Felipe e Guilherme - Amor em Londres - 03: "Tchubis, o cachorro encrenca"

Um conto erótico de Escrevo Amor
Categoria: Homossexual
Contém 4195 palavras
Data: 22/12/2016 21:59:57

GENTE!!! Obrigado pela recepção tão positiva. Quero agradecer a todos e espero que continuem gostando do conto. Estou me emocionando ao escrever também, essa é a parte legal de criar, a gente se emociona a medida que descobre qual caminho cada personagem vai trilhar.

Quero desejar a todos um Feliz Natal. Decidi colocar esse episódio hoje, porque vou precisar viajar para a casa da minha tia para celebrar o Natal, então não seria possível postar lá. Espero que todos se divertam dia 25 e curtam a data ao lado de seus familiares e pessoas queridas. Um abraço!!!!

Guilherme: (afastando John) – Não. Nossa história já passou e… (percebendo a presença de Nariko e Felipe)

John: - Olha temos plateia.

Felipe: (indo para trás) – A gente não viu…. (esbarrando na prateleira e alguns objetos acabam caindo)

Nariko: (dando gritinhos, mas segurando todos para que não se quebrem)

Guilherme: (ficando vermelho) – Felipe?!

Nariko: (olhando para Felipe)

Felipe: - Oi? A gente tava de passagem, mas o Alfred não disse que você estava com visitas e… acho melhor a gente ir. (puxando Nariko) – Vamos?

Nariko: (indo embora com os vasos)

Guilherme: (sem reação)

Felipe e Nariko: (voltando)

Felipe: - A gente voltou só pra deixar essas coisas.

Nariko: (colocando os objetos na prateleira) – Acho que esse veio aqui, e essa nesse lugar. O resto a gente deixa espalhado que dá uma vida nova para a sala. Vamos? (olhando para Felipe visivelmente desconfortável)

John: - Esperem. Fiquem. (pegando no ombro de Guilherme) – Conversamos depois. (olhando para Felipe e Nariko) – Com licença. (saindo)

Felipe, Guilherme e Nariko: (ficam se olhando sem falar nada)

Nariko: - Eu preciso ir ao banheiro.

Guilherme: - É a primeira porta a direita.

Nariko: - Com licença. (saindo)

Guilherme: - Desculpa.

Felipe: (sem graça) – Er. Não precisa se preocupar.

Guilherme: - Preciso. Eu e o John namoramos no ano passado, mas ele é uma pessoa de temperamento difícil e….

Felipe: - Eu só passei aqui pra avisar que está tudo bem. Consegui efetivar minha matrícula e já me instalei no dormitório. (saindo)

Guilherme: (segurando o braço de Felipe) – Não vai. Por favor. Você não entendeu…

Felipe: - O que tem para entender, Guilherme?

Guilherme: - Eu gosto de você. Não quero te deixar chateado para você sumir.

Felipe: - Eu não vou sumir. Tenho tantas coisas para fazer. Só quis te fazer uma visita.

Guilherme: - Escuta. A minha mãe pediu para a gente comprar algumas roupas, afinal aquelas poucas peças que eu te emprestei não vão ser suficientes.

Felipe: - Realmente não precisa.

Guilherme: - Para de ser orgulhoso. Aceita. Você chegou agora, é um país novo. O inverno vai ficar cada vez pior. Aceita. (pegando no ombro de Felipe) – Por favor.

Aqueles olhos foram suficientes para fazer Felipe recuar e aceitar o pedido. Eles foram junto a Nariko comprar algumas roupas. Felipe ficou surpreso com o preço de algumas roupas, ele levou sete camisetas por 13 libras. Antes do anoitecer, os jovens conseguiram comprar todas as roupas, Alfred deu aquela ajudinha no final. Eles decidiram jantar no McDonalds para variar.

Nariko: - Nossa… Felipe… você vai comer tudo isso?

Guilherme: - Você ainda não viu nada, Nariko. (rindo)

Felipe: - Tenho um ótimo sistema digestivo. (brincou, enquanto comia o terceiro Big Mac) – E tudo por cinco libras. (olhando para Guilherme) – Agora você é a única pessoa que vem no McDonalds e pede uma salada.

