A história impossível de nós dois. (Capítulo 4)

Um conto erótico de Pudim
Categoria: Homossexual
Contém 1546 palavras
Data: 27/12/2016 23:48:15

Continuando...

Encostei a cabeça na parede,as lágrimas lavando meu rosto.Tentei lutar contra o desespero que subia pelo meu peito,mais ele era mais forte,então voltei e sacudi as grades com força,mais não tinha como sair.Não tinha como ir até onde ela estava e saber se estava tudo bem.

Senti André se aproximar e seus braços me envolver.Encostei a cabeça em seu ombro,e como um milagre,o desespero sumiu.Tudo que restou foi apenas uma angústia e algumas lágrimas que teimavam em escorrer.Eu sentia o olhar de todos sobre a gente,mais no fundo não me importei.De alguma forma eu me sentia seguro,como se estivesse nadado em alto mar por muito tempo,e encontrado finalmente meu porto.

-Num chora mais,tu vai sair daqui parceirinho.-Ele sussurrou no meu ouvido.

Eu sabia que minhas chances eram poucas,mais não falei nada, apenas me permiti ficar ali em silêncio.Um dos presos veio até nós e bateu no ombro do André que se afastou.Ele então,se aproximou de mim e colocou a mão no meu ombro,disse pra eu ficar tranquilo porque todos ali sabia mais ou menos o que eu tava sentindo.Todos estavam preocupados com os que tinham deixado lá fore sabiam como isso era agonizante.

Me senti mais tranquilo e comecei a me enturmar com o pessoal.De repente eles já não pareciam tão ruins,como eu tinha imaginado e acabei conhecendo a história de alguns ali.André é quem tinha ficado estranhamente quieto a um canto,parecia que estava pensando em algo mais não queria dividir com ninguém.

O dia se passou devagar e ninguém veio nós visitar,como não tínhamos dinheiro,um dos presos dividiu a comida,que a esposa dele trouxe,com a gente.Minha preocupação aumentava a cada segundo,e eu repetia constantemente que minha avó estava bem,afinal notícia ruim chegava rápido.Ja André deu poucas palavras e continuou distante,me deixando cada vez mais desconfiado.

Pela pequena janela do banheiro dava para perceber que já era fim de tarde.Molhei o rosto,o pescoço e os pulsos,me sentindo bem melhor,e então voltei a cela,onde me sentei do lado do André.Antes que eu pudesse perguntar o que estava acontecendo,um policial me chamou e eu me levantei.

Me aproximei e então estendi as mãos para que ele me algemasse,depois fui puxado para fora.Ele trancou a cela novamente e saiu me empurrando até uma porta branca.Abriu e me empurrou pra dentro,me fazendo sentar em uma cadeira a frente de uma mesa,onde estava mais dois homens.

Do lado esquerdo,sentado,havia um homem branco,de cabelos cortados em estilo militar e vestido de terno.Do outro lado estava um moreno de cabelos castanhos escuros que usava óculos e me parecia familiar.E em pé,de costas para mim,estava um terceiro homem bastante alto e de cabelos loiros escuros.

Olhei de um para o outro,tentando entender o que significava tudo aquilo,mais no primeiro minuto ninguém falou,apenas nos encaramos.

-Então você é o projeto de marginal,filho da vagabunda,que dona Antônia pôs no mundo?-O homem de óculos perguntou,quebrando o silêncio.Sua voz era doce,mais a frieza era maior que uma tonelada de gelo.

-Como tá a minha vó?-perguntei,ignorando o que ele havia dito.

-Você se importa com a dona Antônia?-Ele respondeu,agora me encarando.

-Claro,como ela está?-respondi aflito,me esticando em direção a ele.

-Se importa tanto com ela,que não pensou duas vezes,em fazer a coitada passar o desgosto,de te ver atrás das grades de novo.Não se importou com a decepção que ela teria,ao saber que tudo que ela fez por você,foi em vão...Você deveria ter vergonha nessa cara,de ser neto de uma mulher tão trabalhadora,e não passar de um vagabundo sujo.-Ele respondeu lentamente,com desprezo.

As palavras dele queimaram e fizeram meu peito ferver de raiva.Mais apenas baixei a cabeça,pois ele tinha razão.Minha avó não merecia ter me visto ali,daquele jeito.Na verdade,ela não merecia nem ter minha mãe como filha e muito menos eu como neto.

-Como ela está?-perguntei novamente em voz baixa,de cabeça baixa.

-Bem,mais não graças você. -Ele respondeu sem olhar pra mim.

O alívio tomou o lugar da raiva,e quase agradeci por ele estar ali.O delegado entrou pela porta,me puxando de volta da nuvem aonde havia subido,para a delegacia.Pensar na minha situação me fez suar frio e decidi não olhar pra ele.

Jogando uns papéis em cima da mesa,o delegado olhou de um por um com a expressão fechada.O homem de terno pegou os papéis,e sem falar nada,passou a ler em silêncio.

-Nunca pensei que ia te ver defendendo bandido.-O delegado disse por fim,enquanto caminhava em direção ao homem em pé.

-E não vai ver,até porque dessa raça tenho nojo.-O homem disse se mantendo de costas.Sua voz era grossa e profunda.

-E o que está fazendo aqui então?-O delegado perguntou bem próximo.

