Gelo no Coração ou Coração de Gelo? cap 20

Um conto erótico de Stardust
Categoria: Homossexual
Contém 3802 palavras
Data: 14/01/2017 23:53:03
Última revisão: 15/01/2017 00:02:13

Oi leitoras voltei mais cedo e como prometido outro capítulo o que será que vai rolar? Haha, muitas surpresas, bom final de semana. Beijos a todas que comentaram o conto anterior e as que leem em oculto. Bora pro conto?

Continuando...

O grande dia chegou, aniversário da Cris, não tinha ideia do que comprar, até que depois de tanto rodar o shopping vi um urso de pelúcia grande na vitrine, nada melhor do que dar a uma criança o que ela quer né?

Era estranho ver que eu me importava com ela, depois de tanto tempo sem me importar com ninguém. Horas se passaram, há dias que não conseguia falar com Ms. Charlote, onde aquela mulher se meteu, estava preocupada com ela. Na hora da festa tudo parecia normal, meus sogros legais, cunhados muito legais e claro aquele bando de mauricinhos amigos da Cris, até o babaca do Ricardinho estava lá (meu humor mudando em 3,2,1...).

Cris veio até mim e me deu um beijo, com aquela felicidade de sempre.

- Amor, finalmente você chegou. – Falava Cris ainda abraçada em mim.

- Oi bonequinha, feliz aniversário. – Falei entregando o presente.

- Own amor, obrigada, queria ficar a noite toda com você, mas tenho que falar com as pessoas, tem algum problema?

- Claro que não, pode ir, eu vou falar com o Digo.

Ela foi falar com todos e eu com meu amigo.

- Priscila, demorou viu, achei que não vinha.

- E perder o aniversário dela? Claro que não, mas e ai? Arranjou alguma presa já? Haha.

- No momento não, mas já estou olhando duas pessoas, bem ali. – Falou Digo apontando para a mesa do bufe.

- Mas e você? Feliz? A coisa tá séria mesmo.

-Pois é, quem diria né. Mas me fala, qual dos dois você vai chegar primeiro?

- Nem sei, ela é muito gata, e ele é charmoso.

- Vai com os dois então.

- Haha, também não sou assim não, calma. Mas antes eu queria conversar a sós com você pode ser?

- Claro, vamos. – Falei levando-o até a varanda.

- Bem, tenho duas coisas a falar, primeiro acho que finalmente me descobri bissexual...

- Que ótimo, eu já sabia, mas nunca quis falar, você tinha que ter certeza mesmo.

- Segundo, não quis falar lá dentro, mas a sua cara emburrada disfarçada não é apenas por causa do Ricardinho de não é?

- Nossa Digo, realmente, temos uma ligação bem forte mesmo, me conhece bem.

- Então me fala, o que você tem? É por causa daquela deusa que foi sua professora, amante, psicóloga, pacote completo kkkk.

- Engraçadinho haha. Também é por causa dela.

- Ela não deu notícias ainda?

- Ela praticamente está me ignorando, e nem falo que ela foi raptada, porque semana passada ela postou uma foto, muito bem acompanhada em Paris.

- Ciúmes?

- Que ciúmes o que? Tá maluco é?

- Foi o que pareceu, mas e a outra coisa?

- Não estou me sentindo muito à vontade aqui.

- Maninha relaxe, você vem tanto aqui, devia estar acostumada, a família dela te adora, ela te ama, o que você quer mais?

- Não estou falando disso.

- De que então?

- É... – Fiz uma cara com uma reação bem estranha.

- Ah não, pode parar, pode parar mesmo. Priscila, não acredito nisso, a essa altura do campeonato quer desistir de tudo por medo?

- Não é medo, apenas não estou como antes, não me sinto a mesma.

- Você não se atreva a magoar essa menina justo hoje, no aniversário de 20 anos dela.

- Falou igual a Charlô agora.

- Até ela sabia? É por isso que você está assim. Não me diga que vocês...

- Claro que não, que isso, nossa. – Falei com constrangimento.

- Sei lá, vocês não paravam de se comer com os olhos, se a Cris não percebeu, eu sim percebi.