Guilherme: - Realmente. Não é fácil, mas é uma escolha que eu fiz.

Nariko: - Você ia gostar de morar no Japão.

Guilherme: - Já passei quatro meses em Tóquio. Adorei. Acho a culinária japonesa única.

Felipe: - O máximo que eu cheguei perto do Japão foi no sushi que tem perto da minha casa no Brasil. (devorando mais um sanduíche)

Alfred deixou todo mundo a Escola e Guilherme entrou para conhecer o dormitório de Felipe. Nariko se despediu e entrou no seu quarto. Felipe e Guilherme ficaram conversando sobre algumas coisas bobas.

Guilherme: - Bem. Já vou. Tem certeza que não quer dormir lá em casa?

Felipe: - Não. Amanhã vai ter uma cerimonia para homenagear os alunos que morreram.

Guilherme: - Entendi. Então… (abraçando Felipe) – Te vejo outro dia.

Felipe: (abraçando Guilherme) – Tudo bem.

Guilherme: - Vou nessa. (indo em direção a porta)

Felipe: - Espera.

Guilherme: (virando) – Oi?

Felipe: (respirando fundo, se aproximando de Guilherme e o beijando)

Guilherme: (beijando Felipe)

Felipe e Guilherme: (se afastando) – Uau. (risos)

Guilherme: - Eu… eu… te vejo amanhã?

Felipe: (tentando encostar na parede, mas não consegue e quase cai) – Sim. Depois da cerimônia. Vamos dar um passeio?

Guilherme: - Perfeito. Tem um parque… muito bonito. Podemos começar por lá.

Felipe: - Claro.

Guilherme: (se aproximando de Felipe, o beijando e saindo do quarto)

Felipe: - Uau. (respirando fundo)

Naquela noite, Felipe dormiu parcialmente bem, mas ainda teve um pesadelo com o acidente no aeroporto. No dia seguinte, ele aproveitou que acordou cedo para arrumar seu quarto, que era basicamente uma sala bem pequena, uma minicozinha com fogão elétrico, micro-ondas e um frigobar, e no final a cama. Ele adorou, porque era fácil de organizar. Ele se arrumou para participar da cerimônia em homenagem aos alunos que morreram.

Ao chegar no auditório, Felipe encontrou John e Leopold, o pai de Guilherme. O jovem descobriu que o pai de seu amigo era dono da Escola de Intercâmbio e ficou preocupado por causa do beijo que deu em Guilherme. A cerimônia foi bonita, os jovens que perderam a vida eram finalistas do curso e queridos por muitos.

Leopold: - Meu filho. (chamando a atenção de Felipe) - Venha cá.

Felipe: - Com licença, Nariko. (se aproximando de Leopold) – Olá? (tropeçando, mas mantendo o equilíbrio)

Leopold: - George. Esse jovem salvou a vida do meu filho Guilherme na explosão de ontem.

George: - Sério? Que atitude nobre.

John: - Parabéns pela atitude. Como se chama mesmo?

Felipe: - Me chamo Felipe.

George: - Puxa, Felipe que bom.

Leopold: - Você já começou a procurar emprego? Ou ainda está se familiarizando?!

Felipe: - Vou começar a procurar na segunda-feira. Ainda estou tentando me adaptar. Preciso ir no banco para fazer o cartão da escola.

Leopold: - George. Ainda estamos precisando daquela vaga na secretária da escola?

George: - É verdade. Olha é perfeito. Você aceita trabalhar aqui?

Felipe: - Cla.. claro. Adoraria.

Leopold: - Filho. Daremos um jantar no sábado. Só para amigos. Você está convidado.

John: - Mas senhor…

Leopold: - Mas nada. Agora vamos. Estamos atrasado para a reunião com os comerciantes. Com licença.

George: - Felipe. Passe na minha sala às 16h. E leve seus documentos. Com licença. (saindo)

Nariko: - E então?

