Solar - 26

Um conto erótico de Thonny
Categoria: Homossexual
Contém 1754 palavras
Data: 26/01/2017 17:41:06
Última revisão: 26/01/2017 17:49:57

[Ítalo narrando]

- Como assim? - perguntei, preocupado.

- Ele conseguiu um fio, provavelmente de um carregador e tentou se enforcar. Não sei como os agentes foram negligentes a esse ponto, mas foi o que aconteceu. Abrimos uma sindicância para investigarmos a responsabilidade pela falha na segurança. Aquela moça esteve visitando ele...

- Só pode ter sido ela, Felipe - eu o interrompi. - A Íris pode ter tentado ajudar, enfim...

- É a nossa principal suspeita. Ele recebeu visita das duas, mas estive com eles o tempo todo. Só ficou a sós com a Íris mesmo.

- O que aconteceu com ele?

- Foi transferido para São Paulo por conta do plano de saúde. Você precisa ir ficar com ele, Ítalo. Ele só tem você de familiar e herdeiro legal. Precisa cuidar de tudo relacionado a ele.

- Felipe, você tem razão. Apesar de não ter nada ao favor do meu pai, ele ainda é o meu pai. Só preciso saber qual o hospital. Antes eu tenho que esperar a alta da Clara e comunicar ao seu Alexandre o motivo da minha partida.

- Eu estou com o nome do hospital.

Felipe me entregou o papel, e por brincadeira do destino, era o mesmo hospital onde o Lucas estava internado.

- É o mesmo hospital em que o Lucas está. Céus!

- Tem certeza? Que coincidência.

- Uma triste coincidência - falei.

Eu contei tudo o que o meu pai fez a Olga e a Luiza. Elas não se surpreenderam, afinal meu pai tinha sido capaz de matar duas pessoas. Inclusive o seu próprio filho.

- Uma pena não ter cuidado de você como tinha prometido a sua mãe. Me perdoe, meu querido - Olga me deu mais um abaço.

- Olga, a senhora sempre foi tão boa para mim e o Sávio. Não precisa se desculpar. Você foi tão vítima como nós das maldades do meu pai. Ele está pagando por tudo o que fez. Se não pagar na cadeia, vai pagar no outro lado da vida.

- Ítalo, tem algum quarto disponível para nós? Pretendemos ficar por aqui até tudo se resolver.

- Tem sim, Luiza. Vou pedir para o Tiago acomodar vocês. Amanhã vocês conhecerão a Clara, nossa gerente. Ela é um amor de pessoa.

- O que aconteceu com ela? Foi coisa do seu pai? - Luiza perguntou-me.

- O que aconteceu com a Clara não foi culpa dele. Ela caiu da escada após flagrar o ex-namorado dela com o ex do Lucas na cama. É uma história complicada. Teremos tempo para conversar sobre ela. Vou pedir para o Tiago acomodar vocês. Vamos?

Entramos na pousada.

[Álvaro narrando]

- Boa noite, Otávio! Nem sei por onde começar, mas quero te pedir desculpas pelo o que você viu, o que eu fiz.

- Álvaro, não tenho o direito de te julgar. Pelo menos nesse momento. Vamos passar uma borracha nisso, tudo bem?

- Como você quiser. O que te trouxe a Solar?

- Além da vontade de te ver, tive o desejo de conhecer essa cidade tão falada. A cidade é linda!

Otávio me convidou para sentar à mesa. Ele tinha pedido um risoto de frutos do mar e um vinho para nosso jantar.

Nós conversamos muito sobre como ia a empresa, os negócios que em breve também seriam meus. Isso se eu conseguisse ter o Lucas novamente, se o doutor César partisse logo, e se o Bruno me ajudasse a passar o Otávio.

Eu e Otávio fomos para a cama naquela noite. Dormi no quarto dele.

[Ítalo narrando]

- Vamos, pessoal? Precisamos estar no hospital quando a Clara tiver alta.

- A Ingrid está terminando de se arrumar.

- Eu sei que ela quer ficar mais bonita para a volta da amiga, Victor.

Olhei para a Neide e perguntei:

- Neide, tudo pronto na cozinha?

- Sim, as comidas estão prontas só a espera da Clarinha.

- Bom dia! Eu gostaria de acompanhar vocês - Felipe chegou na recepção da pousada.

- Acredito que essas flores sejam para a Clara, certo?

- Sim, Victor. Eu quero mostrar que tenho as melhores intenções com ela.

- Mais um ponto no meu conceito, delegado - falei.

- Estou pronta. Vamos resgatar minha irmã.

- E está linda, meu amor.

Victor e Ingrid se beijaram. Era bom ver que eles estavam firmes e fortes.

Chegamos ao hospital e o médico nos informou que já havia assinado a alta da Clara.

A Clara ainda estava com alguns ferimentos leves por causa da queda e o braço direito estava imoblizado com uma tipóia. Estava andando normalmente.

O Felipe havia entregue o buquê de rosas no hospital. Ela tinha ficado muito feliz com a presença de todos nós.

Ao chegarmos na pousada, todos nós, funcionários e hóspedes, havíamos organizado uma festa para a Clarinha. A pousada estava toda decorada com balões e algumas fotos da Clara com os seus melhores amigos. Foi uma festa simples, mas repleta de muito amor e felicidade.

Quando a Clara terminou de cumprimentar todo mundo, alguns hóspedes haviam saído com o Ivo e o Tiago para um passeio pela cidade, eu a chamei na varanda e comuniquei minha partida.

- Você consegue dar conta de tudo? Infelizmente não queria te deixar sozinha, mas meu pai não tem ninguém por ele. Nossa família era pequena.