- A verdade é que muita coisa aconteceu e eu não estou segura sobre o que quero, pelo menos não agora. Ela também não devia ter, somos tão jovem ainda com tantos sonhos a serem realizados pela frente, tantas coisas a serem experimentados sozinhos e... e... eu não sei mais.

- Pareceu uma frase de filme agora. – Falou rindo de leve.

- Sem deboche Rodrigo, é sério.

- Parei. Mas e então? O que vai fazer?

- Eu sinceramente não sei, não quero magoar a Cris, ela é tão incrível, mas eu não estou pronta agora, não estou segura. E tá acontecendo.

- Acontecendo o que?

- O que Charlô me disse, essa confusão toda, indecisões, ela tinha razão, eu não estou preparada pra realmente me prender com algo que não seja pessoal. Porém ela me disse que não posso magoar a Cris, mas e meus sentimentos onde ficarão? Eu preciso acertar isso, pra ninguém sofrer mais.

- Priscila, você sabe que te amo minha maninha, estarei do seu lado para o que der e vier. Mas hoje não, olha a felicidade dela, espere um pouco. – Falou apontando pela janela de vidro da sala de estar e ela acenava e sorria pra mim.

- Hoje não, mas esse dia vai chegar e não posso adiar. Vou fazer com que o aniversário dela seja especial.

- Faça mesmo, ela merece.

Ficamos conversando um pouco e chegou a hora do parabéns, todo mundo gritando, os pais dela ao lado na hora de soprar a vela, como eu disse antes, ela só tem idade mesmo haha. Enquanto eu me “escondia”, ela corta a primeira fatia e oferece pra mim, minha reação foi “fudeu bahia”.

- Amor vem pegar. – Falou ela me estendendo a mão.

- Que isso Cris, dá pra sua família.

- Vem logo sua chata. – Falou ela me puxando.

- Ê, viva o bolo kk. – Meu sorriso sem graça foi percebido até pelos labradores.

- Tá bem Pri? – Falou notando minha reação.

- Estou ótima, acho que é o calor, está meio abafado aqui. Vou ali pra varanda, mas volto logo.

- Eu vou com você.

- Não precisa! Fique ai, divirta-se com seus amigos.

- Está me dispensando?

- Não, apenas aqui tá muito cheio, sério. – Dei um selinho e sai pra varanda.

Fiquei lá pensando sobre tudo, Rodrigo já estava se divertindo, vai fazer um ménage hoje pelo visto.

“Nada grita mais alto que o som do silêncio”.

Não lembro o nome do autor, mas eu escutei em “Todo Mundo Odeia o Chris”, o carinha que mora logo ali, disse algo muito sábio haha.

Até o Bob, aquele labrador que sempre pega um calçado meu e enterra no jardim, ele ficou quieto do meu lado olhando pra mim, eu disse, até os labradores perceberam, fiquei acariciando ele um pouco, pela primeira vez uma trégua haha.

A festa ia bem, ai o Ricardinho, o babaquinha mais irritante que já vi (e nunca falei com ele), tira a Cris pra dançar, meu pensamento foi “vou matar ele”, minha reação “só observo”.

A Cris percebeu que eu estava com a boa e velha cara de poucos amigos, o que ela fez? Pra quem pensou em provocação, parabéns, acertou. Enquanto eu só fuzilava com os olhos, me manti ali, no meu lugar, fingindo nem me importar mais. A Pâmela apareceu e me deu um toque:

- Vai ficar parada ai Priscila?

- Sim, vou.

- Você sabe que ela tá provocando.

- Justamente, por isso eu não estou ligando.

- Está sim.

- Não tô.

- Está, mas sabe disfarçar um pouco.

- Quer ver como eu não estou ligando.

- Como?

- Me conceda a dança.

- Não mesmo, não me meta nas brigas de vocês.

- Vai Pâmela, dois minutos só, por favor.

- Nem vem, chama o Bob, ele aproveita e enterra seu salto de novo kkkk.

- E é né? Tá certo, sem problemas, já sei o que fazer.

Chamei uma menina lá pra dançar, a mesma que o Rodrigo está querendo, ficamos os quatro ali.

- Priscila, não acredito nisso. – Dizia o Rodrigo me encarando.

- Relaxe, dois minutos só de dança e já te devolvo.

