. Daria sim! Mas você sabe dos meios pra isso, não é?

Eu ri e o puxei para o meu corpo, sentindo sua barriga lisa encostar na minha.

- Eu não duvido do quanto seria gostoso. Se isso aqui foi bom...

- Tá maluco? – Ele me interrompeu. – Me comer é uma experiência – ele brincou. – É um negócio de outro mundo.

- Propaganda demais – eu disse rindo emendando com a risada que ele soltava.

- Um dia a gente se encontra e eu te passo o produto. Combinado?

Antes de respondê-lo eu me dei um tempo para rir daquele passo que eu tinha dado. Não somente tinha flertado com um garoto aleatório, como tinha deixado ele me chupar e ainda estava me sentindo bem em saber que nada mais sairia daquilo, senão outro encontro para fechar o acordo, como dizia Kath. Não quer dizer que eu estava me tornando alguém que não era, mas estava conseguindo entender melhor como se dão e a importância dos encontros aleatórios, além dos prometidos.

- É isso – eu concordei. – Talvez um dia a gente se encontre e eu tome isso aqui pra mim – eu terminei alisando aquela nádega que eu guardava na mão.

.

Ficamos por ali mais algum tempo entre conversas, goles da coca-cola que estava quase quente, beijos molhados e risos fáceis. Gabriel contou de suas aventuras e do quão perigoso era. Ele jurou ter uma lista de caras apaixonados por ele e me estapeou quando eu disse que aquilo tudo era um puro jogo de marketing. Eu disse, sem precisar quando, que tive um pequeno relacionamento com um homem casado e mais velho que eu. Ele ficou excitado e disse que teria feito ele se separar, afinal, ninguém resistiria ficar longe dele. No fim, com os risos que seguiam depois de suas autoafirmações, eu sabia que aquilo não passava de uma pose e de um humor narcisista. Pelo menos um bom momento compartilhamos e quando decidimos que tínhamos nos afastado por tempo demais, trocamos alguns beijos antes de voltarmos para a piscina para aproveitar o resto da tarde e talvez juntarmos nossos grupos de amigos.

Eu acariciava os cabelos da nuca dele quando saímos do pequeno corredor e ele brincava de forma muito sutil com o cós do meu short na lateral do meu quadril. A área mais vazia permitiu que ele fosse mais ousado e me puxasse para um selinho de até logo, já que nos juntaríamos em um único grupo. Ainda provocante ele virou na direção aposta a minha e me deixou parado, mas garantiu que eu acompanhasse seu caminhar. Eu ri quando pensei nas muitas possibilidade de existência entre as pernas abertas daquele garoto e quando virei, ainda rindo, avistei a figura que de longe me assistia. Um grupo de banhistas passavam e a presença do homem continuou estática entre eles. Não havia nenhum sentimento no rosto. Absolutamente nada falava sobre o que ele estava sentindo. David apenas me assistia como alguém que analisava uma cena e pela primeira vez que eu invadi o espaço dele dentro de um táxi, eu não quis ser o alvo daqueles olhares.

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E agora, meus amigos? David está na posição de causar uma cena? Ezra deveria ficar envergonhado? Maldosamente eu dividi esse capítulo em dois porque queria adicionar essa dose de suspense. haha Não briguem comigo. Aquele abraço de sempre aos leitores escondidinhos e aos comentadores.

Ru/Ruanito, legal, né? Continue aí, rapaz!

J. K., eu mesmo não sou de ir direto para o assunto. Eu sou dos meios e tudo que existe nele. Não sei ignorar o que meu corpo pede. Acho que a gente só perde quando o ignora. Olha ele, todo falante. haha Foram incontáveis as vezes que eu já briguei com meus personagens e sei que você também, porque olha, que bichinhos trabalhosos. Mas é isso, vamos ver onde tudo vai dar e você trate de se afundar em muitas coisas e referências para a cabeça se encher de novas ideias. A gente precisa navegar por outros mares. Faça isso e volte para nós. Todos os abraços, Sr. Falante!

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