Felipe: - Parece que consegui um emprego. (rindo)

Naquela tarde, Tchubirubas, o cachorro abandonado não se sentia bem. Ele vomitou todo almoço e ficou encolhido no seu cantinho. Uma chuva da tarde também não ajudou muito a situação do animal. Felipe, Guilherme e Nariko estavam no Park para aproveitar e tirar umas fotos, mas foram pegos pelo mal tempo. Eles se abrigaram em um coreto e ficaram conversando para matar o tempo. Depois de alguns minutos a chuva passou, e Felipe pediu para tirar uma foto sentado na estrutura do coreto.

Nariko: - Tem certeza que é uma boa ideia?!

Guilherme: - Cuidado, por favor. E rápido.

Felipe: - Claro. Vamos tirar antes que os guardas venham. (sentando e fazendo uma pose)

Nariko: - (tirando várias fotos)

Felipe: - Vou mudar de posição e… (escorregando e caindo para fora do coreto)

Nariko: - Felipe. (gritando)

Felipe caiu em cima de Tchubirubas. O cachorro chorou, saiu de perto, olhou para Felipe. O jovem se aproximou do cachorro para pedir desculpas, mas Tchubirubas não parecia muito feliz e atacou o jovem. Felipe ficou correndo de um lado para o outro do parque e o animal o perseguindo. “Desculpa. Cachorrinho bonzinho”, dizia o jovem correndo o mais rápido possível. Depois de muita perseguições, roupas rasgadas e alguns arranhões, o cachorro desistiu de perseguir Felipe e se afastou.

Tchubirubas: (arranhando a terra com a pata traseira e jogando poeira para o lado de Felipe)

Felipe: - Espera. Ei, Guilherme. É o cachorro do aeroporto. Ele nos salvou.

Nariko: - Cachorro? Aeroporto?

Felipe: - Lembra que eu e o Guilherme estávamos no aeroporto na hora do acidente? Esse cachorro nos ajudou a achar um jeito de sair. Ele salvou nossas vidas.

Guilherme: (indo em direção a Felipe) – Você está bem? Tem certeza que é o mesmo cachorro?

Felipe: - Tenho… ei… Tchubirubas? (tentando chamar a atenção do cachorro)

Tchubirubas: - (Rosna) – Tchubi.. o que?! Saí daqui! (latindo)

Guilherme: - Ele te mordeu? Você está bem? (olhando para Guilherme)

Felipe: - Sim. Ele só rasgou a minha calça nova e arranhou um pouco o meu braço. Mas que cachorro bravo.

Nariko: - Gente. (apontando para Tchubirubas) – Olha.

Tchubirubas: (dando língua para Felipe, bufando e indo embora)

Felipe: - Você viu… o que eu vi?

Guilherme: - Ele deu… ele deu língua.

Nariko: - Esse cachorro não é normal. Vamos sair daqui.

Depois de passear no parque, Guilherme fez mais uma consulta no médico. Ele queria saber quando poderia tirar os pontos, e também para o fisioterapeuta checar o seu pé. Depois de um tempo, ele foi liberado, mas ainda faltavam uns dias para que ele pudesse tirar os pontos. No caminho para casa, ele parou em uma loja e fez algumas compras, afinal ele também quase ficou sem roupa.

Paris: - Não acredito. Cala boca. Guilherme Thompson. (abraçando Guilherme)

Guilherme: - Paris DiGioni. Quanto tempo. Como você está?

Paris: - Nessa vida de caridade, né? Semana passada fui para o Quênia. Foi uma experiência tão bonita.

Guilherme: - Você? Na caridade? (rindo)

Paris: - Qual é a graça?

Guilherme: - Paris. Caridade para você é pagar os 10% nos restaurantes.

Paris: - As pessoas mudam. Tá.

Guilherme: - Paris. Qual é a jogada?

Paris: (abrindo o celular e mostrando umas fotos) – O dono da ONG. Ele se chama Steve. É um amor.

Guilherme: - Steve? Nunca ouvir falar. De qual família ele é?

Paris: - Esse que é o problema. Ele não é de família rica. A minha mãe nem sonha que a gente se pega.

Guilherme: - Olha, então já tá rolando uma pegação.