Fiquei dançando com a menina, ela sabia que era joguinho e topou me ajudar, enquanto isso a Cris não parava de nos olhar, como eu disse seria rápido. Logo eu a devolvi pro Rodrigo e fui ao banheiro. Ao sair me deparo com uma cena que me fez usar mentalmente as sete palavras que não se devem dizer na TV. Quem pensou, Ricardinho beijando a Cris, acertaram de novo.

Ela logo se livrou dele, não queria nada, ainda deu um tapa na cara, a festa toda parou, o pessoal fez cara de “OHH”, até o labrador que estava em cima da cadeira devorando os salgados parou kkkk.

Como ela percebeu minha cara, veio até mim se explicar.

- Pri por favor, não é nada disso, deixa eu falar.

- Não, não precisa. – Falei com a ironia elegante de morrer.

- Pri, para deixa eu dizer. – Falou ela segurando meu braço.

- Me solta.

- Não.

- Se não me soltar por bem, vou te machucar, e você sabe que não quero ter que fazer isso.

-Você não está bem, percebo pelo seu olhar.

- Primeiro me solta.

- Não.

- Segundo, tô bem, quer ver só? DJ, pode soltar a batida ai, a festa vai continuar, pode colocar David Guetta ou Calvin Harris. – Falei gritando para o DJ.

- Pri, por favor, vamos conversar, olha só como todos estão.

- Minha gente, por favor, pra que esse espanto. - Subi ao palco pra usar o microfone. – A festa vai continuar, a aniversariante está aqui, não parem por isso né? Coloquem os pés de valsa pra fora agora, DJ manda logo esse som.

Ele colocou a música, todos voltaram a dançar, Cristina e Rodrigo vieram até mim.

- Priscila, fale alguma coisa. – Dizia Rodrigo.

- Rodrigo, olha a cara dela, ela só falta matar o Ricardinho, segura ela.

- Por favor, sem drama Cristina, não farei nada com aquele idiota.

- Ainda bem. – Falaram os dois.

- Agora deixa eu ir.

- Pra onde? – Cristina novamente segurou meu braço.

- Não te devo satisfações Cristina, volte pra sua festa e continue a diversão.

- Priscila, não fale assim com ela, não foi culpa dela. – Dizia Rodrigo.

- Eu te tenho como irmão Rodrigo, não me faça ter que ser grossa com você também. Agora me solte Cristina, não quero ter que usar a força com você.

- Então vai usar, por que não te deixarei sair daqui.

- Você que pediu. – Soltei minha mão dela com força e segurei pra que ela ainda não tentasse impedir.

- Priscila, para, olha o clima da festa. – Dizia Rodrigo.

- Tem razão, mais importante aqui. – Soltei os braços dela.

Sai da festa, Rodrigo e ela foram tentar me segurar na saída, mas já era tarde, pois já tinha entrado no carro e saído. Claro que estava com raiva e P da vida, porém eu precisava disso, esse relacionamento tem acabar logo, pro bem das duas.

Como eu sabia que eles iriam até meu apto, fiquei rodando e fui até uma boate, a da Flávia mesmo, eu iria beber até cair hoje. Falando no capeta, quem chega, Flávia.

- O que faz aqui Priscila? Não é aniversário da sua namorada? – Falava ela surpresa com minha presença.

- Futura ex namorada, e por favor, corta essa de ser uma pessoa preocupada com esse namoro.

- Priscila, já conversamos aquele dia, não ficarei rodando atrás de ti como antes, quero que você seja feliz, mas independente do que tenha acontecido, vocês precisam conversar.

- Eu que sou a psicóloga e você que me dá conselhos? Parabéns, nunca esperei isso da maior pegadora do Rio. – Fiz deboche e bati palmas.

- Você está bêbada e não sabe o que está fazendo, vem, vou te tirar daqui.

- Nada disso, você não me queria, então aproveite hoje. – Falei dando um beijão nela no meio da pista de dança.

- Para sua louca, vou te levar pra casa.

- Nada disso, casa não, qualquer lugar, menos casa.

- A coisa tá feia mesmo então, ok te levo pra minha casa, mas nada de gracinhas.

- Perai, os papéis se inverteram agora? Não acredito, parece até piada.

- Priscila, cala sua boca que já estou P com você.