-Analisando um caso -Ele respondeu.

-Acho bom...A nossa família já aceitou com dificuldades,sua última escolha,mas nunca aceitaria que protegesse bandidos,afinal papai foi um grande nome dentro do exército.-O delegado disse sério se virando e saindo logo em seguida.

-Credo,Cristóvão parece um disco arranhado.-o homem de óculos disse,parecendo chateado.

-Lúcio Monteiro?-o homem de terno chamou,me fazendo ter um pequeno susto.

-Sim!-Disse automaticamente,após respirar fundo.

-Eu me chamo Heitor e sou advogado...Preciso fazer umas perguntas e peço que seja sincero.-Ele disse enquanto me encarava.

-Tá!-Disse também olhando pra ele.

E então se iníciou uma nova rodada de perguntas,que em parte eram as mesmas de manhã.Mantive a história de que não sabia de nada e ele ficou em silêncio.

-É só isso!-Heitor disse por fim.

-Qual é a ficha dele?-O homem que ainda estava em pé,perguntou.

-Uma passagem por fraude,ele aplicou golpes financeiros em três idosas...E porte ilegal de arma.-Heitor respondeu enquanto mexia nos papéis. -Olha aqui,aquele oitão não era meu não...Era do minhoca!-me defendi.

-Quem é Minhoca?-o homem de óculos,perguntou chocado.

-Um comédia,ex da minha mãe.-respondi sem olhar pra ele.

-Alguma acusação?-o homem que estava de costas perguntou,como se não tivesse ouvido nada.

-Uma...Suspeito de participar em um assalto ao mercadinho,mais ele tinha uma álibi,estava na escola.O caso foi arquivado!-Heitor respondeu em um tom de máquina.

A cadeira era dura,e eu me sentindo desconfortável,me mexi.Senti as algemas cortar meus pulsos e olhei de um para o outro,esperando já ter acabado.

-Nós fomos até a casa do menor,mais a mãe e responsável não se encontra no local desde ontem a noite.Os vizinhos disseram que é normal,e ela,as vezes demora vários dias para voltar.-Um policial disse após entrar na sala.

Olhei pra ele com vontade de rir,minha mãe devia tá bem longe com o piolho,devia nem se lembrar que tinha filho.

-Quero ter uma conversa com o rapaz,saiam todos.-O homem que estava em pé pediu,fazendo desaparecer minha vontade de rir.

O homem de óculos,o advogado e o policial se encararam e em seguida saíram,deixando eu e ele sozinhos.E então ele se virou,fazendo com que eu quase pulasse da cadeira ao ver seu rosto.

Vendo a cicatriz grossa e nojenta,que partia sua face,me fez entender porque o homem de óculos era tão familiar.Eu havia visto os dois juntos,em um posto de gasolina na minha cidade e depois,eu o vi sozinho no prédio onde encontrei a entrada desse lugar.

Sem ligar para a minha reação,ele se sentou na cadeira a minha esquerda e me encarou,me deixando encabulado.

-Sua avó trabalha comigo há muitos anos,e é uma funcionária exemplar e de confiança.Hoje no hospital,ela me implorou pra que fizesse algo por você.E pelo carinho que tenho por ela,vou tentar lhe ajudar...Mais eu quero toda a verdade!-Ele disse com um tom de voz que deixou claro,que ele não estava ali para brincadeiras.

-Eu já contei tudo.-disse,desviando o olhar do dele.

-Muleque eu não nasci ontem!A história é bem montada,mais tenho certeza que você sabia muito bem o que ia fazer.Então me conte até onde sabia e eu penso se vou lhe ajudar...Continue sustentando essa versão de que não sabe de nada,e eu vou embora sem olhar pra trás...E não me teste,porque bandido só vale a pena no cemitério.-Ele disse sério,fazendo com que eu me arrepiasse inteiro.

Continua...

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Olá,boa madrugada!

Nossa Martines,é muito bom ouvir isso.Ainda estou inseguro por ser minha primeira história,mais pelos comentários,vejo que até agora tô indo bem.Valeu!

VALTERSO alguns erros de escrita são de propósito.

Ru/Ruanito ela tá viva ainda kkk

Atheno essa é a parte difícil,mudar!

Espero que gostem do capitulo de hoje,é até amanhã.

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Comentários

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Ah vai ter um romance com advogado não é? Ah eu aposto

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Espero q ele mude, "A nossa família já aceitou com dificuldades,sua última escolha". o advogado é gay e namora o cara de óculos?

descreve ele com detalhes.

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Estou lendo desde o inicio..Primeiro garrei um odio da sua mae..Depois de vc..Rs Mas tudo é reflexo da vida q vc teve.Acho q agora as coisas vao mudar.Honre sempre sua avó!Continue..

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Hum. Mais quase morreu e o advogado tá certo kkkk :p Língua pra você

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MUITO BOM. ARREPENDIMENTOS SEMPRE VEM MUITO TARDE. REALMENTE SUA AVÓ DEVE SER UMA PESSOA MARAVILHOSA PRA FAZER ALGUÉM LHE AJUDAR. PORTANTO TRATE MESMO DE DIZER A VERDADE E SE REGENERAR.

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Tá muito bom a história! Não ligue pra comentários negativos, você está indo num bom caminho!

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