Paris: - Mas de verdade. A experiência no Quênia foi maravilhosa. É tão bom ajudar aos outros.

Guilherme: - Escuta. A minha família vai dar um jantar especial. Vão poucas pessoas. Topa ir?!

Paris: - Claro, querido. Te mando um inbox, ok?

Guilherme: - Pode deixar.

Os pais de Guilherme, Leopold e Anastácia se amavam, mas também adoravam brigar. Eles são oriundos de famílias tradicionais e se conheceram na adolescência. Por causa da pressão de suas famílias, eles acabaram casando e descobriram essa paixão no dia a dia. Eles amam o filho, mas ficaram com medo da reação dos outros parentes quando ele sal do armário. Com o tempo, os pais do jovem começaram a aceitar a ideia, apesar de muitas relutâncias.

Leopold: - Ontem falei com o Sirius.

Anastácia: - Odeio aquele homem arrogante.

Leopold: - E ele, com certeza, nos odeia. Comprei a empresa dele. (tirando o paletó)

Anastácia: - Mais uma empresa?! Lembra que temos apenas três filhos, tá? E eles podem não querer seguir a carreira que você escolheu.

Leopold: - Mas podemos vender. Não se preocupe. Lembra. (massageando a costa da esposa) – Que você estava louca por aquela ilha?!

Anastácia: - (virando para o marido) – Você, não?! Sério. (subindo e pulando na cama) – Eu adorei aquele lugar. Adorei.

Leopold: - Eu sei disso minha querida. Eu sei disso. (festejando com as mãos levantadas)

Anastácia: - Por isso o jantar?!

Leopold: - Também. Mas para comemorar que o nosso filho continua vivo. Hoje, o clima foi tão fúnebre. E ver que aqueles três alunos morreram. Nossa.

Anastácia: (abraçando e beijando o marido) - Oh, querido.

Felipe, Guilherme e Nariko retornaram ao Hyde Park para fazerem algumas fotos. A amiga nipônica de Felipe arrasava nos cliques e fez várias fotos bonitas dele. O jovem curtiu o resultado e chamou Guilherme para tirar fotos também. Os dois no início pareciam nervosos, e de fato estavam, principalmente depois do beijo. Felipe foi mais ousado e pediu para abraçar Guilherme por trás. Na foto, o rosto de Guilherme parece que vai explodir de tanta vergonha.

Nariko: - Vocês parecem tão fofos juntos. (mostrando o resultado das fotos)

Guilherme: (falando em português) – Nossa. O seu sorriso é lindo. Poderia iluminar toda essa cidade.

Felipe: (ficando vermelho) – Obrigado.

Guilherme: - Olha só. Não é apenas eu que fica vermelho.

Nariko: - Será que eu preciso abrir o google tradutor? (visivelmente confusa)

Guilherme e Felipe: - Desculpa.

Tchubirubas: (passa correndo como um raio entre as pernas do trio, em seguida passam quatro cachorros latindo)

Felipe: - Ei. É o cachorro daquele dia. Vamos. (correndo atrás de Tchubirubas)

Guilherme: (pegando as muletas) – Ei. Não posso correr. Eiii.

Nariko: - (não sabe se ajuda Guilherme ou corre atrás de Felipe)

Guilherme: - Ajuda ele. Ele é louco.

Tchubirubas fez algo para chatear os outros cachorros, mas querendo ou não aquela era uma luta injusta. Os outros animais cercaram Tchubirubas que mesmo assim não perdia a pose de arrogante e latia. Quando um dos cachorros pulou para atacar Tchubirubas, Felipe gritou e atrapalhou.

Felipe: (com um pedaço de graveto) – Ei. Que tal mexer com alguém do tamanho de vocês? (ficando ao lado de Tchubirubas)

Os cachorros não pensaram duas vezes e atacaram os dois. Eles estavam em um campo de barro, e a briga fez com que uma nuvem de poeira levantasse. Nariko preferiu não se envolver, ela ficou com medo. Guilherme chegou pouco tempo depois, mas ao ouvir os cachorros latindo não se mexeu. Eles ouviram os gritos de Felipe, mas não o enxergavam.