Ela me levou pra casa dela, óbvio que fiquei provocando, mas ela estava diferente, parecia até ignorar. Só sei que entrei na ducha gelada, troquei a roupa com ajuda e caí no sono. Ressaca de quem acorda no dia seguinte é péssima, primeira sensação é “que lugar é esse”, a segunda é “fiz besteira, mas não lembro ainda”. Saí do quarto tentando saber onde eu estava e lembrei, Mansão da Flávia, logo ela vem até mim e fala.

- Finalmente acordou, pensei que tinha morrido. – Falou ela me cumprimentando.

- O que faço aqui, não me diga que a gente? ...

- Não mesmo.

- O que houve então? Não lembro direito, tem certeza que não rolou nada.

- Se dependesse de você ia rolar, por que seu estado de cachaça foi lastimável.

- Ai caramba tô lembrando.

- Acho bom, mas o que deu em você? Nunca foi de beber assim, até me beijar a força você fez. Qual o seu problema?

- Meu problema é achar que não rolou nada, e que você tá reclamando do beijo, logo você? Acho que ainda estou sonhando.

- Priscila, eu mudei certo, você me fez mudar, ver que não posso ter tudo, acho que estou amadurecendo e também tem uma pessoa na parada que estou querendo muito, mas por sua culpa ontem, nem pude falar mais com ela.

- Nossa, essa cachaça é boa mesmo viu, estou ouvindo até delírios.

- Sem deboche certo, toma essas aspirinas e depois me conte o que houve.

Conversei com ela, nunca esperava isso dela, não rolou nada mesmo, minha memória foi voltando, nossa a Flávia estava diferente e eu não percebi, seja lá quem for a pessoa, ainda bem que ela apareceu pra dar jeito nessa mulher.

- Priscila nunca esperei isso de você, sempre te achei madura pra tudo, e ontem agiu como criança, me poupe viu. – Dizia ela surpresa

- Pois é né, agora deixa eu ir, por que tenho meu carro pra buscar ainda.

- Não se preocupe, um dos meus funcionários o trouxe ontem, está se sentindo bem mesmo? Se quiser chamo um táxi.

- Não precisa Flávia estou bem, já são quase 15:00 P.M., já me alimentei, obrigada viu, realmente, está diferente. Ah e boa sorte com a menina ai.

Dei um abraço nela e sai, a cabeça doía um pouco, mas cheguei em casa, tranquei a porta e joguei as chaves no criado. Eu poderia estar surpresa, mas encontrei a Cris e o Rodrigo me esperando no sofá da sala.

- Já sei, reunião de bronca, que começa. – Falei eu com deboche.

- Poxa Priscila, por que fez aquilo? Nos deixou preocupado. E que roupas são essas? Pra casa não veio por que o porteiro falou. – Falava Rodrigo.

- Pri, desculpa se aquilo te magoou, sei que provoquei e tudo. – Falava Cris com voz de triste.

- Olha eu estou bem, e Cristina, não peça desculpas, eu também provoquei, estamos quites.

- Priscila, o que está havendo com você, parece até criança. E essas roupas?

- São da Flávia, ela me emprestou.

- O que? – Gritaram os dois surpresos.

- Não se preocupe, não aconteceu nada, pelo contrário ela até me ajudou, evitando que eu bebesse mais e contendo que eu não passasse vergonha, esse celular toca desde que eu sai hoje a tarde. – Olhava pro visor do celular e era Ms. Charlote. – Um minuto, vou atender logo. Alô.

- Muito bem senhorita Priscila, sendo irresponsável, meus parabéns, agindo feito criança, sumindo, e preocupando os outros. – Pelo tom, Ms. Charlote queria me matar.

- Pelo visto já deram a notícia a você também, mas que bom, pelo menos a sumida voltou, depois de tanto me ignorar. – Falei eu com ironia.

- Sua arrogância me surpreende, fale direito comigo, você nem sequer merecia minha preocupação.

- Nossa, você some, e a culpa é minha? Me desculpe vossa alteza se eu não sou perfeita.

- Cale a boca, conversaremos em breve, estou saindo de SP e chego logo ao Rio.

E desligou na minha cara.

- Vocês ligaram pra Charlote? Precisava isso?

- Precisava sim, a ela você escuta melhor, quem sabe você toma um pouco de juízo. – Falava Rodrigo e Cristina ainda calada.