- Ítalo, fique tranquilo. Sei que você não está indo só pelo seu pai. Sei o quanto quer ver o Lucas também. Você tem um grande coração, meu amigo. Eu sempre dei conta dessa pousada e esse acidente só me deixou mais forte. Vai em paz e traga o meu irmãozinho de volta.

Abracei a Clara e fui pegar as minhas malas que já estavam prontas desde o momento em que soube do acontecimento.

- Clara, antes de ir, eu gostaria de te apresenta duas pessoas: Olga e Luiza. A Olga era minha babá, e infelizmente foi mais uma vítima das armações do meu pai. A Luiza era irmã da minha madrasta, a Mariana. Ela morreu no mesmo dia que o meu irmão. O meu pai me usou para matá-los. A Olga levou a culpa pelos crimes. Vocês terão tempo de conversar. Elas vão te contar tudo.

- Seu pai é pior do que eu imaginava. Elas são muito bem-vindas na Luz Solar. Se são suas amigas, são minhas também.

- Agora eu preciso ir. O helicóptero está a minha espera.

- Você não tinha me contado que era tão rico, Ítalo.

- Eu nunca quis o dinheiro sujo do meu pai. Eu sempre vivi uma boa vida por causa do que minha mãe nos deixou antes de morrer. Como o meu irmão morreu, eu fiquei com tudo. Lógico que meu pai era muito mais rico, mas com minha herança eu consegui ter uma boa vida.

- Vai com Deus. Que você faça uma boa viagem, meu lindo.

- Obrigado, Olga. Fiquem todos com Ele. Tchau.

Fui pegar o helicóptero que já estava a minha espera no heliponto de Solar. Agora estava a caminho de São Paulo.

[Bruno narrando]

- Não me diz que passou a noite com o velho - falei ao ver o Álvaro entrar no quarto.

- Passei. Foi horrível. Era necessário que isso acontecesse.

- Quando você vai dar um ponto final nessa história? Você precisa acabar com esse cara.

- Soube que vai ter um casamento na pousada. Aquela amiga do Lucas e da Clara, que tem um noivo gringo. Então, a gente podia aproveitar o casamento e executar o plano. Passamos o velho sem levantar suspeitas. Imagina o monte de pessoas que vai ter nesse casamento.

- Você pensa em tudo - falei.

- Eu sou pior do que você pode imaginar. Sou capaz de tudo para conseguir o que eu quero. Dinheiro, fama e poder só se conquistam com uma boa dose de sangue derramado.

[Íris narrando]

- Aqui está, senhora, seu recibo. Gostou da estadia em nosso hotel?

- Foi ótima, apesar de todos os problemas que tive nessa maldita cidade.

- O carro vai levá-la até o heliponto. Agradecemos sua visita já contando com o seu retorno.

- Para essa cidade eu não volto nem arrastada, mas agradeço sua cordialidade. Adeus.

Peguei o recibo do hotel e fui embora. Que Solar fiquei apenas nas minhas piores lembranças.

[Alexandre narrando]

O médico responsável pelo Lucas nos trazia boas notícias toda hora. Além de ter abertos os olhos, ele havia pedido para me ver de madrugada. Meu filho já estava falando.

Liguei para a pousada e soube da alta da Clara. Contei a ela sobre a melhora do Lucas, que ele já estava se comunicando comigo, ainda que não de maneira normal, mas já era um avanço. Descobri que o Ítalo estava vindo para São Paulo resolver os problemas do seu pai.

Umas duas horas após falar com a Clara, vejo o Ítalo entrando no hospital com um homem. Ele veio mesmo.

- Seu Alexandre, como está o Lucas?

- Ele já consegue falar algumas coisas. Eu liguei para a pousada para contar a vocês. Eu já sei o motivo de você estar aqui.

- Espero que o senhor não fique chateado comigo.

- De maneira alguma, apesar de querer que seu pai pague pelo que fez ao Lucas, entendo suas razões. Ele é seu pai. Não tive uma boa convivência com o meu que não aceitava a Lígia. Por isso te entendo.

- Muito obrigado pela compreensão, seu Alexandre. Esse é o doutor Tavares, advogado do meu pai. Como sou o único herdeiro do meu pai, ele vai me ajudar na parte burocrática.

Seu Alexandre e o doutor Tavares se cumprimentaram com um aperto de mãos.

- Será que eu posso ver o Lucas?

- Com o seu pai entre a vida e a morte, você ainda quer ver o moleque que destruiu sua vida e sua família?

Olhei para trás e vi a Íris.

Continua...

Olá, pessoal. Venho pedir desculpas pelo sumiço, mas venho tendo muitos problemas ultimamente. Espero que a turbulência passe logo.

Mesmo entre os destroços dos últimos dias, eu resolvi que devia escrever mais um capítulo e dar uma satisfação a vocês.

Bem, como podem ver, a estória está chegando ao fim. Teremos mais uns 10 capítulos. Estou tentando terminá-la até o fim da primeira semana de fevereiro. Vamos ver se consigo.

Amanhã não garanto que vá postar, mas no entre o sábado e o domingo poderei postar um novo capítulo. Caso não, posto na segunda sem falta.

Quero agradecer por todo o carinho e paciência. Estou satisfeito com o número de leituras e e-mails que tenho recebido.

Aos meus fiéis leitores que sempre comentam, um super beijo especial no coração de vocês. Aos demais, um beijo de agradecimento.

Red, Smile, Cíntia, Catita, Magus, eu tenho muito carinho por cada um de vocês. Agradeço pelos votos e comentários. Amo todos vocês. Beijos.

Eu prometo que volto logo.

Meu e-mail: thonny_noroes@hotmail.com

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