Felipe: - Ai… saí… cachorro malvado. (acertando um cachorro e rindo) – Pega. (Um cachorro arranha seu braço) – Desgraçado. Ei. São quatro contra dois. Dá um tempo. (segurando Tchubirubas no colo) – Corre!!!!

Tchubirubas: (latindo) – E não voltem mais!!!

Felipe: (correndo pelo parque) – Não provoca cachorro. (se escondendo atrás de uma mureta)

Depois de toda confusão, Guilherme e Nariko se encontram com Felipe. O jovem parecia um mendigo, as roupas rasgadas e todo sujo. O braço de Felipe estava todo arranhado. Tchubirubas não parecia melhor, ele estava com vários cortes no rosto.

Guilherme: - Nossa. Você precisa ir ao hospital. Esses cachorros poderiam não ser vacinados.

Felipe: - Eu estou bem, mas o.. cachorrinho parece que está muito machucado. Fora que eu cai em cima dele ontem. Guilherme, podemos levar ele no veterinário?

Guilherme: - Sim. Acho que conheço um, mas precisamos pegar o metrô.

Felipe: (coloca Tchubirubas no chão, mas o cachorro não consegue andar e chora)

Nariko: - Cuidado. É melhor você carregar ele.

Felipe: (carregando o animal) – Vamos.

No metro, Felipe e Tchubirubas chamaram a atenção das pessoas. Felipe sentou com Tchubirubas em um dos bancos, mas as únicas pessoas perto deles eram Guilherme e Nariko. Não demorou muito e os jovens chegaram no seu destino, o centro veterinário “Lar Cão Show”. Por causa do atendimento, apenas Felipe pode entrar com o cachorro. Eles ficaram sentados na sala de espera, enquanto outros animais eram atendidos.

Felipe: - Que briga feia, hein? (afanando a cabeça de Tchubirubas que não gosta e rosna) – Ei. Eu sou amigo, ok? Não vem dando uma de bravo não. Seu chato.

Tchubirubas: (bufa) – Os humanos são todos iguais.

Felipe: - Ei. Estou falando com você? Pode olhar para mim?

Tchubirubas: (olhando meio que de lado)

Veterinário: (quase não conseguindo falar o nome de Felipe) – Fe...Felipe Ra..Ramos.

Felipe: (levantando com Tchubirubas no colo) – Eu.

Veterinário: - Latino?

Felipe: - O cachorro? (levantando Tchubirubas)

Veterinário: - Não. Você? É latino?

Felipe: - Sim. Sou do Brasil. Encontrei esse cachorro na rua com meus amigos. Ele parece bastante machucado.

Veterinário: - E você também. (analisando as roupas de Felipe)

Felipe: - Pois é. Estávamos, eu e uns amigos, passeando no Hyde Parke e encontramos esse monstrinho briguento apareceu. Eu tente ajudar, mas apanhei bastante.

Veterinário: - Vou fazer uns exames. (pegando Tchubirubas que rosna) – Calma, amiguinho. Tudo vai ficar bem.

Felipe acabou sendo atendido por outra veterinária que lhe deu uma injeção anti-raiva. Naquele dia, Guilherme descobriu que Felipe não gostava de injeção, o motivo? Ele desmaiou enquanto a veterinária aplicava o remédio. Depois de quase uma hora, o veterinário que atendeu Tchubirubas voltou e deu algumas notícias que deixaram todos chocados.

Veterinário: - Onde vocês encontraram esse animal?

Felipe: - Hyde Park.

Guilherme: - Isso. Fomos tirar fotos e ele se meteu em uma briga com outros cachorros.

Felipe: - Ele está bem?

Veterinário: - Sim. Mas.. não existe um jeito fácil de falar isso… esse animal foi violentado. Fiz um exame no reto dele e descobri que ele foi abusado.

Felipe, Guilherme e Nariko: (ficam se olhando)

Felipe: - Abusado?

Veterinário: - Sim. Infelizmente isso é comum.

Felipe: - Que droga. Quem faria isso com um animal inocente? (fechando os punhos)

Nariko: - Gente ruim.