Alguém bate na porta.

- Ligaram pra polícia, pro exército, marinha, quem mais?

Abro a porta e é minha vizinha Dona Giovana.

- Oi Priscila, desculpa vir te atrapalhar no meio da tarde.

- Acho que a senhora está me salvando kk, mas o que posso ajudar.

- Eu preciso sair e a babá não pôde vir, pode ficar com a Helena até eu voltar, como você sabe meu marido está no hospital e não deixam entrar crianças lá.

- Claro eu entendo, pode deixa-la aqui, vamos nos divertir muito, jogar, assistir filmes.

- Olha, obrigada viu, a noite eu volto para busca-la. Tchau.

- Vem Leninha, entra, não fica com medo dos estranhos não, eles não mordem haha. – Falava ela apertando o ursinho.

- Eu quero meu pai tia Priscila, ele vai ficar bem?

- Vai sim meu amor. – Falei abraçando aquela coisinha fofa.

- Hey Leninha, quantos anos você tem? – Falava Rodrigo tentando animar elaJá está enorme, em breve maior do que o tio aqui.

- Aproveitando esse momento, o tio Rodrigo vai levar você naquela sorveteria nova que abriu na esquina, sabia que eles colocam churros no sorvete?

- Não. – Falava ela com aquela voz de criança assustada.

- Gosta de churros?

- Gosto.

- Então ele vai com você né Rodrigo?

- Sim, eu vou. Monta nas costas do tio e vamos, sou o cavalinho.

- Não sei quem é mais criança, você ou ela Rodrigo.

- Ah Priscila, sabe que eu sou doido pra ser pai, deixa eu aproveitar viu, agora vai conversar com a Cristina, tá na hora, mas lembre-se...

- Certo, tchau.

Fechei a porta, sentei na cadeira de frente pra Cristina.

- Então, hora de conversarmos. – Falei eu séria, porém tentando melhorar o tom.

- Pri você dormiu com a Flávia pra me magoar foi isso? Desculpa tá, mas eu não quis aquele beijo, ele que forçou e...

- Cris, eu não dormi com a Flávia, dormi em um quarto de hóspedes, ela apenas me ajudou a não fazer besteira ontem.

- Não consigo acreditar.

- Você sabe que eu não sou de mentiras, a Flávia está diferente, alguém está mexendo com o coração dela e ela mudou. Até atrapalhei o clima dela com a menina lá ontem quando ela me viu bebendo.

- Eu sei que não mente, mas não confio nela.

- Pode confiar.

- Só isso?

- Pra que alguém de fora não diga antes de mim, eu beijei ela ontem sim, na boate quando eu estava bêbada, por isso ela brigou comigo e me repreendeu perante a todos.

- Sabia, tinha rolado algo.

- Não rolou nada, só um beijo mesmo, que nem devia ter feito aquilo.

- Desculpa Pri, se magoei ontem fazendo joguinho.

- Eu também peço desculpas, agi feito criança, até a Charlô vem aqui terminar de esculhambar com minha cara depois.

- Ela não tinha ido pra Londres?

- Tinha, mas ela deve ter voltado para o Brasil há alguns dias e não avisou.

- Então amor, estamos bem agora né, tudo já foi resolvido. – Falou ela pulando no meu colo tentando me beijar.

- Cristina, ainda precisamos conversar. – Falei evitando o beijo e me levantando.

- Não estou gostando dessa sua cara.

- Não sei como dizer isso sem machucá-la, mas precisamos dar um tempo.

- O que? Por que? – Falava ela com os olhos lacrimejando.

- Se eu disser que o problema é apenas comigo, você vai achar que é frase de efeito, mas não é mentira. Desde que você apareceu na minha vida, muita coisa mudou, eu estou sorrindo mais, estive feliz como nunca fui...

- Mas se estamos felizes, se você está feliz, por que esse tempo? – Falava ela me interrompendo.

- Eu não tenho me sentido bem, mas a culpa não é sua, eu não consigo explicar o que é isso, mas está me sufocando.

- Eu te sufoco então? Te dou espaço quando quer, aguento suas grosserias, seu mau humor, tento entender tudo e eu sufoco?

