O GATO DO MEU CHEFE- CAP. 1

Um conto erótico de H. R. JACKSON
Categoria: Homossexual
Contém 852 palavras
Data: 04/12/2016 00:37:18
Última revisão: 04/12/2016 01:26:14

ENTREVISTA

- Me fale um pouco sobre você.- Dizia o entrevistador.

Eu o fitava. Deus, como era sensual. Seus lábios finos e rosados me causavam arrepios quando se moviam. Ele estava vestindo uma camisa social branca e as mangas estavam dobradas até a altura dos cotovelos, deixando a mostra seus braços fortes com poucos pelos.

- Senhor Ribeiro poderia responder a minha pergunta?- Aqueles lábios pareciam dançar.

- Sim. Claro. Bem me chamo Arthur Ribeiro tenho 17 anos e estou muito afim desse emprego.

- Presumo que todos que foram entrevistados hoje estão afim do emprego não é mesmo?

Seus cabelos eram castanhos claros. Seu rosto bastante anguloso deixa a mostra o seu maxilar incrivelmente sexy, o nariz parece que foi esculpido por Michelangelo. Seus olhos negros me deixam confuso, não são castanhos escuros como os da maioria das pessoas mas sim negros e enigmáticos.

- Senhor Ribeiro, seu currículo não consta nenhuma experiência anterior. O senhor Miller é uma pessoa muito importante e uma magnata no ramo da saúde e da publicidade. Ele procura uma pessoa que irá cuidar de sua agenda pessoal, acompanhá-lo em eventos, reuniões, viagens. internacionais entre outras coisas. - Confesso que não sabia dessa parte, eu pensei que a vaga seria somente de secretário em algum dos escritórios do senhor Miller.- O que te faz pensar que o senhor Miller deva dispensar os outros concorrentes que tem anos de experiência e alguns até graduação em secretariado e contratar o senhor que tem apenas um curso técnico.

- Senhor eu confesso que não sou o candidato mais apropriado para essa vaga, mas eu posso aprender rápido e ...- Sou interrompido

- Todos que passaram por aqui podem aprender rápido.- Disse ele com sarcasmo nos olhos.- Esse é seu melhor argumento rapaz?

- Senhor eu só quero trabalhar, não ligo para as regalias que esse emprego tem a oferecer.

- O que mais? - Ele pergunta me olhando nos olhos enquanto junta suas mãos encima da mesa e se inclina pra frente deixando seu peito forte e malhado mais próximo a mim.

Desvio os olhos no seu peitoral e encaro seu lindos olhos negros.

- Honestidade e humildade senhor.

- Como?- Ele pergunta como se não tivesse entendido o que falei.

- Honestidade e humildade, as maiores lições que minha mãe me ensinou.

- Você acha que honestidade e humildade são coisas boas a acrescentar a um pobre rapaz como você, - falou dando ênfase ao pobre. - que não tem...- Eu o interrompo no mesmo instante.

- Que não tem onde cair morto. - Vejo seus olhos se abrirem mais que o normal.- É isso que ia dizer não é? - Toda a atração que senti por aquele homem lindo e sensual se esvaiu nesse momento.

Ele fica calado e me olha com desaprovação. Mas agora que eu já comecei e devo terminar.

- Eu posso não ter uma casa bacana e até mesmo um carro, mas aprendi que não preciso dessas coisas pra ser feliz. Eu posso não andar com roupas de marca como as que o senhor está usando, e deve achar que as minhas roupas são trapos de segunda mão. Porque se for isso o senhor está certo, nunca soube o que são roupas novas, dormir em uma casa que não molhe em dias de chuva e até mesmo comer o que me desse vontade, mas se tem uma coisa que nunca me esqueço é que o amor pode superar todas essas coisas. E eu tive isso. Eu amei e fui amado. - Lagrimas começam a escorrer de meus olhos.

Ele permanece ali me olhando. Desta vez com um rosto sem expressão. Me levanto e vou em direção a porta do escritório.

- Volte aqui rapaz ainda não terminamos

- O senhor não tem o direito de mandar em mim. Até onde eu sei não tem nenhum domínio sobre minha pessoa. Eu nunca fui tão insultado como fui hoje aqui. E quanto ao senhor eu desejo que seja feliz com sua mediocridade.

Saio da sala aos prantos. Como pode alguém querer ser tão superior assim. Se pelo menos fosse o próprio Maurício Miller eu até entenderia. Mas um mero empregado. Do que adianta ter beleza se por dentro é apenas um buraco vazio.

Entro no elevador e aperto o botão térreo. Penso no desastre que foi a entrevista. Eu só quero ir ao hospital ver a minha mãezinha.

A dois anos ela vem sofrendo de uma complicação nos órgãos respiratórios que a deixam impossibilitada de tudo e o hospital público não oferece tudo o que ela precisa para o tratamento.

Eu pensei que talvez se fosse contratado, com o salário daria para comprar os remédios que ela precisa tomar.

Mas eu estava muito enganado. Muito mesmo.

Chego ao térreo e saio para fora. O ar parece ser mais limpo sem toda aquela tensão e arrogância que habita naquele prédio. Desejo nunca mais voltar naquele lugar.

Vou andando até terminal de ônibus e pego um que vai direto ao hospital. Preciso ver a minha mãe. Preciso ficar o máximo possível com ela. Algo me diz que ela não irá suportar por muito tempo, e eu já estou me preparando para o pior.

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Comentários

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UM EXCELENTE COMEÇO. BEM ESCRITO. REALMENTE A ARROGÂNCIA AS VEZES FAZ PARTE DA PERSONALIDADE DE QUEM DETÉM O PODER, PRINCIPALMENTE FINANCEIRO. UMA PENA.

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Começo maravilhoso!! Fiquei impressionada!!! Gostei da atitude dele, não se deixar diminuir e andar sempre de cabeça erguida, para mostrar para esses ricaços que dinheiro não é tudo na vida não, caráter e humildade valem muito mais do que milhões!!! Continua logo!!! 👏👏👏👏🙆💞😍💓

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Se ele soubesse que o entrevistador é o próprio Maurício Miller! Mas ele fez o correto, não se rebaixar à alguém se se impõe a superior e sabemos que disso não tem nada...

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