Guilherme: - E qual o tratamento?!

Veterinário: - Bem. Em relação a isso, já dei uns pontos, mas vocês falaram que é um animal de rua?

Felipe: - Sim.

Veterinário: - Vocês querem adotar?

Guilherme e Felipe: - Sim. (se olham e sorriem)

Depois de assinarem o papel da adoção, Felipe, Guilherme e Nariko seguiram para o quarto de Felipe na escola. Animais lá eram proibidos, mas Guilherme ia pedir permissão aos pais para levar o cachorro. Eles compraram ração e objetos que seriam úteis para a estadia de Tchubirubas.

Nariko: - Gente. Vou dormir. Guilherme foi um prazer. Felipe, a gente se encontrar amanhã?

Guilherme: - Tchau, Nariko. Obrigado.

Felipe: - Pode ser. Até amanhã. (passando remédio nos ferimentos) – Ai.

Nariko: - Tchau. (saindo)

Felipe: (soprando a ferida)

Guilherme: - Você foi muito valente hoje.

Felipe: - Obrigado. Mas esse carinha salvou a nossa vida. Acho que é o mínimo que poderíamos fazer.

Guilherme: (verificando Tchubirubas) – Ele tá apagado, né? Espero que durma bem.

Felipe: - E você já vai para casa?

Guilherme: - Primeiro vou cuidar dos seus ferimentos. Depois eu vou.

Felipe: - Tudo bem.

Guilherme: (sentando perto de Felipe) – Tira a blusa.

Felipe: (tirando a blusa)

Guilherme: (ficando vermelho igual a uma pimenta, mas tentando disfarçar)

Felipe: - Então? Eles machucaram muito?

Guilherme: - Eles arranharam a tua costa também. (pegando uma gaze passando o remédio e aplicando em Felipe)

Felipe: - Ai.

Guilherme: - Desculpa.

Felipe: - Tudo bem.

Guilherme: - (passando mais remédio, mas de uma forma delicada) – Tá quase acabando. E… pronto.

Felipe: (virando para Guilherme) – Obrigado.

Guilherme: - De nada.

Felipe: (aproximando seu rosto próximo ao de Guilherme) – Eu não vou resistir. (beijando Guilherme)

Guilherme: - (Beijando Felipe)

Felipe: - Eu… desculpa se estou apressando as coisas.

Guilherme: - Estou gostando. Gosto muito de você.

Felipe: - Eu também é engraçado… eu senti ciúmes de você hoje mais cedo.

Guilherme: - Nossa. Desculpa por isso. O John é sem noção. Pera aí… você sentiu ciúme de mim?

Felipe: - Um pouco. Quando eu vi vocês se beijando… não sei… deu vontade de bater nele.

Guilherme: (rindo) – Que fofo. Apesar de achar que violência não é a solução.

Felipe: (apreensivo) – Não sou um cara violento. Não me leve a mal, por favor. Eu não gosto de brigar…

Guilherme: (beijando Felipe, dessa vez por mais tempo)

Felipe: - Nossa.

Guilherme: - Preciso ir.

Felipe: - Sério? Precisa mesmo?

Guilherme: - Amanhã te ligo. O Alfred já deve estar me esperando. (levantando)

Felipe: - Te levo até a porta.

Guilherme: (pegando a muleta e indo em direção a porta)

Felipe: (espera, pressionando Guilherme contra a parede e o beijando)

Guilherme: (sentindo a ereção de Felipe e ficando excitado também)

Felipe: - Agora você pode ir. (abrindo a porta)

Guilherme: - Até mais. (saindo)

De noite, enquanto Felipe dormia, ele ouviu os gemidos do cachorro. Ele levantou e se aproximou do cachorro. Felipe tocou em Tchubirubas, mas quase foi mordido.

Felipe: - Ei. (mantendo uma distância) – Calma. Eu não vou machucar você. Eu sou amigo. (se aproximando e sentando ao lado dele) – Eu também já fui violentado, sabia? (rindo de nervoso) - Pelo meu pai. Você é… você é a primeira pessoa ou animal que eu conto. (chorando) – Nunca contei para ninguém. Ele me machucava toda noite. Quando a minha mãe descobriu, ela nos pegou e fugiu.

