Devaneios com titio

Um conto erótico de Letícia
Categoria: Heterossexual
Contém 769 palavras
Data: 22/01/2017 09:39:20

4h da manhã e eu nem sequer dei um cochilo. Fico lembrando da reunião de família que teve hoje na casa do meu avô. Todos pareciam felizes, satisfeitos e se não estavam, são bons atores. Ele não. Ele não faz questão de fingir que gosta dessas reuniões. Esse jeito fechado e terrivelmente capricorniano me faz refletir sobre as maneiras que eu faria ele sorrir.

Sempre tão sério nas fotos, sempre tão sério comigo. Não retribui aos meus carinhos, mal responde às minhas perguntas, fica enfurnado naquele quarto e só desentoca pra comer e olhe lá! Confesso que isso me atrai... Não atraía antes, mas agora atrai.

Meu tio tem 30 anos, e sua aparência não deixa a desejar. Dá um caldo gostoso, é alto e forte. Aquele cabelo despenteado de quem não liga pro que vão pensar contradiz totalmente seu temperamento fechado e seus pensamentos antiquados. Seu comportamento é o que repele as pessoas. Mas não a mim. Quanto mais ele me testa, mais me tenta! Ai como eu queria te ouvir gemer meu nome, titio.

O que me intriga mais é lembrar da versão

vívida e não divorciada dele, e lembrar do quanto eu gostava dela. Sempre foi de poucas palavras, isso é inegável. Nas palavras de Augusto dos Anjos, sofria desde a epigênese da infância a influência má dos signos do zodíaco. Mas lembrar que eu já sentei naquele colo, que aquelas pernas já correram atrás de mim e que aquelas mãos já tocaram em mim mesmo com o intuito inocente de me fazer cócegas me faz querer voltar no tempo e tirar uma casquinha pra ver no que vai dar. Mesmo sabendo que seria impossível, levando em conta que parou prematuramente de me dar atenção. Talvez se deva a isso o meu fetiche. Não é puramente sexual, eu tenho vontade de consertar as peças de montar dentro da cabeça dele. Quebrar alguns tabus, desconstruir alguns pré-conceitos irritantes. E obviamente, dar pra ele até não sentir mais nada. Gosto de brincar assim: eu lembro dos momentos em que estive com ele e recrio tudo à minha maneira, fazendo de conta que ele é quem me quer e que eu não estou nem aí misturando o que já foi e o que tinha potencial pra ser mas não é.

Me imagino sentada no colo dele recebendo cafuné. Eu amo um cafuné. Ele aproveita da situação de calma e distração pra conferir o meu crescimento enquanto ainda me acalenta. Passa a mão na lateral do meu corpo, tentando sentir meus peitos sem levantar suspeitas. Isso me faz suspirar baixinho. Ele gosta de apertar minha coxa, faz que tá fazendo cócegas mas ele só quer sentir minha pele arrepiar. Acha um máximo as reações que tenho.

Ele beija meu pescoço com uma malícia velada porque gosta de me ver morder os lábios por instinto. Ele gosta de brincar de morder, porque gosta de sentir minha pele na sua boca. Ele gosta de soprar minha barriga pelo mesmo motivo. Tudo tem maldade. E eu adoro isso. Adoro a forma que ele tenta me enganar com falsas explicações sobre o que está fazendo. Adoro seus falsos motivos, seus pretextos pra me alisar quando ninguém tá olhando. Gosto de ser sua mulher em forma de menina. Gosto da devoção na qual me trata. Me permito imaginar situações impossíveis nas quais tenho sua boca em mim. Na minha boca, no meu pescoço, nos meus peitos, na minha buceta, no meu cu. Me permito imaginar sua cara de safado, seu gemido abafado, a forma de me olhar quando abocanho minha mamadeira favorita.

Me permito pensar que ele se masturba pensando em mim, no meu jeito de sorrir torto, de mexer no cabelo, de cruzar as pernas. Quero te levar à beira do precipício, titio. E quero cair contigo na loucura de ter seu gozo dentro de todos os meus buracos. Quem sabe ter um filho teu, com teus trejeitos, com teu sarcasmo, com a tua cara. Ia ser sua mulherzinha, esposinha, empregadinha, escravinha sexual. Ia fazer todas as suas vontades e depois te instigar a ter mais vontades. Ia te acordar no meio da noite precisando ser preenchida pelo seu pau. Ia atrapalhar o seu banho querendo ser comida mais um pouco. Ia te esperar nua em casa pra te provocar a querer sempre voltar. Não ia te dar sossego enquanto vivesse comigo e se não quisesse mais viver também. Quero que você me use até ficar inutilizável, quero o seu abuso gostoso. Quero o teu desdém.

Finalmente durmo quando gozo pensando no pau dele me arrombando toda e fazendo minha buceta virar um cuceta...

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