- Não, você não me sufoca, pelo contrário, você até me ajuda, só que eu preciso pensar sobre tudo, minhas atitudes, meu jeito, o que ando fazendo da minha vida, quem sou, preciso disso.

- Eu não aguento ouvir mais isso, vou embora.

- Por favor Cris, não sai com raiva. – Falei segurando no seu braço.

- Me solta Priscila, não temos o que conversar mais, eu preciso ir, não aguento essa dor que você provoca. – Ela saiu chorando arrasada.

Eu fiquei péssima, mas precisava fazer aquilo, espero que um dia ela entenda. Eu fiz o possível para não a magoar, mas fiz as duas se machucarem. Logo Rodrigo com Leninha e que já estava sorrindo mais chegou e viu minha cara.

- Você terminou né? – Perguntava ele.

- Um tempo.

- Traduzindo, sim você terminou.

- Terminou o que tia? – Perguntava Leninha sem entender.

- Terminei de procurar um filme bem legal para assistirmos depois.

- Eba, mas cadê tia Cristina? Ela foi embora?

- Precisou ir. – Dizia eu.

- Por que você tá chorando? – Perguntava Leninha.

- Nada não, um cisco no meu olho. Rodrigo conversamos depois.

- Tá certo, já vou então, Leninha da um abraço no tio.

- Quando você volta tio?

- Em breve, sempre ando aqui.

- Vamos tomar outro sovertão daqueles?

- Sim vamos. – Falava ele, enquanto eu ria um pouco daquela inocência.

- Dá tchau pro Rodrigo.

- Tchauuu. – Era uma fofura, lembrava até alguém.

Ficamos o restinho da tarde, quase noite assistindo filme, comendo pipoca, até que depois do segundo filme ela apaga de sono no sofá, eu saio para não acordá-la e a cubro com um cobertor, quando deu umas 20:30 P.M., alguém toca a campainha, era a Dona Giovana.

- Oi Priscila, desculpa a demora, ela deu trabalho?

- Que nada, até dormiu coitadinha. Mas e então como está seu marido?

- Em coma ainda.

- Complicado, espero que ele se recupere logo.

- Tem sido difícil pra ela ficar sem o pai esse tempo, desde aquele acidente.

- Ela sempre parece assustada e insegura.

- Ela viu o pai dela ser atropelado e ficou com trauma. Eles sempre foram muito apegados e foi doloroso ver aquela cena.

- Difícil pra uma criança entender isso, mas não deixe que isso prejudique a mente dela. Quero que ela faça consulta comigo, sempre que der.

- Obrigada, mas estamos sem dinheiro pra paga-la, o hospital da muita despesa.

- Que isso, faço questão, ela é tão nova, não precisa suportar isso sozinha, e sempre que quiser, estarei aqui pra brincar com ela e distrai-la.

- Olha muito obrigada mesmo, existem pessoas boas no mundo ainda, agora deixa eu acordá-la e levar ela pra casa.

- Que isso, deixa ela dormindo aqui.

- Ela ainda acorda muito assustada de madrugada, não seria bom ainda ela dormir sem avisa-la.

- Ok, entendo, mas deixe que eu levo ela, sem precisar acordar.

Levei a Leninha até seu quarto, coitadinha, ela não pode viver com esses traumas e eu pretendo ajudar o máximo que eu puder, posso até me distrair conversando com um coração puro, ela é tão nova pra sofrer fortes decepções.

“Eu fui dormir, foram muitas emoções hoje, meu sábado semana amanheceu péssimo, me sentia culpada por fazer a Cris sofrer, mas eu precisava daquilo, porém, preciso conversar com ela de novo, para que não fique sentimentos ruins”.

CONTINUAAA...

E então? E agora? #TeamCristina ou #TeamCharlote? haha, não sei. Surpresinha no próximo capitulo, bjs.

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Comentários

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Não existe a Pri fazer isso, que insegurança ridícula, espero que aquela maluca da Charlote faça alguma coisa que preste e coloque os pensamentos da Pri em ordem. Muito bem escrito como sempre. Bjs 😘😘

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#TemCristina, acho que a PRI ta perdendo e o foco, mto bom amandoooo

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Triste pela Cris, mais amando tudo isso 😉

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Affs n....qro cris muito vezes cris elas si amam....n deixa a cris sofre n...afinal foi ela quem fez o coraçao amolece

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