Tchubirubas: (chorando)

Felipe: - Eu não vou te machucar. Eu sei que deve ter sido horrível para você sofrer calado. (pegando Tchubirubas e colocando em seu colo) – Vamos ficar bem. (fazendo carinho na cabeça de Tchubirubas).

Tchubirubas: (olhando para Felipe e lambendo sua mão)

Felipe: - Vou te proteger amigão. A partir de hoje. Prometo.

Tchubirubas: (bocejando e deitando no colo de Felipe)

Felipe: - Vamos conseguir… Tchubirubas. Vamos conseguir.

Tchubirubas: (dormindo)

CIDADE DE PORTO ESTRELA SETE ANOS ATRÁS

Raimundo: (entrando no quarto de Felipe e tirando o cobertor do filho) – Felipe. Vamos brincar com o papai?

Felipe: - Não pai. (chorando)

Raimundo: (tapando a boca do filho) – Xiii. Não quer que a mamãe e os teus irmãos se machuquem.

Felipe: - Vai doer pai. (falando baixo e quase sem voz)

Raimundo: - Depois acostuma. (tirando a calça) – Tira a roupa filhão.

Felipe: (tirando a roupa e lagrimando)

LONDRES – 2013

Felipe: (lagrimando) – Ninguém mais vai machucar a gente. Eu prometo. Eu prometo, amigão. Tchubirubas.

Tchubirubas: (apoiando a cabeça no colo de Felipe) – Ninguém. (adormecendo)

Felipe: (acalentando Tchubirubas) – Pode dormir amigão. Ninguém vai te fazer mal. Pode dormir. (olhando Tchubirubas dormir)

Felipe acordou com uma dor no pescoço, ele passou a noite toda cuidando Tchubirubas dormir. O cachorro levantou e fez xixi na porta de entrada do apartamento. Felipe tomou banho e café, colocou ração para o animal e limpou toda sua sujeira. Como era sábado, ele decidiu dar uma volta com Tchubirubas. Eles passearam por todo o quarteirão. Guilherme ligou para Felipe e eles conversaram durante um tempo.

Guilherme: - Não esquece que temos um jantar hoje.

Felipe: - Eu sei disso. Não vai ser nada muito chic não, né?

Guilherme: - Acho que não, mas te dou uma forcinha.

Felipe: - Vou precisar de uma forçona.

Guilherme: - E o.. o…. Tchubatutas…

Felipe: - É Tchubirubas Ramos Thompson. Tchubi para os conhecidos. (rindo)

Guilherme: - Thompson?

Felipe: - Adotamos ele juntos, lembra?

Guilherme: (rindo) - E o Tchubi? Deu muito trabalho?

Felipe: - Até que não. Mas precisamos falar com sua família, acho que ele não vai querer morar aqui por muito tempo. Fora que quando as aulas começarem, eu não terei tempo.

Guilherme: - Ok. Vou falar durante o jantar. Até depois.

Felipe: - Até (desligando o celular) – Viu Tchubis? Hoje tenho um jantar de gala. Com a alta sociedade. Quem diria… um lixo como eu? (rindo) – Saí da minha cidade, estou ficando com um cara super bacana, tenho um cachorro e moro em Londres.

Tchubirubas: (bocejando, levantando e se espreguiçando)

Felipe: - Você não deve entender nada, né?

Tchubirubas: - Você que pensa. Humano lerdo. (deitando)

A grande noite chegou. Felipe se arrumou, o máximo que pode e partiu em direção a casa de Guilherme. Ao chegar no apartamento, foi atendido por Alfred que usava uma roupa engraçada. Guilherme estava no sofá conversando com Paris, sua amiga de longa data, e sentado do outro lado estava John. Felipe quase morreu de vergonha ao tropeçar no tapete e cair no chão.

Felipe: (levantando rápido) – Opa. Estou bem.

Paris: (falando em Italiano) – Esse que é o brasileiro gostosão?

Guilherme: (ficando vermelho e falando em Italiano) – Cala boca. (levantando) – Você está bem?

Felipe: (limpando a blusa) – Estou ótimo. E você?

Guilherme: (falando em português) – Melhor agora. Vem. Quero te apresentar a uma pessoa. (andando sem muleta, mas com dificuldade) – Felipe, essa é a minha melhor amiga, Paris.

Felipe: (pegando na mão de Paris e balançando) – Prazer.

Paris: - Encantada. Então, você é o famoso Felipe?

John: (levantando e indo até Felipe) – Olha. As roupas que você ganhou dos Thompson ficaram perfeitas.

Guilherme: - John acho que o meu pai está te procurando?

John: - Sr. Thompson? Onde? Com licença.

Paris: (falando em Italiano com Guilherme) – Esse babaca ainda pensa que vocês estão juntos?

Guilherme: (falando em Italiano) – Sim.

Felipe: (olhando para os dois sem entender nada)

Paris: - Desculpa, Felipe. É que eu falo Italiano tão pouco, não quero perder minhas origens.

Felipe: - Tudo bem. Você fala Italiano?

Paris: - Sim. Italiano, Russo, Alemão, Espanhol, Inglês, Japonês e arriscamos um Mandarim. (rindo)

Guilherme: - A gente estou desde sempre juntos. E na escola aprendemos bastante. A Paris até arrisca um Português, né?

Paris: (fazendo esforço para falar Português) – Oh, sim. Caipinha (falando de forma errada). Puta que Pariu. Absorvente. (fechando os olhos) – Valesca Popozuda. (falando em inglês) – Só lembro disso.

Felipe: - Mas isso já ajuda bastante. (rindo)

O jantar foi servido e todos se sentaram a mesa. Leopold fez um brinde aos amigos e família. De repente, os pratos chegaram e Felipe precisou se controlar para não passar vergonha na frente das pessoas. Guilherme mostrou para ele o jeito certo de comer cada prato. Na hora da sobremesa, ele não aguentou, Alfred trouxe para mesa um delicioso pudim.

Felipe: (após repetir a quarta vez) – Obrigado. Estava incrível.

Paris: (falando em Italiano) – Onde ele coloca tanta comida? Se eu comer um desse inteiro preciso malhar por cinco horas.

Guilherme: (rindo)

Leopold: - Então, meu filho? Já decidiu onde vai trabalhar?

Guilherme: - Pai, acho que na Escola de Intercâmbio.

Leopold: - Sério?

Anastácia: - Que maravilhoso. Você vai aprender muito sobre os negócios do seu pai lá.

Leopold: - Ótimo. Vou falar com o George, ele vai arrumar uma função para você lá. E você, Felipe? Começa segunda-feira, né?

Felipe: (pegando um copo de cristal) – Sim, senhor e… (ao tentar se apoiar na mesa, não consegue e cai puxando o pano e derrubando tudo)

Anastácia: - Minhas louças! (pegando no rosto)

Leopold: (levantando) – Você está bem?

Guilherme: (ajudando Felipe a levantar) – Nossa.

John: - (se divertindo com a cena)

Paris: (batendo em John com um guardanapo) – Para de rir e ajude o rapaz.

Guilherme: - Nossa. Você está bem?

Felipe: - Sim.. estou. (tentando levantar e escorregando)

John: (pensando) - Isso é melhor que a encomenda. Pega essa pobrezinho.

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Comentários

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maravilhoso parabens mas tadinho do Felipe ja deu de ele so se dar mal ne de inicio tava engraçado mas nao ta mais tanto rsrs bjos

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FELIPE SEMPRE DANDO VEXAME. SERIA INTERESSANTE UMA HORA ISSO PARAR. CASO CONTRÁRIO ELE SEMPRE SERÁ VISTO COMO UM PALHAÇO. SERVINDO DE CHACOTA PARA TODOS.

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Muito bom !!!! O desemrolar do conto ta otimo, espero pelo menos mais um capitulo antes do fim do ano. Feliz Natal !

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esse john é um Figlio di una cagna. rsrsrs continua lindooooo

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